Nota do blogue: Acompanhe esse Especial AQUI.
Luz nas trevas: respostas irrefutáveis às objeções protestantes
por Pe. Júlio Maria
por Pe. Júlio Maria
Livro de 1955 - 224 pag.
Editora VOZES
Petrópolis
Editora VOZES
Petrópolis
CAPÍTULO VII
DEVEMOS ORAR À VIRGEM MARIA
Como bom
protestante, o tal crente começa naturalmente pelo ódio à SS. Virgem.
Esta
primeira objeção é uma prova de má fé
e do erro dos protestantes.
Elucidamos bem esta doutrina, pois é como o ponto de mira das objeções
protestantes. Em si, tal objeção é simplesmente ridícula. Há certas coisas que
não se provam, porque constituem um princípio
de vida, de desenvolvimento ou de organização natural. Os princípios do bom-senso não precisam de provas, senão
a consciência individual e universal. E estamos aqui diante de um tal
princípio.
O bom
senso nos diz, o coração nos prova, e a experiência universal confirma que uma mãe tem sempre perto de seu filho um
crédito todo particular. Tu honrarás a tua mãe todos os dias de tua vida, disse
o santo homem Tobias (Tob 4, 3), repetindo a lei divina dada por Deus: Honra teu pai e tua mãe (Êx 20, 12).
É um laço
sagrado, imortal, que liga o filho aos pais durante a vida e se perpetua a
eternidade, pois no céu como na terra o filho será sempre o filho de seus pais.
Este
princípio aplica-se à SS. Virgem, com mais razão ainda do que a outras
criaturas, pois é dela, e só dela, por operação do Espírito Santo, que o filho
de Deus recebeu a sua humanidade. Ecce
Virgo Concipiet (Is 7, 14). Ele nasceu de uma Virgem.
Deve-se
concluir pois que hoje ainda na glória do céu, Maria, sendo a Mãe do Filho de
Deus, Maria de quem nasceu Jesus, que se
chama Cristo (Mt 1, 16), conserva com seu divino Filho relações de
maternidade, e em consequência tem direito às honras a que ela tinha direito e
recebia aqui na terra.
Isabel
prostrou-se diante da Virgem, com amor e veneração, exclamando admirada: Donde me vem a dita que a mãe do meu Senhor
venha ter comigo? (Lc 1, 43). Hoje o mundo deve continuar a mesma veneração
e o mesmo brado de amor, para honrar a Mãe de Jesus, que continua sempre a ser mãe do Senhor.
* * *
Por que
este rancor, este ódio, contra a pura Mãe de Jesus? Será um meio de agradar ao
Filho, insultar sua santa Mãe?
Pobre
protestante, diga-me: se insultassem a sua mãe com o intuito de agradar-lhe,
que é que responderia o amigo? — Diria, de certo: Quem insulta a minha mãe,
insulta a mim, e quem a honra, honra a mim!
E o amigo
diria muito bem; mostraria que é bom filho, e que, como tal, considera
inseparavelmente unidos o respeito ao filho e à mãe —a honra da mãe e do filho.
Mas,
então, Jesus não será bom filho?... Ele não exigirá, Ele, Deus, aquilo que nós,
homens, exigimos tão imperiosamente?
É ele,
Deus, que pôs no fundo de nossa alma este respeito, este brio, este zelo pela
honra de nossa mãe, e ele, vindo a este mundo, ele, o autor da lei, não a
cumpriria... não daria exemplo?... Ele seria menos digno, menos brioso, do que
nós?
Não está
vendo que é um absurdo!
Neste
caso, Jesus Cristo seria menos virtuoso, menos homem, que o último dos
homens... que o mais celerado, o qual, após ter perdido toda honra social, e
todo brio, conserva ainda o respeito à sua mãe! Que insulto ao próprio Deus!
Eis aonde
o leva o seu ódio à Igreja Católica, pobre protestante! A Igreja Católica honra e invoca a santa e pura Mãe de
Jesus, como sendo Mãe do Redentor, e como tal, sendo-lhe unida por
inquebrantáveis laços de intimidade, de dignidade, de amor, que fazem dela a
mais santa, a mais bela e a mais poderosa de todas as criaturas, exaltadas e
glorificadas por Deus.
Não é isto
o que anuncia o anjo Gabriel, proclamando-a escolhida entre as criaturas,
repleta de todas as graças, e unida a Deus com uma intimidade única?
Ave, cheia de graça! O Senhor é convosco! Bendita sois vós entre as
mulheres (Lc 1, 28).
Medite bem
isto, meu caro protestante... Reflita sobre cada uma dessas expressões divinas,
e verá que, iniciando as suas caducas e grotescas objeções com insultos à Mãe
de Jesus, está refutando de antemão a própria doutrina protestante, que cai
necessariamente, perante o bom senso, a lógica e a sagrada escritura, que nos
ensinam o contrário.
II. O que é orar
Devemos orar à Virgem Maria, isto é
bem provado pela sagrada escritura, como vou mostrar-lhe aqui irrefutavelmente,
porém, antes, é preciso bem determinar o que é orar, pois os protestantes não o entendem ou fingem não entendê-lo.
Orar, como sendo a expressão do culto,
quer dizer, prestar homenagem, louvar, exaltar, suplicar, embora nem
toda homenagem e toda exaltação seja uma oração.
No triste
afã de fabricar objeções, os protestantes pretendem que orar é uma adoração, porque, dizem eles, vem de adorar. É ignorância ou perversidade. Orar e adorar são dois termos radicalmente distintos. Podem manchar e desmanchar, mas não existe entre estes dois termos nenhuma relação
de significação.
Adoramos a
Deus; e oramos a Deus e aos Santos, sem adorá-los.
O culto,
que prestamos à Mãe de Deus, é o culto de honra
e de invocação, que a teologia traduz
por hiperdulia, ou suma veneração,
completamente distinto do culto de adoração,
prestado só a Deus, e o simples culto de veneração
(dulia), prestado aos outros santos.
Dirigindo-se
a Deus, os católicos dizem em suas preces: Tende piedade de nós! Dirigindo-se a Mãe de Deus, eles dizem: Rogai por nós! Dirigindo-se aos santos,
dizem: Intercedei por nós!
Três
palavras que exprimem a diferença do culto prestado a estas três categorias.
Diga,
amigo protestante, não é isto lógico, razoável, legítimo? Faça calar um
instante o seu obcecado ódio à Igreja Católica e pondere o seguinte raciocínio:
III. O que é honrar e invocar
Como já
disse, o culto da SS. Virgem consta de dois atos: a honra e a invocação. Ora,
haverá coisa mais justa que honrar aquela que foi honrada pelos próprios anjos,
pelo próprio Deus? Ela é a Mãe de Deus, e por este título ocupa lugar glorioso
e único na criação. Ela foi na terra a criatura mais santa e é no céu a mais
poderosa de todos os eleitos.
Além
disso, ela é a nossa Mãe, conforme a
palavra do Apóstolo, que chama Cristo o primogênito
entre muitos irmãos (Rom 7, 29).
Somos irmãos espirituais de Jesus Cristo; Jesus é o filho da SS. Virgem; somos,
pois, filhos espirituais da SS. Virgem, que é verdadeiramente a nossa Mãe.
