DESTAQUE
“Nos anos 50 (...) no Tibete (...) sete em cada dez cidadãos eram servos presos à propriedade. Se fossem flagrados fugindo, ganhavam castigos que iam de açoites à amputação dos pés, mãos, nariz, orelhas e olhos. Garotos serviam como escravos sexuais dos monges, que governavam o país e a justiça local. À frente desse sistema estava ninguém menos que Tenzin Gyatso, o grande líder espiritual, o ganhador do Nobel da Paz, o homem que ainda hoje percorre o mundo espalhando mensagens de sabedoria e é conhecido como sua santidade, o Dalai Lama.
No livro The Struggle for Modern Tibet (‘A Luta pelo Tibete Moderno’), o tibetano Tashi Tsering relata sua vida como drombo, um escravo sexual de um monge influente. Os monges tibetanos eram celibatários, o que na sociedade tradicional tibetana significava essencialmente abster-se do sexo com mulheres. Por isso os homens mais poderosos arranjavam jovens amantes – os mais requisitados eram os que atuavam em papéis femininos na ópera tibetana. Ou aqueles que faziam parte de equipes de dança, como Tsering. Ele próprio, que se diz heterossexual, garante que a prática era considerada natural no Tibete".
*** * ***
Leandro Narloch
INTRODUÇÃO
“Nos anos 50 (...) no Tibete (...)
sete em cada dez cidadãos eram servos presos à propriedade. Se fossem
flagrados fugindo, ganhavam castigos que iam de açoites à amputação dos pés,
mãos, nariz, orelhas e olhos. Garotos serviam como escravos sexuais dos
monges, que governavam o país e a justiça local. À frente desse sistema
estava ninguém menos que Tenzin Gyatso, o grande líder espiritual, o ganhador
do Nobel da Paz, o homem que ainda hoje percorre o mundo espalhando mensagens
de sabedoria e é conhecido como sua santidade, o Dalai Lama.
(...)
O Dalai Lama tinha
então 24 anos. Na década de 1960, hippies se voltaram ao Oriente em busca
de ensinamentos exóticos, e, assim, o líder vindo daquele país escondido e
elevado começou a se transformar no que o Ocidente esperava dele: um mestre
mundial da meditação e da paz interior. Sua luta justa contra a opressão
chinesa passou a estampar camisetas em todo o mundo, enquanto o passado negro
do Tibete foi sendo esquecido. Por isso é bom relembrá-lo, e uma boa
forma de fazer isso é mostrando como o Tibete independente não vivia de acordo
com os ensinamentos do Dalai Lama dos anos 2000.”
(...)
A IDEOLOGIA DA
REENCARNAÇÃO SUSTENTAVA A OPRESSÃO FÍSICA E O CATIVEIRO SEXUAL
“Nos mosteiros, os servos faziam
quase todo o serviço braçal, o que, muitas vezes, resultava em arrancar jovens
de suas famílias para enviá-los a trabalhos insalubres em lugares
distantes. Em 1940, por exemplo, o mosteiro de Drepung, o principal do
Tibete, com cerca de 7 mil internos, enfrentou problemas de abastecimento de
lenha para o chá que os monges bebiam diariamente. O problema foi
resolvido, obrigando-se 12 rapazes das famílias de servos a morar em tendas
numa montanha distante. Lá, tiveram de cortar e transportar lenha durante
dez anos, além de arranjar comida por conta própria.
Esse sistema se
fundamentava na visão do mundo dos tibetanos. Eles acreditavam em carma e
reencarnação. Qualquer penúria nesta vida seria uma punição pelas más
ações cometidas em vidas passadas. O sofrimento, portanto, não vinha da
opressão dos aristocratas ou do governo, mas de um castigo divino por atos em
vidas pregressas, dos quais o culpado não fazia a menor idéia. Para se
livrar do carma e ter mais sorte na vida seguinte, o melhor caminho era aceitar
o destino e ser obediente. Não havia razão para se revoltar contra os
senhores ou batalhar para ter uma vida melhor.
Nem por isso o
sistema era aprazível. O pior da vida dos servos era o vínculo eterno e a
subserviência permanente. Os senhores aplicavam punições, eram juízes em
disputas e controlavam cada movimento das pessoas sob seu domínio e proteção”.
(...)
