Fonte: Maria Rosa Mulher
Tomado em: A Grande Guerra
Original: Tradition in Action
Original: Tradition in Action
Margaret C. Galitzin
Traduzido por Andrea Patrícia
Jovens homens e mulheres descansam juntos,
esperando pelas Estações na Praça Cibele [Madri]
Uma
grande atmosfera de carnaval prevaleceu durante as festividades da Jornada
Mundial da Juventude [JMJ] 2011 em Madri. “Parecia uma festa de rua universal
promovida pela Igreja Católica”, disse uma repórter da JMJ.
Na
sexta-feira à noite, 18 de agosto, entretanto, a festa teve uma pausa para a
encenação da Via Sacra na Praça de Cibele, presidida pelo Papa. Magníficas e
solenes estátuas da Semana Santa de cidades de toda a Espanha foram colocadas
ao longo da rua para ilustrar cada estação, algumas guardadas por membros de
confraternidades em roupas cerimoniais. A orquestra e o coro da JMJ
forneceram um pano de fundo musical.
Era uma oportunidade para introduzir milhares de jovens a linda tradição da Igreja que muitos não conhecem. Infelizmente, o esforço falhou seriamente em dois aspectos.
Primeiro:
o número e a ordem tradicionais das estações foram modificados. Não apenas as
14 estações foram reordenadas, mas algumas foram deixadas de fora e novas
cenas foram introduzidas, como a Última Ceia, o Beijo de Judas e a Negação de
São Pedro (estações 1 a 3). Em vez das três quedas de Cristo, houve apenas
uma. Durante o comentário daquela única queda, foi dito aos jovens que aquela
cena não era “bíblica” e nós poderíamos apenas imaginar o que “provavelmente”
aconteceu.
A segunda e
mais grave falha foi o conteúdo revolucionário das estações. Essa não foi uma
apresentação tradicional da Paixão de Cristo, que sofreu e morreu para
redimir o homem da punição devida ao pecado. Foi uma Via Sacra
filantrópica-progressista, retratando Cristo sofrendo pelos “pecados contra a
humanidade”. Ele foi transformado num modelo que alivia os homens
da injustiça social ou das consequências dos desastres naturais. Vídeos
explicando o significado da Via Sacra exibiram documentários sobre vítimas do
terrorismo, a ruína do Haiti, e, claro, Auschwitz.
Esse
Caminho da Cruz “incorporou as provações e experiências da Igreja universal”,
afirmou o boletim com o programa. Enquanto as estações se desenrolavam,
guerra, desemprego, racismo, alcoolismo e vício em drogas foram apresentados
como os maiores “pecados sociais” dos nossos dias, e a comiseração foi
estendida aos imigrantes e aos párias religiosos e sociais. Representando
esses grupos “marginalizados” da sociedade, grupos de jovens se revezavam em
turnos carregando a grande cruz da JMJ. Nenhum código de vestuário foi
imposto para participantes na cerimônia e muitas garotas que carregaram a
cruz estavam usando shorts, minissaias ou calças coladas.
A primeira estação, A Última Ceia, foi uma
eficaz negação da Fé Católica como a única e verdadeira fé. Nela, foi feito
um chamado ecumênico para todos os homens viverem juntos em paz, sem
perseguição religiosa ou discriminação. Um apelo foi adicionado a todos aqueles que
acreditam em um Deus para viverem em justiça e fraternidade (Os textos da
Cruz para a JMJ Madri 2011).
Acima, A Negação de Pedro, uma nova
estação da JMJ.
Abaixo na primeira fileira,
representando os ‘pecados sociais' jovens carregam a cruz; segunda fileira,
uma foto durante a cerimônia.
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O pecado pessoal nem mesmo foi mencionado. Nem uma palavra sobre a
torrente de pecados veniais e mortais cometidos em nossos dias que causaram o
sofrimento de Nosso Senhor. Nem um único apelo pelos infinitos méritos
da Paixão de Nosso Senhor para aplicar aos nossos pecados para nos levar a
contrição e ao arrependimento. Não, a juventude foi chamada a considerar
apenas os “pecados sociais.”
Enquanto as Estações continuavam, o comentário focava mais agudamente na
“dignidade do homem”. Na Morte de Cristo, a 11ª estação (ápice dessa nova
forma de Via Crucis) era dito aos jovens para perguntarem-se: “Eu estou
trabalhando para espalhar e proclamar a dignidade da pessoa e o evangelho da
vida?”.
