Nota do blogue: Alguns, mal informados, desorientados ou mal-intencionados
(procurando “tapar o sol com a peneira”) poderão alegar que o texto abaixo se
trata de folclore, ou “contos da carochinha”.
A gravidade do relato, contudo, clama por uma resposta séria:
contra fatos há argumentos?
Será inidônea ou tendenciosa a documentação citada?
Por acaso a visão retrospectiva dos episódios narrados não se
coaduna, dolorosamente, com o que vemos?
Ao leitor com siso, a palavra!
*** * ***
A síntese e o histórico da conspiração contra a Igreja Católica Romana. Nada mais, nada menos.
O luciferiano Roca* revelou, em
1889: “Uma imolação se prepara, alguém expiará solenemente. O papado sucumbirá:
morrerá sob o cutelo sagrado que os padres do último concílio forjarão”
(Glorioso Centenário, pp. 462 – 469).
Creio que o culto divino, assim
como é regido pela liturgia, cerimonial, ritual, e preceitos da Igreja Romana,
sofrerá em breve, num concílio ecumênico, uma transformação que lhe restituirá
a venerável simplicidade da idade de ouro apostólica, colocando-o em harmonia
com o estado da consciência e com a civilização moderna (Roca: “O Padre Gabriel
e sua Noiva”, citado por P. Virion em “Mistério da Iniquidade”, Ed, S. Michel,
1967, p. 33).
O teósofo, depois antropósofo,
Rudolf Steiner, antigo discípulo da maga russa Helena Petrovna Blavatsky[1],
escreveu a esse respeito, em 1910: “necessitamos de um concílio e de um papa
que o convoque” (Mons. Rudoif Graber, “Sant’Atanasio e la chiesa del nostro
tempo”, Ed. Civiltá, 1974, p. 43). Será o concílio que dará nascimento à nova
igreja. Alice Bailey, fundadora do Lúcifer Trust, organização teosófica e
satanista que opera junto à UNESCO, vaticinou, em 1919, o surgimento de uma
“igreja Universal”, cujo perfil definitivo aparecerá lá pelo fim do século,
(textual!) (Alice Bailey, “Esteriorizzazione della gerarchia”, Ed. Nuova Era,
Roma, 1958, p. 476) e que “conservará a aparência exterior com o objetivo de
conseguir os vultosos recursos que são habituais nos negócios eclesiásticos”
(ibidem). “Não haverá dissociação, – precisa, ainda, A. Bailey -, entre a única
Igreja Universal, a Loja Sagrada de todos os verdadeiros maçons, e os círculos
mais estreitos das sociedades esotéricas” (ibidem p. 478). Dessa maneira,
conclui ela, “os objetivos e a obra das Nações Unidas morrerão, e uma nova
igreja de Deus, saída de todas as religiões, e de todos os grupos espirituais,
porá fim à grande heresia da separação” (Alice Bailey, Il destino delle
Nazioni, Ed. Nuova Era, Roma, 1988. p. 155), (Citado pelo doutor Cario Alberto
Agnoli. op. cit.). O Vaticano II foi, pois, preparado esperando encontrar o
personagem que o convocaria.
Uma tentativa
vitoriosa: João XXIII, o homem que convocou o Concílio
a) Uma eleição
programada
O boletim maçônico “Lês échos du
Surnaturel” (Ecos do Sobrenatural) publicou, no seu número de Dez 1961 – Jan
1962, o testemunho de um autor conhecido por suas muitas obras: “No que tange
ao Concílio, escrevi ao cardeal Roncalli (antigo núncio em Paris, do qual era
conselheiro), em 14 de Agosto de 1954, para anunciar-lhe sua eleição futura (ao
papado), e para pedir-lhe um encontro, durante as férias, no seu país natal, a
fim de estudar seu primeiro trabalho… o Concílio.
Eu enfatizava: “Poderíeis
refletir sobre tudo isto, porque não há tempo a perder. Quando da ascensão ao
trono pontifício, o plano deverá se cumprir instantemente, e surpreender todos
os políticos”.
Com esse mesmo propósito, os
franco-maçons, desde 1954, tinham dito a Mons. Roncalli que aprendesse línguas,
porque seria o próximo papa eleito por eles, e, portanto, convinha que se
preparasse para o papado (B. O. C. n° 52, Mai 1980, p. 9). Nesse mesmo ano,
1954, em agosto, Jean-Gaston Bardet, “da Tendência Esotérica Cristã”, escreveu
ao patriarca Roncalli, então em vilegiatura na sua cidade natal de Sotto il
Monte: (Bardet) “Não somente lhe predisse que se tornaria papa, mas adivinhou,
também, o nome que tomaria quando fosse eleito” (Hebblethwaite, “Jean XXIII, le
pape du Concile”, Centurion, 1988, p. 279). Bardet foi a Veneza onde encontrou
Roncalli, repetiu-lhe as previsões e disse-lhe, segundo Capovilla (secretário
de João XXIII), que seu pontificado seria marcado por “intervenções doutrinais
e reformas disciplinares” (Sodalitium, n° 33: “O Papa do Concílio”, 1954 –
1958, 10a parte, p. 37).