Ecce Mater tua: Eis a tua Mãe (Jo 19, 26). Sendo a nossa Mãe, a SS. Virgem têm o
direito a uma honra e a um culto acima das honras e do culto que tributamos às
outras criaturas.
Honramos e
exaltamos os grandes homens da terra, os heróis, os gênios, os beneméritos da
humanidade; e não honraríamos, nem exaltaríamos aquela a quem devemos o
Redentor, o Filho de Deus, numa palavra: a salvação! O bom senso se revoltaria
contra a asserção negativa!
E não
somente honramos os benfeitores da humanidade; nós fazemos os seus retratos,
erigimos-lhes estátuas e monumentos; e não o faríamos para a mais bela, a mais
santa e mais benfazeja das criaturas, que é a Virgem Mãe de Deus? O coração
humano se revoltaria contra a asserção negativa!
Tiremos a
conclusão: é, pois, lícito, é lógico é necessário honrar a SS. Virgem.
Honrá-la
não é o bastante. É preciso invocá-la, pois a invocação é uma parte constitutiva do culto. As honras prestadas exaltam a grandeza e a
virtude. A invocação exalta o poder e
a bondade.
Maria SS.
é grande pela sua qualidade de Mãe de Deus e pelas exímias virtudes que a
adornam. Ela é poderosa e bondosa como a mãe dos homens; poderosa para poder ajudá-los; bondosa para querer fazê-lo.
Ora, nós,
aqui na terra, somos pobres pecadores, somos necessitados e fracos; precisamos
de auxílio, de forças e de generosidade. A quem pedi-los? Aos homens? Os homens
sabem apenas dar esmola material; só Deus pode sustentar e fortificar a alma. É
dele, pois, que devemos receber a esmola espiritual.
E esta
esmola é transmitida aos homens, pelas mãos da SS.Virgem. Ela é cheia de graça (Lc 1, 28) para poder
transmitir aos homens a graça, como o canal transmite aos campos, ressequidos
pelo sol, as águas do oceano.
Tal um
canal repleto, que recebe as águas e as transmite aos campos, assim a Virgem
Maria recebe de Deus as graças divinas para comunicá-las aos homens.
Maria, diz S.Bernardo, está colocada entre Jesus Cristo e os homens
para ser o canal que esse divino Salvador derrama sobre a humanidade... Deus
escolheu Maria, diz ainda o mesmo doutor, para ser o canal das graças, e ele
quer que as alcancemos todas pela sua intercessão (Sermo de Aquaeductu).
Maria SS. pode, pois, ajudar-nos, porque é Mãe de
Deus... Ela quer ajudar-nos, porque é
nossa Mãe. Ela nos ajuda, porque é o
ofício de que o próprio Deus a encarregou.
É, pois
natural, lógico e lícito invocá-la. Se o não fosse, Deus não deveria tê-la
feito tão grande, tão poderosa e tão bondosa; senão estas prerrogativas
ficariam como sepultadas nela, sem ter por onde e sobre que exercer-se. E Deus
nada faz inutilmente.
Devemos,
pois, concluir, pela aproximação da vontade de Deus, do poder e bondade de
Maria SS., e de outro lado, das nossas necessidades, que devemos invocar a Mãe
de Deus, do mesmo modo que o pobre e necessitado deve invocar ao rico, para
manifestar-lhe as suas precisões e obter dele o auxílio necessário.
Eis o que
o bom senso e a razão nos ensinam acerca do culto de Maria SS. que nos mostram
a liceidade e a necessidade de honrar
e de invocar a santa e imaculada Mãe
de Jesus.
Resta-me
provar que tal prática está em pleno acordo com a bíblia. É o que farei
irrefutavelmente com os textos da Sagrada Escritura.
IV. Prova bíblica
Vamos
agora à prova positiva... às provas da bíblia.
O protestante que sempre anda com a bíblia, devia ter encontrado muitos
e decisivos passos que provam claramente o que acabamos de dizer.
Infelizmente,
como justo castigo do seu orgulho, eles são, como diz o Evangelho, de olhos obcecados e coração endurecido, de
modo que não enxergam com os olhos e não entendem no coração (Jo 12, 40).
Tome a sua
bíblia, caro protestante, e medite bem cada uma das provas que vou citar aqui.
Para completa compreensão, e para não deixar a mínima dúvida, nem a menor saída
da verdade, vou provar-lhe quatro coisas pelos textos da bíblia que resumem e
como que esgotam o assunto:
1º Que podemos orar aos santos;
2º Que devemos orar aos santos;
3º Que Deus escuta as orações dos santos;
4º Que Deus recomenda de recorrer às orações
dos santos.
Eis quatro
coisas formidáveis, meu caro crente, que vão muito além do seu pedido. Não
somente citarei um texto da bíblia,
mas citarei dezenas de textos, para mostra-lhe que orar à Virgem Maria é bom, é permitido, é aconselhado,
é recomendado por Deus mesmo.
A
conclusão de cada uma destas provas será a seguinte (convém indicá-la logo,
para poupar-lhe raciocínios e delongas): Se Deus escuta as preces dos santos, é
sinal de que tais preces lhe agradam;
se ele recomenda de recorrer às orações dos santos, é sinal de que ele quer que os homens orem aos santos. E se
Deus escuta aos santos e recomenda de
recorrer a eles por serem seus amigos,
com mais razão ele escuta a Santíssima Virgem e recomenda de recorrer a ela,
por ser sua Mãe.
Provar que
se pode e deve orar aos santos, é
provar, pois, que se pode e que se deve orar à Virgem Maria, a mais santa dos
santos, a rainha dos santos.
V. Podemos
orar aos santos
Objetam os
sábios protestantes que as almas santas, uma vez perto de Deus, no céu, não
podem interceder para os homens por causa da mudança de esfera espiritual.
Ignorância
dos princípios que regem a ordem sobrenatural. Tais princípios afirmam que há três ordens para o homem: A ordem natural (da natureza); a ordem espiritual (da graça); a ordem da visão beatífica (da glória).
Cada uma
destas ordens, a começar pela ordem natural, aperfeiçoa, mas não destrói a
ordem precedente. A graça aperfeiçoa a
natureza; a glória aperfeiçoa a
graça.
Nada há
destruído, mas aperfeiçoado.
Se o justo
na terra pode interceder junto de Deus, na ordem espiritual, ele o pode mais
ainda na ordem da visão beatífica.
Quer isto
dizer que os santos da terra, sendo intercessores perto de Deus, o serão muito
mais quando estiverem no céu.
São três
ordens distintas, mas ligadas pelo mesmo laço divino. A natureza serve apenas de base à graça. A graça serve de base a glória.
Deus criou
o homem na natureza pura; elevou-o, por privilégio gratuito, à ordem da graça —
para coroá-lo um dia na ordem da glória. É sempre o homem... mas homem elevado
a uma ordem superior, sem perder a essência da ordem inferior.
Provar
pois que podemos orar aos santos da terra, é provar que podemos orar aos santos
do céu.
Com estes
princípios, ser-nos-á fácil compreender o valor das provas bíblicas. Lê-se no
Gênesis que Deus disse a Abimelec: Agora,
pois, restitui a mulher a seu marido (Abraão) porque é profeta e rogará por ti, para que vivas (Gn 20, 7). Mas,
amigo protestante, se é proibido orar aos
santos, como é que Deus diz a Abimelec de recorrer a Abraão para que
interceda, rogue por ele, e lhe alcance a vida? Crê o Sr. na bíblia, ou não
crê?
