Pe. Antônio Miranda, S. D.
N.Manhumirim, 1960
ABSOLVIÇÃO
MAT. XVI, 19 ― “Dar-te-ei
as chaves do reino dos céus: e tudo o que ligares sobre a terra será ligado nos
céus e tudo o que desligares sobre a terra será desligado também nos céus”.
Aqui vemos o poder
de perdoar, conferido primeiramente ao chefe dos Apóstolos, no
singular; depois, Jesus conferirá o mesmo poder a todo o Colégio Apostólico, no
plural. Leia-se o texto seguinte:
MAT. XVIII, 18 ― “Em
verdade, vos digo: tudo que ligares sobre a terra, será ligado também no céu: e
tudo o que desligardes sobre a terra será desligado também no céu”.
2. JESUS CONFERIU
ESTE PODER, APÓS A RESSURREIÇÃO
JOÃO, XX, 22-23: ―
“Tendo dito estas palavras, soprou sobre eles e lhes disse: Recebei o Espírito
Santo. Aqueles a quem vós perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; e a quem
os retiverdes, ser-lhes-ão retidos”.
NOTA-SE que, no
texto último, Jesus faz questão de, antes de conferir aos Apóstolos o poder de
perdoar pecados, soprar sobre eles, conferindo-lhes o Espírito Santo.
Logo, o poder de perdoar não convém, de maneira nenhuma, a todo e qualquer
indivíduo, como o entendem os protestantes, mas é um poder sacramental,
conferido mediante a colocação do Espírito Santo.
Vide também o
verbete CONFISSÃO.
ADORAÇÃO
1 ― EM
SENTIDO ESTRITO, SÓ SE PODE ADORAR A DEUS
MAT. IV, 10 e LUC.
IV, 8: “Está escrito: Adorarás ao Senhor teu Deus e a Ele só servirás”.
ATOS, X, 25, narram
que Cornélio, ao receber S. Pedro, “prostrou-se para adorá-los, mas S. Pedro
lhe disse: “Levanta-te. Também eu sou um homem”
APOC. XIX, 10, narra
também que São João se prostrou aos pés de um Anjo para o adorar, mas este lhe
disse: “Não faças isto ! Eu sou um servo como tu e teus irmãos, que tem o
testemunho de Jesus. Adora a Deus”.
2 ― MAS,
EM SENTIDO IMPRÓPRIO, A ESCRITURA FALA DE ADORAÇÃO EM VÁRIOS LUGARES
GEN. XXXIII, 1
: ― “Levantando, porém, Jacó os seus olhos viu Esaú, ... 3. E
ele, adiantando-se, adorou-o sete vezes prostrado por terras”.
NÚMEROS, XXII, 31: ―
“No mesmo ponto abriu o Senhor os olhos a Balaão, ele viu o Anjo parado
no caminho com a espada desembainhada, e, prostrado por terra, o adorou”.
II REIS, XIV,22: ―
“Joab, prostrando-se por terra sobre o seu rosto, adorou e felicitou o rei”.
III REIS, 1, 16: ―
“Inclinando-se Betsabé profundamente, adorou o rei”.
IV REIS, IV, 36 e
37: ― “Chegou ela e lançando-se-lhe aos pés (de Eliseu), adorou prostrada em
terra”.
IPAR. XXIX,20: ― “E
todo o povo bendisse o Senhor Deus; e se prostraram e adoraram a Deus, e depois
ao rei”.
A adoração de que
fala a Escritura nestes textos não é propriamente adoração, e, sim, veneração
profunda que se demonstra com a prostração. A Escritura narra estes fatos sem
reprová-los, porque o sentido deles é fácil de entender-se, entre os orientais
principalmente.
É neste mesmo
sentido que, em português antigo. falavam alguns autores de adoração dos Anjos
e Santos. Estavam, pois, muito de acordo com a Sagrada Escritura.
Hoje em dia se usa o
termo adoração só para Deus. E para a Sma. Virgem e os Santos se usa o termo
veneração.
ADORAR EM ESPÍRITO E
VERDADE
JOÃO, IV, 23 e 24: ―
“A hora vem, e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em
espírito e verdade. Por que é destes adoradores que o Pai procura. Deus é
Espírito, e em espírito e verdade é que o devem adorar os que o adoram”.
Deste texto os
protestantes deduzem contra a Igreja Católica a abolição de todo culto externo,
principalmente o culto das imagens. Mas é dar à palavra de Jesus uma extensão
que não tem. Jesus apenas quer dizer à samaritana que vai ser abolido o culto
da lei antiga e que não será necessário ir mais ao templo de Jerusalém para ali
adorar a Deus, porque, em a nova religião cristã, não são as formas antigas,
prescritas por Moisés, que vão agradar ao Pai, e sim a adoração “em espírito e
verdade” isto é: adoração espiritual e sincera, não só externa, mas partindo do
intimo da alma, sobretudo adoração de almas em estado de graça.
ANJOS
1. ― SOMOS CONFIADOS
À SUA GUARDA
MAT. XVIII,10: “Vede
que não desprezeis a nenhum destes pequeninos; porque eu vos declaro que os
seus anjos, no céu contemplam sempre a face do Pai que está no céu”.
HEBR. I, 14: ― “ Não
são eles espíritos ministradores, enviados para exercer o seu ministério
em favor daqueles que deverão herdar a salvação ?”
ÊXODO, XXIII, 20: ―
“Eis que te envio um anjo (mensageiro), diante de ti para que te guarde no
caminho, e te leve ao lugar que te guarde no caminho, e te leve ao lugar que te
preparei”.
ÊXODO, XXIII, 21: ―
“Guarda-te diante dele e ouve a sua voz, e não provoques a ira. Porque não
perdoará a vossa rebelião; porque meu nome está nele”
NOTE-SE a força
destes textos. Deus encarregou os Anjos de zelar pelos homens. Eles estão,
assim, constituídos intermediários, de algum modo medianeiros entre Deus e nós.
2. ― ELES OFERECIAM NOSSAS
PRECES A DEUS, A MODO DE MEDIANEIROS
APOC. VIII, 3:
― “ Veio, pois, outro anjo, e parou diante do altar, tendo um turíbulo de ouro,
e foram-lhe dados muitos perfumes para oferecer com as orações de todos
os santos, sobre o altar de ouro que está ante o trono de Deus”.
APOC. VIII. 4: ― “ E
da mão do anjo subiu a fumaça dos perfumes das orações dos santos diante de
Deus”.
3 ― ELES ROGAM POR NÓS
DIANTE DO TRONO DE DEUS
ZACARIAS, I, 12: ― “
Então o Anjo do Senhor respondeu e disse: ― “ Então o Anjo do Senhor respondeu
e disse: “O Senhor dos Exércitos ! Até quando não terás compaixão de Jerusalém
e das cidades de Judá, contra as quais estiveste irado estes setenta anos ?”
GÊN. XL.VIII. 16: ―
“ O anjo que me livrou de todo mal, abençoe estes rapazes, seja chamado neles o
meu nome, e o nome de meus pais Abraão e Isaac e se multipliquem como peixes em
multidão no meio da terra”.
OSÉIAS, XII, 3 E 4:
― “Jacó suplantou seu irmão no ventre materno e com fortaleza lutou com seu
anjo. E prevaleceu contra o anjo e ficou vencedor. Chorou e suplicou-lhe”.
ANTICRISTO
1. ― ANTES DO FIM DO MUNDO,
DEVE APARECER O ANTI-CRISTO
IIª TESS. II, 3-7: ―
“Não vos deixeis iludir por pessoa alguma nem de modo algum; porque deve vir
primeiro a apostasia e aparecer o homem do pecado, o filho da perdição, o
adversário, a arvorar-se como superior a tudo o que se chama Deus ou divino
chegando a sentar-se no templo de Deus e querendo passar por Deus”.
De acordo com estes
dizeres do Apóstolo, o Anticristo é uma pessoa, bem definida, bem
caracterizada, e que parecerá no fim do mundo.
No mesmo texto, v.9.
o Apóstolo testifica que a vinda do Anticristo será obra de Satanás: “Sua vinda
é por obra de Satanás, com todo o poder, com sinais e prodígios mentirosos”.
2. ― A ESCRITURA
CHAMA TAMBÉM DE ANTICRISTO TODO AQUELE QUE NÃO ACEITA JESUS CRISTO OU SUA
DOUTRINA
1ª JOÃO, II 22: ―
“Quem é mentiroso senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? Esse é o
Anticristo, que nega o Pai e o Filho”.
IDEM, IV 2 e 3: ―
“Nisto se reconhece o Espírito de Deus: Todo espírito que confessa que
Jesus Cristo se encarnou é de Deus; todo espírito que não confessa Jesus, não é
de Deus, mas é o espírito do Anticristo, de cuja vinda tendes ouvido, e já está
agora no mundo”.
IIª JOÃO, 7: ―
“Muitos sedutores tem saído pelo mundo afora, a proclamar que Jesus Cristo não
se encarnou. Quem assim diz é sedutor e Anticristo”.
3. ― O ANTICRISTO É
PERSONIFICADO POR S. JOÃO NUM GRANDE REI E SIMBOLIZADO NUMA FERA
Ler sobre isto todo
o cap. XIII do Apocalipse.
Os protestantes
forcejam por aplicar ao Papa de Roma os dizeres desta profecia. Chegam até à
audácia de inventar que o número 666, de que fala o V.18: ― “É aqui que está a
sabedoria. Quem tem inteligência calcule o número da besta. Porque é número de
homem, e o número dele é 666” ― se aplica à pessoa do Papa.
Trata-se de uma
profecia. O sentido de um texto profético é insusceptível de uma aplicação
pessoal antes de sua realização plena. Se o Anticristo é o Papa, poderíamos
perguntar: “Qual dentre os Papas, se são tantos os que já ocuparam o trono de
Roma?”
O que é claríssimo
no texto sagrado é que o Anticristo será um adversário de Cristo, que atacará a
sua divindade, a sua autoridade, a sua doutrina, a sua Igreja, portanto. E como
encontrar isto no Papa, que foi e é sempre, mesmo quando tem suas fraquezas humanas,
o maior arauto da divindade e da doutrina de Cristo?
APÓSTOLOS
Esta palavra
significa “enviados”. Apóstolo é aquele que é enviado por Deus para uma missão
especial, de anunciar o reino de Deus.
1. ― JESUS ESCOLHEU
DOZE APÓSTOLOS
MAR.III, 13-15: ―
“Depois subiu ao monte, chamou os que Ele quis. e Foram a Ele. Designou doze
dentre eles para ficar em sua companhia. Ele os enviara a pregar com o poder de
expulsar os demônios”. A seguir se enumeram os doze Apóstolos.
LUC. VI, 13-14: ―
“Naqueles dias Jesus retirou-se a uma montanha, para rezar, e passou ai toda a
noite orando a Deus.
Ao amanhecer chamou
os seus discípulos e escolheu doze dentre eles que chamou de Apóstolos”.
De ambos estes
textos ressalta que os Apóstolos são distintos dos discípulos; “dentre eles” é
que Jesus escolheu os Apóstolos. São, portanto, uma hierarquia à parte na
Igreja do Senhor.
2. ― ATRAVÉS DE TODO
O NOVO TESTAMENTO SE PODE VER QUE OS APÓSTOLOS DESENVOLVEM “AÇÃO HIERÁRQUICA”
ISTO É, DE SUPREMACIA SOBRE OS FIÉIS, DIRIGINDO-OS, INSTRUINDO-OS,
GOVERNANDO-OS.
Veja-se:
MAT. cap. X. Todo
caracteriza a missão apostólica.
Idem, cap. XI, 1.
JOÃO, XV: 16-27.
Leia-se todo o livro
dos Atos e poder-se-á averiguar isto a cada passo, mas principalmente nos
Capítulos VI e XV.
3. ― ENTRE OS
APÓSTOLOS, PEDRO TEM A PRECEDÊNCIA, FALA E AGE EM NOME DE TODOS.
MAT. X,2: ― “Eis os
nomes dos doze Apóstolos: o primeiro, Simão, chamado Pedro...”
MARCOS (III, 10) e
LUCAS (VI, 12), mencionando os Apóstolos, enumeram Pedro em primeiro lugar.
MAT. XVI, 16: ―
Quando Jesus pergunta aos Apóstolos qual o pensamento deles sobre o Filho do
Homem, é Pedro quem responde em nome dos demais, inspirado pelo Pai.
É a ele que Jesus
promete a suprema investidura da Igreja. “Dar-te-ei as chaves do reino do céu”.
MAT. XVI. 19.
ATOS, II, 14: É
Pedro quem primeiro prega.
ATOS, II, 41 E X, 9
e sgs. é Pedro que batiza os primeiros gentios.
ATOS, III, 1 e
segs.: É Pedro quem opera o primeiro milagre.
ATOS, 1, 15: é Pedro
quem propõe a eleição do sucessor de Judas.
ATOS, II, 41 e X, 9
e segs.: é Pedro quem fala em nome de todos perante o Sinédrio e defende a fé.
ATOS, V, 3 e segs.:
é Pedro quem exproba Ananias e Safira e lhes inflige em nome de Deus o castigo
de sua mentira.
ATOS, XV, 7 e segs.:
No primeiro Concilio celebrado, é Pedro quem dirime a questão.
