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“Contra tais
insídias, apesar de tudo renovadas em toda época, não foi colocada obra melhor
em ação do que aquela de expor as sentenças que sob o véu da ambiguidade
envolvem uma perigosa discrepância de sentidos, assinalando o perverso
significado sob o qual se acha o erro que a Doutrina Católica condena” (Pio VI, Bula Auctorem Fidei, de 29 de Agosto de 1794).
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Papa Pio VI |
Raphael de la Trinité
A Igreja sempre condenou a tática empregada pelos hereges de procurar
introduzir erros sob a aparência de verdade, mediante o uso de fórmulas
ambíguas. Foi o que ensinou o Papa Pio VI, ao condenar o Sínodo de Pistoia:
"Eles [os Papas nossos
predecessores, os Bispos, e certos Concílios Gerais] conheciam bem a arte
maliciosa própria dos inovadores, os quais, temendo ofender os ouvidos dos
católicos, se esforçam por encobrir sob fraudulentos jogos de palavras os
laços das suas astúcias, a fim de
que o erro, escondido entre sentido e sentido (São Leão Magno.,
Carta 129 da edição Baller) [NOTA: Quer dizer, entre um sentido e outro], se insinue mais facilmente nos espíritos e
aconteça que — alterada a verdade da sentença por meio de
um curtíssimo acréscimo ou variante — o testemunho que devia dar a salvação, em consequência de uma sutil
modificação, conduza à morte. Se esta indesejável e falaz maneira de dissertar é viciosa em qualquer
manifestação oratória, de nenhum modo deve ser praticado num Sínodo, cujo primeiro mérito deve
consistir no adotar no ensino uma expressão de tal modo clara e límpida, que
não deixe espaço ao perigo de controvérsias. Porém, se no falar se engana, não se
pode admitir aquela dolosa forma de defesa [NOTA: Dolo é a vontade
conscientemente dirigida ao fim de obter um resultado criminoso ou assumir o
risco de o produzir] que se costuma aduzir e pela qual, quando tenha sido pronunciada
alguma expressão por demais dura, providencia-se para que se encontre a mesma
explicada mais claramente em outra passagem, ou até mesmo corrigida, como se
esta desenfreada licença de afirmar e de negar a bel prazer, que sempre foi uma
fraudulenta astúcia dos inovadores como cobertura do erro, não tivesse que
valer antes para denunciar o erro mais do que para justificá-lo: como se às
pessoas, particularmente despreparadas a afrontar casualmente esta ou aquela
parte de um Sínodo exposto a todos em língua vulgar, estivessem
sempre presentes as outras passagens a contrapor, e que ao confrontá-las cada
um dispusesse de tal preparo a reconduzi-las sozinho, a tal ponto de evitar
qualquer perigo de engano que difundem erroneamente. É danosíssima esta
habilidade de insinuar o erro que Nosso Predecessor Celestino (São
Celestino, Carta 13, n. 2, in Coust) descobriu nas cartas
do Bispo Nestório, de Constantinopla, e as condenou com duríssimo apelo. O
impostor, descoberto, repreendido e alcançado por tais cartas, com o seu
incoerente multilóquio, envolvia o verdadeiro com o obscuro e, confundindo de
novo uma coisa com outra, confessava aquilo que havia negado ou se
esforçava em negar aquilo que tinha confessado.
Contra tais insídias, apesar de tudo renovadas em toda época, não foi colocada obra melhor em ação do que aquela de expor as sentenças que sob o véu da ambiguidade envolvem uma perigosa discrepância de sentidos, assinalando o perverso significado sob o qual se acha o erro que a Doutrina Católica condena” (Pio VI, Bula AuctoremFidei, de 29 de Agosto de 1794).
Contra tais insídias, apesar de tudo renovadas em toda época, não foi colocada obra melhor em ação do que aquela de expor as sentenças que sob o véu da ambiguidade envolvem uma perigosa discrepância de sentidos, assinalando o perverso significado sob o qual se acha o erro que a Doutrina Católica condena” (Pio VI, Bula AuctoremFidei, de 29 de Agosto de 1794).
Há poucos anos, Dom
Schneider, (então) bispo auxiliar de Karaganda, sugeriu ao então Papa Bento
XVI a redação de um Syllabus que condene infalivelmente aqueles que, segundo
alguns — com os quais, aliás, não concordamos — seriam [apenas] “os erros de interpretação
do Concílio Vaticano II”.
De qualquer modo, um empenho
dessa natureza não seria de molde a clarear os horizontes, conforme o
ensinamento de nosso Divino Redentor: "Seja o vosso falar:
sim, sim; não, não. Tudo o que disso passa procede do maligno" (Mt V,17)?
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