Aqui, a juventude não era lembrada sobre o triunfo de Cristo sobre a morte ou
que Cristo por Seu Sacrifício na Cruz nos resgatou e reconciliou com Deus. Eles
não ouviram que Cristo, o segundo Adão, ofereceu Sua vida na Cruz para redimir
a culpa do primeiro Adão. Ou que a escravidão da qual Cristo adquiriu a
humanidade através da Sua morte é a escravidão do pecado.
Em vez disso, na Tirada de Cristo da Cruz, foi falado à juventude que
Cristo compartilha o destino das vítimas da AIDS que precisam de compaixão e
ajuda. Nem uma única palavra de censura à homossexualidade, a causa principal
da AIDS. Nem uma menção de que a AIDS é uma punição por esse pecado que clama
aos Céus pela vingança de Deus.
Essa Via Sacra progressista não estaria completa sem um ataque
indireto ao Capitalismo e a riqueza. Isso veio na 13ª Estação, quando o Cristo
Crucificado está deitado no colo de Sua Mãe. Então, os jovens foram convidados
a lamentar com os pais que perdem seus filhos por causa da fome, enquanto
“sociedades abastadas, engolidas pelo dragão do consumismo e perversão
materialista, afundam no niilismo de suas vidas vazias”
Enquanto Cristo jazia em Sua Tumba, os jovens eram lembrados sobre aqueles
que sofrem de catástrofes como tsunamis, terremotos, furacões. Mais uma vez,
nenhuma menção de que tais atos foram dirigidos por Deus e poderiam muito bem
ser punições pelos pecados dos homens.
Mensagem Papal
A multidão saúda o papamóvel quando as Estações
terminam.
A mensagem de Bento aos jovens no fim das Estações não foi
um conselho para que eles deixem de pecar, para serem castos, para mudarem de
vida, para professarem a Fé Católica e seguirem as leis Morais. Em vez disso,
ele pregou o evangelho do homem, afirmando: “A Paixão de Cristo nos impele a
tomar sobre os nossos ombros o sofrimento do mundo.”
A mensagem foi que a boa pessoa, não importa de
qual credo, é aquela que serve a humanidade. Ele não fez
nenhuma menção a necessidade de estar em estado de graça, mas enfatizou a
necessidade de aliviar o sofrimento da humanidade. Esse é o caminho
de salvação na nova religião centrada no homem da Igreja do Vaticano II pregada
na Via Sacra da JMJ.
As estações terminaram, e o tom mudou rapidamente. Enquanto Bento se
dirigia ao papamóvel, a multidão o saudava, uma massa de braços nus acenando no
ar. Então, às saudações de “Bento! Bento!” o Papa deixou a Praça Cibele e os
jovens se moveram do vasto espaço de Quatro Ventos para a vigília e a
grande festa do pijama. A festa de rua continuou.
As 15 Estações de Madri:
1. Última Ceia
2. Beijo de Judas
3. Negação de São Pedro
4. Jesus é condenado à
morte
5. Jesus carrega a Cruz
6. Jesus cai sob o peso
da Cruz
7. Simão Cireneu
ajuda Jesus a carregar a Cruz
8. Verônica enxuga
a Face de Jesus
9. Jesus é despido de
Seus trajes
10. Jesus é pregado na
Cruz
11. Jesus morre na Cruz
12. Jesus é descido da
Cruz
13. Jesus nos braços de
Sua Mãe
14. Enterro de Jesus
15. Nossa Senhora das
Dores
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As 14 Estações Tradicionais:
1 - Jesus é condenado à morte
2 - Jesus toma a Sua Cruz
3 - Jesus cai pela 1ª vez
4 - Jesus encontra Sua Mãe
5 - Jesus é ajudado por Simão
6 - Verônica enxuga a Face de
Jesus
7 - Jesus cai pela 2ª vez
8 - Jesus fala às mulheres de
Jerusalém
9 - Jesus cai pela 3ª vez
10 - Jesus é despido de Seus
trajes
11 - Jesus é pregado na Cruz
12 - Jesus morre na Cruz
13 - Jesus é descido da Cruz
14 - Jesus é deitado na tumba
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