ASSUNÇÃO DE MARIA
Objetam muito os
protestantes contra a Assunção, pedindo textos da Bíblia, que a comprovem.
O fato histórico da
Assunção não se encontra na Bíblia, pois os livros do Novo Testamento foram
escritos para pôr em foco Jesus Cristo. Não se ocupam, portanto, de Maria Sma.
senão enquanto em função de Mãe de Cristo, e nada podem narrar de sua Assunção
histórica.
Mas, não obstante, a
Bíblia nos prova indiretamente que a Virgem Maria teve uma vitória completa
sobre a morte em união com Cristo. Eis os textos:
GÊN. III, 15: ―
“Porei inimizades entre ti e a Mulher, entre a tua descendência e a
descendência dela. E um dia Ela te esmagará a cabeça”.
Confia-se a
interpretação que demos deste texto no artigo Imaculada Conceição.
Muitos Santos Padres
o interpretam como sendo uma referência profética à mulher por excelência que
teria uma vitória total sobre o Demônio.
Uma vitória total:
quanto ao pecado e sua conseqüência, que é a morte. Assim deve-se deduzir que
Nossa Senhora, segundo o augúrio da Bíblia, devia triunfar sobre a morte,
ressurgindo e subindo ao Céu.
1º COR, 20-23: ―
“Mas eis que ressuscitou Cristo, como primícias dos que morreram. Pois assim
como por um homem veio a morte, também por um homem veio a ressurreição dos
mortos. Assim como em Adão todos morreram, também em Cristo todos serão
vivificados”.
ECLE. XXV, 33. ― “De
uma mulher teve princípio o pecado, por ela todos morremos”.
NOTA: Estes dois
textos comparados nos mostram que o pecado entrou neste mundo por um homem ―
Adão e por uma mulher ― Eva, e que a vida entrou por um Homem ― Cristo, que
deve reconstruir tudo, e sua reconstituição de tudo vai até à ressurreição, de
que Ele mesmo é as primícias. Mas, se a morte entrou por um homem e por uma
mulher, Adão e Eva, a vida que entra por Cristo, entra também, de algum modo,
por uma mulher, Maria. E se Cristo reconstitui a vida como primícias de
ressurreição, Maria também devia participar desta reconstituição pela mesma
forma, como primícias da ressurreição. Assim, deste texto de S. Paulo, deflui
um forte argumento a favor da Assunção de Maria.
APOC. XII, 1 e
segs.: ― “ Um grande sinal apareceu no céu: uma senhora vestida de sol e a lua
debaixo de seus pés, e sobre a sua cabeça uma cora de doze estrelas”.
“E a Senhora voou
para o deserto, onde de Deus lhe tinha preparado um lugar”.
“E foram dadas à
Senhora duas asas de uma grande águia, para que voasse para o deserto, para o
lugar do seu retiro”.
NOTA: ― Leia-se todo
o capítulo XII do Apocalipse e ver-se-á a luta do Dragão (Demônio) contra a
Mulher (Maria), luta que culmina com a vitória total da Mulher.
HEBR. II., 14: ―
“Como os filhos participam da carne e do sangue, também Ele (Cristo) participou
das mesmas causas, afim de destruir, pela sua morte, “aquele que tinha o
império da morte, isto é, o Demônio”.
Vê-se, por este texto,
que é império do Demônio a morte. Maria para vencer, pois, o Demônio, tinha de
triunfar da morte, pela Assunção gloriosa.
AVE-MARIA
1. ― ESTA ORAÇÃO QUE
OS CATÓLICOS REZAM ESTÁ CONTIDA NO EVANGELHO
LUCAS, I, 28: ―
“Entrando o Anjo, disse-lhe: “Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo, bendita
és tu entre as mulheres”.
LUCAS, I, 42: ― “E
exclamou (Isabel) em alta voz: “ Bendita é tu entre as mulheres e bendito é o
fruto do teu ventre”.
2. ― ESTA ORAÇÃO É
DIVINA, QUANTO À SUA ORIGEM.
LUCAS, I, 26 e
segs.: ― foi pronunciada pelo Anjo Gabriel, “que foi enviado por Deus”, e
portanto, falou em nome de Deus.
LUCAS, I, 41-42: ―
Isabel a pronunciou “cheia do Espírito Santo”.
BATISMO
1. ― É ORDENADO POR
JESUS CRISTO
Sem o Batismo
ninguém pode entrar no céu. Sobre este assunto, vejamos os textos seguintes:
MAT. XXVIII, 18-19:
“Foi-me dado todo o poder no céu e na terra. Ide, pois, ensinai a todas as
nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo...”.
JOÃO, III, 5: ― “Em
verdade, vos digo: quem não renascer da água e do Espírito Santo, não pode
entrar no reino de Deus”.
NOTE-SE que aqui
Jesus não faz acepção de idade: todo aquele que quiser entrar no reino de Deus,
terá que passar pelo Batismo ― renascer...
2. ― O BATISMO DE JESUS É
DIFERENTE, ESSENCIALMENTE, DO DE S. JOÃO BATISTA
MAT.III, II e segs:
― “Eu vos batizo com água, em sinal de penitência... Ele vos batizará no
Espírito Santo e no fogo” - (Idem, Marcos 1, 8).
3. ― FOI ADMINISTRADO PELOS
APÓSTOLOS
ATOS, II, 38 e
segs.: ― “Pedro lhes respondeu: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado
em nome de Jesus Cristo para remissão de vossos pecados, e recebereis o dom do
Espírito Santo”... Os que receberam a sua palavra foram batizados”.
ATOS, VIII, 36-38: ―
“E continuando o caminho, chegaram a uma fonte... e Felipe disse: Se
crereis de todo o coração, é possível seres batizado... E desceram os dois à
água, Felipe e o Eunuco, e o batizou”.
ATOS, X, 47-48: ― “E
então Pedro tomou a palavra: Porventura pode alguém negar a água para que não
sejam batizados estes que, como nós, receberam o Espírito Santo? E mandou que
fossem batizados (Vide I Ped.III,21; Ef. V, 26).
4 ― QUANTO AO BATISMO DAS
CRIANÇAS
Não há nenhuma
passagem da Escritura que o proíba. Pode-se argumentar com
LUC.XVIII, 16: ―
“Deixai vir a mim as criancinhas, porque delas é o reino de Deus”.
Ora, a criança nasce
contaminada com o mesmo pecado de origem (dos nossos primeiros pais). Para
entrar no reino de Deus tem que passar pela morte do pecado, que é o Batismo.
Batismo por infusão
ou ablução pg. 106
BÍBLIAS FALSIFICADAS
Os protestantes,
para iludir os incautos, afirmam que a sua Bíblia é identicamente a mesma dos
católicos.
Examinando,
entretanto, algumas de suas traduções, notamos que lhes faltam os seguintes
livros:
1º Livro dos
MACABEUS;
2º Livro dos
MACABEUS;
O Livro de TOBIAS;
O Livro de JUDITE;
O Livro da
SABEDORIA;
O Livro
ECLESIÁSTICO;
O Livro de BARUC.
Portanto, faltam
sete livros inteiros.
Mais ainda: além
disso, estão ali incompletos DOIS OUTROS LIVROS: o de ESTER, que deve ter 16
capítulos, e não somente 10; e o de DANIEL, que deve ter 14 capítulos e não só
12! CEM versículos no cap. III, e não apenas TRINTA (1).
Sobre a tradução das
Bíblias protestantes, observe-se ainda o seguinte:
João Ferreira de
Almeida, que é tradutor da Bíblia, e cujas traduções são muitíssimo divulgadas
pelos protestante, jamais foi padre católico! Foi ministro cavinista. O título de
“Padre” que ainda hoje vem impresso no frontispício de suas Bíblias, é
malevolamente conservado pelos protestantes como maneira mais fácil de divulgar
os erros, que essa tradução infiltra nos espíritos desprevenidos. Antigamente
os ministros protestante alemães, holandeses e dinamarqueses, intitulavam-se
“Reverendos padres”; eis a razão porque os protestantes conservaram a tradição
desse costume na Bíblia de Almeida, embora não tenham conservado a fidelidade
da primeira tradução, que trazia TODOS os LIVROS (protocanônicos) acima
citados, que hoje nossos modernos hereges rasgaram, porque “deixaram” de ser
verdadeiros, isto é, vão contra os erros que ele propagam: ensinam a existência
do Purgatório, o Sacrifício pelos mortos, etc.
Não se deve
confundir as traduções protestantes com a de Antônio Pereira de Figueiredo.
Este é Padre. Sua tradução primitiva foi boa, mas suas anotações (que os
protestantes tiraram) eram, em grande parte, eivadas de influências realistas,
etc., e foi necessário serem condenadas pela Igreja que, aos 26-1-1795, pô-las
no “Index”. É bom notar que Figueiredo também não rejeitou os SETE LIVROS que
hoje as Bíblias protestantes que lhe traduzem o nome recusam.
BISPOS
1. ― FORAM POSTOS PELO
ESPÍRITO SANTO PARA REGER A IGREJA
ATOS, XX, 28: ―
“Cuidai de vós mesmos e de todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos
constituiu Bispos, para reger a Igreja de Deus, que ele adquiriu com o seu
próprio sangue”.
2. ― SÃO DISTINTOS DOS
SIMPLES FIÉIS E SUCEDEM AOS APÓSTOLOS
ATOS, I, 20-26: ―
Tendo apostatado Judas, que era Apóstolo, S. Pedro propõe a escolha de um
sucessor, que receba o episcopado dele ― ( et episcopatum ejus accipiat alter),
e seja testemunha da ressurreição de Cristo. E “Matias foi incorporado aos onze
Apóstolos” - diz o v. 26.
3. ― POR ISTO DEVEM TER
QUALIDADES EXCEPCIONAIS, QUE NÃO SE EXIGEM DE TODOS
TITO, 1,7: ―
“Porque, na qualidade de administrador da casa de Deus, o Bispo deve ser
irrepreensível”.
1ª TIM. III, I e
segs.: ― “Digna de fé e esta palavra: Quem deseja o episcopado, deseja um cargo
sublime. Por isto, é necessário que o Bispo seja irrepreensível... etc., etc.”.
4. ― JESUS CRISTO É CHAMADO
“BISPO DE NOSSAS ALMAS”, PELO QUE OS BISPOS SÃO SEUS SUCESSORES
1ª. PEDRO, II, 25: ―
“Éreis como ovelhas desgarradas. Mas agora retornastes ao Pastor e Bispo de
vossas almas”.
Ver também CHEFES DA
IGREJA.
CELIBATO CATÓLICO
1. ― S. PAULO
ACONSELHA O CELIBATO
1ª COR. VII, 1-8: ―
“Penso ser bom que o homem não toque mulher. Mas pelos perigos da
incontinência, cada um tenha a sua esposa... Digo isto por concessão, não como
ordem. Pois que todos fossem como eu... Digo às pessoas solteiras e viúvas, que
lhes é bom se permanecerem assim como eu”.
IDEM, 25: ― “A
respeito das pessoas virgens, não tenho mandamento do Senhor. Julgo, pois, que,
em razão das dificuldades presentes, é bom ao homem ficar assim como eu”.
IDEM, 32-35: ―
“Quero que fiques sem cuidados. O solteiro cuida das coisas do Senhor, de como
agradar a Deus. Mas o casado cuida das coisas do mundo, de como agradar à sua
esposa e está dividido. A mulher solteira e a virgem, cuidam das coisas do
Senhor, para serem santas no corpo e no espírito”.
NOTA: ― Eis ai
porque os sacerdotes católicos, até neste ponto de vista de meios naturais,
estão acima de qualquer ministro protestante. São castos, celibatários, “para
serem santos no corpo e no espírito”, e para serem inteiramente de Deus, e não
“estarem divididos” entre o mundo, mulher e filhos de um lado, e Deus do outro.
1ª COR. VII, 38: ―
“De modo que, quem casa sua virgem faz bem; o que não a casa, faz melhor”.
2. ― CONSELHO
ESPECIAL AOS SACERDOTES
LEV. XXI, 8: ―
“Portanto santificai-vos e sede santos, porque eu, o Senhor que vos santifico,
sou santo”.
MARC. X. 29: ― “Todo
aquele que deixar, por causa de meu nome, ou casa, ou irmão, ou irmãs, ou pai,
ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou terras, receberá cem por um e a vida eterna”.
IDEM, 28: ― “E
Pedro, tomando a palavra, disse: Eis que nós abandonamos tudo e te seguimos”.
NOTA-SE que, se os
Apóstolos “abandonaram tudo”, é porque deixaram também a família. Foram castos.
3. ― POSSIBILIDADE
DO CELIBATO PELA GRAÇA DE DEUS
MAT. XIX, 12: ― “Há
eunucos que o são desde o ventre de suas mães; e há eunucos tornados tais pelas
mãos dos homens; e há eunucos que a si mesmos fizeram eunucos por amor do reino
de Deus. Quem puder compreender, compreenda”.
MAT. XIX, 24-26: ―
“É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha que entrar um
rico no reino do céu. Ora, os discípulos admirava-se, ouvindo estas palavras, e
disseram: Quem poderá, então salvar-se? Jesus porém, fitando-os, disse: Aos
homens, isso é impossível”.