No livro
dos reis lemos: O povo disse a Samuel: Roga
ao Senhor, teu Deus, pelos seus servos, para que não morramos (1 Rs 12,
19). Outra prova de que os profetas costumavam rezar pelo povo, e que Deus
atendia a tais preces.
No
terceiro livro dos reis lemos ainda: Faze
oração ao Senhor, teu Deus, roga por mim... e o homem de Deus fez oração ao
Senhor e foi atendido (3 Rs 13, 6). Outra prova de que podemos recorrer aos
santos, para que eles intercedam por nós junto de Deus.
No livro
de Judite, encontramos um passo luminoso que resolve a questão e dissipa todas
as dúvidas. Escute a súplica de Ozias e dos anciãos a Judite: Agora, pois, ora por nós, porque tu és uma
mulher santa e temente a Deus (Jdt 8, 29).
Que quer dizer isso? Prova que uma pessoa santa e temente a Deus pode
ser invocada e pode interceder por nós perto de Deus. Que coisa mais clara e
positiva? E podia multiplicar tais passos, porém, para quem não crê na bíblia,
parece-me inútil. A palavra de Deus não
muda (1 Ped 1, 25). Repita
Deus cinquenta vezes a mesma verdade ou diga uma só vez, o seu valor fica o
mesmo.
Que
provam, pois, este e muitos outros passos da bíblia, senão que é bom e
permitido orar aos santos, que os
justos podem orar por seus irmãos?
Ora, se os
santos da terra, sendo rogados pelos irmãos, alcançam-lhes o que podem, será
possível que estes santos, depois de terem entrado no céu, tenham perdido este
poder de intercessão? É impossível, pois no céu as almas justas estão com Deus:
são seus amigos íntimos.
Se é
permitido orar a um justo da terra,
para que nos alcance favores de Deus, com mais razão deve ser permitido orar à criatura mais justa e mais santa
que há no céu: a Virgem Maria.
A
conclusão é clara e irrefutável: A bíblia mostra que é permitido orar aos justos da terra; com mais razão é permitido orar
aos justos do céu. – Ora, Maria SS. é a mais justa de todos os justos do céu. É
pois, permitido orar à Virgem Maria.
VI. Devemos orar aos santos
Vamos
adiante, meu caro protestante. A primeira prova devia ser decisiva para
qualquer homem sincero e de boa fé; continuemos, porém, e depois de ter provado
que podemos, provemos que devemos orar aos santos, e entre eles à
Virgem Maria.
Abramos o
livro de Jó, escutemos o que Deus disse aos amigos do santo: “Tomai sete touros... e ide a meu servo
Jó... o meu servo Jó... orará por vós e admitirei propício a sua face” (Jó
42,8). Que bomba, amigo protestante, já refletiu sobre este passo? Deus manda
recorrer ao servo Jó, e promete escutar a prece que Jó há de fazer em favor dos
seus amigos. Não somente permite, mas ordena
positivamente recorrer ao santo homem Jó.
E quantos
passos deste gênero se podiam citar do Antigo Testamento; mas vamos às provas
mais positivas ainda: as próprias palavras do Cristo: Orai pelos que vos perseguem e caluniem (Mt 5, 44).
São Tiago,
por sua vez, nos ensina: Orai uns pelos
outros, para serdes salvos, porque a oração do justo, sendo fervorosa, pode
muito (Tgo 5, 16).
São Paulo
não é menos explícito: Não cessamos de
orar por vós, diz ele, e de pedir que sejais cheios de reconhecimento da sua
santa vontade (Col 1, 3-9).
Eis passos
muito claros, que provam que devemos orar
aos santos, não somente a Deus, porque
a oração dos justos pode muito para os outros.
Pode haver
dúvida sobre esta ordem de Deus? Parece-me que não!
Como é,
pois, meu caro protestante, que tens a ousadia de dizer que é proibido orar aos
santos? O amigo está em plena contradição com a sua bíblia, com a palavra, com
a ordem expressa de Deus.
De fato,
Deus dá ordem de recorrer a Jó, para que ele ore pelos delinquentes. Jesus
Cristo nos faz orar uns pelos outros
(Mt 5, 44). São Tiago nos ordena de orar
uns pelos outros (Tg 5, 16). São Paulo diz que ora pelos colossenses (Col 1,3)
Tudo isso
prova que Deus aceita as orações dos justos que vivem ainda neste mundo, e não
somente que aceitas as orações, mas que quer
estas orações de uns pelos outros. É uma verdadeira ordem.
E se
objetassem que podemos e até devemos
às vezes orar aos justos da terra e não aos justos do céu, a resposta estaria
no Evangelho.
No
evangelho de São Mateus (20, 30), Jesus Cristo ensina que os santos são como os anjos de Deus no céu. Ora, os anjos
intercedem por nós, como vemos indicado na Sagrada Escritura. É Zacarias quem
no-lo afirma dizendo que o anjo
intercedeu por Jerusalém, ao Senhor dos exércitos (Zac 1, 12-13).
Jesus
Cristo declara que haverá júbilo entre os
anjos, de Deus por um pecador que faz penitência (Lc 15, 10), o que prova que eles se
interessam pelos homens.
De novo,
amigo protestante, que prova tudo isso?
Prova evidentemente que os justos, os santos e os anjos do céu se interessam
pelos homens, intercedem pelos homens, e devem ser invocados, louvados, orados pelos homens.
E se isso
é verdade dos santos e anjos, com quanto mais razão é verdade da rainha dos
santos e dos anjos, da SS. Virgem Maria.
VII. Deus escuta os santos
Vamos mais
adiante, amigo protestante, e vejamos agora como
Deus escuta a prece dirigida aos seus justos ou santos.
Não é
menos interessante recolher uns passos da Sagrada Escritura a este respeito.
Comecemos
com Jeremias, onde lemos este trecho expressivo: E o Senhor disse-me: Ainda que Moisés e Samuel se
pusessem diante de mim, a minha alma não se inclinaria para este povo; tira-os
da minha face e retirem-se (Jer 15, 1 ss).
Tal texto
prova, claramente, duas verdades: 1º Que os justos e santos, mesmo depois de
mortos — como no tempo de Jeremias estavam Moisés e Samuel — podem interceder
pelos homens, perante Deus. 2º Que não obstante essa intercessão, a culpa
humana pode ser tão grave, que não logrem aplacar o Senhor.
Imaginemos
que um magnata da terra nos dissesse: Estou tão indignado contra fulano, que
não lhe perdoaria, ainda que meus filhos me pedissem... Não seria lógico
depreender que, junto deste pai, os filhos tinham valimento como intercessores?
Pois bem, a mesma verdade depreende-se do passo bíblico, que nos mostra o
valimento de Moisés e Samuel, no céu, perto de Deus.
Para
invalidar este passo, os sábios protestantes dizem que neste tempo os justos
não tinham entrado no céu, mas estavam no Limbo.