Por que a
franco-maçonaria se movimentou em 1954?
“No fim do ano de 1953, Pio XII
se encontrava muito cansado, e seus afazeres espirituais estavam a cargo do
padre Bea[2], seu confessor; muito culto, porém ecumenista furioso. Como se
verificou mais tarde, pode-se dizer, com certeza, que Pio XII estava entregue,
de corpo e alma, a não boas mãos; chegando até mesmo seu sobrinho, Carlo
Pacelli, a se perguntar se seu tio não tinha sido vítima de uma tentativa de envenenamento.
(Antônio Spinosa, “Pio XII, o último Papa”, Mondadori, Milão, 1992, p. 342).
Mas, o Senhor protegeu, miraculosamente, o corpo e a alma de Pio XII. O prazo
que ganhou permitiu-lhe cumprir dois atos extremamente importantes; a
canonização de Pio X e o afastamento de Montini. De 26 de janeiro a 16 de
fevereiro de 1954, gravemente enfermo, Pio XII não pôde alimentar-se pelos
meios naturais. No outono ocorreu a recaída, e seu estado ficou quase
desesperador.
Em 2 de dezembro, Pio XII
confidenciou ao Mons. Tardini: “Eu vos digo, os outros poderão pensar que se
trata de alucinações de doente. Ontem, pela manhã, ouvi, claramente, uma voz
(claríssima) que disse: “Agora vem uma visão”. De fato, ninguém veio. Esta
manhã, durante a Missa que eu assistia, vi, por um instante, o Senhor. Foi
somente por um instante, mas eu o vi bem…” (Chélini,
“L’Eglise sous Pie XII”, Ed. Fayard, 1989, vol. II, pp. 513 – 514). Pio XII tinha pensado que o
Senhor viera buscá-lo, em resposta à sua prece: “In hora mortis meae, voca me
(“À hora da minha morte, chamai-me”). (Oração “Anima Christi”, que se encontra
no início dos Exercícios Espirituais de Sto. Inácio). Jesus, ao contrário, o
tinha curado, concedendo à Igreja mais quatro anos de prazo (Sodalitium, n° 33:
“Le pape du concile”, 10a parte, 1954 – 1958, p. 37).
Pio XII escreveu, então, sua
Carta ao Monsenhor José Clemente Maurer, Arcebispo de Sucre em 13 de agosto de 1954, onde disse: “No mundo de hoje, repleto de ciladas e
perigos, são muitos os que lutam encarniçadamente a fim de espalhar o erro
entre os fiéis. Uma propaganda audaciosa, aberta e sorrateira, se infiltra
entre os católicos, com o objetivo de afastá-los da sua fidelidade a Cristo e à
verdadeira Igreja, e, ao mesmo tempo, arrancar a fé das suas almas,
infelizmente, ao lado daqueles que defendem, corajosamente, suas crenças, são
numerosos os que a abandonam”.
Roncalli, insensível à doença do
Papa, comparou sua própria saúde à de Pio XII, minada, cuja morte profetizara
quatro anos antes…
Escreveu, então, que o Papa “…
subitamente, parecia estar à morte; rapidamente sarou para recair em seguida.
Eu tinha pouca confiança em que o Santo Padre conseguisse se curar, a despeito
de tantos remédios, médicos e despesas. Sua vida é um milagre, porém, os
milagres, como sabes, duram pouco tempo”. (Hebblethwaite, op. cit, p. 281).
Mons. Roncalli deveria, assim,
aguardar seu conclave até o fim do ano de1958[3].
Façamos uma parada para observar
um personagem chave: Dom Lambert Beauduin. Trata-se de um monge belga que, às
vésperas da 1.a Guerra Mundial, no momento em que se firma, cada vez mais, na
Igreja Católica, um movimento humanista, deu a última demão no esquema maçônico
da “futura” reforma litúrgica visando a criação de uma “missa nova”, síntese da
heresia modernista. Ele foi, também, um dos “profetas” do ecumenismo que
triunfou no Concílio.
As iniciativas rasteiras de Dom
Lambert Beauduin acabaram chocando Pio XI, que reagiu condenado suas teses na
Encíclica “Mortalium Animos”, em 1928. Aliás, ele trabalhou na sombra,
secretamente. Desde 1924 estava ligado, por laços de amizade, ao Mons.
Roncalli.
Como se fez essa amizade?
Ignora-se, mas Roncalli mandou tirá-lo da cátedra no Ateneu de Latrão, por
causa das suas propostas “modernistas”.