Estas mesmas palavras
se podem aplicar à guarda da castidade, contida aliás no que Jesus pediu ao
jovem, quando lhe disse: “Vem, e segue-me”.
Noutros termos,
Jesus diz que, com os auxílios da graça, tudo é possível, pois esta faz no
homem desapegar-se de tudo o que é de mais apetecível, para sacrificar-se por
Deus.
ROM. VIII, 11-13: ―
“Mas se o espírito daquele que ressuscitou Jesus Cristo dos mortos habita em
vós... ele também dará vida aos vossos corpos mortais pelo seu espírito que
habita em vós. Portanto, irmãos, não somos devedores à carne, para que vivamos
segundo a carne. Porque, se viverdes segundo a carne, morrereis; mas se pelo
espírito mortificardes as obras da carne vivereis”.
Iª. COR. X,13: ―
“Não vos sobreveio tentação alguma que não seja humana; mas Deus é fiel; não
permitirá que sejais tentados acima das vossas forças; antes dará um meio de
tirardes proveito da tentação, para poderdes suportar”.
IIª. COR. XII, 7-9:
― “E, para que a grandeza das revelações não me ensoberbeça, foi-me dado um
estímulo da carne, um anjo de Satanás, para me esbofetear pelo que três vezes
roguei ao Senhor que se apartasse de mim. Mas Ele me disse: Basta-te a minha
graça, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. Portanto, de boa vontade me
gloriarei nas minhas fraquezas, para que habite em mim a força de Cristo”.
4. ― O VOTO, QUE SE FAZ,
OBRIGA SOB PECADO
DEUTER. XXIII, 21; ―
“Quando fizerdes algum voto ao Senhor vosso Deus, não deixeis de cumpri-lo,
porque o Senhor vosso Deus vos pedirá conta dele, e em vos haverá pecado”.
Iª TIM. V, 11 E 12:
― “Rejeita as viúvas novas (ao pedido de voto) pois que, quando o atrativo dos
prazeres as desgostar do serviço de Cristo, querem casar-se, tendo a sua
condenação, porque violaram a primeira fé (isto é, violaram o voto)”.
O mesmo se pode
dizer com respeito ao sacerdote que deixa a batina para casar-se.
CHEFES DA IGREJA
1. ― TODOS DEVEM
DAR-LHES OUVIDOS E OBEDECER-LHES AS ORDENS
MAT. XVIII, 17-18: ―
“Se, porém, não ouvir a Igreja, seja tido como pagão e publicano. Em verdade,
vos digo: tudo o que ligardes sobre a terra, será ligado no céu, e tudo o que
desligardes sobre a terra, será desligado no céu”.
MAT. XXVIII, 19-20:
― “Foi-me dado todo o poder no céu, e na terra (eu vo-lo transmito): Ide, e
ensinai a todos os povos, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito
Santo, e instruindo-os a observar tudo o que vos hei ensinado. E eis que estou
convosco todos os dias, até a consumação dos séculos”.
NOTA: ― Dada a alta
importância deste texto, probativo da perenidade da Igreja e da assistência
eterna de Cristo, para que ela não venha a errar, formemos o
seguinte raciocínio: Jesus é Deus. Não pode, pois errar nem fazer-nos errar,
senão deixaria de ser Deus. Ora, Jesus prometeu ESTAR com a Igreja, isto é, com
a Igreja que Ele fundou, até o fim dos séculos. Logo, não errou a sua Igreja, e
portanto sua assistência divina continua ainda a ser garantia de perenidade da
verdadeira Igreja de Pedro.
Suponhamos que sua
palavra tenha falhado, e que esta Igreja tenha errado, como o afirmam os
protestantes. Então Jesus já não seria mais Deus, e toda a Igreja que se
apresentasse com o nome de “Igreja de Cristo” seria tão mentirosa quanto a
primeira.
LUC. X, 16: ― “Quem
vos ouve, a mim me ouve; quem vos despreza, a mim me despreza; e quem me
despreza, despreza Aquele que me enviou”.
MAT. X, 40: ― “Quem
vos recebe, a mim me recebe; e quem vos recebe, recebe Aquele que me enviou”.
NOTE-SE que os
protestantes, desprezando a autoridade da Igreja fundada por Jesus Cristo,
desprezam o próprio Cristo, e portanto, o Pai que o enviou ao mundo. Não estão,
portanto, com a verdade.
2. ― O ESPIRITO
SANTO ESTÁ COM ELES
JOÃO, XIV, 16: ― “E
eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará um outro Paráclito, (consolador), que ficará
eternamente convosco, o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber...”
JOÃO, XVI, 13: ―
“Quando, porém, vier aquele Espírito de verdade, Ele vos ensinará toda a
verdade”.
Este texto, mais uma
vez, vem ensinar que toda a verdade que a Igreja ensinaria aos seus filhos,
ser-lhe-ia ministrada mediante iluminação do Espírito da Verdade, que deveria
assistir aos legítimos Chefes da Igreja.
COMUNHÃO
(Vide Eucaristia e
Missa)
Os protestantes, no
afã de insinuar dúvidas, dizem que o padre comunga “o vinho e a hóstia, mas não
dá o vinho aos católicos”. Objeção tola. Na Bíblia está a resposta:
LUC. XXIV, 30-31: ―
E aconteceu que, sentando à mesa com eles, tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e
lho serviu; então se lhes abriram os olhos e o reconheceram”.
ATOS, II, 12:
― “Eles perseveraram na doutrina dos Apóstolos, na comunhão da fração do
pão e nas orações”.
ATOS, XX, 7: ― “No
primeiro dia da semana, estando nós reunidos, para partir o pão, Paulo
disputava com ele, e foi alongado o discurso até a meia noite...”
Iª COR. X, 16-17: ―
E o pão que partimos, não é, acaso, a comunhão do corpo do Senhor ? Porque nós,
que somos muitos, somos um pão somente, e um só corpo, pois que nós todos
comungamos de um mesmo pão”.
Vale a pena ler todo
o Cap. X, onde aparece, com toda a evidência, o mistério da Presença Real de
Cristo debaixo das espécies do pão e do vinho. O Apóstolo como que desafia os
protestantes de hoje a retrucarem se “o pão que partimos acaso não é o corpo do
Senhor?”.
CONCÍLIOS DA IGREJA
(Vide CHEFES)
1. ― OS CONCÍLIOS OU
ASSEMBLÉIAS DE BISPOS EM NOME DE CRISTO, SÃO ASSISTIDOS PELO ESPÍRITO SANTO
MAT. XVIII, 20: ―
“Onde quer que dois ou três se reunam em meu nome, ali estou no meio deles”.
ATOS, XV, 28: ―
“Porque pareceu bem o Espírito Santo e a nós não vos impor maior jugo
além do seguinte necessário”.
2. ― SEUS PRECEITOS
DEVEM SER OBSERVADOS PELOS FIÉIS
ATOS, XV, 41: ― “E
(Paulo) andava pela Síria e pela Cilicia, confirmando as Igrejas, ordenando que
guardassem os preceitos dos Apóstolos e dos Presbíteros” (dados no Concílio de
Jerusalém).
ATOS, XVI, 4: ― “E
quando andavam pelas cidades, ensinavam-lhes que observassem as decisões que
haviam sido tomadas pelos Apóstolos e Presbíteros em Jerusalém (no Concílio)”.
ATOS, XVI, 4: ― “E
quando andavam pelas cidades, ensinavam-lhes que observassem as decisões que
haviam sido tomadas pelos Apóstolos e Presbíteros em Jerusalém (no Concílio)”.
CONFIRMAÇÃO OU
CRISMA
ATOS, VIII, 15-17: ―
“Os quais (Pedro e João), tendo chegado, fizeram oração por eles, afim de
receberem o Espírito Santo, porque Ele ainda não tinha descido sobre eles, mas
somente tinham sido batizados em nome do Senhor Jesus”.
ATOS, XIX, 6 ― “E
tendo-lhes Paulo imposto as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo, e falaram
diversas línguas e profetizaram”.
NOTA: ― Comumente,
na primitiva Igreja, logo após a recepção da Crisma, o Espirito Santo se
manifestava-se pelo dom das línguas, pela profecia, dom de milagres, etc. para
maior edificação das almas. Isto revela no texto acima.
IIª COR. I, 21-22: ―
“Ora, o que nos confirma em Cristo convosco, e que nos ungiu é Deus, o qual
também nos imprimiu seu selo (caráter sacramental) e deu em nosso corações o
penhor do Espírito”.
NOTA: ― Este texto
revela, como muitos outros, haver um sacramento que se segue ao Batismo, e que
se faz com a unção do óleo: é a Confirmação ou Crisma, que a Igreja nos
ministra.
HERB. VI, 1-2: ― “
Pelo que, deixando de discorrer acerca dos primeiros rudimentos acerca de
Cristo, elevemo-nos a coisas mais perfeitas, sem lançar de novo os fundamentos
da conversão das obras mortas (do pecado) e da fé em Deus, da doutrina sobre os
Batismos e da imposição das mãos (Crisma)”.
EFES. I, 13-14: ―
“...Tenho crido nele, fostes marcados com o selo do Espírito Santo, que tinha
sido prometido, o qual é o penhor da nossa herança, para a redenção do povo
conquistado”.
Iª JOÃO, II, 20: ―
“Porém, vós recebestes a unção do Espírito Santo, e sabeis todas as coisas
(necessárias)”.
IEM, 27: ― “E
permaneça em vós a Unção que recebestes dele”.
ECL. III, 4: ― “O
que ama a Deus implorará o perdão de seus pecados e se absterá de tornar a cair
neles”.
ECL. IV, 31: ― “Não
te envergonhes de confessar os teus pecados, mas não te submetas a ninguém para
pecar”.
IIª ESD. IX, 1 E 2:
― “E no dia 24 deste mês se ajuntaram os filhos de Israel em jejum e vestidos
de sacos e cobertos de terra. E os da linhagem dos filhos de Israel foram
separados de todos os filhos estrangeiros; e confessaram os seus pecados e as
iniqüidades de seus pais”.
PROV. XXVIII, 13: ―
“Aquele que esconde as suas maldades não será bem sucedido; aquele, porém, que
as confessar e se retirar delas alcançará misericórdia”.
2. ― NA TRANSIÇÃO DO ANTIGO
TESTAMENTO PARA O N.T., JOÃO BATISTA EXIGIA A CONFISSÃO DOS PECADOS
MAT. III, 6: ―
“Então vinham a ele a circunvizinhança do Jardão, e eram por ele batizados no
rio Jordão, confessando os seus pecados”.
NOTE-SE que estes
textos não falam ainda da confissão sacramental, que foi instituída por Cristo
para sua Igreja. Falam da confissão penitencial, que não era sacramental, mas
fazia as vezes de sacramento.
3. ― NA PRIMITIVA
IGREJA, USAVA-SE A CONFISSÃO
ATOS, XIX, 18: ― “E
muitos dos que tinham crido iam confessar e manifestar suas obras”.
S. TIAGO, V, 16: ―
“Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros, e orai uns pelos outros
para serdes salvos; porque a oração fervorosa do justo pode muito”.
Iª S. JOÃO, I, 9: -
“Se nós confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para perdoar estes
nossos pecados e para nos purificar de toda iniqüidade”.
Estes textos falam
da verdadeira confissão sacramental instituída por Cristo, conforme a
melhor interpretação. (1) Pouco importa que não falem de confissão
auricular feita só ao padre. Nos começos do cristianismo usava-se a confissão
pública
4. ― A CONFISSÃO
DEFLUI DO PODER DE PERDOAR PECADOS QUE CRISTO CONFERIU A SUA
IGREJA
MAT. XVIII, 18: ―
“Tudo o que ligardes sobre a terra será ligado no céu; e tudo o que desligardes
sobre a terra será desligado no céu”.
Para um juiz dar uma
sentença ligando ou desligando alguém relativamente a uma pena ― é óbvio
que lhe deve ser declarada a culpa do réu. É esta a razão porque o penitente
tem necessidade de declarar seu pecado ao confessor, afim de este perdoar ou
não, perdoar ou reter.
JOÃO, XX, 22-23: -
“Tendo dito estas palavras, soprou sobre eles (os Apóstolos) e disse: Recebei o
Espírito Santo. Aqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; e
aqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos”.
EUCARISTIA
(Ver Comunhão e
Missa)
I. ― JESUS PROMETEU DAR-SE
EM ALIMENTO
JOÃO, VI, 1 e segs.
O grande milagre que aqui se conta é símbolo da Eucaristia, que Jesus iria dar
pela salvação do mundo. Ler toda a primeira parte deste capítulo.
JOÃO, VI, 27: ―
“Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que dura até a vida eterna, A
qual o Filho do Homem vos dará”.
NOTA: ― Este texto
resolve a controvérsia sobre se o alimento que Jesus promete dar mais tarde é
sua palavra (pão metafórico), ou se é de fato seu corpo (Eucaristia).
Veja-se o verbo
final do texto: comida que o Filho do Homem vos dará. Se Ele quisesse
significar o pão de sua palavra, tomada como alimento espiritual, não teria
dito - vos dará, mas - vos dá, pois que presentemente já Ele estava dando este
alimento. Trata-se, evidentemente, daquele alimento que Ele dará na última Ceia
- a Eucaristia.
