Nota do blogue: Acompanhe esse Especial AQUI.
Tenhamos Compaixão das Pobres Almas!
30 meditações e exemplos sobre o Purgatório e as Almas
30 meditações e exemplos sobre o Purgatório e as Almas
por Monsenhor Ascânio Brandão
Livro de 1948 - 243 pags
Livro de 1948 - 243 pags
Casa da U.P.C.
Pouso Alegre
Pouso Alegre
AOS
LEITORES...
Um historiador francês
publicou trabalho curioso e interessante sobre as velhas e tocantes tradições religiosas
da França. Numa obra intitulada “Les
Rouleaux des morts”, M. Leopold Delisle lembra um velho costume da piedade
católica medieval:
“Houve outrora na Idade
Média, piedoso costume entre os Monges. Era o rôlo dos mortos. Que significa isto? Não havia então como hoje as
facilidades da via férrea, do avião, do telégrafo e do telefone. Dificílimas
e longas as comunicações. O zelo pelos mortos inventou o rôlo. Era um grande pergaminho escrito à mão onde em cada Mosteiro
se escreviam os nomes dos Monges falecidos. E um piedoso Irmão leigo chamado o
‘rotuliger’, partia a pé em
caminhadas longas a rezar o De profundis
e a meditar na morte. Ao chegar à porta de um convento da Ordem, batia e
mostrava ao Abade o rôlo: — ‘Rezai
pelos mortos e escrevei aqui o nome dos que passaram desta para a vida eterna,
para que rezemos todos por eles. Tende compaixão das pobres almas!’.
E ali se inscreviam no
pergaminho os nomes dos falecidos Monges, mais recentes.
E o rotuliger seguia a viagem após um breve descanso. E assim se foi
estabelecendo em toda Europa tão piedoso e santo costume”.
Havia de ser
impressionante ouvir-se o rotuliger clamando
à porta dos mosteiros e pelas estradas: Tende
compaixão dos fiéis defuntos! Lembrai-vos dos mortos! Rezai pelos mortos!
Pois, meus leitores
queridos, com este livro quero ser o rotuliger
dos fiéis defuntos. Quero bradar à porta de todas as paróquias, de todos os
conventos, colégios e comunidades, quero bradar à porta de todas as famílias
católicas: Tende compaixão das pobres almas! Tende compaixão das pobres almas! Rezai pelos fiéis defuntos! Quero
seja este livrinho o rôlo dos mortos
e o seu Autor o “rotuliger das almas”.
Notei, sempre edificado, a devoção da nossa gente pelas santas almas do
purgatório. Há com ela muita superstição, é verdade, e o espiritismo tem explorado
o culto dos mortos de uma forma dolorosa, aproveitando mesmo a inclinação da
nossa gente e o sentimentalismo do brasileiro pelos mortos. Creio, e disto
estou convencido pela experiência, que a verdadeira devoção às santas almas do
purgatório, bem compreendida e bem praticada, será o melhor remédio a este
mal, o melhor combate a esta praga espírita entre nós. Talvez seja mesmo a ignorância
deste dogma tão racional, no dizer de José
De Maistre, a causa da propaganda espírita tão avassaladora entre nós. Por
todos os títulos a devoção às santas almas do purgatório é necessária e
oportuna. Vamos, pois, a esta obra de caridade sem igual. E, permitam-me que
como o rotuliger das pobres almas,
vá bradando sempre por aí afora com meu livrinho: Tenhamos compaixão das pobres almas! Rezai pelos fiéis defuntos! E,
meus leitores, um pedido final: em vossos sufrágios não vos esqueçais de minha
alma, se um dia vos chegar a notícia de minha morte.
Mons. Ascânio Brandão
DECLARAÇÃO
Na doutrina, procurei evitar questões mais sutis e curiosas, que edificantes e de proveito para os fiéis. As opiniões dos Santos Doutores e Teólogos seguros, foram as sobre as quais me firmei para estimular os fiéis na devoção às santas almas. Entretanto, como na doutrina do purgatório, a Igreja tem pouca coisa definida em matéria de fé, tudo o mais fica aos doutores, aos teólogos e ao testemunho muitas vezes invocado das revelações particulares bem provadas e muitas delas sujeitas a rigoroso processo canônico para averiguação da verdade. Ainda assim procurei os autores mais abalizados e seguros, evitei narrações legendárias e duvidosas, e procurei as mais garantidas, edificantes e impressionantes.
Todavia, se alguma coisa aqui se encontrar que possa estar em desacordo com a boa e sã doutrina ou com qualquer determinação da Santa Igreja Católica Apostólica Romana, desde já humildemente quero ter a glória de me submeter à minha Mãe a Santa Igreja, da qual sou filho obediente e em cuja fé quero viver e morrer.
O AUTOR
Nenhum comentário:
Postar um comentário