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É um Santo da Igreja Católica que nos
indica o exemplo a seguir quando os Fiéis são confrontados com um Prelado
rebelde que traz males à Igreja.
São João Gualberto não hesitou em
procurar obter o afastamento de um Prelado corrupto do seu tempo: foi a Latrão
(residência do Papa, quando ainda não se tinha criado o enclave do Vaticano)
pedir que o Arcebispo de Florença fosse afastado, por ser indigno do seu cargo.
O fundamento para o pedido de São João era ter o Arcebispo subornado com
dinheiro certas pessoas influentes, de modo a ser ele designado Arcebispo -
isto é, ele comprara o seu cargo eclesiástico, o que constitui um grave pecado
de simonia.
O que é que este acontecimento da
História da Igreja nos diz sobre a nossa atual situação? Mostra-nos que os
leigos têm o direito e o dever de se protegerem de Prelados que, transviados,
estão a causar males à Igreja e às almas devido ao seu comportamento desviante.
Neste tempo sem paralelo de crise na Igreja, dificilmente estaremos sozinhos na
busca - episódica - deste remédio que o Papa nos pode dar.
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O exemplo
de São João Gualberto
São João Gualberto, afresco de Neri di Bicci, Igreja da Santa Trindade, Florença. |
Porém, é
um Santo da Igreja Católica que nos indica o exemplo a seguir quando os Fiéis
são confrontados com um Prelado rebelde que traz males à Igreja.
São João
Gualberto viveu no século XII. Não é apenas um Santo; é também o fundador dos
Beneditinos Valombrosianos. A sua festa celebra-se a 12 de Julho no calendário
antigo. A heroicidade da virtude cristã de São João Gualberto fica demonstrada
por ele ter perdoado o assassino de seu irmão: encontrando-o um dia sem armas e
sem defesa num beco sem saída, São João Gualberto (que ainda nem sequer era
monge) sentiu-se movido ao perdão quando o outro, erguendo para ele os braços
em forma de cruz, lhe pediu misericórdia por amor de Cristo crucificado. E São João perdoou àquele homem, apesar de ter andado em sua busca com um bando de
soldados, a fim de executar vingança. Era Sexta-Feira Santa - foi então que São João Gualberto viu uma imagem de Cristo crucificado que, tomando vida, lhe
fazia com a cabeça um sinal de assentimento. Nosso Senhor transmitiu nesse
momento a São João uma extraordinária Graça especial que o levou a perdoar ao
assassino de seu irmão. Foi também esse momento de Graça que o levou a
tornar-se monge.
Como
vemos, São João Gualberto é o exemplo acabado do perdão de Cristo: quem pode
perdoar o assassino do seu irmão pode perdoar qualquer ofensa. Ele foi ainda um
homem de considerável importância na Hierarquia da Igreja, tendo conseguido
fundar um Mosteiro e uma Ordem de monges que ainda existe nos nossos dias. A
Ordem tinha - e ainda tem - a seu cargo uma igreja em Roma, a Igreja de Santa
Praxedes, onde foi descoberta nada mais nada menos do que a coluna a que ataram
Cristo para ser açoitado. É nesta igreja, mesmo ao virar a esquina da Igreja de
Santa Maria Maior, que se encontra uma pintura do Santo perdoando ao assassino
de seu irmão - evento claramente muito importante na História da Igreja.
No
entanto, para além da sua exemplar misericórdia cristã e da sua relevante
estatura na Igreja, São João Gualberto não hesitou em procurar obter o
afastamento de um Prelado corrupto do seu tempo: foi a Latrão (residência do
Papa, quando ainda não se tinha criado o enclave do Vaticano) pedir que o
Arcebispo de Florença fosse afastado, por ser indigno do seu cargo. O
fundamento para o pedido de São João era ter o Arcebispo subornado com dinheiro
certas pessoas influentes, de modo a ser ele designado Arcebispo - isto é, ele
comprara o seu cargo eclesiástico, o que constitui um grave pecado de
simonia.
Ora, não
tendo os funcionários do Papa em Latrão - inclusive São Pedro Damião - feito
nada para afastar esse Arcebispo, invocando uma suposta falta de provas, São João recebeu de Deus uma especial inspiração: como prova de que São João dizia a
verdade sobre o Arcebispo, Deus havia de dar um sinal. Um dos seus frades, o
Irmão Pedro, caminharia pelo meio de uma fogueira de onde emergiria
miraculosamente sem qualquer queimadura, em testemunho de que era verdadeira a
acusação de São João Gualberto contra o Arcebispo. Então o Santo chamou todo o
povo da cidade dizendo-lhes que fizessem uma enorme fogueira com uma estreita
passagem pelo meio; e explicou-lhes qual a razão de tudo aquilo e o que iria
acontecer. Então o Irmão Pedro, sob santa obediência, passou pela estreita
passagem ardente e saiu, são e salvo, pelo outro lado; devido à sua grande Fé
foi o Irmão Pedro beatificado (celebrando-se a sua festa a 8 de Fevereiro no
Martirológio Romano). Quando os fiéis - leigos - viram este sinal milagroso,
ergueram-se todos à uma e expulsaram de Florença o Arcebispo: este teve de pôr
a sua vida a salvo; e o Papa teve de designar um digno substituto.
(...)
Conclusão:
O que é que este
acontecimento da História da Igreja nos diz sobre a nossa atual situação?
Mostra-nos que os leigos têm o direito e o dever de se protegerem de Prelados
que, transviados, estão a causar males à Igreja e às almas devido ao seu
comportamento desviante. Neste tempo sem paralelo de crise na Igreja,
dificilmente estaremos sozinhos na busca - episódica - deste remédio que o Papa
nos pode dar.
Fonte: Linhas Piedosas
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