É nova ignorância do princípio, senão do fato. A Igreja Católica pela comunhão
dos santos, abrange a terra, o céu, e o
purgatório e, antes da vindo do Salvador, o céu estava fechado, e os justos
iam para o limbo, onde esperavam a
vinda do Messias, o qual, no dia da sua morte, devia abrir-lhes a porta do céu.
Os justos
eram, pois, santos; ora, a santidade não depende do lugar onde o santo reside,
mas do estado de sua alma, de modo que os patriarcas, no limbo, podiam
interceder pelos homens, como o podem no céu, e como o podem as próprias almas
do purgatório.
Há muitos
outros trechos bíblicos de igual valor comprobatório.
Eis um
outro que, infelizmente, não figura na bíblia protestante truncada, pois
acharam bom cortar o livro dos Macabeus, por conterem muitos passos que os
condenam.
Aí vemos
como Judas Macabeu viu em sonho o grão Sacerdote Onias, já morto, que orava por
sua nação, e que, designando o profeta Jeremias, lhe disse: Este é o amador dos seus irmãos e do povo de
Israel; este é Jeremias, profeta de Deus, que ora muito pelo povo e pela santa
cidade (2 Mac 15, 12-14).
Não é bem
concludente este passo, mostrando um santo orando
pelos homens da terra?... E se os santos oram por nós, seria proibido
orarmos aos santos? Que lógica estranha seria esta!
Eis, pois,
provado mais uma vez que podemos e devemos orar
aos santos, e como Deus escuta e atende ao pedido de seus servos.
E eles
orando por nós, nós temos o dever de
implorá-los, de invocá-los, para que eles nos ajudem e nos amparem com a sua
valiosa proteção.
E se
devemos orar aos santos, devemos orar, sobretudo, à santa dos santos, à Virgem Mãe de Deus.
VIII. Deus recomenda
Passemos
ao último ponto, mostrando que Deus recomenda
recorrer aos santos.
Há muitos
passos que o provam, entretanto um dos mais expressivos é o que Deus dá a
Elifás, em relação ao seu amigo Jó.
Eis o que
diz Deus: “Ide ao meu servo Jó, oferecei
um holocausto por vós: o meu servo Jó, porém, orará por vós” (Jó 42, 8).
Claro é
que Deus poderia ter atendido à prece de Elifás diretamente, porém manda-o ao
seu servo Jó para que este ore por ele,
mostrando destarte que a prece de Jó lhe é mais agradável que a prece dele.
Elifás não ora diretamente a Deus, mas indo a Jó, ora ao santo homem que
interceda por ele.
É o que
ainda fazem diariamente os católicos, dirigindo-se aos justos, aos santos, aos
amigos de Deus, e sobretudo à Mãe de Deus, para que intercedam por eles. Não é
isso perfeitamente bíblico, conforme aos conselhos de Deus, conforme às normas
do bom senso, e aos exemplos dos santos? Só um cego pode não ver e não
compreender isso!...
IX. Provas do Evangelho
Concluamos
estas diversas considerações sobre o culto dos santos e da SS. Virgem,
mostrando mais uma vez, de um modo irrefutável, que podemos e devemos orar à SS. Virgem.
Estas
considerações serão, talvez, capazes de excitar justos remorsos a quem ainda
não está com a consciência inteiramente atrofiada pelos golpes da heresia
protestante.
Uma vista
no Novo Testamento confirmará os pontos doutrinais já expostos sobre a
intercessão da Virgem Santa, e da necessidade de orar-lhe.
No
evangelho de São Lucas, Jesus Cristo ensina que devemos granjear amigos, com as riquezas da iniquidade, para que quando
viermos a precisar, nos recebam nos tabernáculos eternos (Lc 16, 9).
Quais são
estes amigos de que nos fala o Mestre?
São os santos, os amigos de Deus, que podem valer-nos na grande hora da
necessidade que é sobretudo a hora da prestação de contas no tribunal de Deus: ut quum defeceritis.
E quais as
riquezas da iniquidade? São as riquezas terrenas, assim chamadas, por serem
muitas fruto ou origem das iniquidades.
Aqui os
amigos protestantes dão logo o brado de revolta, acusando os católicos de
conquistar os santos do céu a peso de ouro, e de ouro iníquo. É a nova
ignorância, ou velha maldade.
O sentido
deste texto é óbvio e claro; é como se o Salvador nos dissesse: Servir-vos dos bens terrestres para
conquistar bens divinos.
Estes bens
terrestres são a riqueza, as dignidades, a vida, a saúde, etc.: e os bens
divinos são os amigos de Deus, que podem ser nossos intercessores junto de
Deus. É o sentido claro desta passagem.
Não se
trata aqui de comprar o céu a peso de
ouro como malevolamente insinuam os protestantes, sempre à cata de objeções;
mas de servir-se de ouro e outros bens, para adquirir bens espirituais, pelas
boas obras. Bene agere, divites fieri in
bonis operibus. Fazer o bem e
tornar-se rico pelas boas obras, como diz o Apóstolo (1 Tim 6, 18). Estas
boas obras são um meio de agradar aos santos e de merecer o auxílio dos santos.
E como poderão eles ajudar-nos, senão pedindo por nós a Deus? E que pedirão eles
a Deus, por nós, se nós nada lhe pedimos?
Esta
comparação do divino Mestre mostra, pois, claramente, como podemos e como
devemos recorrer aos santos, invocá-los, rogar-lhes em nossas necessidades.
No mesmo
capítulo, Jesus Cristo nos mostra um réprobo, no fundo do inferno, recorrendo a
Abraão e a Lázaro e interessando-se pela sorte dos seus irmãos, ainda na terra,
pedindo que sejam avisados, para que eles não venham também parar nesse lugar
de suplícios (Lc 16, 19-21). Ora, se um tal sentimento de compaixão se encontra num réprobo, como não
se encontraria nos santos?
Nova
objeção protestante a respeito deste texto: “Neste texto, dizem eles, não se
encontra nem sombra de intercessão dos santos e anjos... muito pelo contrário,
quem está no inferno não tem mais esperança”. Nova prova de ignorância ou de má
fé.
Como já
disse acima, a graça não destrói a natureza, mas aperfeiçoa-a; como a glória
não destrói a graça, mas completa-a.
Se pois
encontramos num réprobo no inferno tais sentimentos de consideração para com os
parentes da terra, e este espírito de intercessão, para evitar-lhes um mal,
como é que não encontraríamos idênticas disposições num santo, que, além de
possuir a glória divina, conserva ainda todos os nobres sentimentos da natureza
e da graça? Contestar uma tal verdade, seria afirmar que os réprobos têm
sentimentos mais nobres que os próprios santos e os anjos! É simplesmente
ridículo e grotesco.
Vemos
nesta parábola o abismo intransponível que existe entre o céu e o inferno, mas
vemos também que a natureza, no que ela tem de bom, não é destruída pela morte,
mas, ou pervertida pelo castigo eterno, ou aperfeiçoada pela glória.
Um
réprobo, apesar de ser definitivamente fixado no mal, conserva ainda sentimentos
de compaixão para com seus irmãos na terra... com quanto mais razões o santo do
céu conserva, e isso ampliados e intensificados, os mesmos sentimentos para com
os seus amigos da terra.
É, pois,
uma prova insofismável da intercessão dos santos.
X. Exemplos dos anjos
Outro
argumento, este de paridade, mas muito legítimo, é o que nos fornece a
consideração dos anjos.