Por essas e outras,
ver o Dalai Lama falando de igualdade e generosidade em palestras sustentáveis
deveria soar tão estranho quanto um senhor de escravos brasileiro alcançar fama
mundial pela luta contra a escravidão”.
(...)
Outra
característica que espantava os visitantes estrangeiros era a quantidade de
monges no Tibete. Em 1940, quando o país tinha cerca de 5 milhões de
habitantes, entre 10% e 20% dos homens eram monges celibatários vivendo em 250
monastérios. Os três maiores, ao redor de Lhasa, eram cidades que
abrigavam, no total, 20 mil religiosos. Na Tailândia, outro país em que o
budismo é expressivo, os monges representavam apenas de 1 a 2% da população
masculina.
Essa quantidade de
sacerdotes existia por dois motivos. O primeiro não era nada espiritual:
ingressar nos mosteiros era a forma mais fácil de escapar da servidão.
Bastava pedir autorização para o senhor das terras, que costumava concedê-la, e
pronto. Enquanto o cidadão permanecesse na ordem monástica, estava livre
de realizar trabalhos forçados e passava a ocupar uma atividade vista como uma
grande honra. Não é difícil imaginar a quantidade de tibetanos que
escolhia a vida religiosa para fugir do trabalho nas lavouras e o número maior
ainda de mães e pais que mandava seus filhos para um mosteiro buscando livrar
pelo menos um familiar daquela sina”.
(...)
O outro motivo é
que, entre tibetanos, a superioridade espiritual não estava na virtude ou na
capacidade intelectual dos monges, mas na quantidade de religiosos. Por
isso não era preciso ser aprovado em nenhum exame para entrar no monastério:
provas de erudição eram necessárias apenas àqueles que pretendiam ocupar cargos
administrativos. Até mesmo os analfabetos tinham lugar garantido, e era
preciso fazer algo bem grave para ser expulso, como matar alguém ou ter uma
relação sexual com uma mulher (mas não com homens).
(...)
No livro The
Struggle for ModernTibet (‘A Luta pelo Tibete Moderno’), o tibetano
TashiTsering relata sua vida como drombo, um escravo sexual de um monge
influente. Os monges tibetanos eram celibatários, o que na sociedade
tradicional tibetana significava essencialmente abster-se do sexo com
mulheres. Por isso os homens mais poderosos arranjavam jovens amantes –
os mais requisitados eram os que atuavam em papéis femininos na ópera
tibetana. Ou aqueles que faziam parte de equipes de dança, como Tsering.
Ele próprio, que se diz heterossexual, garante que a prática era considerada
natural no Tibete”.
OS CRIMES BÁRBAROS
DO BUDISMO
“A compaixão que o Dalai Lama
defende hoje tampouco era o forte do Tibete. Criminosos e servos que
tentassem fugir dos seus senhores ganhavam castigos não exatamente condizentes
com a idéia de direitos humanos. Os tibetanos acreditavam que as punições
deveriam ser breves, dolorosas e públicas.
(...)
Uma das leis
máximas do budismo tibetano é que não se devem matar seres vivos. Os
monges budistas evitam matar animais (até baratas) por acreditar que eles
poderiam ter sido gente em vidas passadas. Desse modo, não poderiam
condenar os prisioneiros à morte. Mas para tudo há um jeitinho. Um
deles era chicotear o condenado até que ficasse agonizante e então
liberá-lo. Uma inglesa que visitou a cidade de Gyantse em 1922
testemunhou um chicoteamento público de uma pessoa que depois foi forçada a
passar a noite no topo de uma montanha, onde congelou até morrer. A morte
era apenas questão de tempo, mas seria considerada “um ato divino”. Mesmo
quem concorda com essas punições para criminosos graves há de convir que elas
não combinam com mestres de tolerância e da compaixão.