A amizade entre esses dois
homens tornou-se fiel, e, com a noticia da morte de Pio XII[4] “… o velho
Dom Lambert Beauduin, com 85 anos, (confessou ao Pe. Boyer, n. d. r.): “Se
elegessem Roncalli, disse-nos, tudo estará salvo: ele seria capaz de convocar
um concílio e consagrar o ecumenismo”. Fez-se silêncio, depois a velha malícia
voltou, com uma piscada de olho: “Confio, disse-nos, que teremos outra chance;
os cardeais, na maior parte, não sabem o que vão fazer. São capazes de votar
nele”. (Louis Bouyer: “Dom Lambert Beauduin, um homme d’Eglise”, Costermann.
1964, pp. 180-181).
Franco Bellegrandi, ex-Camareiro
de Capa e Espada de S. Santidade, e colaborador do “Osservatore Romano”,
escreveu, em 1977, um livro intitulado “Nichitaroncalli”, publicado em 1994,
cuja apresentação pública, em Roma, provocou um certo alarme na imprensa
nacional porque, entre os presentes, encontrava-se o cardeal Sílvio Oddi.
Nessa obra ele conta o que viu e
ouviu no Vaticano. Foi assim que, em setembro de 1958, pouco antes do Conclave,
o autor recebeu estas confidências:
“Estava no carro com um
personagem que eu sabia ser uma alta autoridade maçônica em contacto com o
Vaticano. Este me disse: ‘O próximo papa não será Siri, como corre em certos
círculos romanos, porque é um cardeal muito autoritário. Será eleito um papa de
conciliação. Já foi escolhido: o patriarca de Veneza, Roncalli. Surpreso,
repliquei: ‘Escolhido por quem?’ ‘Por nossos maçons representados no Conclave’,
respondeu-me serenamente. Voltei, então: ‘Há maçons no Conclave?’ ‘Certamente’,
respondeu-me, a Igreja está em nossas mãos’. Repliquei novamente: Então, quem
comanda a Igreja? Após um breve silêncio, meu interlocutor foi preciso:
‘Ninguém pode dizer onde se encontra a cabeça. A cabeça está oculta”.
No dia seguinte, o conde Sella
(de uma família muito conhecida na Itália, n. d. r.) escreveu um documento
oficial, que hoje se encontra guardado no cofre-forte de um notário, contendo o
nome completo desse personagem, bem como sua perturbadora declaração; completo,
com data e hora. (“Nichitaroncalli”, p. 62, Ed. Eiles, Roma).
Às vésperas do Conclave que o
elegeria, Mons. Roncalli, quase certo da vitória, no entanto, não cruza os
braços. No dia anterior, 24 de outubro, convocou, nada menos que Giulio
Andreoltti, o conhecido político italiano que foi indicado, pela viúva Calvi,
como sendo o verdadeiro chefe da loja P2, para informá-lo, com os circunlóquios
diplomáticos, sua próxima eleição. (Ibidem p. 395)” (Doutor Carlo Alberto
Agnoli, op. cit.).
“Quando Roncalli falou com
Andreotti, o Patriarca (por pouco tempo somente) foi, no entanto, tão claro
quanto podia: “Que… este seria o novo papa, o compreendi, claramente, desde a
primeira manhã do Conclave, poucas horas antes da mudança do cardeal, de Domus
Mariae, Via Aurélia, para o Vaticano. Na noite da véspera, – prosseguiu
Andreotti – Mons. Capovilla tinha me telefonado informando que o Patriarca
desejava me ver”. Então, o político italiano passou a lembrar-se das suas
velhas relações com Roncalli, e a amizade deste com o modernista Buonoiuti. Por
fim, voltou à sua conversa com o Patriarca. E foi este que quis falar do
Conclave: ”Todos nós dizemos: eu não, eu não. Mas, as flechas do Espírito Santo
deverão acertar alguém… Eu recebi uma mensagem de congratulações do General De
Gaulle, mas isto não significa, de fato, que os cardeais franceses votarão
nesse sentido. Sei que eles gostariam de eleger Montini, o que seria excelente;
mas, não é possível transpor a tradição de se escolher entre os cardeais…”. Eis
o comentário de Andreotti: “Escutei com estupor, e com um certo embaraço.
Compreendi, então, que Roncalli estava certo de ser eleito pelo Conclave”
(Giulio Andreotti: “A ogni di Papa. I papi che ho conosciuto”, Biblioteca
Universale Rizzole, 1982, pp. 65 – 66″. (Sodalitium n° 33: “Le pape du
Concile”, 1954-1958, p. 39).
Antes de sua entrevista com
Andreotti, Mons. Roncalli escreveu duas cartas: uma ao bispo de Bérgamo, Mons.
