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Luz nas trevas: respostas irrefutáveis às objeções protestantes
por Pe. Júlio Maria
por Pe. Júlio Maria
Livro de 1955 - 224 pag.
Editora VOZES
Petrópolis
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Pe. Júlio Maria Lombaerde |
CAPÍTULO I
O QUE É UM PROTESTANTE
A definição não é fácil, porque o protestantismo, pela sua
divisão e sua adaptação a todos os erros, é uma heresia que muda de forma e de
fundo, conforme a situação e os países onde se implanta. O sábio Webster
define-o, dizendo que um protestante é um cristão que protesta contra as
doutrinas e práticas da Igreja católica. Querendo definir a seita de Lutero, o
grande dicionarista não encontrou uma definição doutrinal positiva;
caracteriza-a por uma aversão comum. É que, como salientou o Pe. Leonel Franca, os
descendentes de Lutero não são irmãos, são conjurados. A sua unidade é o acesso
da unidade católica, é a unidade católica hostilizada.
A religião verdadeira é necessariamente uma coisa positiva,
tendo dogma, moral e culto, determinados e positivos.
É a nota distintiva da Igreja católica o ter os seus dogmas
positivos e divinos, o ter o seu culto majestoso e expressivo.
As outras seitas religiosas, embora falsas e de origem humana,
possuem entretanto certo número de ensinamentos positivos que constituem um
como fundamento dogmático; o protestantismo está muito abaixo de qualquer outra
seita e não possui nada de positivo; é uma negação de tudo o que afirma a
Igreja católica.
Quando a Igreja católica diz: sim! o protestantismo diz: não. –
quando Ela diz: não, o protestantismo clama: sim; de modo que o protestantismo
é a negação da doutrina católica.
O protestante, como bem diz o nome por que é conhecido, é um
homem que protesta.
Não se deve mais dizer: é um cristão; porque há protestantes
quem nem acreditam no batismo e não são batizados validamente, ficando
simplesmente pagãos.
É um homem que protesta contra a Igreja católica, contra o
ensino de Jesus Cristo, e, por cúmulo, protestam contra a palavra divina,
servindo-se desta mesma palavra.
Não acredita mais em Deus; só acredita na bíblia que ele torce,
interpreta, rasga, ou adora, conforme os seus caprichos.
Para ele, a bíblia não é mais um livro divino, cujo conteúdo é a
expressão da palavra divina; é um ídolo, que ele consulta como os antigos
agoureiros romanos consultavam o vôo dos pássaros para conhecer a vontade
divina, ou os astrólogos consultavam os astros para conhecerem o destino. O
nome mudou; a coisa ficou.
Em vez de consultarem as aves, como os romanos, ou os astros,
como os gregos, o protestante consulta a Bíblia, dando ele mesmo, ao texto, o
sentido de que precisa e que mais se adapta a seu capricho ou seu interesse.
Todo livro precisa de uma interpretação autêntica, feita por uma
autoridade competente senão é uma letra morta, e a letra morta só pode dar a
morte, enquanto o espírito da interpretação autêntica dá vida.
É o que clara e energicamente exprime São Paulo: “A letra mata e
o espírito vivifica" (2 Cor. 3,6). E ainda: Para que sirvamos em novidade de
espírito, e não na velhice da letra (Rm. 7,9). Os judeus estavam na velhice da
letra; Cristo trouxe a novidade de espírito e os protestantes rejeitam este
espírito.
Como tal os protestantes não tem dogma, tornando-se destarte em
vez de cristãos verdadeiros judeus.
Porque o dogma exige uma verdade contida na sagrada escritura, e
declarada autêntica pela autoridade competente.
O protestante tem a bíblia (embora falsificada e truncada),
porém não possui nenhuma autoridade superior, idônea para declarar uma palavra
ter tal sentido, e exprimir tal verdade. Não tem moral fixa, estável, porque
basta crer e fazer o que quiserem, como diz Lutero, o que exclui toda moral.
Não tem culto público, porque o culto é a expressão da crença e sendo a crença
individual, o culto igualmente deve ser individual.
Eis o protestante isolado, separado de tudo, sem dogma, sem
moral, sem culto, sem autoridade, sem regra de fé firme. Nada de positivo
nele... tudo é negativo: é um protestante: isto é, um revoltoso, um crítico, um
censor, um zombeteiro, que procura destruir sem nada edificar... que procura
arrancar a fé católica, para substituí-la pela revolta, pela negação, pelo
nada.
E como o protestantismo fica em pé? Tem um duplo apoio: a
ignorância e a revolta. Nos pastores tem outro apoio: o interesse, a ganância,
o lucro.
Cada pastor é um aventureiro, um verdadeiro explorador, que
procura viver e enriquecer-se à custa dos ignorantes.
Ele mesmo não acredita naquilo que ensina, porém é um meio
lucrativo de cavar a vida, de garantir o futuro e deixar um pecúlio aos filhos.
Os protestantes dividem-se em duas categorias:
1.º - Os ignorantes, iludidos e enganados pelos finórios que se
intitulam pastores.
2.º - Os pastores, enganadores, por interesse, verdadeiros
mercenários que enganam para ganhar a vida.
Os primeiros são vítimas, dignos de compaixão. Os segundos são
uns tratantes sem consciência que, para ganharem a vida, perdem as almas dos
incautos.
Dos primeiros, Deus terá talvez misericórdia; para os segundos
só pode ter anátemas, como os que dirigiu aos fariseus de seu tempo: Ai de vós,
hipócritas, que percorreis o mar e a terra para fazer um prosélito... e
depois... o fazeis filho do inferno, duas vezes mais do que vós (Mt. 12,15).
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