2. ― JESUS INSTITUIU
A EUCARISTIA
MAT. XXVI, 26: ― “E
Quando ceavam, Jesus tomou o pão, e o benzeu, e o partiu e deu-o aos seus discípulos,
dizendo: TOMAI E COMEI; ESTE É O MEU CORPO”
IDEM, 27: ― “E
tomando o cálice deu graças, e deu-lho, dizendo: Bebei dele todos, porque É O
MEU SANGUE DO NOVO TESTAMENTO, O QUAL SERÁ DERRAMADO POR MUITOS PARA A REMISSÃO
DOS PECADOS”.
(Vide idem em Marc.
XIV, 22-24; Luc. XXII, 19-20)
Iª COR, XI, 23-25: -
“Porque eu recebi do Senhor, o que também vos ensinei a vós, que o Senhor
Jesus, na noite em que foi entregue, tomou o pão, e dando graças o partiu e
disse: “RECEBEI E COMEI ISTO É O MEU CORPO QUE SERÁ ENTREGUE POR VÓS: Fazei
isto em memória de mim... etc.”.
NOTA-SE a identidade
real que é afirmada por Cristo entre “este pão” e “este corpo” que será
entregue à morte.
Por isto é que dizem
os teólogos que se dá na Eucaristia uma Transubstanciação (mudança) do pão no
corpo de Cristo. (1)
3. ― EFEITOS DA
CAMUNHÃO
JOÃO, VI, 50-52: ―
“Este e o pão que desceu do céu, para que aquele que dele comer não morra . Eu
sou o pão vivo que desci do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente;
o pão que eu darei é a minha carne (que será sacrificada) para a salvação do
mundo”.
JOÃO, VI, 54-59: ―
“Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o
ressuscitarei no último dia...
Quem como a minha
carne e bebe o meu sangue fica em mim e eu nele. Do mesmo modo que o Pai me
enviou, e como eu vivo pelo Pai, assim também viverá por mim quem me recebe em
alimento”.
EXTREMA-UNÇÃO
TIAGO, V, 14-15: ―
“Está entre vós alguém enfermo? Chame os presbíteros (sacerdotes) da Igreja, e
eles façam oração sobre o enfermo, ungindo-o com óleo, em nome do Senhor; e a
oração da fé salvará o enfermo, e o Senhor o aliviará. E caso esteja
em pecados, ser-lhe-ão perdoados”.
S. Tiago não
prescreveria isto, se Jesus não o houvera instituído. É, pois, de concluir-se
que a Extrema-Unção é de instituição divina. (1)
Há dela um vislumbre
na vida pública de Cristo, quando Marcos descreve a atividade dos Apóstolos:
MARCOS, VI, 12-13: ―
“E tendo partido (os doze) pregavam aos povos que fizessem penitência. E
expeliam muitos demônios, e ungiam com óleo muitos enfermos e os curavam”.
FÉ E OBRAS
1. ― A VERDADEIRA FÉ
É NECESSÁRIA PARA A SALVAÇÃO
MARC. XVI, 16: ―
“Quem crer e for batizado, será salvo; mas quem não crer será condenado”.
JOÃO, II, 18: ―
“Quem nele crê não é condenado, mas o que não crê já está condenado, porque não
crê no nome do Filho Unigênito de Deus”.
IDEM XI, 26: ― “Todo
o que vive e crê em mim não morrerá eternamente”.
ROM. X, II: ― “Todo
o que crê nEle não será confundido”.
HEBR, XI, 6-7: ―
“Ora, sem fé é impossível agradar a Deus. Porquanto, é necessário que, quem se
aproxima de Deus creia que Ele existe e que é remunerador dos que o buscam.
Pela fé foi que Noé,
avisado por Deus, das coisas que ainda não se viam... tornou-se herdeiro da
justiça que se obtém pela fé”.
2. ― A FÉ SEM OBRAS
É MORTA
TIAGO, II, 14-17: ―
“Que aproveitará , irmãos meus, se alguém diz que tem fé, e não tem obras ?
Porventura poderá salvá-lo tal fé ? Assim também, a fé, se não tiver obras, é
morta em si mesma”.
IDEM II, 26: ― “Bem
como um corpo sem espírito é morto, assim também a fé sem obras é morta”.
GAL. V, 6: ― “Em
Jesus Cristo, nem a circuncisão vale coisa, nem a incircuncisão, mas sim a fé
que opera pela caridade”.
3. - AS BOAS OBRAS
SÃO MERITÓRIAS
GÊN. IV, 7: ―
Porventura, se tu fizeres boas obras, não receberás galardão, e se fizeres
obras más, não estará o pecado logo à porta?”
IDEM, XXII, 16-17: ―
“Por mim mesmo jurei, diz o Senhor, porque fizeste tal coisa, e não poupaste
teu filho único por amor de mim, eu te abençoarei e multiplicarei a tua
descendência como as estrelas do céu...”
SALMO XVII, 21: ― “E
o Senhor retribuirá segunda a sua justiça e me recompensará segundo a pureza
(das obras) de minhas mãos”.
MAT. V, 11-12: ―
“Bem-aventurados sereis, quando vos injuriarem e vos perseguirem e, mentindo,
disseram todo mal contra vós, por causa de mim. Alegrai-vos e exultai, porque
será grande a vossa recompensa nos céus”.
MAT. X, 42: ― “E
todo o que der a beber um só copo d´agua a um destes pequeninos, porque meu
discípulo, na verdade, vos digo que não perderá a sua recompensa”.
MAT. XVI, 27: ―
“Porque o Filho do Homem há de vir na glória de seu Pai com seus Anjos, e então
retribuirá a cada um segundo suas obras”.
ROM. II, 6: ―
“(Deus) retribuirá a cada um segundo as suas obras”.
EFES. VI, 8: ― “Cada
um receberá do Senhor a paga do bem que tiver feito, ou seja escravo, ou
livre”.
IIª TIM, VI, 17-19:
― “Manda aos ricos deste mundo... que façam o bem, que se façam ricos em boas
obras... como um fundamento sólido para o futuro, afim de alcançarem a
verdadeira vida”.
4. - A FÉ NÃO
IMPLICA CERTEZA ABSOLUTA DO ESTADO DE GRAÇA, NEM A SALVAÇÃO
ROM. XI, 22: ―
“Considera, pois, a bondade e severidade de Deus: a severidade para com aqueles
que ciaram; a bondade de Deus para contigo, se permaneceres no bem. Doutra
maneira, Tu também serás cortado.
Iª COR, IX, 27: ―
“Castigo o meu corpo e o reduzo à servidão, para não suceder que, depois de
haver pregado aos outros, venha eu mesmo a ser condenado”.
NOTA: ― Eis aí a
condenação da fé fiducial protestante que os leva à temeridade de arvorar-se em
salvos, eximindo-se das obras de penitência, contrariamente a todo ensino
evangélico.
Iª COR. X, 12: ―
“Aquele, pois, que crê estar de pé, veja que não caia”.
IªIL. 11,12: ―
“Portanto, meus caríssimos, trabalhai na salvação com temor e tremor.
13 ― porque Deus é
quem opera em vos o querer e o executar segundo o seu beneplácito”.
APOC. III, 11: ―
“Eis que venho brevemente; guardar o (tesouro da fé) que tens, para que ninguém
roube a tua coroa”.
ROM. II, 13: ―
“Diante de Deus não são justificados os que simplesmente ouvem a lei, mas os
que a praticam...”
NOTA: ― É, pois,
demasiada presunção querer o homem apoiar sua salvação numa confiança
presunçosa que não é fé, mas abuso da misericórdia divina. O demônio também
crê, mas treme”.
HERESIAS
Muita gente lamenta
a presença de falsas religiões na terra, dizendo que Deus não devia
permiti-las. Mas Deus não quer obstar a liberdade humana
1. ― DEUS AS PERMITE
PARA PROVAÇÃO DOS FIÉIS
1ª COR. XI, 19: ―
“Pois é conveniente que haja heresias, para que também os que são de virtude
provada sejam manifestos”.
MAT. XXIV, 5: ―
“Porque muitos virão (depois de mim) em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo, e
seduzindo a muitos”.
JOÃO, V, 43: ― “Eu
vim em nome de meu Pai: e vós não me recebeis; virá outro em seu próprio nome e
recebê-lo-eis”.
IIª TIM. IV, 3: ―
“Porque virão tempos em que não suportarão mais a sã doutrina, mas
multiplicarão para si mestres segundo seus desejos”.
IIª TIM. II, 16-19:
― “Evite as conversas profanas e vãs, porque muito contribuem para a
impiedade... Porém o fundamento de Deus está firme, tendo este selo: “O Senhor
conhece os que são seus”.
2. ― FALAM EM NOME
DE CRISTO E ESTÃO CONTRA DEUS
Iª JOÃO, II, 18-19:
― “Filhinhos, é a última hora; e como ouvistes dizer que o Anticristo vem,
também já agora há muitos Anticristos. Eles saíram dentre os nossos, mas não
eram dos nossos, porque, se tivessem sido dos nossos, teriam ficado conosco”.
NOTE-SE como esta
palavra ― “Eles saíram dentre os nossos” ― se aplicam bem ao protestantismo,
cujos fundadores, na maioria, eram sacerdotes católicos decaídos.
MAT. XXIV, 5: ―
“Vede que ninguém vos engane; porque virão muitos em meu nome”.
A heresia nasce da
desobediência à Igreja...
3. ― RENEGAM A IGREJA
LUC. X, 16: ― “Quem
vos ouve, a mim, me ouve; quem vos despreza, a mim me despreza; o que me
despreza, despreza Aquele que me enviou”.
PROV. XXVIII, 14: ―
“Quem tem a cabeça dura cairá no mal”.
HERB. XII, 17: ―
“Obedecerei aos vossos superiores (Prelados) e sede-lhes sujeitos, porque eles
velam como quem há de dar contas de vossas almas...”
Iª JO. IV, 1: ―
“Caríssimos, não deis crédito a todo espírito, mas experimentai-o se vem de
Deus; porque muitos falsos profetas vieram ao mundo”.
LUC. XI, 28: ―
“Antes, bem-aventurados os que ouvem a palavra de Deus e a praticam”.
4. ― OS HEREGES SERÃO
CASTIGADOS
MAT. XII, 30: ―
“Deixai crescer uma e outra coisa, até à ceifa; e no tempo da colheita direi
aos cegadores: “Colhei primeiro a cizânia (erva má), e atai-a em molhos para
queimar”.
NOTA: ― Eis ai
o castigo reservado aos hereges. Podem proliferar no meio dos verdadeiros
cristãos, mas serão castigados pelo Supremo Juiz, no fim do mundo.
GAL. I, 9: ― “Se
alguém anunciar um Evangelho diferente daquele que ouvistes, seja amaldiçoado”.
IIª TESS. II, 9-10:
― “A vinda dele (do Anticristo) é por obra de Satanás, com todo o poder e com
sinais e prodígios mentirosos, e com todas as seduções da iniqüidade para
aqueles que se perdem, porque (por sua culpa) não abraçaram o amor da Verdade
para serem salvos”.
NOTA: ― Este texto
se aplica mais particularmente aos espíritas, que com falsos prodígios vão
enganando os incautos.
IIª PED. II, 9: ― “E
porque o Senhor sabe livrar os justos da tentação, e reservar os maus para o
dia do juízo, afim de serem atormentados...”
IGREJA
(Vide “Absolvição” e
“Chefes”)
Os protestantes
dizem que a Igreja de Cristo tornou-se adúltera, infiel a Cristo, tendo sido
necessário vir Lutero, no século XVI, para reformá-la em seus dogmas e sua
moral. Ora Jesus prometeu ficar como Ela até o fim dos séculos, e disse que “as
portas do inferno não prevaleceriam contra Ela” pelo motivo de Ele estar sempre
assistindo-a na terra.
Leiam-se os textos
probativos desta verdade:
1. ― A IGREJA
SUBSISTIRA PARA SEMPRE
MAT. XVI, 18: ― “Eu
te digo, que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; e as
portas do inferno (os erros e as heresias) não prevalecerão contra ela”.
MAT. XXVIII, 20: ―
“Ensinai a observar tudo o que vos hei mandado: e eis que estou convosco todos
os dias até a consumação dos séculos”.
JOÃO, XIV, 16: ―
“Eu rogarei ao Pai e Ele vos dará um consolador que fique eternamente
convosco”.
IDEM, 17: ― “O
Espírito de Verdade, a quem o mundo não pode receber, porque o não vê nem o
conhece; mas vós o conheceis, porque habitará convosco e ficará em vós”. (vide
sl.47: 9; 5: 7, etc.).
2. ― A IGREJA É O RETORNO
DE CRISTO
LUC. I, 32-33: ― “O
Senhor Deus dar-lhe-á a sede de seu pai Davi, e reinará na casa de Jacó
eternamente, e seu reino não terá fim”.
DAN. II, 44: ― “No
tempo, porém, daqueles reinos (dos Caldeus, Persas, Alexandre Magno e Romano),
suscitará a Deus do céu um reino que não passará a outro povo”.
(Vide SL. CXXXI,
13-14).
3. ― E O APRISCO DO
QUAL CRISTO É O PASTOR
JOÃO, X, 16: ―
“Tenho ainda outras ovelhas que não são deste aprisco; e importa que eu as
traga... e haverá um só rebanho e um só Pastor”.