Piazzi, em 23 de outubro; a outra, ao bispo de Faenza, Giuseppe Battaglia, em
24 do mesmo mês.
Ao primeiro, anunciou o “novo
Pentecostes” que se faria “na renovação do chefe”. Acrescentou: “Pouco importa
que o novo papa seja ou não originário de Bérgamo (como ele, n. d, r.) Vossa
Excelência me compreende? (Pe. Hebblethwaite, op. cit., p. 308).
Quanto à carta ao bispo de
Faenza, esta teve por objeto, proibir, expressamente, o sobrinho de dom Batista
Roncalli, encardinado nessa diocese, de vir a Roma naqueles dias! Seria dar uma
desagradável impressão de nepotismo! Mas, após a eleição, claramente anunciada;
“Quando souberdes que devo render-me às flechas do Espírito Santo, expressas
através da vontade comum de todos os que aqui se encontram reunidos… o sobrinho
poderá, então, vir a Roma… felicitar o tio”.
Roncalli recomendou que, por
enquanto “naturalmente, nenhuma palavra sobre isto a quem quer que seja”(Pe.
Hobblethwaite, op. cit., p. 308),
Esse desígnio transparece,
também, numa carta do cardeal Tisserant, de 12 de Março de 1970, na qual faz
uma alusão significativa à eleição “programada” de João XXIII: “… A eleição do
soberano Pontífice atual foi rápida. A precedente, a de João XXIII, é que seria
discutível, posto que as sessões foram muitas. Eu não sei, aliás, como
informações sobre o escrutínio puderam ser dadas por alguém após o Conclave. O
segredo foi imposto com mais clareza do que nunca. É de todo ridículo dizer-se
que um cardeal qualquer tivesse sido eleito. Compreendeis que não posso dizer
mais. Com meus melhores votos…” (Fotocópia da carta publicada no livro de
Franco Bellegrandi, op. cit., p. 30)
Numa outra carta, o cardeal
Tisserant declara a um padre que ensinava direito canônico, que a eleição de
João XXIII é ilegítima, porque foi desejada e preparada por forças estranhas ao
Espírito Santo. (“Vita”, 18 Set 1977, p. 4: “Le profezie sui papi nell’ elenco
di San Malachia”). Estas cartas confirmam que a eleição de João XXIII foi bem
“programada”.
A imagem que surge deste caso
não é a de um homem simples, ou sobretudo simples, como o julgou o cardeal
Heenan (Pe. Hebblethwaite, op. cit., p. 394), mas a de um personagem muito
dedicado em construir para si mesmo um pedestal.
b) Quem era Ângelo
Roncalli?
Na sua juventude, encontram-se
elementos que demonstravam as inclinações modernistas de Roncalli. Foi
co-discípulo do célebre modernista italiano Buonaiuti, condenado nominalmente
por isso. No seminário, usava como livro de história o do Prof. Turchi, de tal
forma impregnado de modernismo, que acabou sendo chamado à ordem. Depois,
suspeito de ortodoxia duvidosa, foi vetada sua nomeação para a cadeira de
História Escolástica no Seminário Romano. (Lorenzo Bedeschi, Paese Será,
13/12/1972)[5].
“Da sua juventude sacerdotal, na
década de [19] 10, manteve relações particulares com os príncipes italianos, há
muito excomungados por espoliar bens da Igreja” (E. Lebec: “Histoire secrète de
la diplomatie vaticane”, A. Michei, 1997, p. 147).
“Durante a 2a Guerra Mundial, os
serviços secretos britânicos criaram uma seção denominada “o MI 5″, sob as
ordens de Churchill. Este órgão foi encarregado do trabalho na área do
ocultismo, a fim de desestabilizar o III Reich por meio de um ritual mágico.
‘Amado ressalta que ritual ocorreu em presença de personagens tais como Ian
Fleming[6], e com a benção do bispo Ângelo Roncalli, iniciado[7] na seita
dos iluminados na TURQUIA[8] (…) Aliás, sobre sua cruz peitoral, ele
ostentava o símbolo dos llluminati: um olho aberto no centro de um triângulo…
Isto se passou num obscuro bosque de Sussex, no inicio do ano de 1941’”
(Pesquisa sobre a existência de anjos rebeldes, de Edward Brasey, p. 259,
Filipacci).