Eles ouvem
as nossas preces e as oferecem a Deus, como vemos no livro de Tobias, (que
também não figura na bíblia protestante truncada, porque contém demais verdades
que refutam o protestantismo).
O arcanjo
Rafael diz a Tobias: Quando rezavas com
lágrimas, e sepultavas os mortos eu oferecia tua oração a Deus (Tob 7, 12).
Que prova irrefutável de que os anjos estão encarregados de oferecer nossas
preces a Deus, servindo, deste modo, de intermediários para nossa salvação.
Um passo
idêntico encontra-se no profeta Zacarias. Convém citá-lo, porque é impugnado
pela ignorância protestante: E o anjo do
Senhor replicou e disse: Senhor dos exércitos, até quando deferirás tu o compadecer-te
de Jerusalém e das cidades de Judá, contra os as quais te iraste? Este é já o
ano septuagésimo. Então o Senhor, dirigindo-se ao anjo que falava em mim
disse-lhe boas palavras de consolação (Zac 1, 12-13).
Nova
objeção protestante: “Em Zacarias, dizem eles, não há nada que se refira ao
culto dos anjos e dos santos... É bom que o leitor confronte as citações, para
ver como os padres tratam a escritura!” Seria ingenuidade de criança, se não
fosse perversidade obcecada.
Se o texto
citado não prova a intercessão dos santos e anjos, com que palavras então é
preciso exprimir a tal intercessão, para torná-la compreensível? Vemos aqui um
anjo recorrer a Deus, implorá-lo pedir misericórdia para Jerusalém. E Deus,
ouvindo o anjo, diz-lhe palavras de consolação, e quais são estas palavras?
O profeta
no-las transmite: Portanto, isto diz o Senhor, continua o vidente, voltarei para Jerusalém com entranhas de
misericórdia: e a minha casa será edificada, diz o Senhor dos exércitos... As
minhas cidades ainda hão de ser cheias de bens, e o Senhor ainda consolará
Sião, e ainda escolherá Jerusalém (Zac 1, 16-17). Eis a súplica, e eis a
resposta. O anjo intercede... e Deus atende a sua súplica.
E os
protestantes têm a coragem de dizer que em Zacarias não há nada que prove a
intercessão dos anjos.
Há aí a
mais bela e a mais positiva das provas, que um espírito sincero possa desejar.
Entre
muitas outras palavras de força com probatória igual, citemos ainda o seguinte
do Novo Testamento: É São João que conta a visão do Apocalipse. Depois disto vi quatro anjos que estavam
sobre os quatro ângulos da terra, detendo os quatro ventos da terra, para que
não soprassem sobre a terra, nem sobre o mar, nem sobre árvore alguma. E vi
outro anjo que subia da parte do oriente, tendo o selo de Deus vivo; e clamou
em alta voz aos quatro anjos, a quem fora dado o poder de fazer mal à terra e
ao mar, dizendo: Não façais mal à terra e ao mar, nem às árvores, até que
assinalemos sobre a sua fronte os servos de Deus (Apoc 7, 1-3).
Que nos mostra
esta passagem? Um anjo intercedendo pelos justos, para que estes não sejam
atribulados junto com os maus. O anjo pede e é atendido, apesar de o Senhor já
ter dado o poder de fazer o mal à terra, ou de castigar os seus habitantes.
Pobres
protestantes, que se obstinam em confundir o que é tão claro, e em rejeitar o
que está mil vezes repetido na bíblia. A bíblia é a vossa condenação, e é com
ela que o Juiz supremo vos dirá um dia: Julgo-te pela tua própria boca, servo mal (Lc 19, 22).
As
Sagradas letras estão cheias de fatos exuberantes que compravam quanto é
agradável a Deus a veneração dos seus enviados
e dos seus santos.
Inúmeras
graças ali se contam que foram concedidas a muitos infelizes, pelo patrocínio
dos santos e dos anjos.
XI. Onde está a idolatria?
Moisés,
Elias, Eliseu, São Pedro, São Paulo acalmam tempestades, limpam leprosos,
ressuscitam mortos, operando como intercessores entre Deus e os homens; e
prostrados diante de si, tiveram as turbas maravilhadas pelos prodígios que
eles realizavam em nome do Senhor, a quem invocavam como amigos e servos
beneméritos.
Eram
idólatras as multidões que veneravam a tais santos? Cometeram, acaso, uma
abominação perante Deus? Mas, então, como é que eles alcançavam as graças
pedidas?
Ao
contrário, vemos a cada passo, no Antigo e Novo Testamentos, os severíssimos
castigos com que Deus pune os que menosprezam os seus santos.
Ora, se
não é idolatria a veneração dos profetas, dos justos, dos santos vivos, por que
haveria de ser dos santos mortos?
Tão pouco
é verdade que o culto dos santos subtraia algo do que devemos a Deus. Singular
idéia!
Nova
objeção protestante... O pobre não cansa de pedir esmolas...nem o protestante
em fazer objeções.
Um deles,
com pretensões a sabichão, exclama: “Moisés, Elias, Eliseu, Pedro e Paulo foram
intercessores na vigilância de sua vida terrena, mas não são no céu!”.
Sempre a
mesma ignorância. Então o poder que Deus concede a seus santos, só pode ser
dado aqui na terra, e Deus não pode continuar a dar esse poder no céu?... Mas então onde está a
onipotência divina? Deus está limitado, neste caso, no exercício do seu poder.
Se Deus
pode agir diretamente neste mundo, por si mesmo, por que não pode,
indiretamente, por meio de seus santos e anjos? Que estranha lógica é esta?
Imagine-se
que venha alguém à vossa casa e não preste atenção à vossa mãe veneranda, nem
lhe preste as homenagens a que ela tem direito, que vos não afague os filhos,
nem ligue a menor importância aos vossos demais amigos; e que, interrogado
sobre tão absurdo procedimento, responda: “Assim o faço, desdenhando vossa mãe,
vossos filhos, vossos amigos, para nada subtrair à consideração que vos é
devida...” Não se diria com mais razão que o tal sujeito é o mais rematado
doido?
E,
todavia, outro não é o modo de se haverem os protestantes para com a Virgem e
com os Santos! Pobres protestantes, que procurais agradar a Deus, insultando a
Mãe Santíssima e os seus amigos!... É o cúmulo da loucura e da falta de bom
senso.
Muito ao
invés do que hereticamente ensinais, a veneração dos santos nada tira ao
supremo culto da Divindade; e antes redunda em maior glória de Deus o culto
inferior e subordinado com que honramos aos que, neste mundo, tão bem o
souberam imitar e servir.
Não podia
faltar nova objeção protestante. O mal é inesgotável, como sendo a negação do bem. O mesmo sábio
protestante objeta depois: “Quem entra na minha casa deve respeitar a minha
família. É uma figura que ilustra as relações humanas. Perante Deus falha a
figura. Deus é Deus!” Pobre cegueira voluntária!
As
relações que existem entre os homens são a imagem das relações que existem
entre Deus e as criaturas, com a diferença de que elas são elevadas a uma ordem
superior, e a mais alto grau de perfeição. É sempre a consequência do mesmo
princípio. A glória coroa a graça, como a graça aperfeiçoa a natureza.
