domingo, 29 de dezembro de 2013

A necessidade de um Concílio para viabilizar o plano da religião mundial



Nota do blogue: Alguns, mal informados, desorientados ou mal-intencionados (procurando “tapar o sol com a peneira”) poderão alegar que o texto abaixo se trata de folclore, ou “contos da carochinha”.

A gravidade do relato, contudo, clama por uma resposta séria: contra fatos há argumentos?

Será inidônea ou tendenciosa a documentação citada?

Por acaso a visão retrospectiva dos episódios narrados não se coaduna, dolorosamente, com o que vemos?

Ao leitor com siso, a palavra!



*** * ***






A síntese e o histórico da conspiração contra a Igreja Católica Romana. Nada mais, nada menos.


O luciferiano Roca* revelou, em 1889: “Uma imolação se prepara, alguém expiará solenemente. O papado sucumbirá: morrerá sob o cutelo sagrado que os padres do último concílio forjarão” (Glorioso Centenário, pp. 462 – 469).
Creio que o culto divino, assim como é regido pela liturgia, cerimonial, ritual, e preceitos da Igreja Romana, sofrerá em breve, num concílio ecumênico, uma transformação que lhe restituirá a venerável simplicidade da idade de ouro apostólica, colocando-o em harmonia com o estado da consciência e com a civilização moderna (Roca: “O Padre Gabriel e sua Noiva”, citado por P. Virion em “Mistério da Iniquidade”, Ed, S. Michel, 1967, p. 33).
O teósofo, depois antropósofo, Rudolf Steiner, antigo discípulo da maga russa Helena Petrovna Blavatsky[1], escreveu a esse respeito, em 1910: “necessitamos de um concílio e de um papa que o convoque” (Mons. Rudoif Graber, “Sant’Atanasio e la chiesa del nostro tempo”, Ed. Civiltá, 1974, p. 43). Será o concílio que dará nascimento à nova igreja. Alice Bailey, fundadora do Lúcifer Trust, organização teosófica e satanista que opera junto à UNESCO, vaticinou, em 1919, o surgimento de uma “igreja Universal”, cujo perfil definitivo aparecerá lá pelo fim do século, (textual!) (Alice Bailey, “Esteriorizzazione della gerarchia”, Ed. Nuova Era, Roma, 1958, p. 476) e que “conservará a aparência exterior com o objetivo de conseguir os vultosos recursos que são habituais nos negócios eclesiásticos” (ibidem). “Não haverá dissociação, – precisa, ainda, A. Bailey -, entre a única Igreja Universal, a Loja Sagrada de todos os verdadeiros maçons, e os círculos mais estreitos das sociedades esotéricas” (ibidem p. 478). Dessa maneira, conclui ela, “os objetivos e a obra das Nações Unidas morrerão, e uma nova igreja de Deus, saída de todas as religiões, e de todos os grupos espirituais, porá fim à grande heresia da separação” (Alice Bailey, Il destino delle Nazioni, Ed. Nuova Era, Roma, 1988. p. 155), (Citado pelo doutor Cario Alberto Agnoli. op. cit.). O Vaticano II foi, pois, preparado esperando encontrar o personagem que o convocaria.

Uma tentativa vitoriosa: João XXIII, o homem que convocou o Concílio
a) Uma eleição programada 
O boletim maçônico “Lês échos du Surnaturel” (Ecos do Sobrenatural) publicou, no seu número de Dez 1961 – Jan 1962, o testemunho de um autor conhecido por suas muitas obras: “No que tange ao Concílio, escrevi ao cardeal Roncalli (antigo núncio em Paris, do qual era conselheiro), em 14 de Agosto de 1954, para anunciar-lhe sua eleição futura (ao papado), e para pedir-lhe um encontro, durante as férias, no seu país natal, a fim de estudar seu primeiro trabalho… o Concílio.
Eu enfatizava: “Poderíeis refletir sobre tudo isto, porque não há tempo a perder. Quando da ascensão ao trono pontifício, o plano deverá se cumprir instantemente, e surpreender todos os políticos”.
Com esse mesmo propósito, os franco-maçons, desde 1954, tinham dito a Mons. Roncalli que aprendesse línguas, porque seria o próximo papa eleito por eles, e, portanto, convinha que se preparasse para o papado (B. O. C. n° 52, Mai 1980, p. 9). Nesse mesmo ano, 1954, em agosto, Jean-Gaston Bardet, “da Tendência Esotérica Cristã”, escreveu ao patriarca Roncalli, então em vilegiatura na sua cidade natal de Sotto il Monte: (Bardet) “Não somente lhe predisse que se tornaria papa, mas adivinhou, também, o nome que tomaria quando fosse eleito” (Hebblethwaite, “Jean XXIII, le pape du Concile”, Centurion, 1988, p. 279). Bardet foi a Veneza onde encontrou Roncalli, repetiu-lhe as previsões e disse-lhe, segundo Capovilla (secretário de João XXIII), que seu pontificado seria marcado por “intervenções doutrinais e reformas disciplinares” (Sodalitium, n° 33: “O Papa do Concílio”, 1954 – 1958, 10a parte, p. 37).