Em 1983, foi publicado no México
um livro intitulado: “Introdução à Franco-Maçonaria”. Seu autor, Jaime Ayala
Ponce, era Iniciado do grau 33 do rito escocês, membro ativo do Conselho
supremo, principal escritor maçônico mexicano”, nos diz na apresentação do
livro:
“Em 1935, Ângelo Roncalli,
arcebispo de Mesembria, é delegado apostólico na Turquia. A vida não é fácil
para ele. Com a guerra, assim como outros padres e religiosos, ele veste-se
civilmente. É justamente nessa época que foi convidado a ingressar numa
sociedade herdeira dos ensinamentos Rosa-Cruzes, à qual Louis Claude Cagliostro
deu tanta força… Píer Carpi, um jornalista pesquisador sério, denunciador
desses tipos, membros das sociedades secretas, iria descobrir, no curso das
suas pesquisas, as provas escritas da filiação maçônica de Ângelo Roncalli na
Turquia. Este grande jornalista nos relata no seu livro o procedimento de
filiação, e descreve, detalhadamente, o seu ritual. Ele relata que foi durante
uma dessas sessões numa loja que Ângelo Roncalli caiu em transe místico, e
enunciou suas famosas profecias… Quem quiser se aprofundar nessa história, e
conhecer melhor essas sociedades, pode procurar nas livrarias a obra “Les
prophéties de Jean XXIII, de Píer Carpi. (Existe uma edição brasileira, e Píer
Carpi é maçom (n. d. t.).
[...] na obra intitulada
“Introdução à Franco-Maçonaria [referida linhas atrás], Jaime Ayala Ponce
relata que, há alguns anos, o célebre maçom Prof, A. Sierra Partida quis
publicar, nos jornais nacionais, uma cópia da ata de entronização numa loja de
Paris, na qual constava que os profanos Ângelo Roncalli e Giovanni Montini
tinham sido levados nesse mesmo dia [?] a serem iniciados nos augustos
mistérios da confraria. Entenda-se que a imprensa recusou-se a publicar a
matéria, e assim, o próprio professor fez copias que distribuiu nos círculos
maçônicos do país.
[...] “No Congresso Mundial da
Maçonaria, México, outubro de 1982, circulou entre os assistentes uma prece
[...]
“Prece do papa João XXIII,
publicada no “Jornal de Genebra”, na sua edição de 9 de Agosto de 1966,
traduzida do italiano para o português e transcrita no “Diário do Congresso
Nacional”, em 4 de Março de 1971, por requerimento do senador Benedito
Ferreira:
“Senhor e Grande Arquiteto, nós
nos humilhamos aos teus pés e pedimos teu perdão por nosso erro passado, já que
estamos em vias de reconhecer nossos irmãos franco-maçons como teus fiéis
prediletos. Sempre lutamos contra o livre-pensamento porque não tínhamos
compreendido que o primeiro dever de uma religião, como afirmou o Concilio, é
reconhecer o próprio direito de não crer em Deus. Perseguimos todos aqueles
que, na tua própria Igreja, se encontravam afastados do caminho da Verdade,
inscrevendo-se nas Lojas, ignorando todas as injurias e ameaças.
Sem refletir, acreditávamos que
um sinal da Cruz era superior a três pontos formando uma pirâmide. Por tudo
isto te pedimos perdão, Senhor, e suplicamos fazer-nos compreender que um
compasso, sobre um novo altar, pode significar tanto quanto um crucifixo. Amém
(Revista Medio Dia em Punto, Mar – Abr 1978) (“Sous la Bannière” n° 22, Mar –
Abr 1989, pp. 23 – 24).
Em 1949, Mons. Roncalli disse,
entre outras coisas a respeito da Maçonaria; “Na realidade, o que é que nos
separa? Nossas idéias? Na verdade, é pouca coisa”. (Barech, “Eglise Catholique
e franc-maçonnerie”, conclusão).
No livro do Pe. Rosário Esposito
“As Grandes Concordâncias entre Igreja e Maçonaria”, lemos o texto de uma
entrevista concedida pelo barão Yves Maussardon a André Faucher (Omitimos os
extratos dessa entrevista, pois já foram relatados no estudo “Bem-Aventurado
João XXIII, do “Le Sel de la terre”, constante deste dossiê, (n. d. t.)).
Esses contactos com a
Franco-Maçonaria não ficaram sem consequências: João XXIII facilitou a
revogação da excomunhão dos maçons, que foi ultimada por João Paulo II no Novo
Código de Direito Canônico de 1983. A pertença à Franco-Maçonaria, bem como a
adesão ao Modernismo, ou ao Comunismo, não figuram mais na lista das posições
punidas com excomunhão.
c) A eleição de
Roncalli tranquiliza as Lojas
Ângelo Giuseppe Roncalli foi
eleito, aos setenta e sete anos, na tarde de 28 de outubro de 1958, no 11.°
escrutínio, e tornou-se João XXIII!
Essa eleição agradou ao velho
amigo de Mons. Roncalli, o franco-maçom Marsaudon, que escreveu: “Tivemos,
primeiro que tudo, a enorme alegria de receber, em 48 horas, a confirmação da
recepção das nossas respeitosas felicitações. Foi, para nós, uma grande emoção,
mas, para muitos dos nossos amigos foi um sinal”. (Yves Marsaudon: “L’oecumènisme
vu par um franco-maçom de tradition”, Vitiano, Paris, 1964, p. 4).