Por que é
que Deus se compara a um rei, Rex sum ego
(Jo 18, 37) senão para fazer-nos compreender o seu poder e o supremo domínio?
Por que se
compara ele a um pai: Si ergo Pater ego
sum (Mal 1, 6), senão para mostrar-nos a sua autoridade paternal, cheia de
vigilância e de bondade, e lembrar-nos que lhe devemos a honra que um filho
deve a seu pai? Se eu sou o vosso pai,
onde está a honra que me deveis?...Se eu sou vosso Senhor, onde está o temor
que me deveis?... (Mal 1, 6).
Por que
Deus se compara enfim a uma mãe, a um
amigo, a um benfeitor, a um bom pastor, ao bom samaritano, etc.? Como uma mãe acaricia os seus, assim vos
consolarei (Is 66, 13). Vós sois meus
amigos (Jo 15, 14). Passou fazendo o bem
(At 10, 11). Eu sou o bom pastor (Jo
10, 11).
Por que
emprega ele estes diversos nomes, senão para manifestar-nos os sentimentos
íntimos de seu coração e as relações que devem existir entre nós e ele?
“Deus é
Deus — diz o protestante —, e a figura falha”. Não falha nada... ao contrário:
a figura completa-se, eleva-se, e conserva a sua aplicação.
Se Deus é
rei, pai, amigo, benfeitor, bom pastor, ele quer que tais relações sejam
correspondidas por sentimentos correspondentes da nossa parte. Ele humaniza,
por assim dizer, as relações que devem existir entre ele e nós, e indica, pelas
relações, os sentimentos que devemos manifestar-lhe. Nova e esplêndida prova da
necessidade da intercessão, pois
todos estes termos exprimem a idéia de uma intercessão,
de uma proteção, de uma desvelo.
Não
objetem os cegos protestantes que só há um mediador, - Cristo Jesus. Isto é
velho demais; a idéia de um só mediador, principal,
não exclui a idéia de mediadores secundários,
assim como a idéia do presidente da república não exclui nem presidentes do
Estado, nem presidentes do município. Não somente não se excluem, mas se
reclamam, como hierarquia bem constituída.
Terminemos
aqui. Só um cego pode não ver, e um louco pode não compreender.
A
invocação de Maria SS., como sendo a criatura mais santa, que viu nascer o sol,
e pelos privilégios de que foi dotada pelo Altíssimo, merece todas as nossas
homenagens, pode e deve ser louvada, exaltada, orada.
XII. Resumo destas provas
Em resumo:
a Bíblia prova clara e expressivamente que os justos e santos da terra gozam de
um verdadeiro poder de intercessão junto de Deus, ocupam-se dos homens,
oferecem a Deus as preces dos homens, protegem os homens, etc.
Ora, como
supor uma tal intercessão e proteção, se nos fosse vedado dirigir-nos a eles,
invocá-los, orar-lhes? Seria ridículo supô-lo!
Os justos
e santos, como medianeiros secundários,
podem pois ser invocados, orados... E com mais razão pode e deve ser invocada a
SS. Virgem Maria, por ser a mais justa, a mais santa, a mais exaltada por Deus,
a mais elevada de todos os santos.
É o que
desejava provar, e creio ter provado bastante claramente, de um modo
irrefutável, para quem acredita na Bíblia e no bom senso.
É, pois,
bem claro e provado pela sagrada escritura que podemos e devemos invocar
aos santos e entre eles, de modo especial, à santa dos santos, à rainha dos santos.
No
evangelho de São Mateus (22, 30), Jesus Cristo ensina que os santos são como os anjos de Deus no céu. Ora, os anjos, diz
o mesmo evangelho, intercedem pelos homens. É Zacarias quem o afirma, dizendo
que o anjo intercedeu por Jerusalém
(Zac 1, 12-13) perto do Senhor dos exércitos.
O próprio
Jesus Cristo diz que haverá mais júbilo
entre os anjos de Deus, por um pecador que faz penitência, do que sobre noventa
e nove justos que não necessitam de penitência (Lc 15, 7). Os santos sendo
como anjos do céu (é Cristo que o diz) e os anjos alegrando-se pela conversão
do pecador, é claro que tal alegria é
maior ainda da parte de um santo, pois é irmão que luta na terra, como eles
lutaram. Alegrando-se, mostram que conhecem os homens e os acompanham com
interesse nas lutas da vida.
E se nos
acompanham, como não seria bom, lógico e até necessário invocá-los?
Os pais
seguem com o olhar os seus filhinhos, vigiando sobre eles, para socorrê-los em
caso de perigo.
Os santos
vigiam sobre nós... e na ocasião das tribulações e sofrimentos, não teríamos o
direito de implorá-los?...É simplesmente absurdo... É negar aos justos do céu o
que qualquer um faria na terra!
E se os
anjos e santos se interessam pela sorte dos homens, por serem amigos dos
homens, como recusar este carinho e esta vigilância a Maria Santíssima, que é a Mãe dos homens?
Já se viu
uma mãe desprezar o filho necessitado?
Já se viu uma mãe fechar o coração diante dos gritos angustiados do
filho que sofre?
Pobres
protestantes, como é duro, como é cruel, como é bárbaro, este vosso
protestantismo, e como ele contraria todas as leis da natureza e do coração... Longe de nós uma seita tão
bárbara e desumana!
O amor
quer a intimidade, a proteção, o
auxílio. Deus nos
ama, como um pai ama seus filhos, eis por que recorremos a ele.
Maria SS. nos ama, como uma mãe ama seus
filhos, eis por que podemos e devemos recorrer a ela, honrá-la e invocá-la!
Jesus ama a SS.Virgem; eis por
que ele atende todos os seus rogos e nada lhe recusa. O amor não sabe recusar!
Não é,
portanto, para admirar que Jesus Cristo tenha feito o seu primeiro milagre a
pedido da SS. Virgem, nas bodas de Caná, o que seria para admirar é se ele
tivesse dado à sua santa Mãe uma resposta ofensiva, como interpreta o ódio
protestante, quando, ao contrário, esta resposta é cheia de amor e de ternura. Quid mihi et tibi est, mulier? (Mah-li
valak) (Jo 2, 4). Isto é: “Deixai-me fazer, o teu pedido está
atendido, ó mulher bendita”. É como se dissesse: por que me pedes um
milagre? A senhora tem o poder de fazer milagres, faze-o, porque ainda não chegou a minha hora (Jo 2, 4).
A prova de
que tal é bem a sentido destas palavras é que Jesus opera imediatamente o
milagre, não o querendo fazer a SS.Virgem por humildade, em presença do seu
divino Filho.
XIII. Palavras do Evangelho
Rematemos
estas considerações pelo exemplo do anjo Gabriel e de Santa Isabel.
Se fosse proibido honrar e exaltar a SS.Virgem, o
primeiro violador desta proibição seria o próprio Deus que mandou saudar à
Virgem santa, pelo arcanjo São Gabriel.
O arcanjo,
por sua vez, é culpado: santa Isabel, inspirada pelo Espírito Santo (Lc 1, 41),
é culpada, como culpados são os dezenove séculos cristãos que nos precederam.
O céu e a
terra são culpados... Só os protestantes não o são, provando deste modo que não
são nem do céu nem da terra... Ora, fora do céu e da terra só existe o inferno!