Outras formas de
punição incluíam decepar mãos na altura dos pulsos, arrancar os olhos usando
tiras de couro de iaque e ferro quente, pendurar um prisioneiro pelos
dedões. Esses castigos parecem boatos criados pelos comunistas chineses
para justificar a invasão. Não são. Em diversos relatos de oficiais
ingleses e de outros estrangeiros que viveram no Tibete, há comentários sobre
pessoas com olhos arrancados e sem uma das mãos ou uma das pernas por terem
cometido crimes. Uma reportagem da revista americana Life, publicada em
1950, durante a invasão chinesa, exibiu relatos e fotos de açoites públicos e
de condenados presos pelo pescoço a tábuas de madeira, como se faz em bois para
atá-los a uma carroça. Os condenados dessa ocasião eram seis oficiais de
fronteira que atacaram, por engano, uma comitiva americana. Como um
americano foi morto, o governo do Tibete decidiu condenar os oficiais, de modo
que os americanos puderam acompanhar o método local de julgamento. O
antropólogo Frank Bessac, um dos membros daquela comitiva, contou à revista
Life:
‘Fui informado que
os seis oficiais haviam sido condenados e sentenciados pela corte
militar. O líder teria nariz e orelhas cortados. O homem que deu o
primeiro tiro também perderia as orelhas. O terceiro perderia uma orelha
e os outros levariam 50 açoites cada um. [...] Achei que essa punição era
severa demais, então perguntei se poderia ser aliviada. Meu pedido foi
aceito, e os homens que seriam mutilados foram condenados a 200 chibatadas.’
Apesar da freqüência
de relatos como esse, a imagem que ficou dos monges tibetanos é a oposta.
Um exemplo é o filme Sete Anos no Tibete, em que Brad Pitt interpreta o
austríaco Heinrich Harrer, um alpinista refugiado no Tibete durante a Segunda
Guerra. O Dalai Lama trava amizade com o estrangeiro e pede que ele o
ajude na construção de um cinema no país. Quando as obras começam, o lama
vai visitar o local, mas decide interromper a construção. As obras de
fundação estariam machucando as minhocas do terreno. Pelo visto, as
minhocas não eram culpadas por nenhum crime”.
(Guia Politicamente Incorreto da História do Mundo, São Paulo, Leya, 2013, pp. 209-220)
Fonte: Catolicismo e Conservadorismo
(Guia Politicamente Incorreto da História do Mundo, São Paulo, Leya, 2013, pp. 209-220)
Fonte: Catolicismo e Conservadorismo
Se você não está familiarizado com os comentários do Luiz Gonzaga de Carvalho Neto, sobre o budismo, eu gostaria de mencionar que há certo entendimento de que a reencarnação no budismo não é o mesmo que no espiritismo, é um conceito essencialmente diferente.
ResponderExcluirTambém eu achei muito desagradável a visão de que os conceitos religiosos, como a reencarnação, servem a propósitos políticos e humanos; isso nas religiões, é acidental. Em religiões pagãs se matava o rei ou líder, o próprio povo, como oferenda sacrificial, e essas religiões eram por isso mesmo satânicas. Eu quero dizer que é bom enfatizar que as religiões são feitas por demônios, não por homens.
Quero ressaltar que o Budismo Tibetano é diferente das outras formas de Budismo mais populares, pois o primeiro sofreu forte influência do Xamanismo/Paganismo Tibetano, enquanto o Budismo Zen e Chan conhecido no Ocidente foi influenciado pelo Taoismo.
ResponderExcluirsendo como dizem, o cristianosmo antigo com suas práticas de tortura e perseguição foi bem parecido, tbm, encaravam ( alguns antigos critãos)encaravam a escravidão como algo normal, assim como diziam que o negro não tinha alma e os animais tbm sofriam, eram mau tratados e como "não tinham alma " podiam ser tratados como os donos quisessem, São Francisco , foi um dos poucos a mostrar o cristianismo como amor a tudo que Deus fez e foi perseguido. lutero tbm, esse último ficou indignado com a venda de indulgências e critiou abertamente e foi perseguido, se não fosse Lutero não teríamos as bíblias em nossas línguas hoje.
ResponderExcluirNão sou a favor do comunismo, tanto que sou total apoiador da extrema direita emergir no Brasil pra acabar com movimentos gays, sem terra sem teto ou de qualquer cunho da esquerda. Mas essa escravidão sexual contra meninos e meninas no Tibet somente foi interrompida após a tomada da China no território. Uma prática que era totalmente apoiada pelo santíssimo Dalai Lama que vomita moral mundo afora. Como toda história: existe o outro lado que ativistas sequer lêem ou fazem de conta que não sabem por benefícios próprios; tal como os atores falidos e sem talento do Brasil que fazem campanha pró Dilma e Lula apenas pra terem o salário da Lei Rouanet onde recebiam sem fazerem nada. Dalai Lama era um pedófilo e apoiava pedófilos estupradores de meninos e meninas em nome da religião podre deles.
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