Apenas eleito, João XXIII
recebeu as mais vivas felicitações do grão-rabino de Israel Isaac Hersog, do
“arcebispo” anglicano Geoffroy Fischer[9], e de Paul Robinson, presidente das
Igrejas Federadas, bem como do chefe da “Igreja Ortodoxa Russa”, o patriarca
Aléxis.
“Os protestantes americanos
desejaram que o papado (de João XXIII) levasse a um melhor entendimento entre
os cristãos e todos os homens de boa-vontade” {Sodalitium, n° 34: “O Papa do
Concílio”, 10.a parte: o início do pontificado de João XXIII, p. 55).
Ao saber da eleição ao Soberano
Pontificado do seu antigo colega em Paris, Burkardt escreveu a um íntimo, Max
Richter, a carta seguinte, da qual extraímos alguns trechos significativos: “…
a crença (de Roncalli) nos milagres, o respeito pelo Sagrado não são o seu
forte. É um deísta e racionalista, com grandes tendências a se pôr a serviço da
Justiça Social… Ele mudará muitas coisas, a Igreja não será mais a mesma”. (Bonum
Certamen n° 122, revista do Pe. Mouraux, p. 7).
No seu livro “Cristianismo e
Maçonaria”, Léon de Poncins escreveu: “Com o surgimento de João XXIII, e das
novas concepções do ecumenismo, houve, bruscamente, como que uma explosão.
Viu-se surgir uma floração de obras consagradas à Franco-Maçonaria e uma porção
de escritores, historiadores, filósofos, jornalistas, políticos,
conferencistas, trabalhando cada qual na sua especialidade, em favor da
reconciliação da Igreja Católica com a Franco-Maçonaria. Teve-se, claramente, a
impressão de uma campanha internacional, metodicamente orquestrada pelo centro
impulsionador que estava na França” (pp. 14 – 15).
d) Roncalli abre o
caminho para Montini e aumenta o número de prelados modernistas que “decidirão”
o Concílio
Uma vez eleito, João XXIII
executou uma estratégia que levaria àquilo que chamou de ”aggiornamento”, a
Revolução na Igreja.
A fim de fazer isto era preciso,
antes, preparar o caminho para Montini. e adormecer a vigilância da Cúria,
especialmente do Santo Ofício.
Desde antes da sua eleição, às
vésperas do Conclave, a jornalista alemã Elisabeth Gerstner informou,
claramente, em meados de outubro de 1958, num artigo intitulado “Zur
Toddesstunde Pius XII”, publicado no jornal alemão “General Anzeiger für den Nieder
– Rhein”, que no próximo Conclave o patriarca de Veneza, o cardeal Roncalli,
seria eleito e abriria o caminho para o futuro Paulo VI.
Bem antes de sua eleição, Mons.
Roncalli era ligado a Mons. Montini por uma velha amizade. Hebblethwaite
escreveu:
“Montini torna-se, cada vez
mais, seu confidente romano. Comunicam-se freqüentemente. Na sua
correspondência, figura uma carta de Roncalli do dia da Páscoa de 1954, que
nunca foi remetida, mas cujo rascunho foi, no entanto, cuidadosamente guardado.
Capovilla pensa que era “muito auto-reveladora” (p. 274). “Durante todo esse
período, Roncalli tornou-se, progressivamente, dependente de Montini, seu amigo
muito influente” (p. 276). “Em 1954, um acontecimento desconsertou Roncalli:
seu amigo Giovanni Battista Montini foi, subitamente, demitido das suas funções
na Secretaria de Estado, e mandado, exilado, como arcebispo de Milão. Para
falar francamente, essa nomeação significou que Montini foi expulso da Cúria
Romana, após cerca de trinta anos em seu meio”. (Hebblethwaite, op. cit., p.
281).
Sodalitium comentou: “Mons.
Roncalli estava perfeitamente consciente do seu papel de precursor do “Messias”
Montini. Em 1956, em Pompéia, onde se encontravam, Roncalli, com um gesto de
profunda humildade, insistiu em dar precedência a Montini. Este observou que a
eles, Roncalli, cardeal e patriarca, cabia a honra. Roncalli respondeu-lhe: “O
arcebispo de Milão merece esta atenção, já que um dia será papa”.
A primeira etapa do previsto
pontificado de Montini era, pois, a eleição de Mons. Roncalli, suficientemente
idoso para deixar, rapidamente, o lugar. A segunda etapa era a nomeação
cardinalícia de Montini. E este foi o primeiro ato de João XXIII, que disse:
“Montini, o primeiro fruto do nosso pontificado”, (Malachi Martin: I Gesuiti,
Sugarco, ed. Milano, 1988. p. 312). Tratava-se, enfim de abrir os caminhos da
sucessão. E Roncalli, no seu leito de morte, indicará Montini aos cardeais:
“Para mim, meu sucessor será Montini. Os votos do Sagrado Colégio serão dele”.
