sexta-feira, 4 de outubro de 2013

A Eucaristia é uma festa, não uma mera lembrança



Casa Santa Marta: o papa Francisco destaca que a missa não é um evento "social" ou "habitual", mas a "memória da Paixão do Senhor", a sua presença real no meio de nós



Festa ou Sacrifício?



Por Luca Marcolivio

ROMA, 03 de Outubro de 2013 (Zenit.org) - A missa não é um "evento social", e sim a presença real do Senhor em meio a nós. A celebração eucarística não deve ser transformada num "evento normal", porque é sempre uma "festa", disse o papa Francisco na homilia desta manhã na Casa Santa Marta, celebrando na presença do conselho de oito cardeais criado para ajudar na reforma da Igreja.

A primeira leitura (Nm 8,1-4a.5-6.7b-12) se concentrou na “memória de Deus”: a este respeito, o Santo Padre observou que o povo de Deus experimenta a "proximidade da salvação" e começa chorar "de alegria, não de tristeza"; antes disso, o povo "tinha lembrança da Lei, mas era uma lembrança distante".

Mesmo hoje em dia, todos nós "temos a memória da salvação", mas às vezes essa memória está "domesticada", "um pouco distante", quase "como coisa de museu".

Quando a lembrança se torna mais próxima, porém, ela se transforma em "alegria do povo", que "aquece o coração" e que é "um princípio da nossa vida cristã".

O encontro com a memória é "um acontecimento de salvação, é um encontro com o amor de Deus que fez história e nos salvou". É por isso que "precisamos fazer festa".

No entanto, muitas vezes, "nós, cristãos, temos medo da festa" que nasce da "proximidade do Senhor" e perdemos a "memória da Paixão do Senhor", reduzindo-a toda a uma "lembrança" ou a um "evento rotineiro".

Frequentemente, vamos à igreja como se fôssemos a um "funeral". A missa nos entedia, porque não é algo próximo. Ela “vira um evento social e não estamos perto da memória da Igreja, que é a presença do Senhor na nossa frente”, disse o papa.

Devemos, portanto, tomar o exemplo do povo de Israel (cfr. Nm 8,1-4a.5-6.7b-12), que se reaproxima da sua memória e chora, com o coração aquecido, alegre, sentindo que a alegria do Senhor é a sua força. “E faz festa, sem medo, com simplicidade”.

No final da homilia, o papa convidou: "Peçamos ao Senhor a graça de manter sempre a sua memória viva, próxima, e não domesticada pela rotina, por tantas coisas, e distante, reduzida a mera lembrança".

"A igreja tem um amor especial por aqueles que sofrem", disse dom Zimowski, lembrando a figura do papa João Paulo II, fundador do Pontifício Conselho para os Agentes de Saúde e inspirador da Jornada Mundial dos Enfermos, que se celebra todo dia 11 de fevereiro.

“São Camilo pode ser considerado o fundador de uma nova schola caritatis para os profissionais de saúde e para todos aqueles que se inclinam para ajudar o próximo que sofre", disse Zimowski. "Podemos obter do exemplo dele uma nova força para espalhar a mensagem de misericórdia e de partilha que Cristo confiou à sua Igreja".

À tarde, a peregrinação do Pontifício Conselho para os Agentes de Saúde continuou com uma visita ao Santuário do Santo Rosto de Manoppello, onde os peregrinos receberam a saudação do arcebispo de Chieti-Vasto, dom Bruno Forte.


*** * ***

Papa na homilia da manhã – ‘Missa não é evento social, mas memória da salvação’





“Quando Deus vem e se aproxima, é sempre festa”, disse o Papa na homilia proferida na manhã desta quinta, 3, na Casa Santa Marta, concelebrando a missa com os cardeais membros do Conselho que está reunido desde dia 1º no Vaticano.

O Papa ressaltou que não se pode transformar a memória da salvação numa lembrança, num “evento costumeiro". "A missa não é um “evento social” e sim a presença do Senhor em meio de nós". 

Francesco se inspirou na primeira leitura, do
Livro de Nemias, centrando sua homilia no tema da memória “que toca o coração”:

“Isto não é importante só nos grandes momentos históricos, mas na nossa vida; todos temos memória da salvação. Mas ela está próxima de nós? Ou é uma memória distante, arcaica, uma memória de museu...? Quando a memória não é próxima, se torna uma simples recordação”. 

“E esta alegria é a nossa força. A alegria da memória próxima. Ao invés, a memória domesticada, que se afasta e se torna uma simples recordação, não aquece o coração, não nos dá alegria e não nos dá força. Este encontro com a memória é um evento de salvação, é um encontro com o amor de Deus que fez história conosco e nos salvou; é um encontro de salvação. E é tão bom ser salvos que é preciso festejar”. [SIC! SIC! SIC]

“Quando Deus vem e se aproxima – afirmou, há sempre festa. E muitas vezes nós cristãos temos medo de festejar: esta festa simples e fraterna que é um dom da proximidade do Senhor. A vida, acrescentou o Papa, nos leva a afastar esta proximidade, e a manter somente a lembrança da salvação, não a memória que está viva”. A Igreja tem a “sua” memória, que é a Paixão de Senhor. Também conosco acontece de afastar esta memória e transformá-la numa lembrança, num evento habitual”:
[SIC! SIC! SIC]


“Toda semana vamos à igreja, ou quando alguém morre vamos ao funeral... e essa memória, muitas vezes, nos aborrece porque não é próxima. É triste, mas a missa muitas vezes se transforma num evento social e não estamos próximos da memória da Igreja, que é a presença do Senhor diante de nós.”

“Peçamos ao Senhor – concluiu o Papa – a graça de ter sempre a sua memória próxima a nós, não domesticada pelo hábito, por tantas coisas, e distanciada numa simples recordação.

Fonte
: Rádio Vaticano
Da redação do PortalEcclesia.

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