Serão eles de lá?... Que castigo para o orgulho protestante!
Escute
este raciocínio, pobre amigo; é com ele que quero terminar esta primeira
resposta. É, ou não é permitido repetir as
palavras da sagrada escritura? Se não o é, não podemos orar a Deus, recitando o
“Padre Nosso”.
Se o é,
então vamos citar apenas umas palavras do Evangelho de São Lucas (1, 26-29): E estando Isabel no sexto mês, foi enviado
por Deus o anjo Gabriel a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré, a uma Virgem,
desposada com um varão, que se chamava José, e o nome da Virgem era Maria. E
entrando o anjo onde ela estava, lhe disse: Ave, cheia de graça, o Senhor é
convosco; bendita sois vós entre as mulheres. Eis um texto da Sagrada
Escritura, que peço examinar de perto e com bom senso.
Ave, cheia de graça, o Senhor é convosco; bendita sois entre as mulheres
(Lc 1, 28). Eis a prece dos
católicos: é a primeira parte da “Ave-Maria” recitada por eles, junto ao Padre
Nosso, e tão odiada pelos protestantes.
Orar não quer dizer simplesmente pedir,
invocar; significa também louvar, exaltar, defender ou advogar uma causa — orare causam, diz Cícero.
Orar não vem de adorar como dizem os
protestantes, mas de orare, isto é:
falar, expor – ars orandi, diz
Quintiliano.
Pois bem, nós
católicos oramos à Virgem Maria, com as próprias palavras do evangelho,
repetindo a saudação que lhe dirigiu, em nome do Altíssimo, o arcanjo Gabriel.
Será isso um mal? Neste caso o próprio São Gabriel é o primeiro culpado, pois
foi ele que, primeiro, orou à Virgem Maria...
Prova que São Gabriel
não era protestante, mas bom católico!
Mais tarde,
conta ainda o evangelho, Santa Isabel, inspirada pelo Espírito, orou também a
Virgem Maria, dirigindo-lhe estas belas saudações: Bendita sois vós entre as mulheres, e bendito é o fruto do vosso
ventre. E donde me vem esta dita que venha visitar-me a Mãe do meu Senhor?... E
bem aventurada sois vós que crestes, porque se hão de cumprir aquelas coisas
que vos foram ditas da parte do Senhor! (Lc 1, 42).
Eis, pois,
Santa Isabel a louvar e a exaltar a Virgem Maria, chamando-a Mãe do seu Senhor
ou Mãe de Deus, absolutamente como nós fazemos. Santa Isabel não era
protestante, como se vê, nem o Espírito Santo, que a inspirou. Se ela
enganou-se, foi o próprio Espírito Santo que se enganou. Felizes dos
protestantes, que estão acima de Deus e podem censurá-lo.
Logo depois, a
própria Virgem Maria, também inspirada pelo Espírito Santo, canta o seu sublime
Magnificat (Lc 1, 49), lançando aos
séculos vindouros esta estupenda profecia: Desde
agora todas as gerações me chamarão bem aventurada! Ora, chamar bem
aventurada, quer dizer aclamar, exaltar, glorificar, orar: é tudo a mesma
coisa! É o Espírito Santo que faz dizer isto a Virgem Maria... é pois uma ordem. Ordem de que? De exaltar, de orar
à Virgem Maria!
Pobre, dez
vezes pobre do protestante, que anda com a Bíblia debaixo do braço e não sabe o
que está dentro.
Eis, pois,
pela Sagrada Escritura, a ordem de orar à Virgem Maria; e os primeiros a
orar-lhe foram São Gabriel, Santa Isabel, o próprio Espírito Santo... prova,
repito-o, de que são bem católicos, e não protestantes, e que nós católicos
obedecendo à ordem do Espírito Santo de chamar
bem aventurada à Virgem Maria, estamos em companhia do próprio Deus,
enquanto os pobres protestantes estão francamente com a serpente maldita que
procurou em vão morder-lhe o calcanhar e cuja raça está em eterna inimizade com
a raça da mulher bendita que é a Virgem Maria.
XIV. Antiguidade do culto de Maria Santíssima
O querer
reformar o que todos os séculos passados têm praticado, como sendo lícito,
proveitoso e até necessário, é uma
pretensão que só pode caber a um orgulho sem limites, ou a uma loucura sem
remédio.
Há duas
maneiras de mostrar que a Santíssima Virgem foi sempre honrada e invocada.
A primeira
é citar textos dos santos e dos doutores, desde a época dos apóstolos, até aos
nossos dias. Isso é fácil, e tais textos encontram-se em todos os livros
escritos sobre a Santíssima Virgem[1].
Limitemo-nos
a umas duas passagens dos doutores dos primeiros séculos. Em 340, Santo
Atanásio, resumindo os dizeres de seus predecessores nos primeiros séculos, São
Justino, Santo Irineu, Tertuliano e Orígenes, exclama: “Todas as hierarquias do
céu vos exaltam, ó Maria, e nós, que somos vossos filhos na terra, ousamos
invocar-vos e dizer-vos: Ó vós, que sois cheia de graça, ó Maria, rogai por
nós!”.
Eis uma
outra passagem de São Cirilo de Alexandria, a alma e luz do Concílio de Éfeso,
em 431: “Ave, Maria, dizia ele diante da imensa assembléia, ave, Maria, Mãe de
Deus, tesouro venerável do universo, luz sempre ardente, coroa da virgindade,
cetro de verdadeira doutrina, templo indestrutível no qual encerrou-se aquele
que nenhum espaço pode conter! Vós, por quem a SS. Trindade é exaltada no mundo
inteiro! Vós, por quem o céu triunfa, por quem os anjos se alegram, por quem os
demônios são afugentados, por quem as criaturas decaídas readquirem a herança
celeste, por quem a verdade se estabelece sobre as ruínas da idolatria!...Quem
poderá dignamente louvar aquela que está acima de todos os louvores!”.
Percorrendo
estas linhas, parece ouvirem-se os acentos inflamados de um São Bernardo, de um
Santo Afonso ou de um São Luis Maria Grignon de Montfort.
E a voz
destes doutores é a voz da tradição cristã dos primeiros séculos, como é a voz
da Igreja de hoje. O culto
que nós professamos hoje é aquele que já professavam os primeiros cristãos
antes do Concílio de Éfeso.
Há outro
meio, mais simples e mais conciso: é o de recorrer aos monumentos dos primeiros séculos, que revelam, em todo o seu
esplendor, o culto da Virgem Santa, pelas imagens que nos legaram.
As
catacumbas são documentos históricos do cristianismo dos primeiros séculos.
Ora, nestas catacumbas encontram-se em toda parte imagens e estátuas da Virgem
Maria; prova de que tal culto existia no tempo dos apóstolos e foi por eles
praticado, ensinado e transmitido a posteridade.
Citemos
apenas o seguinte fato, que vale por todos os raciocínios. Os protestantes pretendem
que o culto de Maria não existia no principio do cristianismo. “É um erro e uma
invenção moderna”, dizem eles. Ora, as catacumbas de Roma foram visitadas há
poucos anos por um ilustre lente de Oxford. Chegando a uma sala subterrânea, o
ilustríssimo arqueólogo Rossi, que fazia as vezes de cicerone, disse ao tal
lente:
— Podereis
aproximadamente dar-me a data desta pintura?
