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Dono
de fina autoironia, capaz de rir dele mesmo e não se levar tão a sério como os
seus concorrentes, o imortal Carlos Heitor Cony foi direto ao ponto.
"Para
falar a verdade: estou ficando cheio das declarações dos principais candidatos
à presidência da República. São mais ou menos óbvias, e todos constituem um
Frankenstein de promessas, pedaços otimistas, mas na maior parte inviáveis,
eleitoreiras e até mesmo contraditórias".
Em
comum, Dilma, Marina e Aécio assumem "compromissos" variados, que
aumentam as despesas e diminuem as receitas, num país que já administra uma
dívida enorme e as contas nunca fecham.
Repórteres
que acompanham os candidatos até já deixaram de perguntar a eles "de onde
virá o dinheiro?", cada vez que enfieiram uma lista de benesses por
onde passam, como se fossem animadores de auditório, no melhor estilo Silvio
Santos ou Chacrinha.
"Vocês
querem mais saúde, mais escolas, mais bolsas, mais salários, mais carros e mais
mobilidade urbana (a expressão da moda nesta campanha), mais segurança, menos
serviço e mais refresco, aposentadorias alemãs, casa, comida e roupa lavada,
tudo sem aumentar os impostos? É fácil: votem em mim no dia 5 de
outubro".
As
promessas variam de acordo com a plateia, mas são sempre as mesmas nos horários
da propaganda eleitoral "gratuita" no rádio e na televisão. Fica até
difícil saber de que partido são e que diferença faz votar num ou noutro
candidato. Se marqueteiro decidisse eleição, terminariam todas empatadas.
Seria
tudo até muito engraçado, se não estivessem em jogo os destinos do país
nos próximos quatro anos.
*** *** ***
O título acima poderia servir bem não
só aos três presidenciáveis, mas a qualquer candidato a qualquer cargo ou
mandato, em qualquer região do país. É o popular "a solução sou eu".
Para fazer o que nossos candidatos já
prometeram, se somar tudo, o orçamento nacional teria que ser maior do que o
dos Estados Unidos e a população brasileira menor do que a do Uruguai.
Até pensei em dar uma folga aos
leitores neste primeiro domingo de primavera, a exatamente duas semanas das
eleições gerais, mas mudei de ideia depois de ler a coluna do Cony, na Folha,
sob o apropriado título "Saco de gatos", que exprime o que
também sinto nesta reta final da campanha.
Dono
de fina autoironia, capaz de rir dele mesmo e não se levar tão a sério como os
seus concorrentes, o imortal Carlos Heitor Cony foi direto ao ponto.
"Para
falar a verdade: estou ficando cheio das declarações dos principais candidatos
à presidência da República. São mais ou menos óbvias, e todos constituem um
Frankenstein de promessas, pedaços otimistas, mas na maior parte inviáveis,
eleitoreiras e até mesmo contraditórias".
Em
comum, Dilma, Marina e Aécio assumem "compromissos" variados, que
aumentam as despesas e diminuem as receitas, num país que já administra uma
dívida enorme e as contas nunca fecham.
Repórteres
que acompanham os candidatos até já deixaram de perguntar a eles "de onde
virá o dinheiro?", cada vez que enfieiram uma lista de benesses por
onde passam, como se fossem animadores de auditório, no melhor estilo Silvio
Santos ou Chacrinha.
"Vocês
querem mais saúde, mais escolas, mais bolsas, mais salários, mais carros e mais
mobilidade urbana (a expressão da moda nesta campanha), mais segurança, menos
serviço e mais refresco, aposentadorias alemãs, casa, comida e roupa lavada,
tudo sem aumentar os impostos? É fácil: votem em mim no dia 5 de outubro".
As
promessas variam de acordo com a plateia, mas são sempre as mesmas nos horários
da propaganda eleitoral "gratuita" no rádio e na televisão. Fica até
difícil saber de que partido são e que diferença faz votar num ou noutro
candidato. Se marqueteiro decidisse eleição, terminariam todas empatadas.
Fiquem tranquilos: qualquer que seja
o candidato vencedor, vamos ter mais de tudo e do melhor, a partir de 1º
de janeiro de 2015. A vida dos brasileiros será uma beleza, um passeio no
bosque.
A presidente Dilma Rousseff, prestes
a completar 12 anos de poder como ministra e depois presidente nos governos
petistas, agora até já admite que nem tudo está uma maravilha e ainda há
muito a fazer para melhorar a vida e diminuir as desigualdades no país, mas isso
só vai acontecer se ela for reeleita.
Única a apresentar um programa de
governo até agora, Marina Silva se vê obrigada a ir modificando seus planos de
acordo com a freguesia por onde passa. Como já constatou o filósofo
político José Simão, a candidata é ambientalista porque fala de acordo com o
ambiente em que está no momento, e defende as mudanças da "nova
política" porque está sempre mudando de ideia.
Em busca de uma boia de
salvação, Aécio Neves virou um verdadeiro candidato atleta, sempre
tentando pegar uma boa onda para surfar e sair chutando para qualquer lado as
bolas levantadas pela imprensa e por plateias ensaiadas, nem que seja para
prometer aos aposentados o fim do fator previdenciário criado por seu mestre e
mentor Fernando Henrique Cardoso.
Seria
tudo até muito engraçado, se não estivessem em jogo os destinos do país
nos próximos quatro anos.
Fonte: R7
Fonte: R7
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