terça-feira, 19 de novembro de 2013

Tenhamos Compaixão das Pobres Almas! — 19 de Novembro: Via Sacra e o Rosário (Parte XX)



Nota do blogue:  Acompanhe esse Especial AQUI.

Tenhamos Compaixão das Pobres Almas!
30 meditações e exemplos sobre o Purgatório e as Almas
por Monsenhor Ascânio Brandão

Livro de 1948 - 243 pags
Casa da U.P.C.
Pouso Alegre




19 de Novembro

VIA SACRA E O ROSÁRIO


Para alívio das almas do purgatório, temos uma fonte de indulgências e de riquezas espirituais — é a Via Sacra. Esta meditação da Paixão e morte do nosso divino Redentor, nos lembra o Sangue Precio­síssimo derramado pela salvação das almas, e nos faz pedir pelo Sangue de Cristo a libertação do purgatório. Quanto alívio não trás às almas sofredoras uma piedosa Via Sacra! É uma devoção santificadora pa­ra nós e um sufrágio precioso para as pobres almas. Dizia São Boaventura: “Se quereis crescer de virtu­de em virtude, atrair para vossa alma graça sobre graça, entregai-vos muitas vezes ao exercício da Via Sacra”. A Paixão de Jesus Cristo é remédio para nossa alma pecadora, e este Sangue precioso cairá sobre as almas como doce refrigério.

Na Vida da V. Maria d’Antigna se conta que esta serva de Deus tinha o piedoso costume de fazer todos os dias a Via Sacra pelos defuntos. Depois, com outras ocupações e devoções, se descuidou des­ta. Um dia, uma religiosa do mosteiro, falecida há pouco tempo, lhe apareceu e lhe disse, gemendo: “Minha Irmã, porque não faz as estações da Via Sa­cra por mim e pelas almas como antes?”. Neste mo­mento apareceu-lhe Nosso Senhor: “Filha, disse-lhe o Salvador, estou muito triste com tua negligência.

É preciso que saibas que a Via Sacra é muito pro­veitosa para os defuntos, e eis porque permiti que esta alma viesse reclamá-la em seu nome e em nome das outras almas padecentes. É um sufrágio muito importante. É preciso tornar este tesouro mais co­nhecido em favor das almas”.

Desde esse dia, a serva de Deus se dedicou a es­te exercício e o propagou com muito zelo. Pelo me­nos às sextas-feiras, se possível, façamos uma Via Sacra pelos mortos. Como a Via Sacra, o Rosário é um tesouro dos mortos também.

Um dia, São Domingos pregava sobre a eficácia do Rosário em favor das almas sofredoras. Era nas planícies do Languedoc. Um homem incrédulo zom­bou do Santo. Naquela noite teve uma misteriosa visão. Via as almas se precipitarem nos abismos do purgatório e Maria Santíssima, com uma cadeia de ouro, as tirava do abismo e as punha em terra firme. Era uma imagem do Rosário, cadeia de ouro pela qual Nossa Senhora arranca do purgatório as pobres almas sofredoras.

Quantos prodígios faz o Rosário em favor dos seus devotos na vida, na morte e depois da morte no pur­gatório! Além do mais, o Rosário é um tesouro de muitas indulgências que podemos aplicar em sufrá­gio das pobres almas. Vamos rezá-lo sempre, nas horas vagas, pelas estradas, em toda parte, não per­camos o tempo. Aproveitemos para rezar muitos rosários pelas pobres almas. Temos tantos parentes e amigos e tantas almas queridas no purgatório! Va­mos aliviá-las com nosso rosário bendito!

Tenhamos Compaixão das Pobres Almas! — 18 de Novembro: O ato heróico (Parte XIX)



Nota do blogue:  Acompanhe esse Especial AQUI.

Tenhamos Compaixão das Pobres Almas!
30 meditações e exemplos sobre o Purgatório e as Almas
por Monsenhor Ascânio Brandão

Livro de 1948 - 243 pags
Casa da U.P.C.
Pouso Alegre




18 de Novembro

O ATO HERÓICO

Que é o “ato heróico”?


“É o ato que consiste em oferecer à Divina Ma­jestade, em proveito das almas do purgatório, todas as obras satisfatórias que fizermos durante a vida e todos os sufrágios que forem aplicados pela nossa alma depois da nossa morte”.

Tal é a definição autêntica deste ato aprovado oficialmente pela Igreja e indulgenciado. Chama-se heróico, porque realmente exige uma abnegação de todos os tesouros que possamos lucrar com nossas boas obras e contém uma renúncia de todos os su­frágios que oferecerem por nossa alma depois da nos­sa morte, em favor das almas do purgatório. Este ato há de ser feito, para ser válido, em perpétuo. É irrevogável na intenção de quem o faz. Não obriga sob pena de pecado. Se alguém, a quem faltou gene­rosidade ou teve receio de se privar de sufrágios de­pois da morte, quis de novo adquirir para si as suas obras satisfatórias, renunciou ao voto heróico, não comete pecado nem mortal nem venial.

Pelo ato heróico não renunciamos o mérito de nossas boas obras, isto é, o que nos dá nesta vida um acréscimo da graça e a glória no paraíso. Este  me­recimento é nosso e não o podemos perder nem dá-lo aos outros. O ato heróico é uma obra muito meritó­ria, e este mérito de uma obra tão bela e heroica não o podemos perder. Só o mérito do ato heróico quanto não vale para nossa alma! Este mérito não o perde­mos. Depois desta obra satisfatória, tudo o mais que fizermos será das almas do purgatório. Desde que fazemos o ato heróico, todas as indulgências que lucramos são das almas. Tudo que de bom possamos fazer e ter mérito e lucrar alguma coisa será do pur­gatório, direito e propriedade das almas. É uma re­núncia total. Só a indulgência plenária da hora da morte não pode ser oferecida para as almas e será nossa, porque não é aplicável aos defuntos.

O ato heróico não impede de rezar nas próprias intenções e pelos mortos. Quando fazemos um ato de penitência e de oração, por exemplo, recitando um terço de joelhos, há neste ato, para falar uma lin­guagem teológica, três frutos diferentes: um fruto meritório que não o podemos perder é o mérito pes­soal de quem o pratica — o valor satisfatório do ato que é a penitência, o sacrifício feito, e este é para as almas é do ato heróico — e finalmente, uma força impetratória que é da oração como oração. A oração é uma força e Deus prometeu ouvi-la. O ato heróico não nos impede utilizar a força impetratória da oração.

Quem faz o ato heróico é como um religioso que fez o voto de pobreza: tudo o que ganha não lhe per­tence. A diferença é que o voto de pobreza obriga em consciência e o ato não. O abandono que a alma generosa faz em favor das almas do purgatório é fei­to, em geral, por todas e nunca em favor de uma ou outra alma. O ato heróico não impede que se ore por esta ou aquela alma em particular e se ofereça a Nosso Senhor muito sufrágio pelos nossos mortos queridos.

Não pode tudo isto ser feito na oferenda geral que fizermos a Deus?

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