A Nova Era como neo-gnosticismo - auto-salvação de baixo para cima
A
Conferência Episcopal Italiana (CEI) apontou a Nova Era, juntamente com o
movimento das Testemunhas de Jeová (salvação alternativa vinda de cima), como
um símbolo do neo-gnosticismo (auto-salvação vinda de baixo):
"A New Age:
41. Mais do que grupos individuais
e movimentos religiosos definidos, com estruturas e doutrinas próprias, devemos
levar em consideração a propagação de uma nova maneira de compreender o mundo,
que atende pelo nome de New Age: nela,
confluem e se confundem pensamento oriental, elementos de derivação cristã,
doutrinas esotéricas, novas cosmologias e interpretações astrológicas, numa
composição sincretista que tende a responder às mais diversas e até opostas
exigências da sociedade contemporânea.
A New Age desvaloriza e torna irrelevante o critério de verdade, e
quem evoca a sua necessidade é considerado perigoso para a concórdia entre os
homens, perturbador do caminho rumo à nova era, a qual estaria destinada a pôr
fim às disputas e divisões das idades anteriores do mundo.
No limiar do milênio, é
prometida uma "nova era" do mundo, a "Era de Aquário", que
será de unidade e paz universal, caracterizada pelo advento de uma religião
planetária, herdeira do que houve de positivo em todas as religiões anteriores,
levando-as, assim, ao seu cumprimento. Embora faça referências também ao
pensamento de autores cristãos, esse movimento esvazia o evento salvífico de
Cristo eliminando a sua verdade, singularidade e plenitude.
Além do sincretismo, a New Age é dominada por um vago naturalismo
e imanentismo. O homem, de acordo com essa linha de pensamento, pode se tornar
capaz, através de algumas técnicas, de
fazer a experiência do divino sem a ajuda da graça divina, realizando com as
próprias forças a sua salvação, da qual depende a harmonia universal.
42. O pensamento da New Age se
espalha de modo sutil e quase imperceptível, por muitos canais e formas, e é
apresentado com metodologias adequadas inclusive para as crianças, sublinhando
as suas características de amor universal e de proteção da natureza.
Esta proposta pode ser
enganosa, porque apresenta determinados objetivos com os quais é fácil
concordar: harmonia entre homem e natureza, consciência e compromisso para
tornar o mundo melhor, mobilização de todas as forças do bem para um novo
projeto unitário de vida.
Algumas técnicas propostas
podem ser consideradas naturalmente boas e psicologicamente úteis, mas outras
são altamente questionáveis, porque usam formas que violam a ética natural e o
respeito pelo ser humano.
Exige-se, portanto, um aprofundamento
e um esclarecimento sobre esta nova forma de sincretismo religioso, que é
difícil de definir. Só é bom o que é
verdadeiro: este é o critério que deve nos guiar. Temos uma obrigação de
consciência para com a verdade e um dever de obediência à Palavra revelada,
advertidos que fomos por São Paulo de que existe sempre o risco de trocarmos a
verdade de Deus pela mentira e de adorarmos "a criatura no lugar do
Criador" (Rm 1, 25).
43. A resposta cristã para a
Nova Era está no mistério da Encarnação: o Filho de Deus nasceu da Virgem Maria
"para nos salvar". Não há salvação em nenhum outro nome (cf. At 4 ,
12). Ninguém pode salvar a si mesmo, com técnicas humanas.
Apesar da companhia de todas as
constelações e com todas as práticas psicológicas possíveis, o homem permanece
irremediavelmente sozinho. Veio Outro para nos salvar, aquele que "por
nós, homens, e pela nossa salvação, desceu dos céus" e está vivo e
operante mediante o seu Espírito na Igreja.
O cristão não adere a um
salvador humanamente inventado, mas ao Jesus Cristo do Evangelho, que nos salva
através da cruz e da ressurreição, propondo o caminho das bem-aventuranças e
nos fazendo transcender o horizonte terreno, ainda que o ilumine e o
promova".
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