— Acabo de
estudar as pinturas de Pompéia, disse o inglês, parece-me que esta é da mesma
época.
— Apoiado.
As pinturas de Pompéia são irmãs desta; por conseguinte, estamos em frente de
um trabalho do primeiro século. Agora reparai bem, Senhor.
Dizendo
isto, o sábio Rossi colocou sua tocha acesa perto do mosaico, mostrou ao lente
de Oxford uma belíssima imagem da Virgem Maria, com o Menino Jesus nos braços.
“De quem é esta imagem?” perguntou o Sr. Rossi.
— É um
retrato de Maria, responde o lente.
— Pois
bem, faz apenas três meses que esta galeria estava cheia de areia, porque o uso
dos primeiros cristãos era tapar as galerias à medida que se enchiam de
túmulos. Eis então um monumento da Igreja primitiva, atestando a antiguidade do
culto da Santíssima Virgem.
O lente
ficou calado por muito tempo; depois, erguendo a cabeça, disse esta palavra,
que resumia todas as peripécias de uma luta interior, sustentada no segredo da
alma: Antiqua superstitionum semina.
Velhas sementes de superstições.
— Não
apoiado, dizei, antes, com São Cipriano, - redarguiu o ilustre arqueólogo, — dizei
antes: Tenebrae sole licidiores. Ó
trevas das catacumbas, mas deslumbrantes do que o sol!
XV. A voz de Lutero
Terminemos
a resposta à primeira objeção, pela voz insuspeita de Lutero: A Santíssima
Virgem foi honrada e invocada deste o princípio do cristianismo, como provam as
numerosas imagens encontradas nas catacumbas e nos monumentos dos primeiros
séculos.
Os
primeiros escritores e santos falam dela com veneração e amor, excitando o povo
cristão a orar-lhe, a invocá-la, como
sendo a Mãe de Jesus Cristo e a Mãe dos homens.
O próprio
Lutero, antes da sua queda vergonhosa e sua lúbrica, honrava, amava, orava à
pura Mãe de Jesus, e escreveu sobre o seu culto páginas admiráveis, que até
hoje figuram como monumento de glória em honra da Mãe de Deus. “A Virgem Maria,
escreve o herege, dizendo que todas as gerações haverão de chamá-la bem
aventurada, quer dizer que o seu culto passaria de geração em geração, de tal
modo que não houvesse época nenhuma em que não ressoassem os louvores. É o que
ela exprime dizendo que doravante
todas as gerações hão de aclamá-la, isso é: Desde esta hora começa esta
corrente de louvores que deve estender-se a todas as gerações e à posteridade”.
Eis como o
próprio Lutero confessa que o culto da Virgem Santa começou na hora mesma em
que ela cantou o seu Magnificat...
Até lá era Virgem desconhecida, porém de
lá em diante ela há de ser a Virgem exaltada, louvada, orada, no universo
inteiro.
Não é,
pois, uma invenção de Roma, a de orar e louvar a SS. Virgem; é uma invenção divina, colocada, por Deus
mesmo, no berço do cristianismo, gravado em letras de fogo nos alicerces e na
abóboda da Igreja verdadeira, e isto antes mesmo que Cristo aparecesse
visivelmente neste mundo.
Ele está
ainda escondido no seio da Virgem Imaculada e antes mesmo que Ele exija a
adoração de sua pessoa divina, ele já exige a veneração daquela que lhe serve
de santuário e de Mãe!
É ele que
inspirava Maria SS., é ele que falava pelos seus lábios; é que ordena, como se
dissesse que não receberia a homenagem das criaturas, senão depois de elas
terem honrado aquela que Ele escolheu como Mãe...
É a primeira aplicação do adágio, hoje clássico: Tudo por Jesus, nada sem Maria.
Refleti
sobre isso, pobres protestantes, e se não quiserdes escutar a voz do sacerdote
católico, nem da Igreja, nem do Evangelho, escutai, pelo menos, a voz do vosso
próprio fundador, Lutero.
Conclusão
Terminemos
aqui a resposta da primeira objeção protestante. Pediram um texto: Tenho citado
mais de 50 textos probantes, e creio ter fechado todas as saídas do erro, de
modo que um protestante sincero e leal deve concluir necessariamente:
Sim,
devemos orar à Virgem Maria, isto é certo, é irrefutável, é provado.
1) Pelo bom-senso. — Porque as honras
prestadas aos pais redundam sobre o filho, consoante a Bíblia. Gloria filiorum patres eorum (Prov 18,
6). Os pais são a glória de seus filhos.
A glória de Jesus é a glória de sua Mãe, a Virgem Maria; honrar um é honrar
outro; recorrer a um é recorrer a outro, de modo que orar a Maria é orar ao
próprio Filho. O bom-senso nos indica
esta verdade.
2) A prova bíblica, que nos mostra
claramente que podemos, que devemos orar aos Santos, e recomenda recorrer a eles. Ide a meu servo Jó, diz Deus, e meu servo Jó orará por vós, e admitirei
propício a sua face (Jó 42, 8).
3) Depois
temos: A prova do Evangelho, que nos
mostra em muitas passagens a necessidade de recorrer aos santos, e de
granjear-lhes a amizade. Granjeai-vos
amigos, para que quando venhais a precisar, vos recebam nos tabernáculos
eternos. (Lc 21, 9).
4) Vem
ainda: O exemplo do Evangelho; na
pessoa do arcanjo Gabriel, de Santa Isabel, assim como do próprio Salvador, o
qual, ao pedido da sua Mãe, operou o seu primeiro milagre nas bodas de Caná (Jó
2, 1).
5) Temos
ainda a prova da Antiguidade do culto
de Maria SS. que nos vem por caminho ininterrupto do tempo e do exemplo dos
próprios apóstolos, como o provam as numerosas imagens das catacumbas e da
antiguidade.
6) Por fim
temos: O testemunho do próprio Lutero,
o grande inimigo do catolicismo e da Virgem Maria.
Depois
destas provas, que pode responder um homem de bom senso, ou um protestante
sincero?...Nada! nada! absolutamente nada! Se ele é sincero, deve
necessariamente inclinar-se, bater no peito e dizer: estou errado... fui
iludido... e confesso que o culto dos santos, e sobretudo o culto da rainha dos
santos... da mais santa de todos os santos, é um culto, não somente lícito e razoável, mas imposto por Deus, fundado por Deus, e praticado por todos os séculos.
Não
tirando uma tal conclusão, deve então, em face do sol refulgente da verdade,
tapar ambos os olhos, e dizer: Vejo,
porém não quero ver! Vejo, porém não quero confessar que vejo. Neste caso é
um cego volunário, e contra tal mal não há remédios nem lógica possível. A
conclusão impõe-se, pois, com todo rigor: Podemos
e devemos orar à Virgem Maria! [2]...
É o que queria provar.
[1]
Este tema tem sido desenvolvido por nós, em o nosso livro “Por que amo Maria”,
Cap. II: Maria na Igreja.
[2]
Para tudo o que diz respeito ao culto de Maria SS. Pode o leitor consultar o
nosso livro: A mulher bendita, onde
estão refutados por extenso todos os erros protestantes sobre o culto da Virgem
Santíssima.
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