4. ― É ASSISTIDA
PELO ESPÍRITO SANTO E POR CRISTO E NÃO PODE ERRAR
JOÃO, XIV, 26: ―
“Mas o Advogado, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ensinar-vos-á
todas as coisas e vos recordará tudo o que vos tenho dito”.
IDEM, XVI, 13: ―
“Quando vier o Advogado, o Espírito da Verdade, ensinar-vos-á toda a verdade...
e anunciar-vos-á as cousas que virão”.
MAT. XVI, 19: ― “Eu
te darei as chaves do Reino dos Céus. Tudo o que ligares na terra será ligado
também no céu”.
MAT. XXVIII, 20: ―
“Eis que estou convosco, todos os dias, até o fim do mundo”.
5. ― ELA TEM O PODER
DE AMALDIÇOAR OU ANATEMATIZAR
Iª. COR. V, 1-7: ―
“Ouve-se falar constantemente que entre vós há fornicação, e tal fornicação que
não existe nem entre os gentios... Em nome de N.Senhor Jesus Cristo,
congregados vós em meu espírito, com o poder de Nosso Senhor Jesus, seja o tal
entregue a Satanás, para a morte da carne, afim de que sua alma seja salva no
dia de Nosso Senhor Jesus Cristo...”.
ROM. XI, 9: ― “Venha
Tribulação e angústia sobre todo homem que opera a iniquidade”.
ATOS, V,5: ―
“Ouvindo Ananias estas palavras (de Pedro) caiu e expirou aos seus pés”.
ATOS, V, 9-10: ―
“Pedro então disse a ela (Safira): Por que combinastes para tentar o
Espírito do Senhor ? Eis que estão à porta os pés daqueles que sepultaram o
teu marido, e te levarão a ti. E imediatamente ela caiu aos seus pés e
expirou”.
(Vide Gal. 1, 9).
IMACULADA CONCEIÇÃO
GÊN. III, 15: ―
“Porei inimizade entre ti e a mulher e entre a tua descendência e a
descendência dela. Ela te esmagará a cabeça e tu procurarás armar-lhe ciladas
ao seu calcanhar”.
APOC. XII, 1-6: ―
“Apareceu em seguida um grande sinal no céu: uma Senhora revestida de sol, a
lua debaixo dos seus pés, e na cabeça uma coroa de doze estrelas. Estava
grávida e gritava de dores, sentindo as angústias de dar à luz. Depois apareceu
outro sinal do céu: um grande dragão, vermelho, com sete cabeças e sete
chifres, e nas cabeças sete coroas... Este dragão deteve-se diante da Senhora
que estava para dar à luz, afim de que, quando ela desse à luz, lhe devorasse o
filho. Ela deu à luz um filho, um varão, aquele que deve reger todas as nações
pagãs com o cetro de ferro. Mas seu filho foi arrebatado para junto de Deus e
de seu trono”.
IDEM, ib. 13 e segs:
― “O dragão vendo que fora precipitado na terra, perseguiu a Senhora que dera à
luz o Menino... A serpente vomitou contra a Senhora um rio de água para fazê-la
submergir. A terra, porém, acudiu à Senhora, abrindo a boca para engolir o rio
que o dragão vomitara. Este, então, se irritou contra a Senhora, e foi fazer
guerra ao resto da sua descendência, aos que guardam os mandamentos de Deus e
tem o testemunho de Jesus”.
NOTA: ― Compare-se o
texto do Gênesis (III, 15) acima citado com os textos do Apocalipse. Em ambos,
a mesma realidade sobrenatural: a luta, a inimizade entre o Demônio e uma
mulher escolhida por Deus; e esta luta é por causa do Menino “que deve reger
com cetro de ferro todas as nações pagãs” (Apoc. XII, 5).
Quem poderá deixar
de reconhecer nesta “Senhora vestida de sol”, que dá à luz o Menino, Rei de
todos os povos, a Virgem Maria? E quem poderá deixar de ver, então, na
primeira página do Gênesis, a mesma Senhora, cuja descendência, ou seja, cujo
Filho, esmagará a cabeça da serpente ?
E como se evidencia
esta vitória da Mulher predestinada sobre o Dragão infernal? Fora Maria, “de
quem nasceu Jesus” (Mat 1, 16) possuída pelo demônio quando veio a este mundo,
isto é, fosse ela concebida no pecado, onde estaria sua vitória sobre o eterno
inimigo ? Por isto, muitos Santos Padres e Doutores da Igreja interpretam os
dois textos acima, dando-os como prova bíblica da Imaculada Conceição, bem como
da própria Assunção gloriosa e da Corredenção.
LUC. I, 28: ― “O
Anjo disse-lhe: “Ave, cheia de graça! O Senhor é contigo. Bendita és tu entre
as mulheres”.
IDEM. ib. 30: “O
Anjo disse-lhe: “Não temos, Maria, pois encontraste graça diante de Deus”.
NOTA: ― Nossa
Senhora não podia ser saudada pelo Anjo como cheia de graça, se o pecado
original a tivesse atingido; pecado e graça são coisas que não podem estar na
mesma alma. E se Ela está cheia de graça é porque nenhuma graça, (inclusive a
da pureza original) lhe falta.
Bendita entre as
mulheres só pode ser também aquela mulher que, diferente de todas as demais,
recebeu a graça insigne de ser preservada do pecado original.
“O Senhor é contigo”
― é uma expressão que afirma que Maria estava estritamente unida ao Senhor pela
graça, portanto isenta do pecado de origem.
Por isto diz o Anjo:
“Achaste graça diante de Deus”. Isto é, aquela graça que Eva perdera pelo
pecado original, Maria achou pela Conceição Imaculada.
Objeção freqüente
contra a Imaculada Conceição se baseia nos seguintes textos de S.Paulo:
ROM. V, 12: ― “Por
um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, e assim a morte
passou a todo o gênero humano, “porque todos pecaram”.
Iª COR. V, 14: ― “Se
um só morreu para todos, é porque todos estavam mortos (isto é, pelo pecado)”.
Daí concluem os
protestantes: “Se Maria foi imaculada, por que S. Paulo diz que todo o gênero
humano pecou? “Se Maria foi Imaculada ― dizem eles ainda ― então Cristo não
precisou morrer por ela”.
Estas objeções
denotam incompreensão do ensino da Igreja.
Todos pecaram em
Adão. Pecar em Adão é ser membro da raça de Adão, é estar preso à condição de
membro da cabeça deste imenso corpo cuja cabeça foi Adão ― a humanidade. Maria
é desta raça, contraiu o débito do pecado ― ensinam os teólogos ― pecou em
Adão, mas não contraiu a mancha deste pecado porque, no instante em que foi
concebida, Deus lhe infundiu a graça santificante em virtude dos méritos de
Cristo, impedindo que contraísse a mancha do pecado.
Assim Nossa Senhora
foi remetida por Cristo como todos os homens. Somente os frutos desta Redenção
copiosa lhe foram aplicados no instante em que Ela foi concebida. Daí o termo
Imaculada Conceição.
IMAGENS
1. ― DEUS MANDOU QUE
SE FIZESSEM IMAGENS
ÊX. XXV, 18: ―
“Farás também dois querubins de ouro batido, nas duas extremidades do oráculo.
Um Querubim os teja de um lado e outro do outro.
I PAR. XXVIII, 18: ―
“E para o altar em que se queima o incenso, deu do ouro mais fino para que dele
se fizesse a figura dum carro de Querubins, que estendessem as suas asas, e
cobrissem a arca da aliança do Senhor. Todas estas coisas ― disse o rei ― me foram
dadas escritas pela mão de Deus”.
EZEQ. XLI, 17-21: ―
“Acima da porta no interior e no exterior do templo e por toda a parede em
redor, tudo estava coberto de figuras (isto é, IMAGENS); Querubins e palmas,
uma palma entre dois Querubins. Os Querubins tinham duas faces: uma figura
humana de um lado e uma face de leão voltada para a palmeira do outro lado
esculpidas em relevo em toda a volta do templo. Desde o solo até acima da
porta, havia representações (isto é IMAGENS) de Querubins e palmeiras, assim
como sobre a muralha do templo”.
HEBR. IX, 5: ―
Descrevendo o templo do Antigo Testamento, diz: “Ai estava um altar de ouro
para os perfumes e a arca da aliança... e sobre ela estavam os Querubins da
glória que estendiam a sombra de suas asas sobre o propiciatório”.
NUM. XXI, 7-10: ― “O
povo veio a Moisés e disse-lhe: “Pecamos, murmurando contra o Senhor e contra
ti. Roga ao Senhor que afaste de nós essas serpentes”. Moisés intercedeu pelo
povo, e o Senhor disse a Moisés: “Faze uma serpente de bronze (i. é, IMAGEM) e
levanta-a num poste. Todo o que for mordido, olhando para ela, será salvo”.
JOÃO, III, 14: ―
“Assim como Moisés levantou a serpente de bronze no deserto, assim importa seja
levantado o Filho do Homem, para que todo aquele que nÊle crer, não pereça...”
Daí se deduz que a
serpente de bronze era uma imagem do próprio Redentor.
2. ― DEUS PROIBIU O
“CULTO IDOLÁTRICO” DE IMAGENS
Pelos seguintes
textos se vai ver que Deus proibiu foi dar culto a imagens como a Deus.
ÊXODO, XX, 4: ― “Não
farás para ti imagem de escultura, nem figura alguma do que está em cima nos
céus, ou em baixo sobre a terra, ou nas águas, debaixo da terra. “Não te
prostrarás diante delas e não lhes prestarás culto”.
NOTE-SE: ― Deus
proíbe fazer imagens do que esta nos céus ― sol, lua, estrelas; do que está na
terra ― animais, homens; do que está debaixo das águas ― peixes e monstros
marinhos. É que o povo recém-vindo do Egito, lá havia aprendido os costumes
pagãos de fabricar tais imagens para adorá-las.
DEUTR. IV, 16-19S ―
“Guardai-vos, pois de fabricar alguma imagem esculpida, representando o que
quer que seja, figura de homem ou de mulher, representação de algum animal que
viva sobre a terra ou de algum pássaro que voa nos céus, ou de um reptil que se
arrasta sobre a terra, ou de um peixe que vive nas águas debaixo da terra”.
IDEM, IV, 19: ―
“Quando levantares os olhos para o céu, e vires o sol, a lua, as estrelas e
todo o exercito dos astros, guarda-te de te prostrares diante deles e de render
culto a esses astros...”
Leia-se todo este
cap. IV do Deuteronômio para se ver com clareza o que Deus proibia. O que Ele
proibia era o culto idolátrico à semelhança dos pagãos.
3. ― A MALDIÇÃO DO ÍDOLO
ESTÁ EM FAZER DUMA IMAGEM UM DEUS
SAB. XIV, 7-8: ― “O
madeiro, do qual se faz bom uso é bendito; mas o ídolo, obra das mãos (do
homem) é maldito, ele e seu autor: este, porque de fato o fabricou, e aquele,
porque sendo uma coisa frágil, foi chamado deus.”
IDEM, ib. 15: ―
“Penetrado um pai de dor amarga, fez a imagem de seu filho... e aquele que
tinha falecido como um homem, começou a adorar como Deuses, e estabeleceu-lhe
entre os seus servos cerimônias e sacrifícios”.
IS. XLII, 17: ―
“Voltaram para trás, serão cobertos de confusão os que põem a sua confiança em
imagens de escultura, os que dizem às estátuas de fundição: “Vós sois os nossos
deuses”.
JER. XVI, 20: ― “É
possível que um homem faça deuses para si, quando eles não são deuses ?”
(Ver ainda Isaias,
II, 20; XLIV E XXIV).
Destes textos se vê
que a proibição de Deus era de fazer imagens para adorá-las como deuses. Fazer
imagens que contribuam para o culto do Deus verdadeiro, Deus mandou fazê-las,
como vimos acima, imagens de Querubins e serpente de bronze.
Haja vista que a própria
serpente de bronze, mais tarde, foi destruída pelo Santo Rei Ezequias, porque
se transtornara em objeto do culto idólatra por parte do povo. (Cf. IV Reis,
XVIII, 3-5).
Alguns
esclarecimentos ainda, para se compreender melhor a proibição de fabricar
imagens, consignada na Bíblia.
Ensinam os mestres
da língua hebraica em que foi escrita originalmente a proibição, que o texto
sagrado emprega no Êxodo, para significar “imagem”, a palavra hebraica TEMUNAH.
Ora, este termo observam ― designa sempre imagens destinadas ao culto pagão, ou
seja deuses.
É assim que a Bíblia
usa:
TEMUNAH ― para
designar o bezerro de ouro
TEMUNAH ― para
designar a estátua abominada por Isaías (ls.XLIV, 9-10)
TEMUNAH ― para
designar as imagens que Ezequiel viu como ídolos no templo (EZ. VIII, 10).
A mesma
particularidade se observa na versão dos setenta, que usa sempre o termo
EIDOLON, onde o hebraico usa TEMUNAH, deixando a palavra EIKON para significar
efígies de simples decoração.
Parece que S.
Jerônimo seguiu, em sua tradução, critério análogo. Reserva o termo latino
SCULPTILE para traduzir ELDOLON grego e TEMUNAH hebraico.