(Hebblethwaite, op. cit., p. 550). Roncalli, confidente de Mons. Montini
(Hebblethwaite, op. cit., p. 274), disse ao último pelo telefone, logo após sua
eleição: “Vossa Excelência tem o posto aquecido”[10].
“Para impor o
“aggiornamento”[11], João XXIII precisava de um mínimo de consenso na Cúria
Romana. Para tanto, convocou Mons. Tardini e ofereceu-lhe o cargo de
pro-secretário de Estado. No encontro do dia seguinte, Mons. Tardini tentou
esquivar-se, dizendo ao Santo Padre: “Que não queria servir sob suas ordens,
porque uma política nova necessita homens novos; e, lembrei-lhe que, no
passado, estive, frequentemente, em desacordo com ele (Hebblethwaite, op. cit,
p. 320). Roncalli insistiu e mons. Tardini aceitou!” (Sodalitium, n° 34, “Le
Pape du concile”, 11.a parte, p. 55).
Dois dias após sua eleição, em
30 de Outubro de 1958, nomeou cardeais: o último consistório datava de 1953.
Faltavam dezessete chapéus para atingir o número de setenta, fixado pelo papa
Xisto V.
Os dois primeiros nomeados
foram; “… começando por Mons. Montini, e Mons. Tardini, como João XXIII
escreveu no seu diário (Hebblethwaite, op. cit., p. 320).
Seguiram-se vinte e uma outras
nomeações… ultrapassando, assim, o número fixado pela Tradição. Isto não bastou
e, no consistório de 15 de dezembro, vinte e três novos cardeais foram escolhidos!
Elevar-se-iam os nomes de
inimigos da Igreja, tais como König[12] e Döpfner. E não foi tudo: houve
um outro consistório, em dezembro de 1959, com oito novos cardeais, e um
terceiro, em 1960, que elevou o número de cardeais a oitenta e cinco! Graças a
estas nomeações, os inimigos da Igreja foram elevados ao mais alto cume da
Igreja.
Pio XII teve três consistórios
em dezoito anos; João XXIII teria três em vinte meses! (Informações tiradas de
Sodalitium, n.° 34. “O Papa do Concílio”, parte, p. 56).
Uma vez os piores inimigos e
demolidores da Igreja, isto é, os modernistas, elevados ao cume da Igreja, o
Concílio poderia ser lançado..,
O apóstata
Renan[13] escreveu no seu livro “A Abadessa de Jouarre:” “As reformas
religiosas serão feitas por personagens de dentro da Igreja, que promoverão um
concílio… que imporá a degradação dogmática e disciplinar, favorável à
integração desta no Ecumenismo das Lojas”.
Os textos dos iniciados
anunciavam, tudo estava pronto para uma revolução neomodernista. Ela faria
pressão às portas de Roma.
De sua parte, Pio XII recusou
ser aquele que abriria as portas à Revolução. Ele pensou, de fato, em reunir um
concílio; mandou, mesmo, preparar vários esquemas. Porém, seu olhar de águia
não tardou em avaliar os perigos de um tal empreendimento: “Ouço, ao redor de
mim, os inovadores, – disse Pio XII antes de ser eleito – que querem demolir a
Sagrada Capela, destruir a flama universal da Igreja, rejeitar seus ornamentos,
dar-lhe remorsos pelo seu passado histórico… Um dia virá em que o mundo
civilizado negará seu Deus, a Igreja duvidará, assim como Pedro duvidou. Ela
será tentada a crer que o homem tornou-se Deus, que Seu Filho não passa de um
símbolo, uma filosofia como tantas outras, e, nas igrejas, os cristãos
procurarão, em vão, a lâmpada vermelha onde Deus os espera, como a pecadora
chorando diante do tumulo vazio: onde o puseram?…” (Mons. Roche: “Pie XII
devant l’Histoire”, pp. 52 – 53).
Pio XII e João XXIII estavam a
par, tanto um quanto o outro, dessa situação. Tomaram, no entanto, decisões
diametralmente opostas. Isto porque, segundo Hebblethwaite, “aquilo que levou
Pio XII a rejeitar a idéia de um concílio, foi o mesmo que conduziu João XXIII
no seu julgamento de que era, mais do que nunca, necessário.” (Hebblethwaite,
op. cit., p. 345).
João XXIII, que escolheu o nome
de um antipapa, não hesitou em abrir as portas de Roma à Revolução anticristã.
Ele conseguiu, graças a uma propaganda bem conduzida (daí as aclamações: o bom
papa João”, “o bom cura camponês”, mas, também, [infelizmente para ele] “o
simplório”, e, até mesmo, na Itália, “o papa vermelho” (il papa rosso), atrair
as simpatias populares. Ele saberia bem aproveitar essa reputação[14].