Por que a franco-maçonaria se movimentou em 1954?

“No fim do ano de 1953, Pio XII se encontrava muito cansado, e seus afazeres espirituais estavam a cargo do padre Bea[2], seu confessor; muito culto, porém ecumenista furioso. Como se verificou mais tarde, pode-se dizer, com certeza, que Pio XII estava entregue, de corpo e alma, a não boas mãos; chegando até mesmo seu sobrinho, Carlo Pacelli, a se perguntar se seu tio não tinha sido vítima de uma tentativa de envenenamento. (Antônio Spinosa, “Pio XII, o último Papa”, Mondadori, Milão, 1992, p. 342). Mas, o Senhor protegeu, miraculosamente, o corpo e a alma de Pio XII. O prazo que ganhou permitiu-lhe cumprir dois atos extremamente importantes; a canonização de Pio X e o afastamento de Montini. De 26 de janeiro a 16 de fevereiro de 1954, gravemente enfermo, Pio XII não pôde alimentar-se pelos meios naturais. No outono ocorreu a recaída, e seu estado ficou quase desesperador.
Em 2 de dezembro, Pio XII confidenciou ao Mons. Tardini: “Eu vos digo, os outros poderão pensar que se trata de alucinações de doente. Ontem, pela manhã, ouvi, claramente, uma voz (claríssima) que disse: “Agora vem uma visão”. De fato, ninguém veio. Esta manhã, durante a Missa que eu assistia, vi, por um instante, o Senhor. Foi somente por um instante, mas eu o vi bem…” (Chélini, “L’Eglise sous Pie XII”, Ed. Fayard, 1989, vol. II, pp. 513 – 514). Pio XII tinha pensado que o Senhor viera buscá-lo, em resposta à sua prece: “In hora mortis meae, voca me (“À hora da minha morte, chamai-me”). (Oração “Anima Christi”, que se encontra no início dos Exercícios Espirituais de Sto. Inácio). Jesus, ao contrário, o tinha curado, concedendo à Igreja mais quatro anos de prazo (Sodalitium, n° 33: “Le pape du concile”, 10a parte, 1954 – 1958, p. 37).
Pio XII escreveu, então, sua Carta ao Monsenhor José Clemente Maurer, Arcebispo de Sucre em 13 de agosto de 1954, onde disse: “No mundo de hoje, repleto de ciladas e perigos, são muitos os que lutam encarniçadamente a fim de espalhar o erro entre os fiéis. Uma propaganda audaciosa, aberta e sorrateira, se infiltra entre os católicos, com o objetivo de afastá-los da sua fidelidade a Cristo e à verdadeira Igreja, e, ao mesmo tempo, arrancar a fé das suas almas, infelizmente, ao lado daqueles que defendem, corajosamente, suas crenças, são numerosos os que a abandonam”.
Roncalli, insensível à doença do Papa, comparou sua própria saúde à de Pio XII, minada, cuja morte profetizara quatro anos antes…
Escreveu, então, que o Papa “… subitamente, parecia estar à morte; rapidamente sarou para recair em seguida. Eu tinha pouca confiança em que o Santo Padre conseguisse se curar, a despeito de tantos remédios, médicos e despesas. Sua vida é um milagre, porém, os milagres, como sabes, duram pouco tempo”. (Hebblethwaite, op. cit, p. 281).
Mons. Roncalli deveria, assim, aguardar seu conclave até o fim do ano de1958[3].
Façamos uma parada para observar um personagem chave: Dom Lambert Beauduin. Trata-se de um monge belga que, às vésperas da 1.a Guerra Mundial, no momento em que se firma, cada vez mais, na Igreja Católica, um movimento humanista, deu a última demão no esquema maçônico da “futura” reforma litúrgica visando a criação de uma “missa nova”, síntese da heresia modernista. Ele foi, também, um dos “profetas” do ecumenismo que triunfou no Concílio.
As iniciativas rasteiras de Dom Lambert Beauduin acabaram chocando Pio XI, que reagiu condenado suas teses na Encíclica “Mortalium Animos”, em 1928. Aliás, ele trabalhou na sombra, secretamente. Desde 1924 estava ligado, por laços de amizade, ao Mons. Roncalli.
Como se fez essa amizade? Ignora-se, mas Roncalli mandou tirá-lo da cátedra no Ateneu de Latrão, por causa das suas propostas “modernistas”.
A amizade entre esses dois homens tornou-se fiel, e, com a noticia da morte de Pio XII[4] “… o velho Dom Lambert Beauduin, com 85 anos, (confessou ao Pe. Boyer, n. d. r.): “Se elegessem Roncalli, disse-nos, tudo estará salvo: ele seria capaz de convocar um concílio e consagrar o ecumenismo”. Fez-se silêncio, depois a velha malícia voltou, com uma piscada de olho: “Confio, disse-nos, que teremos outra chance; os cardeais, na maior parte, não sabem o que vão fazer. São capazes de votar nele”. (Louis Bouyer: “Dom Lambert Beauduin, um homme d’Eglise”, Costermann. 1964, pp. 180-181).