Poderíamos, assim,
concluir que a tradução portuguesa mais exata dos textos hebraicos em apreço
deveria trazer a palavra ÍDOLO e não simplesmente IMAGEM como tantas vezes se
encontra.
INDULGÊNCIAS
MAT. XVI, 18: ― “Eu
digo que tu és Pedro... dar-te-ei as chaves do reino dos céus; tudo o que
ligares sobre a terra, será ligado no céu...”
NOTA: ― O poder de
conceder indulgências é derivado necessário do poder das chaves dado a Pedro.
IIª COR. II, 6-10: ―
“Para este homem basta esta punição, que é dada por muito, de sorte que agora
deveis de suar com ele de indulgência”.
INFERNO
MAT. III, 12: ― “Ele
tem a pá na mão, limpará bem a eira, e recolherá o trigo no seu celeiro, mas
queimará a palha num fogo inextinguível. (Ver Lucas, III, 17).
MAT. XXV, 41: ―
“Então, dirá também aos que estiverem à esquerda: Apartai-vos de mim, malditos,
para o fogo eterno, que foi preparado para o demônio e seus sequazes”.
MAT. XXV, 46: ― “E
estes irão para o suplicio eterno; os justos para a vida eterna”.
MARC. IX, 43: ― “E
se a tua mão te escandaliza, corta-a; melhor te é entrar na vida eterna manco,
do que tendo duas mãos, ires para o inferno, para o fogo inextinguível”.
MARC. IX, 44: ― “Ali
o verme (do remorso) não morre, e o fogo não se apaga”.
EPISTOLA DE S. JUDAS
TADEU, 1,6: “E os anjos que não conservaram seu principado, mas abandonaram o
seu domicilio, os reservou (ligados) com cadeias, em trevas, para o juízo do
grande dia”.
Veja-se também Apoc.
XIV, 10-11; ls XXXIII, 14; ii Tess. 1, 7-9).
INTERCESSÃO DOS
SANTOS
1. ― JÁ NESTA VIDA
OS JUSTOS SÃO ATENDIDOS
JOÃO. XIV, 13-14: ―
“Tudo o que pedires ao Pai em meu nome, eu vo-lo darei, para que o Pai seja
glorificado no Filho”.
JOÃO, XV, 7: ― “Se
vos permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis
tudo o que quiserdes e ser-vos-á feito”.
Iª JOÃO, III, 22: ―
“E tudo quanto nós lhe pedirmos, receberemos dÊle, porque guardamos os seus
mandamentos e fazemos o que é do seu agrado”.
Se as petições dos
justos são atendidas já neste mundo, em virtude das promessas de Cristo, quanto
mais não o serão quando feitas por justos vivendo na glória.
É, pois, valiosa a
intercessão dos santos.
2. ― JÁ NESTA VIDA
MUITOS SANTOS INTERCEDERAM PERANTE DEUS
JER. XI, 14: ―
“Quanto a ti, não intercedas por este povo, nem ores por ele nem supliques,
porque ao tempo de sua desgraça, quando clamarem por mim, eu não os escutarei”.
SAB. XVIII, 20-22: ―
“É verdade que também feriu os justos uma prova de morte, e no deserto houve um
levantamento da multidão; mas a tua ira não durou muito tempo, porque
apressando-se um homem irrepreensível a interceder pelo povo, opôste o escudo
do seu ministério, e dirigindo-te a sua oração e a sua súplica com a incenso,
atalhou os progressos da tua ira e pôs fim ao flagelo, mostrando que era teu
servo”.
NÚMEROS, XVII, 6 A
15, nos narra precisamente o fato a que a citação acima está aludindo: Arão
intercedendo pelo povo e alcançando misericórdia.
IDEM, ib. 17: ―
“Abraão intercedeu junto de Deus, que curou Abimelec sua mulher e suas servas”.
I REIS. XII, 19: ―
“E Samuel clamou ao Senhor, e o Senhor enviou naquele dia trovões e chuvas. E
todo o povo temeu sobremaneira o Senhor e Samuel, e todo o povo disse a Samuel:
“Roga ao Senhor teu Deus pelos teus servos, para que não morramos”.
JUDITE, VIII, 29: ―
Súplica de Ozias e dos Anciãos a Judite: “Agora, pois, ora por nós, porque tu
és uma mulher santa e temente a Deus”.
3. ― INTERCESSÃO DOS
SANTOS É ACONSELHADA POR DEUS
JO XLII, 8: ―
“Tomai sete touros... ide ao meu servo Jó... o meu servo Jó “orará por
vós e admitirei propício a sua face”.
GÊN. XX, 1-8: ―
Quando Abimelec quis tomar por mulher Sara, esposa de Abraão, Deus lhe
apareceu e lhe disse: “Devolve agora a mulher deste homem, que é um profeta, e
ele “rogará por ti” para que conserves a vida”.
MAT. V, 44: ― “Orai
pelos que vos caluniam”.
Que é isto senão
interceder por eles ?
TIAGO, V, 16: ―
“Orai uns pelos outros, para serdes salvos, porque a oração do justo, sendo
fervorosa, pode muito”.
4. ― OS ANJOS
INTERCEDEM E SÃO ATENDIDOS
ZACARIAS, I, 12-13:
― “O Anjo do Senhor, disse: “Senhor dos exércitos ! Até quando ficareis
insensível à sorte de Jerusalém e das cidades de Judá? Eis já setenta anos que
estais irritado contra elas!”
O Senhor respondeu
ao Anjo que lhe falava, e disse-lhe boas palavras, cheias de consolação”.
5. ― OS SANTOS NO
CÉU TORNAM-SE NOSSOS INTERCESSORES
LUC. XVI, 9: ―
“Portanto, eu vos digo: “Grangeai amigos com as riquezas da iniquidade para
que, quando vierdes a precisar, eles vos recebam nos tabernáculos eternos”.
Que é isto senão
tornarem-se os santos intercessores por nós no céu?
ATOS, V, 3: ― “E
tendo aberto o livro, os quatro animais e os vinte e quatro anciãos
prostraram-se diante do Cordeiro, tendo cada um cítaras e taças de ouro, cheias
de perfume, que são as orações dos santos”.
IRMÃOS DE JESUS
1. ― NA ESCRITURA
CHAMAM-SE IRMÃOS TAMBÉM OS PARENTES PRÓXIMOS
GEN. XIII, 8: ―
“Abraão disse a Lot: ”Rogo-te que não haja discórdia entre mim ti, nem entre
nossos pastores, pois “somos irmãos”.
IDEM, XIV, 14: ―
“Abrão, tendo ouvido que Lot. “seu irmão”, ficara prisioneiro...”
IDEM, XII, 4-5: ―
“Tinha Abrão 75 anos quando saiu de Harã. E ele levou consigo Sara sua mulher,
“e Lot, filho de seu irmão”, e todos os bens que possuía”.
NOTE-SE nestes
textos paralelos: Lot é filho do irmão de Abraão; entretanto Abraão o chama de
irmão.
GEN XXIX, 13: ―
“Tendo Labão ouvido falar de Jacó, filho de sua irmã, correu a seu encontro,
abraçou-o e o conduziu à sua casa”.
IDEM, ib.: Jacó
ficou em casa dele (Labão) um mês inteiro. E Labão disse-lhe: Acaso, “porque és
meu irmão, servir-me-ás de graça?”
NOTE-SE de novo:
Jacó é filho da irmã de Labão; no entanto, este o chama de irmão.
LEV. X, I: ― “Ora,
Nadab e Abind filhos de Arão”, tendo oferecido diante do Senhor um fogo
estranho... morreram diante do Senhor”.
IDEM, ib. 4: “E
Moisés, chamando Misael e Elisafan filhos de Oziel, tio de Arão, disse-lhes:
“Ide, e tirai “vossos irmãos” diante do santuário e levai-os para fora dos
acampamentos”.
NOTE-SE novamente:
Moisés chama de irmãos dos filhos de Oziel os filhos de Arão, que eram
sobrinhos de Oziel.
I PARAL. XXIII, 22:
― “Elcazai morreu, e não deixou filhos, mas filhas; e estas casaram-se com os
filhos de Cis seus irmãos”.
Aí se vê que a
Bíblia chama de irmãos os primos das filhas de Eleaser.
TOBIAS, VIII, 9: ―
“Ora, tu sabes, Senhor, que não é por motivo de paixão que eu amo “esta minha
irmã para esposa”.
Vê-se que Tobias
chama sua esposa de irmã. Ela era sua prima segunda, pois Raquel, pai dela, era
primo de Tobias o velho: “E pondo Raquel os olhos em Tobias, disse para Ana,
sua mulher: “Como este jovem é parecido com meu primo” ― (Tob.Vii, 2).
E no mesmo capítulo,
Raquel chama ao velho Tobias de irmão.
“E Raguel disse-lhes:
“Conheceis meu irmão Tobias ?” (ib.v4)
Está, pois, claro
que entre os hebreus chamava-se irmãos todos os parente próximos.
2. ― OS QUE O
EVANGELHO CHAMA “IRMÃOS DO SENHOR” SÃO SEUS PRIMOS, OU PARENTES PRÓXIMOS
MAT. XIII, 55-56: ―
“Porventura não é este o filho do carpinteiro? Não se chama sua Mãe Maria e
“seus irmãos” Tiago e José e Simão e Judas ? E “suas irmãs” não vivem elas
todas entre nós?”
Ver também Marc. VI,
3.
MAT. XXVII, 56: ―
“Entre elas (as mulheres que se achavam ao pé da cruz) estavam Maria Madalena,
e “Maria, mãe de Tiago e José”, e a mãe dos filhos de Zebedeu”.
MAR. XV, 40: ― “E
encontravam-se também ali algumas mulheres vindas de longe, entre as quais
estavam Maria Madalena e Maria, mãe de Tiago Menor e Salomé”.
Por estes textos
acima, se vê que Tiago e José são filhos de outra Maria que não a Mãe de
Jesus.
JOÃO, XIX, 25: ―
“Entretanto, estavam de pé junto à cruz de Jesus: sua Mãe e a “irmã de sua
Mãe”. Maria, “mulher de Cléofas”, e Maria Madalena.
Por este novo texto
se vê que Tiago e José são filhos da mulher de Cléofas, Maria, que é irmã
da Mãe de Jesus. Tiago e José são, portanto, primos de Jesus. E segundo a praxe
dos hebreus, eram chamados irmãos de Jesus.
EP. DE S. JUDAS
TADEU: ― 1,1: ― “Judas, servo de Jesus Cristo, e “irmão de Tiago”... etc.
LUC. VI, 15: ―
“Mateus, Tomé, Tiago filho de Alfeu, Simão, chamado Zelador, Judas, irmão de
Tiago...”.
Pelos dois últimos
textos se vê que “Judas é irmão de Tiago”.
Por isto, talvez, é
enumerado entre os Apóstolos logo depois de Tiago, filho de Alfeu, assim como
João é enumerado logo depois de Tiago, filho de Zebedeu, de quem era
irmão.
(Cf. Ma. X, 2 segs e
Marc. III, 13 e segs).
De tudo isto aparece
claro que dos irmãos de Jesus assim chamados por Mateus, (XIII, 55 e 56) e
Marcos (VI, 3), Tiago e José são filhos da mulher de Cléofas, que se
chama Cléofas, que se chama Maria, irmã da Mãe de Jesus, e que Judas se
dá por irmão de Tiago, que é filho de Alfeu. Seja que Judas se intitule irmão e
é simplesmente primo, ou que Alfeu é o mesmo Cléofas e, portanto, são na
verdade irmãos, de qualquer forma os três ― José, Tiago e Judas ― não são
irmãos de Jesus, mas simplesmente seus primos.
Sós resta o nome de
Simão, cuja família não se pode descobrir através do Evangelho. Mas é claro: se
ele vem mencionado como irmão de Jesus juntamente com os três outros, que são
primos, é porque ele também é somente primo do Senhor.
Leia-se para maiores
esclarecimentos PE. JÚLIO MARIA ― “Luz nas Trevas” ― cap. XI e DAYL D’ALMEIDA ―
“Irmãos de Jesus - ED. “O LUTADOR “, Campos.
JEJUM
(Vide “Obras Boas”)
Os nossos amigos
protestantes, dizem-se presunçosamente, SALVOS. Só por isto já negam o valor da
penitência e das boas obras, que Jesus tanto louvou e inculcou a seus
discípulos. Esta doutrina está, como nenhuma outra, exposta claramente no
Evangelho e em todo o Novo Testamento
1. ― O JEJUM É
RECOMENDADO NA SAGRADA ESCRITURA
JOEL, II, 12: ― “Agora,
pois, diz o Senhor, convertei-vos a mim de todo o coração com jejuns, com
lágrimas e com gemidos”.
I ESDRAS, VIII, 23:
- “Nós, pois, com este fim jejuamos, fizemos oração ao nosso Deus, e tudo nos
sucedeu prosperamente”.
II ESDRAS, 1, 4: ―
“Quando ouvi estas palavras, sentei-me, e chorei e derramei lágrimas durante
muitos dias, e jejuava e orava na presença do Deus do céu”.
TOBIAS, XII, 8: ― “É
bom a oração acompanhada do jejum, e dar esmola vale mais do que ajuntar tesouros
em ouro”.
