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'Mas os papas
sempre ensinaram que o poder do papa não chega a isso: sobre o matrimônio
ratificado e consumado, o papa não tem nenhum poder (...)'.
'Com isso nega-se a espinha dorsal da doutrina da Igreja sobre a
sexualidade. Nesse ponto, se poderia perguntar: e por que não se aprovam as
coabitações livres? E por que não as relações entre homossexuais?'
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"De Bolonha, com amor: parem." Esse é o título de uma
entrevista com o cardeal arcebispo de Bolonha,Carlo Caffarra, com seu passado enraizado no
movimento Comunhão e Libertação, publicada
nesse sábado pelo jornal Il Foglio.
"Peroração do cardeal Caffarra depois
do consistório e do relatório Kasper" é o
subtítulo. "Não toquem no matrimônio de Cristo. Não se julga caso a caso,
não se abençoa o divórcio. A hipocrisia não é misericordiosa."
A reportagem é do sítio TMNews, 15-03-2014. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
A respeito da proposta do
cardeal Walter Kasper (acerca da possibilidade de readmitir à
comunhão, depois de um período de penitência, os casais de divorciados em
segunda união que o peçam), Caffara afirma:
"Se a Igreja admite à Eucaristia, no entanto, deve dar um juízo de
legitimidade à segunda união. É lógico. Mas, então, o que acontece com o
primeiro matrimônio? O segundo, diz-se, não pode ser um verdadeiro segundo
matrimônio, já que a bigamia é contra a palavra do Senhor. E o primeiro?
Dissolveu-se? Mas os papas sempre
ensinaram que o poder do papa não chega a isso: sobre o matrimônio ratificado e
consumado, o papa não tem nenhum poder. A solução proposta leva a pensar que
o primeiro matrimônio continua existindo, mas há também uma segunda forma de
convivência que a Igreja legitima. Portanto, há um exercício da sexualidade
humana extraconjugal que a Igreja considera como legítima. Mas com isso nega-se a espinha dorsal da doutrina
da Igreja sobre a sexualidade. Nesse ponto, se poderia perguntar: e por que não
se aprovam as coabitações livres? E por que não as relações entre
homossexuais?"
Fonte: Unisinos
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