Franco Bellegrandi, ex-Camareiro de Capa e Espada de S. Santidade, e colaborador do “Osservatore Romano”, escreveu, em 1977, um livro intitulado “Nichitaroncalli”, publicado em 1994, cuja apresentação pública, em Roma, provocou um certo alarme na imprensa nacional porque, entre os presentes, encontrava-se o cardeal Sílvio Oddi.
Nessa obra ele conta o que viu e ouviu no Vaticano. Foi assim que, em setembro de 1958, pouco antes do Conclave, o autor recebeu estas confidências:
“Estava no carro com um personagem que eu sabia ser uma alta autoridade maçônica em contacto com o Vaticano. Este me disse: ‘O próximo papa não será Siri, como corre em certos círculos romanos, porque é um cardeal muito autoritário. Será eleito um papa de conciliação. Já foi escolhido: o patriarca de Veneza, Roncalli. Surpreso, repliquei: ‘Escolhido por quem?’ ‘Por nossos maçons representados no Conclave’, respondeu-me serenamente. Voltei, então: ‘Há maçons no Conclave?’ ‘Certamente’, respondeu-me, a Igreja está em nossas mãos’. Repliquei novamente: Então, quem comanda a Igreja? Após um breve silêncio, meu interlocutor foi preciso: ‘Ninguém pode dizer onde se encontra a cabeça. A cabeça está oculta”.
No dia seguinte, o conde Sella (de uma família muito conhecida na Itália, n. d. r.) escreveu um documento oficial, que hoje se encontra guardado no cofre-forte de um notário, contendo o nome completo desse personagem, bem como sua perturbadora declaração; completo, com data e hora. (“Nichitaroncalli”, p. 62, Ed. Eiles, Roma).
Às vésperas do Conclave que o elegeria, Mons. Roncalli, quase certo da vitória, no entanto, não cruza os braços. No dia anterior, 24 de outubro, convocou, nada menos que Giulio Andreoltti, o conhecido político italiano que foi indicado, pela viúva Calvi, como sendo o verdadeiro chefe da loja P2, para informá-lo, com os circunlóquios diplomáticos, sua próxima eleição. (Ibidem p. 395)” (Doutor Carlo Alberto Agnoli, op. cit.).
“Quando Roncalli falou com Andreotti, o Patriarca (por pouco tempo somente) foi, no entanto, tão claro quanto podia: “Que… este seria o novo papa, o compreendi, claramente, desde a primeira manhã do Conclave, poucas horas antes da mudança do cardeal, de Domus Mariae, Via Aurélia, para o Vaticano. Na noite da véspera, – prosseguiu Andreotti – Mons. Capovilla tinha me telefonado informando que o Patriarca desejava me ver”. Então, o político italiano passou a lembrar-se das suas velhas relações com Roncalli, e a amizade deste com o modernista Buonoiuti. Por fim, voltou à sua conversa com o Patriarca. E foi este que quis falar do Conclave: ”Todos nós dizemos: eu não, eu não. Mas, as flechas do Espírito Santo deverão acertar alguém… Eu recebi uma mensagem de congratulações do General De Gaulle, mas isto não significa, de fato, que os cardeais franceses votarão nesse sentido. Sei que eles gostariam de eleger Montini, o que seria excelente; mas, não é possível transpor a tradição de se escolher entre os cardeais…”. Eis o comentário de Andreotti: “Escutei com estupor, e com um certo embaraço. Compreendi, então, que Roncalli estava certo de ser eleito pelo Conclave” (Giulio Andreotti: “A ogni di Papa. I papi che ho conosciuto”, Biblioteca Universale Rizzole, 1982, pp. 65 – 66″. (Sodalitium n° 33: “Le pape du Concile”, 1954-1958, p. 39).
Antes de sua entrevista com Andreotti, Mons. Roncalli escreveu duas cartas: uma ao bispo de Bérgamo, Mons. Piazzi, em 23 de outubro; a outra, ao bispo de Faenza, Giuseppe Battaglia, em 24 do mesmo mês.
Ao primeiro, anunciou o “novo Pentecostes” que se faria “na renovação do chefe”. Acrescentou: “Pouco importa que o novo papa seja ou não originário de Bérgamo (como ele, n. d, r.) Vossa Excelência me compreende? (Pe. Hebblethwaite, op. cit., p. 308).