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* – Nasceu em 1830,
foi ordenado sacerdote em 1858, nomeado cônego honorário de Perpignan em 1869,
viajou para a Espanha, onde residiu certo tempo e aderiu ao gnosticismo
messianista. Viajou, também, aos Estados Unidos, Suíça e Itália. Acabou
apostatando e dedicando-se ao anúncio de uma “divina sinarquia”.
[1] Madame Blavatsky foi
uma das primeiras mulheres a atingir o grau 33 na Maçonaria mista. Fundou a
teosofia, e é uma das maiores autoridades do mundo esotérico e ocultista.
(Serge Hutin, “La Massonnería”, Mondadori, 1961, p. 147).
[2] Se Mons. Bugnini,
franco-maçon e artífice da reforma litúrgica, teve livre acesso a Pio XII,
quando este estava doente, é a Bea que ele deve. (Sodalitium n° 11, p. 11; e
Annibale Bugnini, La Riforma Litúrgica” (1948 -1975) CLV Ed. Liturgiche 1983,
p. 22).
[3] Chamamos a atenção do
leitor para um fato de extrema gravidade: foi, precisamente, em 1958, que o
ritual da “missa nova” foi experimentado em Taizé. Muitos católicos ignoram que
a nova missa da “Igreja conciliar” é o ritual de Taizé (protestante), um ritual
muito próximo do luterano. O Pe. Malachi Martin, conciliar, teve a honestidade
de ressaltar que essa missa nova foi criada por protestantes, sob a direção de
um franco-maçon, escolhido pelo iniciado Roncalli. Estamos longe da Santa Missa
Católica.
[4] M. Martin escreveu: “É
preciso reconhecer que Pio XII, esse último dos romanos, foi o primeiro, dentre
eles, a concluir que a revolução estava iminente” (“Declínio e Queda da Igreja
Romana”, Ed. Exergue, 1997, p. 274).
[5] Estas informações, e
muitas outras, se encontram em Hebblethwaite, Giovanni XXIII, “II Papa Del
Concilio”, Rusconi, Milão, 1989, pp. 62-65.
[6] Ian Fleming iria ser o
autor do “super-homem” James Bond.
[7] Alguns leitores
observaram que, segundo os documentos que citamos, Mons. Roncalli teria sido
iniciado na Turquia ou em Paris. O fato dele ter sido iniciado em duas lojas
diferentes não é nenhum absurdo.
[8] Os “Iluminati”,
juntamente com Albert Pike, são os fundadores do rito paládico luciferiano, para
o qual o Conselho dos Treze, que forma o poder oculto, recebe suas ordens
diretamente de Lúcifer. A maioria das instruções foram recebidas em Charleston.
Os “iluminati” controlam e ajeitam a Franco-Maçonaria.
[9] O “arcebispo” G.
Fischer era franco-maçom. Cfm. Giordano Gamberini; ‘Mille volti di Massoni”,
Roma, Erasmo, 1975, p. 229.
[10] Foi o que declarou a
“30 Giorni”, de 5 de Maio 1992, o cardeal Silvio Oddi, ao qual João XXIII, em
pessoa, havia confidenciado. A revista informou isto aos leitores num artigo
dedicado às interferências das seitas no Conclave.
[11] A esse respeito, J. M.
Jourdan escreveu: “Aqueles que, com toda a boa intenção, aumentaram
desmensuradamente o aggiornamento e o ecumenismo, não podem ignorar que a
Contra-Igreja os utiliza a fim de dar crédito, rapidamente, ao Anticristo”
(Permanences, de dez 1965).
[12] A filiação maçônica de
Franziskus König, arcebispo de Viena desde 1956, elevado a cardeal por João
XXIII em 15 Dez 1958, artesão maior da eleição de Karol Wojtyla, é particularmente
estalada. Roberto Fabiani, por exemplo, sempre bem informado, afirma, sem
hesitar nem poupar palavras, que o cardeal König é maçom, e ressalta que ele
está inscrito na loja secreta “Giustizia e Libertá”, da Maçonaria da Piazza dei
Gesù. (R. Fabiani, Massoni in Itália, L’Espresso 1978, Farigliano, pp. 78 e
130).
[13] Após a publicação da
Vida de Jesus, escrita por Renan, foi feita uma subscrição em todas as lojas
belgas para oferecer-lhe uma pena de ouro” (Pe. Deschamps: “Les Societés
Secrètes”, t. 2, 1881, p.61).
[14] Extraído de “L’Eglise
Ecclipsée?”, Les Amis du Christ Roi, Edições Delacroix, B. P. 18-35430,
Chateauneuf, França (E 21, 34).
Fonte: Isto é Católico
Fonte: Isto é Católico
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