domingo, 23 de junho de 2013

“Pedra de Gabriel” apontava que o Messias viria como Jesus veio e ainda como virá no fim dos tempos




'Pedra de Gabriel': 87 linhas
Está sendo exposta em Jerusalém uma lápide do fim do século I a.C. cujo texto – considerado “misterioso” pelos especialistas – foi escrito com tinta em caracteres hebraicos, noticiou o “Boston Herald”.


É a chamada “Pedra de Gabriel”, ou “Visão de Gabriel”, segundo o Prof. Ada Yardeni, pelo fato de o arcanjo aparecer como figura central.



A pedra mede um metro de altura e foi descoberta no ano 2000 na margem oriental do Mar Morto, por um beduíno da Jordânia.



Análise da terra colada à pedra revelou uma composição química que só se encontra nessa região.



O escrito tem 87 linhas e está dividido em duas colunas. Trata-se de um texto profético anotado quando ainda existia o Templo que Jesus frequentou.



Os especialistas consideram a “Pedra de Gabriel” um pórtico que ajuda a entender as ideias que circulavam na Terra Santa sobre o Messias pouco antes de Jesus nascer.



O método de gravar com tinta sobre a pedra e não entalhar, como era o costume, é único.



Nada se achou de semelhante na região do Mar Morto até o presente.



“A ‘Pedra de Gabriel’ é em certo sentido uma espécie de Rolo do Mar Morto escrito sobre uma pedra”, sustenta James Snyder, diretor do Museu de Israel.



Ela provém da mesma época e utiliza caligrafia idêntica à de alguns dos Rolos do Mar Morto, entre os quais se contam os mais antigos manuscritos hebraicos da Bíblia.


A 'Pedra de Gabriel' exposta

Para os responsáveis do Museu de Israel, trata-se do documento mais importante achado na região.



Em 2008, a “Pedra de Gabriel” causou polêmica quando o professor Israel Knohl, da Universidade Hebraica de Jerusalém, defendeu que ela revolucionaria a compreensão dos inícios do cristianismo. 



Segundo ele, o texto profetiza a ressurreição do Messias. Knohl baseia sua teoria na frase “após três dias Tu viverás”.



Esta posição suscitou uma tempestade no mundo acadêmico, com um Congresso científico e um documentário do National Geographic incluídos. A polêmica continua até hoje.



Muitas letras ficaram apagadas em partes cruciais, havendo muita polêmica sobre a interpretação. Só 40% das 87 linhas são legíveis, e muitas delas parcialmente.



Uma equipe americana usando tecnologias de escaneamento em alta resolução tentou detectar caracteres apagados, mas sem resultado. 


São Gabriel: um dos personagens centrais



Os especialistas, entrementes, concordam que as partes legíveis trazem a visão apocalíptica de um ataque contra Jerusalém – a cidade santa e prefigura da Igreja – durante o qual Deus intervém para salvá-la rodeado de anjos e carros. 


O Armaggedon, ou batalha final de Jesus contra seus inimigos

O personagem central é São Gabriel, o arcanjo portador do anúncio da Encarnação, que se apresenta na Pedra dizendo “Quem sou eu? Eu sou Gabriel o anjo”. No texto aparece também o nome de São Miguel.



As inscrições mencionando São Gabriel acenam para uma “revoada de anjos sobre o Templo de Jerusalém” num momento de grande angustia para os fiéis que restam na cidade, explicou Adolfo Roitman, um dos responsáveis da mostra.



“Gabriel não é arqueologia. Ele é relevante para milhões de pessoas na terra que acreditam que os anjos são seres celestiais atuantes na terra”, disse Roitman. 


As duas vindas do Messias

A 'Pedra de Gabriel' é um achado importante como os rolos do Mar Morto

A revista especializada Biblical Archeology Review foi a primeira a publicar uma densa matéria sobre a enigmática pedra na sua edição de janeiro-fevereiro de 2008, assinada pelo Prof. Ada Yardeni.



Segundo Yardeni, estamos diante de um texto judeu que precede de muito perto o cristianismo e apresenta duas vindas do Messias em formas assaz diversas. 



Segundo uma das formas, o Messias viria como filho de José (Efraim). Sob esta forma, o Messias padeceria, morreria e ressuscitaria três dias após a morte. Essa seria a razão de ser das palavras “após três dias Tu viverás”.



Na outra forma da vinda do Messias, Ele aparece em majestade, patenteando sua raça real e sua condição de filho, ou sucessor, do rei David.


Na sua primeira vinda, Jesus veio como filho de José,
padeceu, morreu e ressuscitou ao terceiro dia

Nesta segunda vinda, o Messias retornaria acompanhado por exércitos celestes em ordem de batalha e obteria uma vitória militar mística, angélica e material, salvando os últimos fiéis que estão a ponto de perecer nas mãos dos inimigos que os rodeiam.




Assim, o Messias instituiria seu reinado sempiterno após uma “jornada de batalha”.



Ele fará de seus inimigos, até então vencedores, uma peanha sobre a qual assentará seus pés. O Messias filho de David é um Messias triunfal.