Quanto à carta ao bispo de Faenza, esta teve por objeto, proibir, expressamente, o sobrinho de dom Batista Roncalli, encardinado nessa diocese, de vir a Roma naqueles dias! Seria dar uma desagradável impressão de nepotismo! Mas, após a eleição, claramente anunciada; “Quando souberdes que devo render-me às flechas do Espírito Santo, expressas através da vontade comum de todos os que aqui se encontram reunidos… o sobrinho poderá, então, vir a Roma… felicitar o tio”.
Roncalli recomendou que, por enquanto “naturalmente, nenhuma palavra sobre isto a quem quer que seja”(Pe. Hobblethwaite, op. cit., p. 308),
Esse desígnio transparece, também, numa carta do cardeal Tisserant, de 12 de Março de 1970, na qual faz uma alusão significativa à eleição “programada” de João XXIII: “… A eleição do soberano Pontífice atual foi rápida. A precedente, a de João XXIII, é que seria discutível, posto que as sessões foram muitas. Eu não sei, aliás, como informações sobre o escrutínio puderam ser dadas por alguém após o Conclave. O segredo foi imposto com mais clareza do que nunca. É de todo ridículo dizer-se que um cardeal qualquer tivesse sido eleito. Compreendeis que não posso dizer mais. Com meus melhores votos…” (Fotocópia da carta publicada no livro de Franco Bellegrandi, op. cit., p. 30)
Numa outra carta, o cardeal Tisserant declara a um padre que ensinava direito canônico, que a eleição de João XXIII é ilegítima, porque foi desejada e preparada por forças estranhas ao Espírito Santo. (“Vita”, 18 Set 1977, p. 4: “Le profezie sui papi nell’ elenco di San Malachia”). Estas cartas confirmam que a eleição de João XXIII foi bem “programada”.
A imagem que surge deste caso não é a de um homem simples, ou sobretudo simples, como o julgou o cardeal Heenan (Pe. Hebblethwaite, op. cit., p. 394), mas a de um personagem muito dedicado em construir para si mesmo um pedestal.
b) Quem era Ângelo Roncalli?
Na sua juventude, encontram-se elementos que demonstravam as inclinações modernistas de Roncalli. Foi co-discípulo do célebre modernista italiano Buonaiuti, condenado nominalmente por isso. No seminário, usava como livro de história o do Prof. Turchi, de tal forma impregnado de modernismo, que acabou sendo chamado à ordem. Depois, suspeito de ortodoxia duvidosa, foi vetada sua nomeação para a cadeira de História Escolástica no Seminário Romano. (Lorenzo Bedeschi, Paese Será, 13/12/1972)[5].
“Da sua juventude sacerdotal, na década de [19] 10, manteve relações particulares com os príncipes italianos, há muito excomungados por espoliar bens da Igreja” (E. Lebec: “Histoire secrète de la diplomatie vaticane”, A. Michei, 1997, p. 147).
“Durante a 2a Guerra Mundial, os serviços secretos britânicos criaram uma seção denominada “o MI 5″, sob as ordens de Churchill. Este órgão foi encarregado do trabalho na área do ocultismo, a fim de desestabilizar o III Reich por meio de um ritual mágico. ‘Amado ressalta que ritual ocorreu em presença de personagens tais como Ian Fleming[6], e com a benção do bispo Ângelo Roncalli, iniciado[7] na seita dos iluminados na TURQUIA[8] (…) Aliás, sobre sua cruz peitoral, ele ostentava o símbolo dos llluminati: um olho aberto no centro de um triângulo… Isto se passou num obscuro bosque de Sussex, no inicio do ano de 1941’” (Pesquisa sobre a existência de anjos rebeldes, de Edward Brasey, p. 259, Filipacci).
Em 1983, foi publicado no México um livro intitulado: “Introdução à Franco-Maçonaria”. Seu autor, Jaime Ayala Ponce, era Iniciado do grau 33 do rito escocês, membro ativo do Conselho supremo, principal escritor maçônico mexicano”, nos diz na apresentação do livro:
“Em 1935, Ângelo Roncalli, arcebispo de Mesembria, é delegado apostólico na Turquia. A vida não é fácil para ele. Com a guerra, assim como outros padres e religiosos, ele veste-se civilmente. É justamente nessa época que foi convidado a ingressar numa sociedade herdeira dos ensinamentos Rosa-Cruzes, à qual Louis Claude Cagliostro deu tanta força… Píer Carpi, um jornalista pesquisador sério, denunciador desses tipos, membros das sociedades secretas, iria descobrir, no curso das suas pesquisas, as provas escritas da filiação maçônica de Ângelo Roncalli na Turquia. Este grande jornalista nos relata no seu livro o procedimento de filiação, e descreve, detalhadamente, o seu ritual. Ele relata que foi durante uma dessas sessões numa loja que Ângelo Roncalli caiu em transe místico, e enunciou suas famosas profecias… Quem quiser se aprofundar nessa história, e conhecer melhor essas sociedades, pode procurar nas livrarias a obra “Les prophéties de Jean XXIII, de Píer Carpi. (Existe uma edição brasileira, e Píer Carpi é maçom (n. d. t.).