DANIEL, X, 3: ― “Eu,
Daniel, não comi pão agradável ao gosto, nem carne, nem vinho entraram em minha
boca, nem me ungi com perfume algum, até que se completassem os dias dessas
três semanas”.
ATOS, X, 4: ― “As
tuas orações e as tuas esmolas subiram com um memorial à presença de
Deus”.
JONAS, III, 5: ― “E
os ninivitas creram em Deus e ordenaram um jejum em público, e
vestiram-se de saco desde o menor até o maior”
JONAS, III, 10: ― “E
Deus viu as suas obras (de penitência), e como se converteram do seu mau
caminho, e compadeceu-se deles”. (Leia-se todo o cap. III).
2. ― O JEJUM É
EFICAZ CONTRA O DEMÔNIO
MARCOS, IX, 28: ― “E
Ele lhes disse: Esta casta de demônios não se expele senão mediante oração e
jejum”.
3. - O JEJUM DEVE
SER OBSERVADO POR TODOS OS CRISTÃOS
MAT. IX, 15: ― “Mas
virão os dias em que lhes será tirado o esposo, e então jejuarão”. (Vide
Marc. II, e Lucas, V, 35).
AT. XIII, 2: ― “E
quando eles se entregavam ao serviço do Senhor e jejuavam, disse-lhes o
Espírito Santo: Separar-me Paulo e Barnabé para a obra a que os destinei”.
ATOS, XIII, 3: ― “E
então, depois de jejuarem e orarem, impuseram-lhes as mãos e os despediram”.
ATOS, XIV, 22: ―
“Por fim, tendo ordenado para cada Igreja sacerdotes, depois de terem feito
orações e jejuando, encomendaram-nos ao Senhor”.
IIª COR VI, 4: ― “Em
todas as coisas nos mostramos ministros de Deus, com muita
paciência nas tribulações, nas necessidades, nas angústias”.
IIª COR. VI, 5: ―
“Nos açoites, nos cárceres, nas sedições, nos trabalhos, nas vigílias, nos
jejuns, com castidade, com ciência, com longanimidade”, etc.
IIª COR. XI, 27: ―
“No trabalho, na fadiga, em muitas vigílias, na fome, na sede, no frio, na
nudez...” (Ler todo este capítulo).
MAT. IV, 2: ― “E
tendo (Jesus) jejuado quarenta dias e quarenta noites, teve fome/’.
MAT. III, 4: ― “Ora,
o mesmo João tinha um vestido de peles de camelo e uma cinta de couro cingindo
os rins; e a sua comida eram gafanhotos e mel silvestre”.
(Vide Marcos, II,
20).
NOTE-SE que Nosso
Senhor não tinha absolutamente, necessidade de jejuar, se isto fez, foi para
dar-nos o exemplo. São João Batista fez JEJUNS prolongados no fundo do deserto,
e “sua comida eram gafanhotos e mel Silvestre”.
Por que, pois, os
protestantes protestam contra o jejum da Igreja Católica, admitem o mesmo ciclo
quaresmal da Igreja Católica, mas não lhe admitem o jejum?
MÃE DE DEUS
Querem os
protestantes que Nossa Senhora foi Mãe somente de Jesus-Homem. É um
contra-senso, pois em Cristo Jesus existe uma só pessoa ― a Pessoa Divina
do Verbo feito Homem. Quem gera esta pessoa feita Homem é, portanto, Mãe de
Deus.
LUC. I, 35: ― “O
Espirito Santo virá sobre ti, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com sua
sombra, e, por isso, o Santo que nascerá de ti chamar-se-á Filho de
Deus”.
LUC. I, 41 E 43: ―
“E Isabel ficou cheia do Espírito Santo e exclamou em alta voz: “Bendita és tu
entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. Donde me vem esta honra
que venha à minha casa “a Mãe de meu Senhor ?”
GAL., IV, 4: ―
“Chegada a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido da mulher,
nascido sob a lei”.
Inegável que tanto o
Anjo, como Isabel inspirada pelo Espírito, e bem asseim São Paulo, afirmam que
o Filho de Nossa Senhora é o “Filho de Deus” e que Ela é a “Mãe do Senhor”, isto
é, Mãe de Deus.
MEDIAÇÃO DE MARIA
Iª TIM, II, 5: ―
“Porque há um só Deus e um só MEDIADOR entre Deus e os homens: JESUS CRISTO
HOMEM, que se deu em resgate por todos”.
NOTA: ― Este texto,
com que os protestantes querem contraditar a mediação de Maria serve antes para
prová-la de modo mais teológico. S. Paulo acentua que o único Mediador é Jesus
Cristo-Homem, o que quer dizer: não é o Verbo, mas o Verbo feito homem por Maria.
Nossa Senhora se torna, assim, Medianeira, precisamente porque, mediante Ela,
Cristo se tornou Mediador (1)
(1) Conf. a
respeito: PE ANTÔNIO MIRANDA, S.D.N. - “Nossa Senhora das Graças” - Ed.
“LUZES”, p.87 e segs.
MAT. I, 16: ― “Jacó
gerou José, esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que é chamado Cristo”.
NOTA: ― Se Cristo,
que é o único Mediador, nasceu de Maria, Ela se tornou, por isto, Medianeira
secundária, entre Deus e os homens, mediante a qual nos veio Cristo
LUC. I, 41: ― “E
aconteceu que, tão logo ouviu Isabel a saudação de Maria, exultou o menino em
seu seio, e Isabel ficou cheia do Espírito Santo”.
NOTA: ― Eis como
Leão XIII interpreta este texto: “João é santificado no seio materno... e isto
lhe advém da saudação de Maria, que, por divina inspiração, veio visitar sua
prima”. (Enc. Jucunda semper, de 8-9-1894).
JOÃO, II, 1-13: ―
Este tópico nos narra como Jesus operou o seu primeiro milagre mediante a
intercessão de Maria, e isto apesar de ainda não ter chegado a hora de Jesus os
inicia. (v.4).
V. II: ― “Por este
modo operou Jesus o seu primeiro milagre... e manifestou a sua gloria e creram
nele os seus discípulos”.
Vê-se que foi
mediante Maria que “seus discípulos creram nele”. Sem dúvida, isto veio
primeiramente da graça gratuita de Cristo. Mas a intercessão de Maria foi um
meio acessório de Deus dispensar sua graça gratuita. Deus quis, pois, Maria
como Medianeira.
MISSA
(Ver “Eucaristia” e
“Comunhão”)
1. ― O SACRIFÍCIO DA
MISSA FOI PREFIGURADO MUITOS SÉCULOS ANTES
Os sacrifícios
antigos eram figura do Sacrifício do Calvário continuado misticamente sobre
nossos altares. Melquisedec, oferecendo pão e vinho, figurou o Santo Sacrifício
da Missa.
GÊN. XIV, 18-19: ―
“Mas Melquisedec, Rei de Salém, trazendo pão e vinho, porque era Sacerdote do
Deus Altíssimo, o abençoou e disse-lhe: “Bendito seja Abraão, pelo Deus
Altíssimo, que criou o céu e a terra”.
2. ― ESTE SACRIFÍCIO
FOI PREDITO POR MALAQUIAS
MALAQUIAS, I, 10-12:
― “Quem há entre vós que feche as portas e acenda o lume sobre o meu altar
gratuitamente ? O meu afeto não está em vós, diz o Senhor dos Exércitos; nem eu
aceitarei oferenda alguma de vossas mãos, porque desde o nascer até o pôr do
sol, o meu nome é grande entre as nações, e em todo o lugar se sacrifica
e se oferece ao meu nome uma oblação pura...”
Que claridade
meridiana nas palavras do vidente divino!
Notem lá os
protestantes esta visão, comparando-a com a visão eucarística de hoje, desde o
nascer até o por do sol, sobre todos os altares da terra! Vemos que Deus
repudia os sacrifícios antigos para receber um novo sacrifício, uma oblação
pura. Qual é esta oblação, hoje existente, senão aquela feita uma vez por Jesus
Cristo, e por Ele ordenada fosse reproduzida todos os dias “do nascente ao
poente do sol”, para perpetuação de seu Sacrifício no Calvário ? “Todas as
vezes que fizerdes isto, fazei-o em memória de mim”. (Mat. XXVI, 28; Lucas,
XXII, 19).
3. ― FOI CELEBRADO
PELO PRÓPRIO JESUS CRISTO
LUCAS, XXII, 19:
― “E depois de tomar o pão, deu graças e partiu, e deu-lho, dizendo: ISTO
É O MEU CORPO, que é dado por vós. Fazei isto em memória de mim”.
LUCAS, XXII, 20: ―
“Da mesma sorte, tomou o cálice... dizendo: “Este CÁLICE É O NOVO TESTAMENTO EM
MEU SANGUE, que será derramado por vós”.
4. ― É ATESTADO POR
S. PAULO, APÓSTOLO
Iª COR. X,16: ―
“Porventura, o cálice da benção que nós benzemos não é a comunhão do sangue de
Cristo? E o pão que partimos, não é a participação do Corpo do Senhor?
Iª COR. X, 21: ―
“Não podeis ser participantes da mesa do Senhor (da Comunhão) e da mesa dos
demônio” (comendo das carnes sacrificadas aos ídolos pagãos).
HEBR. XIII, 10: ―
“Nós (os cristãos) temos um altar do qual os (sacerdotes judeus) que
servem ao tabernáculo, não tem faculdade de comer”.
Perguntemos aos
protestantes se eles tem um Altar como nós, se tem uma vítima e uma “oblação
pura” como a Hóstia sagrada que oferecemos a Deus, todos os dias, “do nascente
ao por do sol”. Se quiserem negar a presença real de Cristo, citemos S.
Paulo: "O Pão que partimos não é, porventura, a participação do corpo do
Senhor?"
ORAÇÃO PELOS MORTOS
TOB. IV, 18: ― “Põe
o teu pão e o teu vinho sobre a sepultura do justo e nem comas nem bebas com os
pecadores”.
ECLESIÁSTICO. VII,
37: ― “A benemerência é agradável a todos os vivos. E não impeças que ela se
estenda também aos mortos”.
II MAC. XII, 43: ―
“E tendo (Judas Macabeu) feito uma coleta, mandou doze mil dracmas de prata a
Jerusalém, para serem oferecidos sacrifícios pelos pecados dos mortos, sentindo
bem e religiosamente da ressurreição, (porque se ele não esperasse que os que
tinham sido mortos haviam de ressuscitar, teria por causa vã e supérflua
orar pelos defuntos) e por que ele considerava que aos defuntos estava
reservada uma grande misericórdia”.
“É um santo e
salutar pensamento ora pelos mortos para que sejam livres de seus
pecados”.
NOTE-SE: ― Este
texto do II Livro do Macabeus nos mostra claramente existir um mistério de
expiação (um purgatório) na vida futura. Como descrêem disto os protestantes ?
ORDENS SACRAS
1. SÃO DE
INSTITUIÇÃO DIVINA
As ordens sagradas,
existentes na Igreja Católica, são de instituição divina, isto é, foram
instituídas pelo próprio Jesus Cristo, que ordenou sacerdotes aos seus
Apóstolos; estes, por sua vez, ordenaram a outros que os sucedessem no
ministério sagrado.
LUC. XXII, 19: ― “E
depois de tomar o pão, deu graças, e o partiu, e deu-lho, dizendo: “Isto é o
meu corpo que é dado por vós; FAZEI ISTO EM MEMÓRIA DE MIM”.
“FAZEI ISTO” ―
nestas palavras está a ORDEM dada pelo próprio Salvador, no momento solene da
Santa Ceia, quando ainda instituiu a Sagrada Eucaristia.
JOÃO, XX, 22-23 ―
“Tendo dito estas palavras, SOPROU sobre eles, e disse-lhes: “Recebei o
Espírito Santo; aqueles a quem vós perdoastes os pecados, ser-lhes-ão
perdoados, e aqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos”.
“Soprou sobre ele” ―
eis ai a comunicação do Espírito Santo aos Apóstolos, conferindo-lhes o poder
de perdoar; portanto, um poder sacramental.
2. ― AS ORDENS
EXISTENTES NA IGREJA SÃO CONFERIDAS PELA IMPOSIÇÃO DAS MÃOS
ATOS, VI, 6: ―
“Apresentaram-nos diante dos Apóstolos, e estes, depois de terem orado,
impuseram-lhes as mãos”.
ATOS, XIII, 3: ―
“Então, depois de jejuarem e orarem, impuseram-lhes as mãos e despediram-nos”.
ATOS, XIV, 22: ―
“Por fim tendo ORDENADO para cada Igreja sacerdotes, depois de terem feito
oração e jejum...”
Iª TIM, IV, 14: ―
“Não desprezes a graça que há em ti, a qual te foi dada pela imposição das mãos
dos presbíteros”.
NOTA: ― Esta
imposição das mãos confere a graça, logo é um sacramento especial,
diferente dos outros.
IIª TIM, 1,6: ― “Por
este motivo de admoesto a que reanimes a graça de Deus que está em ti pela
imposição das minhas mãos”.
TITO, 1,5: ―
“Deixei-te em Creta para que regules a falta e estabeleças presbíteros nas
cidades segundo as prescrições que te dei”.
