domingo, 10 de novembro de 2013

O Milagre da ‘Revolução Espontânea’



O processo se assemelha em tudo ao da Revolução da Sorbonne de 1968, espécie de ensaio geral para essa revolução que agora pretende ser mais universal do que aquela. Lá também ninguém visava à derrubada do poder, pois é o próprio poder que eles odeiam; tudo era feito de forma a parecer que a revolução brotava espontaneamente dos estudantes e operários, inclusive até mesmo as frases e manifestações escritas eram as mais rústicas possíveis (apenas pichações, sem manifestos escritos ou de pasquins) para dar a ideia de que aquilo não provinha de uma preparação prévia feita por um grupo revolucionário organizado. É como se o "crime organizado" passasse a dar a entender à população que os assaltos são espontâneos e não feitos por grupos organizados. Seria possível?


Raphael de la Trinité


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A espontaneidade está produzindo um dos maiores “milagres” da História. Em primeiro lugar, produziu o milagre da “geração espontânea” do Universo, hoje um dogma evolucionista sempre presente não só entre pseudo-cientistas mas na cabeça de muitos leigos e da quase unanimidade da mídia. Ora, se o universo surgiu por “geração espontânea”, por que não também as revoluções?


E foi assim que, segundo essa mentalidade, o Protestantismo, a Revolução Francesa e o Comunismo brotaram espontaneamente do chão e produziram essa monstruosa Revolução que hoje campeia pelo mundo moderno. Foi dessa forma também que brotou a revolução da Sorbonne de 1968, uma das mais “espontâneas” de toda a História, aliás a que mais se caracterizou por uma suposta espontaneidade. É uma qualidade que daria crédito e autenticidade ao movimento.

Vem agora a revolução dos “indignados” (ou dos indignos), produzida e gerada “espontaneamente” em vários países do mundo. “Esponaneamente” brotou ela em solo árabe (fruto das “redes sociais” da internet, segundo dizem) e de lá foi transplantada sua semente para a Europa, Estados Unidos e o resto do mundo. Entre os árabes produziu quedas de governos, mas não tinha como objetivo visível colocar um sucessor à altura das aspirações populares. A palavra mágica era “democracia” , coisa que aqueles povos só poderão saber o que seja daqui a alguns séculos, mas algo tão vago que ninguém sabe o que vem surgindo após as quedas de odiosas ditaduras.
No resto mundo é diferente. Sempre com o caráter de “espontaneidade”, marcam uma data para se iniciar uma simples marcha de protestos e, coincidentemente, a “espontaneidade” registra também hora, data, local do encontro, e até mesmo algumas características que as manifestações devem ter, como, por exemplo, ser composta de “jovens”, de estudantes, de operários, etc., etc.

É tão bela e admirativa essa “espontaneidade” que a revista “Veja” a elogia, numa de suas últimas edições em que propaga a manifestação dos “indignados” brasileiros contra a corrupção, um tema muito fácil de atrair multidões para uma praça. A revista só não explica como é que, “espontaneamente”, a manifestação teve fórum de debates na internet, local, data e hora para ser feita, além de se caracterizar unicamente como um movimento apolítico (quer dizer, sem partido) e dirigido contra os corruptos. E, depois, teve a mídia que “espontaneamente” vai lhe colocando no foco dos acontecimentos. É muita “espontaneidade” para um movimento tão bem organizado e de caráter universal...

Alguns dos anarquistas, aqueles mesmos que vivem num mundo virtual à procura de algo para sair de seu “autismo consentido” para o mundo real, o qual eles odeiam porque não o suportam, se aproveitam para “espontaneamente” botar fogo em tudo, queimar veículos, depredar lojas, jogar pedras na polícia, e aí ameaçam estragar o movimento. Que deve ser espontâneo, mas não deve assustar.

O processo se assemelha em tudo ao da Revolução da Sorbonne de 1968, espécie de ensaio geral para essa revolução que agora pretende ser mais universal do que aquela. Lá também ninguém visava à derrubada do poder, pois é o próprio poder que eles odeiam; tudo era feito de forma a parecer que a revolução brotava espontaneamente dos estudantes e operários, inclusive até mesmo as frases e manifestações escritas eram as mais rústicas possíveis (apenas pichações, sem manifestos escritos ou de pasquins) para dar a ideia de que aquilo não provinha de uma preparação prévia feita por um grupo revolucionário organizado. É como se o "crime organizado" passasse a dar a entender à população que os assaltos são espontâneos e não feitos por grupos organizados. Seria possível?

Para quem analisa as coisas friamente, não parece que essa revolução dos “indignados” se assemelha em tudo ao a da Sorbonne, em Paris, de maio de 1968?

Os “excessos”, dizem, não fazem parte dessa impressionante “espontaneidade”, pois em geral são cometidos por grupos isolados e radicais. Mas o que vemos é que os excessos são tão comuns, que parecem até ser espontâneos, agora de verdade. Vejam o que vem ocorrendo nos Estados Unidos e na Europa, em particular na Itália. Lá também houve excessos, como o divulgado pelo jornal Corriere de la Sera, em que um grupo de anarquistas quebra uma estátua da Madonna, Nossa Senhora de Lourdes. O jornal fala em “a guerrilha de 15 de outubro”, porque na verdade houve uma espécie de guerrilha dos manifestantes contra a polícia. O responsável pela blasfêmia foi um grupo anarquista denominado “black bloc”, em tudo semelhante aos demais, até mesmo na “espontaneidade” com que se organizaram, saíram juntos para a rua e fizeram sua parte.

A imagem, de gesso, era venerada no salão paroquial de São Marcelino e São Pedro, cujo pároco, o padre Pino Ciucci, disse que a aquela ação foi pior do que a dos fascistas. Para atuar, o grupo “black bloc”, com o rosto coberto com gorros de lã preta, capacetes e paus negros, invadiu o salão paroquial em meio às manifestações dos “indignados” que ocorriam nas imediações, deixando “espontaneamente” o local para que se diga depois que o vandalismo também é uma ação “indignada” do povo contra a Religião. No final, via-se a imagem de Nossa Senhora de Lourdes totalmente despedaçada na calçada, objeto de fotógrafos, curiosos e passantes... Um crucifixo também foi profanado...

O arcebispo de Milão, Angelo Scola, logo se manifestou sobre o crime, considerando-o muito grave. O prelado previu coisas mais graves perante o fanatismo das turbas que se manifestam em Roma. 






Explosão revolucionária na Europa em 2011






Não há semelhança com a de maio-68, na Sorbonne?








Fonte: Quod Libeta

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