[...] na obra intitulada “Introdução à Franco-Maçonaria [referida linhas atrás], Jaime Ayala Ponce relata que, há alguns anos, o célebre maçom Prof, A. Sierra Partida quis publicar, nos jornais nacionais, uma cópia da ata de entronização numa loja de Paris, na qual constava que os profanos Ângelo Roncalli e Giovanni Montini tinham sido levados nesse mesmo dia [?] a serem iniciados nos augustos mistérios da confraria. Entenda-se que a imprensa recusou-se a publicar a matéria, e assim, o próprio professor fez copias que distribuiu nos círculos maçônicos do país.
[...] “No Congresso Mundial da Maçonaria, México, outubro de 1982, circulou entre os assistentes uma prece [...]
“Prece do papa João XXIII, publicada no “Jornal de Genebra”, na sua edição de 9 de Agosto de 1966, traduzida do italiano para o português e transcrita no “Diário do Congresso Nacional”, em 4 de Março de 1971, por requerimento do senador Benedito Ferreira:
“Senhor e Grande Arquiteto, nós nos humilhamos aos teus pés e pedimos teu perdão por nosso erro passado, já que estamos em vias de reconhecer nossos irmãos franco-maçons como teus fiéis prediletos. Sempre lutamos contra o livre-pensamento porque não tínhamos compreendido que o primeiro dever de uma religião, como afirmou o Concilio, é reconhecer o próprio direito de não crer em Deus. Perseguimos todos aqueles que, na tua própria Igreja, se encontravam afastados do caminho da Verdade, inscrevendo-se nas Lojas, ignorando todas as injurias e ameaças.
Sem refletir, acreditávamos que um sinal da Cruz era superior a três pontos formando uma pirâmide. Por tudo isto te pedimos perdão, Senhor, e suplicamos fazer-nos compreender que um compasso, sobre um novo altar, pode significar tanto quanto um crucifixo. Amém (Revista Medio Dia em Punto, Mar – Abr 1978) (“Sous la Bannière” n° 22, Mar – Abr 1989, pp. 23 – 24).
Em 1949, Mons. Roncalli disse, entre outras coisas a respeito da Maçonaria; “Na realidade, o que é que nos separa? Nossas idéias? Na verdade, é pouca coisa”. (Barech, “Eglise Catholique e franc-maçonnerie”, conclusão).
No livro do Pe. Rosário Esposito “As Grandes Concordâncias entre Igreja e Maçonaria”, lemos o texto de uma entrevista concedida pelo barão Yves Maussardon a André Faucher (Omitimos os extratos dessa entrevista, pois já foram relatados no estudo “Bem-Aventurado João XXIII, do “Le Sel de la terre”, constante deste dossiê, (n. d. t.)).
Esses contactos com a Franco-Maçonaria não ficaram sem consequências: João XXIII facilitou a revogação da excomunhão dos maçons, que foi ultimada por João Paulo II no Novo Código de Direito Canônico de 1983. A pertença à Franco-Maçonaria, bem como a adesão ao Modernismo, ou ao Comunismo, não figuram mais na lista das posições punidas com excomunhão.
c) A eleição de Roncalli tranquiliza as Lojas
Ângelo Giuseppe Roncalli foi eleito, aos setenta e sete anos, na tarde de 28 de outubro de 1958, no 11.° escrutínio, e tornou-se João XXIII!
Essa eleição agradou ao velho amigo de Mons. Roncalli, o franco-maçom Marsaudon, que escreveu: “Tivemos, primeiro que tudo, a enorme alegria de receber, em 48 horas, a confirmação da recepção das nossas respeitosas felicitações. Foi, para nós, uma grande emoção, mas, para muitos dos nossos amigos foi um sinal”. (Yves Marsaudon: “L’oecumènisme vu par um franco-maçom de tradition”, Vitiano, Paris, 1964, p. 4).
Apenas eleito, João XXIII recebeu as mais vivas felicitações do grão-rabino de Israel Isaac Hersog, do “arcebispo” anglicano Geoffroy Fischer[9], e de Paul Robinson, presidente das Igrejas Federadas, bem como do chefe da “Igreja Ortodoxa Russa”, o patriarca Aléxis.
“Os protestantes americanos desejaram que o papado (de João XXIII) levasse a um melhor entendimento entre os cristãos e todos os homens de boa-vontade” {Sodalitium, n° 34: “O Papa do Concílio”, 10.a parte: o início do pontificado de João XXIII, p. 55).
