DESTAQUE
A 14 de julho
encerrou-se a discussão, levando os louros do triunfo o Dr. Eck, como o próprio
Lutero depois declarou em uma carta a Melanchton: ‘Eck tem as vantagens: ele
triunfa e reina. Estes leipziganos não nos saudaram, nem visitaram, mas nos
trataram como inimigos, enquanto acompanharam Eck em toda parte... para nossa
vergonha... aí está todo o drama: começou mal e acabou pior... discutimos mal.’
(Enders: corr. II, 85, 20 de julho de 1519).
O conde Jorge de Saxe,
o povo de Leipzig, a universidade e os católicos hesitantes sentiram-se
fortalecidos em sua fé, mas Lutero, recolhendo-se sob a capa do seu amor
próprio ferido, se tornou cada vez mais intratável e grosseiro.
Ei-lo feito
definitivamente herege.
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A disputa entre Doutor Eck e Lutero |
Tendo falecido o imperador Maximiliano, em 12 de janeiro de
1519, foi só depois da eleição do seu sucessor, Carlos V (out. de 1519), que o
processo contra Lutero foi retomado. Nesse ínterim um novo acontecimento
patenteara a má vontade de Lutero: a discussão de Leipzig. Os erros de Lutero
foram-se espalhando com a repulsa de uns e a aprovação de outros. Em breve as
próprias universidades da Alemanha veriam as suas opiniões divididas, efeito
das dúvidas e discussões suscitadas.
O enfraquecimento da fé e o relaxamento da moral eram um
terreno propício para as novidades e revoltas.
As universidades de Wittemberg, Ingolstad e Leipzig
combinaram entre si um debate público para resolver a pendência. O lugar
escolhido foi o castelo do conde Jorge de Sax, em Leipzig. Ali deviam reunir-se
os representantes de cada partido. O salão de honra do castelo foi dividido em
duas partes destinadas às duas facções, com dois púlpitos no centro, um em
frente ao outro.
O grande teólogo John Eck, paladino invencível da religião
católica, com a idade de 43 anos.
Ilustre sacerdote que denunciou a fraude e o logro das
heresias. Ano de 1572.
A discussão teve início a 27 de junho de 1519 entre Carlostad
e Eck. O enviado de Lutero foi vergonhosamente vencido, não podendo provar as
suas teses, nem refutar as do seu antagonista.
Referindo-se, mais tarde, a esse fracasso, falou Lutero: ‘Em
Leipzig Carlostad recolheu vergonha em vez de honra, mostrando-se um miserável
polemista, com espírito tapado e tolo.’ (H. Boeckmer: Der Junge Luther 1929,
pág. 255). A impressão foi péssima para a pretensa reforma. Os partidários
chamaram Lutero para vingar a desfeita e soerguer a honra comprometida da nova
doutrina.
Em 4 de julho reencetou-se a polêmica, desta vez entre Lutero
e Dr. Eck. Tudo convergiu logo para a palpitante questão: a autoridade da
Igreja em matéria doutrina. Lutero havia opugnado as indulgências, proclamando
o valor supremo da Bíblia e a inutilidade das boas obras, mas não tinha ainda
opinião formada sobre a jurisdição da Igreja em questões de doutrina. Caiu em
contradição, titubeou, aderindo, publicamente às condenadas doutrinas de Huss,
rejeitando a autoridade da Igreja. O Dr. Eck refutou vitoriosamente as
asserções heréticas, e Lutero não fez papel mais brilhante do que o seu
representante vencido, Carlostad. Os ânimos dos sectários se exaltaram e vários
começaram a gritar contra as asserções católicas de Eck.
A 14 de julho encerrou-se a discussão, levando os louros do
triunfo o Dr. Eck, como o próprio Lutero depois declarou em uma carta a Melanchton:
‘Eck tem as vantagens: ele triunfa e reina. Estes leipziganos não nos saudaram,
nem visitaram, mas nos trataram como inimigos, enquanto acompanharam Eck em
toda parte... para nossa vergonha... aí está todo o drama: começou mal e acabou
pior... discutimos mal.’ (Enders: corr. II, 85, 20 de julho de 1519).
O conde Jorge de Saxe, o povo de Leipzig, a universidade e os
católicos hesitantes sentiram-se fortalecidos em sua fé, mas Lutero,
recolhendo-se sob a capa do seu amor próprio ferido, se tornou cada vez mais
intratável e grosseiro.
Ei-lo feito definitivamente herege.
LOMBAERDE, Pe. Julio Maria de. O Diabo, Lutero e o
Protestantismo. 2ª Ed. Manhumirim: O Lutador, 1950.
Fonte: Apologética Tradicional
Fonte: Apologética Tradicional
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