Por vezes, "a alma, comunicando-se aos sentidos, acaba por cair numa espécie de paralisia, que se assemelha à imbecilidade" (Pe. Janvier).
Nenhum carcereiro guardará com maior rigor seus prisioneiros, como o vício guarda suas vítimas.
"Uma memória feliz é um indício... de pureza". (Fonssagrives:L'Éducation de la pureté).
"A impureza, diz o profeta, rouba o coração". (Os. 4.11)
O coração? Mas, o vício lhe corrói as fibras vitais... A impureza é a grande raptora dos corações [subtrai, tira às escondidas, fraudulentamente] ... O lírio de amores castos não vegeta em canteiros onde plantas daninhas lhe absorvem toda a seiva e lhe empobrecem totalmente o solo!
"A grandeza dos sentimentos íntimos transparece no rosto, acabando por tornar-se sua expressão normal, ou atribuindo a nota característica a cada fisionomia".
"O vicio conduz ao hospital... e por que caminhos!" (L. Veuillot)
*** * ***
É POSSÍVEL VENCER ESSA GUERRA?
A DERROTA (IMPUREZA)
A derrota!
Palavra amarga!
Como caustica nossos lábios!
Para não sofrê-la, lutamos durante quatro anos...durante quatro anos,
demos o sangue de nossas veias e sacrificamos nossos destemidos valentes. Para
salvaguardar nossa independência!
Ora o moço, dominado pelo vício impuro, perdeu sua independência, é
escravo!
É a derrota!
Palavra muito amarga!
Como caustica nossos lábios!
Ao começar a guerra, vi os jovens belgas conduzidos entre baionetas
alemães. Se vivesse, cem anos (o que seria uma lástima), ainda seria capaz de
recordar a expressão dolorosa dos seus rostos.
Pungente humilhação!
E, no entanto, aqueles moços não tinham de que envergonhar-se. Tinham
antes o direito de se apresentarem de fronte erguida. Mas, o vencido pela
paixão, deve envergonhar-se e andar de cabeça baixa. Entregou as armas, por
covardia, e ao mais desprezível dos vencedores, àquele demônio que Nosso Senhor
no Evangelho chama: "Homicida desde o começo".
Um soldado dos arredores de Namur [episódio
dramático da Primeira Guerra Mundial] contou-me como o seu
"forte" fora tomado. Tinham feito sair todos os belgas e depois,
perante eles, quebram-lhes os fuzis nos rails dos carros americanos, que por
ali passavam. E, com a vingança desenhada no rosto, clamava esse soldado:
"Que raiva Quando vi o vencedor quebrar assim o nosso fuzil! Não podereis
nunca compreender isso! Não, só quem é soldado será capaz de compreender!...".
Mais uma vez: a humilhação para aquele soldado fora puramente material e
de nenhum modo infamante por ser imerecida. O vencido pelo vício sofreu, pelo
contrário uma derrota infamante e merecida.
É cruel e horrível ser escravo do inimigo.
O vício é também uma escravidão.
E não é raro que os escravos dos vícios venham dizer, cobertos de
vergonha: "Oh! é terrível esta tirania do vezo [costume vicioso ou criticável]! Como nos prende com pesados
grilhões!".
Nenhum carcereiro
guardará com maior rigor seus prisioneiros, como o vício guarda suas vítimas.
Péricles, referindo-se aos jovens caídos em combate, dizia: "O ano
perdeu sua primavera!" E isto é ainda mais verdadeiro no sentido moral!
Quando a luxúria leva à ruína um povo, "o ano perdeu a sua
primavera".
Lemos no livro A indisciplina dos
costumes, de Bureau: "diariamente se está dando grande carnificina de
jovens". O autor traçava estas linhas negras, durante a guerra [Primeira Guerra Mundial], mas não se
referia aos jovens mortos em combate, aludia a essa carnificina moral de jovens,
que a impureza deixa arruinados.
...Cotejai as faculdades (jovens castos), uma por uma:
1) A inteligência - é viva e
clara, possuindo o homem, no eu superior, uma dilatação proporcional á
restrição imposta ao eu inferior.
2) A vontade - acha-se retemperada pela
própria luta, mediante o esforço, que é para o caráter, uma espécie de
peptonato [proteína] de ferro.
Torna-se capaz de uma energia de grande voltagem e forte tensão.
3) A memória - é geralmente
fiel, e por forma, que muita vez, "uma memória feliz é um indício... de
pureza". (Fonssagrives: L'Éducation de
la pureté).
4) O coração - guarda intactas suas reservas
de afeição e de frescura de sentimentos que o perfumam...
5) O corpo - não é raro tornar-se mais
elegante em razão da pureza. É lógico: o espirito aperfeiçoa o semblante...: "A
grandeza dos sentimentos íntimos transparece no rosto, acabando por tornar-se
sua expressão normal, ou atribuindo a nota característica a cada fisionomia".
...Assim se nos apresenta a bela geração dos castos.
Mas, há outra. Contemple-se um moço corrompido, que malbarata seus belos
anos, como o insensato que voluntariamente atirasse, uma por uma, ao mar, as
suas preciosas peças de ouro.
Aqui, infelizmente, quão grande é o rebaixamento que vemos!
Retomemos o exame de cada faculdade (jovens impuros):
1) A inteligência - Está, por
assim dizer toldada, como se a lama imunda do coração tivesse subido à cabeça.
O filósofo Joubert
não exagera quando diz: "No momento em que o moço se inflama para a carne,
se extingue para toda e qualquer reflexão séria".
Por vezes, "a
alma, comunicando-se aos sentidos, acaba por cair numa espécie de paralisia,
que se assemelha à imbecilidade" (Pe. Janvier).
Vistes, por ventura, alguma águia numa jaula, o grande rei do azul,
entre varas de ferro? Causa pena! Maior pena causa o estado de uma alma,
encarcerada numa prisão carnal...
2) A vontade - Está gravemente lesada
naquele jovem que não se governa mais. Repare-se neste círculo vicioso: porque
cedeu, debilitou-se a vontade: porque se debilitou a vontade, cede.
3) A memória - A memória sensível tem um órgão:
o cérebro. Mas, os excessos do vício, abalando o sistema nervoso, atuam sobre o
cérebro e, consequentemente, sobre a memória, de um modo desastrado.
4) O coração - Coração? O pobre infeliz, por
vezes, parece que já não o tem mais. "A impureza, diz o profeta, rouba o
coração". (Os. 4.11)
O coração? Mas, o vício lhe corrói as fibras vitais... A impureza é a
grande raptora dos corações [subtrai,
tira às escondidas, fraudulentamente]... O lírio de amores castos não
vegeta em canteiros onde plantas daninhas lhe absorvem toda a seiva e lhe empobrecem
totalmente o solo!
5) O corpo - "O vicio conduz ao
hospital... e por que caminhos!" (L. Veuillot)
A impureza é o pecado do corpo; e é, muitas vezes, punida no próprio
corpo.
(Excertos do livro: A grande guerra - Pe. Hoornaert, Escola Typ. Salesiana,
edição 1928)
Fonte: Católicos de Ribeirão Preto
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