PEDRO, PRIMEIRO PAPA
1. O PAPA, BISPO E
CHEFE DOS OUTROS BISPOS
Jesus prediz a Simão
que seu nome será mudado em CEFAS (Pedro ou Pedra), porque será escolhido como
a pedra fundamental da Igreja divina:
JOÃO, I, 42: ―
Jesus, olhando-o, disse: “Tu és Simão, filho de Jonas; tu serás chamado
CEFAS, que quer dizer Pedro” (ou Pedra) para servir de fundamento e alicerce de
minha Igreja.
2. ― JESUS CUMPRE A SUA
PREDIÇÃO
MAT. XVI, 13 e ss.:
― “E veio Jesus para as bandas de Cesaréia de Filipe interrogou os seus
discípulos, dizendo: Que dizem os homens acerca do Filho do Homem ? E eles
responderam: uns dizem que é João Batista, outros que é Elias, e outros que é
Jeremias ou algum dos profetas. Disse-lhes Jesus: É vós, quem dizeis que eu
sou? Respondendo Simão Pedro, disse: Tu és o Cristo o Filho de Deus vivo ! E
respondendo Jesus, lhe disse: Bem-aventurado és, Simão, filho de Jonas, porque
não foi a carne e o sangue que to revelou, mas sim, meu Pai que está nos céus.
E eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja e as
portas do inferno não prevalecerão contra ela. E eu te darei as chaves do reino
dos céus; e tudo o que ligares sobre a terra será ligado nos céus; e tudo o que
desligares sobre a terra, será desligado nos céus”.
LUC.XXII, 31-32: ―
“Disse mais o Senhor: Simão, Simão, eis que Satanás vos reclamou com instância
para vos joeirar como trigo. Mas eu roguei por ti, para que a tua fé não falte.
E tu, uma vez convertido, (da negação que virá durante a paixão) confirma os teus
irmãos”.
NOTA: ― Jesus orou
pelo Papa (Pedro) para confirmá-lo na fé: Sua oração é infalível e onipotente.
Logo, realizou o pedido, feito em favor do Papa: Ele não pode faltar à fé.
Passados os dias
dolorosos da paixão e morte de Jesus, tendo Pedro negado covardemente o seu
divino Mestre (e foi quando Satanás tentou joeirar a Igreja), tendo-se
destarte, cumprido a predição de Jesus, o Senhor aparece, a Pedro, às margens
do Tiberíades.
JOÃO, XXI, 15-18: ―
“Tendo eles comido, Jesus perguntou a Simão Pedro: Simão, filho de João, tu
me amas mais do que estes? Ele lhe respondeu: Sim, Senhor, tu sabes que
eu te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta os meus cordeiros”. Perguntou-lhe segunda
vez: “Simão, filho de João, tu me amas ? Ele respondeu: Sim, Senhor, tu
sabes que eu te amo. Jesus lhe disse: Apascenta os meus cordeiros”.
Perguntou-lhe
terceira vez: Simão, filho de João, tu me amas ? Pedro ficou triste, porque
pela terceira vez lhe perguntara: Tu me amas ? e respondeu-lhe: Senhor, tu
conheces tudo, tu sabes que eu te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta
as minhas ovelhas”.
Por este texto se vê
que Nosso Senhor manda S. Pedro apascentar CORDEIROS (duas vezes) e
OVELHAS distintamente. Que é isto senão o mesmo que nomeá-lo PASTOR dos
cordeiros e das ovelhas, que por natureza conduzem os cordeiros? Eis porque
nesta metáfora a Igreja Católica entende na palavra cordeiros, duas vezes
repetida, o rebanho dos fieis e dos clérigos, e na palavra ovelha, os Bispos
que são condutores dos clérigos e dos fiéis.
3. ― PEDRO, PRIMEIRO
PAPA, FIXOU RESIDÊNCIA EM ROMA
ATOS, XII, 17: ― “Em
seguida (Pedro depõe de libertado da perseguição de (Herodes), saiu daí (de
Jerusalém) e retirou-se “para outro lugar”.
Qual é este outro
lugar para onde S. Pedro se retirou, o Autor dos Atos não o diz, devido à época
de perseguição que a Igreja atravessava. Convinha que ficasse oculto o Pastor
Supremo, e não se expusesse à perseguição.
O outro lugar para
onde ele foi, certamente é Antioquia.
ATOS, XV, 4 e 7 ―
Vemos, neste texto, que se reúne um Concílio em Jerusalém , e Pedro, de novo,
está presente, e é quem decide a questão.
Depois disto, os
Atos se ocupam exclusivamente das atividades de Paulo e não mais se referem a
Pedro.
Mas existe uma
tradição histórica segura que prova ter Pedro se estabelecido em Roma. E esta
tradição é confirmada por um texto, embora não inteligível à primeira vista, da
Iª Epístola de S. Pedro.
Iª PED. V, 13: ― “A
Igreja eleita de Babilônia saúda-vos, assim como também Marcos, meu filho”.
Esta Igreja eleita
de Babilônia” ― concordam os intérpretes ― é Roma. Pois a antiga Babilônia não
mais existia.
Era com o
designativo de Babilônia que os cristãos perseguidos designavam a cidade pagã
de Roma. S. Pedro, escrevendo desta cidade, afim de se ocultar aos profanos,
designa a Igreja que chefia, com o nome só conhecido talvez a seus leitores.
Assim explicado,
este tópico nos prova, escriturísticamente, a estadia de Pedro em Roma. E eis
porque ele chama a esta Igreja de eleita porque Pedro a escolhera para “mãe de
todas as demais Igrejas”.
Outra prova de que
Babilônia ai designa Roma, é que Pedro menciona Marcos, “seu filho”. E
este Marcos esteve também em Roma, pois S. Paulo daí escrevendo aos
Colossenses, e a Filêmon, envia saudações em nome dele para todos os fiéis de
Colossos e da casa de Filêmon:
COL. IV, 10: ―
“Saúdo-vos Aristarco meu companheiro de prisão, e Marcos primo de Barnabé”...
FILÊMON, 23 E 24:
“Epaíras meu companheiro de prisão em Cristo Jesus te saúda. “Também Marcos”
Aristarco Demas e Lucas, meus colaboradores”.
Destarde, é
escriturísticamente provado que S. Pedro foi PAPA EM ROMA.
PURGATÓRIO
Purgatório é um
estado médio entre o céu e o inferno, onde as almas expiarão suas culpas
leves e as conseqüências dos pecados mortais já perdoados nesta vida. Os
hereges negam a sua existência.
APOC. XXI, 27: ―
“Nela (na Jerusalém celeste) não entrará coisa alguma contaminada ou quem
cometa abominação e mentira, mas somente aqueles que estão escritos no livro da
vida do Cordeiro”.
Ora, por mais puro
que seja o homem neste mundo, sempre ele terá máculas contraídas em sua
natureza viciada, já que “o justo cai sete vezes”. Condená-lo ao inferno por
ter pequenas fraquezas não o quer a bondade de Deus. Dar-lhe logo o céu,
obsta-o a infinita pureza do Senhor.
Logo, é necessária
uma expiação ou purgação na outra vida, num estado denominado Purgatório.
MAT. V, 25-26: ―
“Acomoda-te sem demora com teu adversário, enquanto estás em caminho (enquanto
vives) com ele, para que não suceda que este adversário te entregue ao juiz, e
o juiz te entregue ao ministro, e sejas posto na prisão. Pois na verdade te
digo: Não sairás dali até que pagues o último ceitil”.
NOTE-SE que aqui não
se trata do inferno, donde não se pode cair; nem do céu, lugar de gozo, e não
de expiação; mas do purgatório, único lugar onde se deve expiar “até pagar o
último ceitil” das faltas leves cometidas nesta vida terrena.
MAT. XII, 32: ― Todo
o que falar palavra contra o Filho do homem, ser-lhe-á perdoado. Mas o que
disser contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado neste século nem no
futuro”.
NOTA: ― Por esta
expressão: “não lhe será perdoada nem neste século nem no futuro”, vemos que há
pecados perdoáveis também no século futuro, isto é, no outro mundo. Este lugar,
no outro mundo, chama-se purgatório.
Iª COR. 11-16: ―
“Quanto ao fundamento, ninguém pode por outro fundamento senão o que foi posto:
Cristo Jesus. Agora, se alguém edifica sobre este fundamento com ouro, ou com
prata, ou com pedras preciosas, com madeira, com feno, ou com palha, manifestar-se-á
a obra de cada um. O dia (do juízo) demonstrálo-a. Será revelado “pelo
fogo” e o “fogo provará” o que vale o trabalho de cada um. Se a obra construída
subsistir, o construtor receberá a recompensa. Se a obra de alguém se
extinguir, sofrerá a perda. Ele mesmo, porém, “será salvo, mas passando de
qualquer maneira através do fogo”.
O Apóstolo afirma,
pois, que alguns, ainda que construindo sua vida sobre Cristo, entretanto a
constroem com obras imperfeitas (palha, feno). Serão salvos, mas deverão passar
pelo fogo. É o que ensina a Igreja Católica: muitos se salvam, mas devido às
suas imperfeições deverão “passar pelo fogo” antes de entrarem no céu.
RELÍQUIAS
Relíquias milagrosas
são objetos santificados pelo contato dos servos de Deus e deixados aos
cristãos neste mundo.
Não raro, operam
grandes milagres.
Este culto é tão
antigo quanto o Evangelho e a Igreja.
MAT. IX, 20: ― “Eis
que uma mulher que havia doze anos padecia de um fluxo de sangue se achegou por
detrás dele (de Jesus) e tocou a fímbria do seu vestido...
E, voltando-se
Jesus, disse: Tem confiança, filha, a tua fé te salvou. E ficou sã a mulher,
desde aquela hora”.
MAT. XIV, 36: ―
“...E lhe apresentaram todos os que padeciam algum mal: rogando-lhe que os
deixasse tocar sequer a orla do seu vestido. E todos os que à tocaram, ficaram
sãos”.
ATOS, V, 15: ―
“De maneira que traziam os doentes para as ruas e punham-nos em leitos e
padiolas, afim de que, quando Pedro passasse, ao menos a sua sombra cobrisse
alguns deles”.
ATOS, XIX, 11-12: ―
“Deus fazia milagres não vulgares pelas mãos de Paulo, de sorte que até sendo
aplicados aos enfermos lenços e aventais que tinham tocado em seu corpo, não só
saiam deles as doenças, mas também os espíritos maus”.
NOTA: ― Ainda hoje,
objetos tocados nos santos, continuam operando os mesmos milagres que no tempo
de S. Paulo, as relíquias de Sta. Teresinha, de Frei Fabiano, etc. Isto prova a
santidade de vida daqueles que as deixaram e a santidade da Fé que praticaram.
VESTES SACERDOTAIS
ÊXODO, XXXIX,
1: ― “Depois fez de púrpura e escarlate e de linho fino as vestes com que
devia ser revestido Arão quando ministrava no Santuário, como o Senhor ordenou
a Moisés”.
IDEM, ib, v.25: ―
“Fizeram também para Arão e seus filhos as túnicas tecidas de linho fino e as
mitras de linho fino...”etc.
IDEM, ib, v. 41: ―
“E também as vestes, de que usam no santuário os sacerdotes... ofereceram-na os
filhos de Israel conforme o Senhor tinha mandado”.
NOTA: ― Por estes
textos se vê que Deus queria, no Antigo Testamento, o esplendor das vestes
litúrgicas. As vestes sacerdotais são, assim, perfeitamente conformes à
doutrina da Escritura.
VIRGEM MARIA
IS. VII, 14: ―
“Por isto, o próprio Senhor vos dará um sinal: Uma virgem conceberá
e dará à luz um filho, e o seu nome será Emanuel”.
LUC. I, 26 e segs.:
― “Foi o Anjo Gabriel enviado por Deus... a uma Virgem desposada... e o nome da
Virgem era Maria”.
LUC. I, 34-35: ―
“Maria perguntou ao Anjo: “Como se fará isto? Pois eu não conheço varão”.
Respondeu-lhe o Anjo: “O Espírito Santo descerá sobre ti e o Altíssimo te
cobrirá com a sua sombra”.
MAT. I, 18: ―
“Estava Maria, sua Mãe, desposada com José; e antes de conviverem, “Maria
achou-se grávida por obra do Espírito Santo”.
NOTA: ― Estes
textos mostram insofismavelmente que Maria Sma. concebeu seu divino Filho,
ficando intacta sua virgindade. Seu parto, com o fato de Ela conceber um filho,
foi um prodígio, dia Isaias, e foi por obra do Espírito Santo, como assegura o
Evangelho.
A pergunta que Maria
fez ao Anjo ― “Como se fará isto, pois eu não conheço varão?” ― indica que
Nossa Senhora tinha propósito de guardar virgindade, apesar de já estar desposada.
Porquanto, se não tivesse feito este propósito, não havia por onde perguntar ao
Anjo como sucederia a concepção de um filho, de vez que ela estava desposada.
Dizer, pois: ― “não conheço varão” ― equivale a dizer: ―
“Tenho propósito de ser virgem, apesar de estar desposada”.
A virgindade, pois, anterior ao parto
de Maria, seguiu-se a virgindade posterior, e Ela foi sempre Virgem.
Pe. Antônio Miranda, S. D. N.
Manhumirim, 1960
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