Ao saber da eleição ao Soberano Pontificado do seu antigo colega em Paris, Burkardt escreveu a um íntimo, Max Richter, a carta seguinte, da qual extraímos alguns trechos significativos: “… a crença (de Roncalli) nos milagres, o respeito pelo Sagrado não são o seu forte. É um deísta e racionalista, com grandes tendências a se pôr a serviço da Justiça Social… Ele mudará muitas coisas, a Igreja não será mais a mesma”. (Bonum Certamen n° 122, revista do Pe. Mouraux, p. 7).
No seu livro “Cristianismo e Maçonaria”, Léon de Poncins escreveu: “Com o surgimento de João XXIII, e das novas concepções do ecumenismo, houve, bruscamente, como que uma explosão. Viu-se surgir uma floração de obras consagradas à Franco-Maçonaria e uma porção de escritores, historiadores, filósofos, jornalistas, políticos, conferencistas, trabalhando cada qual na sua especialidade, em favor da reconciliação da Igreja Católica com a Franco-Maçonaria. Teve-se, claramente, a impressão de uma campanha internacional, metodicamente orquestrada pelo centro impulsionador que estava na França” (pp. 14 – 15).
d) Roncalli abre o caminho para Montini e aumenta o número de prelados modernistas que “decidirão” o Concílio
Uma vez eleito, João XXIII executou uma estratégia que levaria àquilo que chamou de ”aggiornamento”, a Revolução na Igreja.
A fim de fazer isto era preciso, antes, preparar o caminho para Montini. e adormecer a vigilância da Cúria, especialmente do Santo Ofício.
Desde antes da sua eleição, às vésperas do Conclave, a jornalista alemã Elisabeth Gerstner informou, claramente, em meados de outubro de 1958, num artigo intitulado “Zur Toddesstunde Pius XII”, publicado no jornal alemão “General Anzeiger für den Nieder – Rhein”, que no próximo Conclave o patriarca de Veneza, o cardeal Roncalli, seria eleito e abriria o caminho para o futuro Paulo VI.
Bem antes de sua eleição, Mons. Roncalli era ligado a Mons. Montini por uma velha amizade. Hebblethwaite escreveu:
“Montini torna-se, cada vez mais, seu confidente romano. Comunicam-se freqüentemente. Na sua correspondência, figura uma carta de Roncalli do dia da Páscoa de 1954, que nunca foi remetida, mas cujo rascunho foi, no entanto, cuidadosamente guardado. Capovilla pensa que era “muito auto-reveladora” (p. 274). “Durante todo esse período, Roncalli tornou-se, progressivamente, dependente de Montini, seu amigo muito influente” (p. 276). “Em 1954, um acontecimento desconsertou Roncalli: seu amigo Giovanni Battista Montini foi, subitamente, demitido das suas funções na Secretaria de Estado, e mandado, exilado, como arcebispo de Milão. Para falar francamente, essa nomeação significou que Montini foi expulso da Cúria Romana, após cerca de trinta anos em seu meio”. (Hebblethwaite, op. cit., p. 281).
Sodalitium comentou: “Mons. Roncalli estava perfeitamente consciente do seu papel de precursor do “Messias” Montini. Em 1956, em Pompéia, onde se encontravam, Roncalli, com um gesto de profunda humildade, insistiu em dar precedência a Montini. Este observou que a eles, Roncalli, cardeal e patriarca, cabia a honra. Roncalli respondeu-lhe: “O arcebispo de Milão merece esta atenção, já que um dia será papa”.
A primeira etapa do previsto pontificado de Montini era, pois, a eleição de Mons. Roncalli, suficientemente idoso para deixar, rapidamente, o lugar. A segunda etapa era a nomeação cardinalícia de Montini. E este foi o primeiro ato de João XXIII, que disse: “Montini, o primeiro fruto do nosso pontificado”, (Malachi Martin: I Gesuiti, Sugarco, ed. Milano, 1988. p. 312). Tratava-se, enfim de abrir os caminhos da sucessão. E Roncalli, no seu leito de morte, indicará Montini aos cardeais: “Para mim, meu sucessor será Montini. Os votos do Sagrado Colégio serão dele”. (Hebblethwaite, op. cit., p. 550). Roncalli, confidente de Mons. Montini (Hebblethwaite, op. cit., p. 274), disse ao último pelo telefone, logo após sua eleição: “Vossa Excelência tem o posto aquecido”[10].