As duas vindas do Messias da “Pedra de Gabriel”, portanto, correspondem admiravelmente às duas vindas de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo as Sagradas Escrituras. 



A primeira já foi efetivada e está descrita nos Evangelhos. Nosso Senhor veio como filho de José, padeceu, morreu e ressuscitou ao terceiro dia para nos remir.



Na segunda vinda, anunciada no Apocalipse, Nosso Senhor voltará para uma grande jornada vitoriosa contra os maus, encerrar a História e instalar seu reinado por todo e sempre.


O Apocalipse e a segunda vinda de Cristo


Escreve São João no Apocalipse:


“11. Vi ainda o céu aberto: eis que aparece um cavalo branco. Seu cavaleiro chama-se Fiel e Verdadeiro, e é com justiça que ele julga e guerreia.


“12. Tem olhos flamejantes. Há em sua cabeça muitos diademas e traz escrito um nome que ninguém conhece, senão ele.



“13. Está vestido com um manto tinto de sangue, e o seu nome é Verbo de Deus.



“14. Seguiam-no em cavalos brancos os exércitos celestes, vestidos de linho fino e de uma brancura imaculada.



“15. De sua boca sai uma espada afiada, para com ela ferir as nações pagãs, porque ele deve governá-las com cetro de ferro e pisar o lagar do vinho da ardente ira do Deus Dominador.



“16. Ele traz escrito no manto e na coxa: Rei dos reis e Senhor dos senhores!” (Ap 19; 11-15)

A segunda vinda de Jesus será em pompa e majestade, como sucessor do rei David.
Afresco do Juízo Final, capela degli Scrovegni. Giotto di Bondone (1267-1337)

E ainda descreve o reinado futuro de Nosso Senhor, a nova Jerusalém pelos séculos dos séculos, nos termos seguintes:


“1. Vi, então, um novo céu e uma nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra desapareceram e o mar já não existia.


“2. Eu vi descer do céu, de junto de Deus, a Cidade Santa, a nova Jerusalém, como uma esposa ornada para o esposo.



“3. Ao mesmo tempo, ouvi do trono uma grande voz que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens. Habitará com eles e serão o seu povo, e Deus mesmo estará com eles.



“4. Enxugará toda lágrima de seus olhos e já não haverá morte, nem luto, nem grito, nem dor, porque passou a primeira condição.



“5. Então o que está assentado no trono disse: Eis que eu renovo todas as coisas. Disse ainda: Escreve, porque estas palavras são fiéis e verdadeiras.” (Ap. 21, 1-5)

São Gabriel: o arcanjo dos grandes anúncios


Faz muito sentido também que o anjo que na Pedra anuncia essas duas vindas seja São Gabriel. Ele é o arcanjo que anunciou a Zacarias que sua mulher Isabel, já idosa, conceberia o precursor São João Batista (Lucas 1; 11-20).



E é o arcanjo da Anunciação que comunica a Nossa Senhora a Encarnação do Messias que viria a remir o gênero humano, padecendo, morrendo e ressuscitando. (Lucas; 1, 26-38



Ele é por excelência o arcanjo anunciador da primeira vinda de Jesus.



Além do mais foi São Gabriel quem anunciou ao profeta Daniel a segunda vinda de Cristo, no fim do mundo, quando os últimos católicos estivessem a ponto de sucumbir, para inaugurar o Reino eterno após o fim da História.



“15. Ora, enquanto eu contemplava essa visão e procurava o significado, vi, de pé diante de mim, um ser em forma humana, 


São Gabriel, igreja dos santos Filipe e Tiago, Oxford, Inglaterra

“16. e ouvi uma voz humana vinda do meio do Ulai: Gabriel, gritava, explica-lhe a visão. 



“17. Dirigiu-se então em direção ao lugar onde eu me achava. À sua aproximação, fiquei apavorado e caí com a face contra a terra. Filho do homem, disse-me ele, compreende bem que essa visão simboliza o tempo final.



“18. Enquanto falava comigo, desmaiei, com o rosto em terra. Mas ele tocou-me e me fez ficar de pé.



“19. Eis, disse, vou revelar-te o que acontecerá nos últimos tempos da cólera, porque isso diz respeito ao tempo final”. (Daniel 8; 15-18)


O arcanjo Gabriel ainda revelou a Daniel o pecado final dos homens, o qual precederá a segunda vinda de Nosso Senhor: 


“20. Eu falava ainda, pedindo, confessando meu pecado e o de meu povo de Israel, depositando aos pés do Senhor, meu Deus, minha súplica pelo seu monte santo;


“21. não havia terminado essa prece, quando se aproximou de mim, num relance, Gabriel, o ser que eu havia visto antes em visão.



“22. Deu-me, para meu conhecimento, as seguintes explicações: Daniel, vim aqui agora para te informar.” (http://www.bibliacatolica.com.br/biblia-ave-maria/daniel/9/#.UZv-fcqS9hs)


A “Pedra de Gabriel” ainda está sendo analisada. Porém, o que dela se extrai nos conforta na certeza de ser Jesus o Messias prometido aos patriarcas e profetas de Israel.



E de ser Aquele que as almas retas do povo eleito aguardavam.

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