“Para impor o “aggiornamento”[11], João XXIII precisava de um mínimo de consenso na Cúria Romana. Para tanto, convocou Mons. Tardini e ofereceu-lhe o cargo de pro-secretário de Estado. No encontro do dia seguinte, Mons. Tardini tentou esquivar-se, dizendo ao Santo Padre: “Que não queria servir sob suas ordens, porque uma política nova necessita homens novos; e, lembrei-lhe que, no passado, estive, frequentemente, em desacordo com ele (Hebblethwaite, op. cit, p. 320). Roncalli insistiu e mons. Tardini aceitou!” (Sodalitium, n° 34, “Le Pape du concile”, 11.a parte, p. 55).
Dois dias após sua eleição, em 30 de Outubro de 1958, nomeou cardeais: o último consistório datava de 1953. Faltavam dezessete chapéus para atingir o número de setenta, fixado pelo papa Xisto V.
Os dois primeiros nomeados foram; “… começando por Mons. Montini, e Mons. Tardini, como João XXIII escreveu no seu diário (Hebblethwaite, op. cit., p. 320).
Seguiram-se vinte e uma outras nomeações… ultrapassando, assim, o número fixado pela Tradição. Isto não bastou e, no consistório de 15 de dezembro, vinte e três novos cardeais foram escolhidos!
Elevar-se-iam os nomes de inimigos da Igreja, tais como König[12] e Döpfner. E não foi tudo: houve um outro consistório, em dezembro de 1959, com oito novos cardeais, e um terceiro, em 1960, que elevou o número de cardeais a oitenta e cinco! Graças a estas nomeações, os inimigos da Igreja foram elevados ao mais alto cume da Igreja.
Pio XII teve três consistórios em dezoito anos; João XXIII teria três em vinte meses! (Informações tiradas de Sodalitium, n.° 34. “O Papa do Concílio”, parte, p. 56).
Uma vez os piores inimigos e demolidores da Igreja, isto é, os modernistas, elevados ao cume da Igreja, o Concílio poderia ser lançado..,
O apóstata Renan[13] escreveu no seu livro “A Abadessa de Jouarre:” “As reformas religiosas serão feitas por personagens de dentro da Igreja, que promoverão um concílio… que imporá a degradação dogmática e disciplinar, favorável à integração desta no Ecumenismo das Lojas”.
Os textos dos iniciados anunciavam, tudo estava pronto para uma revolução neomodernista. Ela faria pressão às portas de Roma.
De sua parte, Pio XII recusou ser aquele que abriria as portas à Revolução. Ele pensou, de fato, em reunir um concílio; mandou, mesmo, preparar vários esquemas. Porém, seu olhar de águia não tardou em avaliar os perigos de um tal empreendimento: “Ouço, ao redor de mim, os inovadores, – disse Pio XII antes de ser eleito – que querem demolir a Sagrada Capela, destruir a flama universal da Igreja, rejeitar seus ornamentos, dar-lhe remorsos pelo seu passado histórico… Um dia virá em que o mundo civilizado negará seu Deus, a Igreja duvidará, assim como Pedro duvidou. Ela será tentada a crer que o homem tornou-se Deus, que Seu Filho não passa de um símbolo, uma filosofia como tantas outras, e, nas igrejas, os cristãos procurarão, em vão, a lâmpada vermelha onde Deus os espera, como a pecadora chorando diante do tumulo vazio: onde o puseram?…” (Mons. Roche: “Pie XII devant l’Histoire”, pp. 52 – 53).
Pio XII e João XXIII estavam a par, tanto um quanto o outro, dessa situação. Tomaram, no entanto, decisões diametralmente opostas. Isto porque, segundo Hebblethwaite, “aquilo que levou Pio XII a rejeitar a idéia de um concílio, foi o mesmo que conduziu João XXIII no seu julgamento de que era, mais do que nunca, necessário.” (Hebblethwaite, op. cit., p. 345).
João XXIII, que escolheu o nome de um antipapa, não hesitou em abrir as portas de Roma à Revolução anticristã. Ele conseguiu, graças a uma propaganda bem conduzida (daí as aclamações: o bom papa João”, “o bom cura camponês”, mas, também, [infelizmente para ele] “o simplório”, e, até mesmo, na Itália, “o papa vermelho” (il papa rosso), atrair as simpatias populares. Ele saberia bem aproveitar essa reputação[14].
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* – Nasceu em 1830, foi ordenado sacerdote em 1858, nomeado cônego honorário de Perpignan em 1869, viajou para a Espanha, onde residiu certo tempo e aderiu ao gnosticismo messianista. Viajou, também, aos Estados Unidos, Suíça e Itália. Acabou apostatando e dedicando-se ao anúncio de uma “divina sinarquia”.

[1] Madame Blavatsky foi uma das primeiras mulheres a atingir o grau 33 na Maçonaria mista. Fundou a teosofia, e é uma das maiores autoridades do mundo esotérico e ocultista. (Serge Hutin, “La Massonnería”, Mondadori, 1961, p. 147).
[2] Se Mons. Bugnini, franco-maçon e artífice da reforma litúrgica, teve livre acesso a Pio XII, quando este estava doente, é a Bea que ele deve. (Sodalitium n° 11, p. 11; e Annibale Bugnini, La Riforma Litúrgica” (1948 -1975) CLV Ed. Liturgiche 1983, p. 22).
[3] Chamamos a atenção do leitor para um fato de extrema gravidade: foi, precisamente, em 1958, que o ritual da “missa nova” foi experimentado em Taizé. Muitos católicos ignoram que a nova missa da “Igreja conciliar” é o ritual de Taizé (protestante), um ritual muito próximo do luterano. O Pe. Malachi Martin, conciliar, teve a honestidade de ressaltar que essa missa nova foi criada por protestantes, sob a direção de um franco-maçon, escolhido pelo iniciado Roncalli. Estamos longe da Santa Missa Católica.
[4] M. Martin escreveu: “É preciso reconhecer que Pio XII, esse último dos romanos, foi o primeiro, dentre eles, a concluir que a revolução estava iminente” (“Declínio e Queda da Igreja Romana”, Ed. Exergue, 1997, p. 274).
[5] Estas informações, e muitas outras, se encontram em Hebblethwaite, Giovanni XXIII, “II Papa Del Concilio”, Rusconi, Milão, 1989, pp. 62-65.
[6] Ian Fleming iria ser o autor do “super-homem” James Bond.
[7] Alguns leitores observaram que, segundo os documentos que citamos, Mons. Roncalli teria sido iniciado na Turquia ou em Paris. O fato dele ter sido iniciado em duas lojas diferentes não é nenhum absurdo.
[8] Os “Iluminati”, juntamente com Albert Pike, são os fundadores do rito paládico luciferiano, para o qual o Conselho dos Treze, que forma o poder oculto, recebe suas ordens diretamente de Lúcifer. A maioria das instruções foram recebidas em Charleston. Os “iluminati” controlam e ajeitam a Franco-Maçonaria.
[9] O “arcebispo” G. Fischer era franco-maçom. Cfm. Giordano Gamberini; ‘Mille volti di Massoni”, Roma, Erasmo, 1975, p. 229.
[10] Foi o que declarou a “30 Giorni”, de 5 de Maio 1992, o cardeal Silvio Oddi, ao qual João XXIII, em pessoa, havia confidenciado. A revista informou isto aos leitores num artigo dedicado às interferências das seitas no Conclave.
[11] A esse respeito, J. M. Jourdan escreveu: “Aqueles que, com toda a boa intenção, aumentaram desmensuradamente o aggiornamento e o ecumenismo, não podem ignorar que a Contra-Igreja os utiliza a fim de dar crédito, rapidamente, ao Anticristo” (Permanences, de dez 1965).
[12] A filiação maçônica de Franziskus König, arcebispo de Viena desde 1956, elevado a cardeal por João XXIII em 15 Dez 1958, artesão maior da eleição de Karol Wojtyla, é particularmente estalada. Roberto Fabiani, por exemplo, sempre bem informado, afirma, sem hesitar nem poupar palavras, que o cardeal König é maçom, e ressalta que ele está inscrito na loja secreta “Giustizia e Libertá”, da Maçonaria da Piazza dei Gesù. (R. Fabiani, Massoni in Itália, L’Espresso 1978, Farigliano, pp. 78 e 130).
[13] Após a publicação da Vida de Jesus, escrita por Renan, foi feita uma subscrição em todas as lojas belgas para oferecer-lhe uma pena de ouro” (Pe. Deschamps: “Les Societés Secrètes”, t. 2, 1881, p.61).
[14] Extraído de “L’Eglise Ecclipsée?”, Les Amis du Christ Roi, Edições Delacroix, B. P. 18-35430, Chateauneuf, França (E 21, 34).


Fonte: Isto é Católico

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