terça-feira, 4 de março de 2014

No Altar à Hora Nona - O Silêncio e a Solidão do Gólgota: Assistindo à Missa Tradicional.

Mas, e a Ressurreição? Ela é o triunfo, isso é verdade. Porém, ela é o triunfo vivido de maneira oculta, por um Deus sem arrogância. Ela acontece novamente, mas em silêncio e solidão. Dentro do túmulo de pedra, de noite, ninguém estava lá, exceto os soldados que guardavam a entrada. Da mesma maneira, em uma voz mais baixa, no silêncio que permanece escondido nas profundezas das palavras do sacerdote, o “Alter Christus” no altar do Sacrifício, a Ressurreição novamente estará presente. Em silêncio e solidão. 
E assim vemos o “porquê” e o “como” o que significa “estar na Missa”, como alguém “assiste” ao Santo Sacrifício da Missa, a Missa antiga. Isso está longe da gritaria e dos aplausos, longe do comportamento frenético e da síndrome de querer ser o centro das atenções, longe os microfones crepitantes e com deformação de som, longe da inundação de fraseologia fria, longe da Missa reformada no estilo dos anos 70, uma década cheia de retórica cansativa ornada de slogans populistas que no final não têm utilidade alguma para alguém de qualquer tempo, uma das piores décadas já vividas na face da terra.

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No Altar à Hora Nona - O Silêncio e a Solidão do Gólgota: Assistindo à Missa Tradicional




É UMA PENA QUE POUCOS...OU TALVEZ NINGUÉM VÁ LER ESTE TEXTO.

(HOJE PODEMOS DIZER COM CERTEZA: O POVO SE PERDE POR PREGUIÇA: DE LER, DE PENSAR.... A GRANDE MAIORIA PREFERE SÓ OLHAR FIGURAS E ‘CURTIR’ BOBAGENS.

Traduzido do italiano pelo Padre Richard G. Cipolla
Fonte original: “La Cuccia del Mastino”, 14 de janeiro de 2014



No Altar à Hora Nona. O Silêncio e a Solidão do Gólgota: Assistindo à Missa Tradicional


Há duas facetas em particular que nos permitem uma compreensão mais profunda da Missa, especialmente, de acordo com a Forma Extraordinária, que pessoalmente prefiro: o silêncio e a solidão. O altar, antes, durante e depois do Sacrifício, é coberto em silêncio. E pela solidão: a do celebrante, o “AlterChristus.”

Mas como isso pode acontecer, alguém dirá, uma vez que a Páscoa e, portanto, a celebração são triunfos? Isso é verdade. Mas a celebração da Missa também é a renovação da Paixão e Morte de Cristo, que se desenrola no silêncio, na solidão, na traição, na negação e na fuga dos discípulos. Na Última Ceia, Cristo é traído e vendido por Judas. No Jardim das Oliveiras, na noite antes de sua morte, Cristo é deixado sozinho para suar sangue, enquanto seus discípulos dormem, em vez de rezar com Ele, a única coisa que lhes pedira. Naquela mesma noite, Pedro o nega três vezes. Ninguém tenta salvá-Lo, ninguém se oferece para suportar o peso de Sua cruz, mesmo por pouco tempo (o Cireneu foi forçado a fazê-lo). Ninguém parece conhecê-Lo ou reconhecê-Lo.


Cristo, em um momento de verdadeira dor humana, clama em voz alta ao Seu Deus, ao Abba, o abismo de miséria e solidão em que mergulha em silêncio. “Solidão”. A mesma solidão que o sacerdote, o AlterChristus, experimenta nesse momento no altar do Sumo Sacrifício, o Gólgota renovado, onde, de um modo real e mais uma vez, a Paixão de Cristo irrompe. O sacerdote está sozinho no altar. E a esta solidão soma-se a sombra protetora da solidão: silêncio. Na colina desolada do Gólgota, primeiro no Jardim [das Oliveiras] e é assim em seguidacomo no túmulo, Cristo está sozinho e em silêncio: o silêncio de sua obediência, do cálice de amarga aflição, o suor misturado com sangue. E este é o silêncio da impotência, uma impotência que por um momento parece até mesmo ser uma impotência deDeus. “Meu Pai, Abba, por que me abandonaste?” O “silêncio” de Deus, neste momento, quando a onda do abismo está quebrando sobre Cristo, parece quase como o naufrágio da Divindade no nada.


Porém, também é a impotência e a desolação que vem do primeiro e eterno “Sim”, em obediência da Maria aos pés da Cruz, ao aceitar este Filho que não era para ela conservar para Si: “StabatMater dolorosa…” Esse é o silêncio temeroso que foi experimentado pela maravilhosa Santa Teresa de Lisieux em seu leito de morte, quando ela gritou, naquele momento derradeiro de agonia e escuridão, que ela não tinha sensação da presença de Deus.


Silêncio. Assim como os discípulos estavam em silêncio, tal estava Maria, e igualmente todos os que amavam Cristo como homem e Messias.


Havia silêncio aos pés da Cruz.

Havia silêncio quando os outros se esconderam. Havia silêncio por causa da obediência.

Havia silêncio por causa da covardia.

Estavam silenciosos, paralisados pela dor.

Estavam silenciosos em confusão. Ou porque, ao final, as coisas “tinham mesmo que acabar” daquela maneira… Todos permaneceram em silêncio.

Apenas continuaram onde estavam: na Paixão e Morte do Filho de Deus.

Pelo mesmo motivo, na Missa do Sacrifício, os fiéis não deveriam “participar”, mas “assistir”, mantendo o silêncio — aquele mesmo silêncio que resguarda o sacerdote enquanto ele oferece o Sacrifício de Cristo e de si mesmo.

E, ao mesmo tempo, em estado de aceitação ativa, devem oferecer a sua parte naquilo que compõe o mistério, ou seja, no milagre, assim como prometeu o Messias, quando disse que não nos deixaria órfãos.

Entretanto, e a Ressurreição? É o triunfo, isso é bemverdade. É, porém, o triunfo vivido de maneira oculta, por um Deus sem arrogância. Na Missaacontece novamente, mas em silêncio e solidão.

Dentro do túmulo de pedra, de noite, ninguém estava lá, exceto os soldados que guardavam a entrada.

Da mesma maneira, em uma voz mais baixa, no silêncio que permanece escondido nas profundezas das palavras do sacerdote, o AlterChristus no altar do Sacrifício, a Ressurreição novamente estará presente. Em silêncio e solidão.

E assim vemos o “porquê” e o “como” do significado de “estar na Missa”, como alguém que “assiste” ao Santo Sacrifício da Missa, isto é, da Missa antiga. Isso está longe da gritaria e dos aplausos, longe do comportamento frenético e da síndrome de querer ser o centro das atenções, longe dos microfones crepitantes e do som desafinado, longe da inundação de fraseologia fria, e longe da Missa reformada no estilo dos anos de 1970 — década cheia de retórica cansativa, ornada de slogans populistas, que, em suma, nada tem de útil para oferecer, a ninguém de nenhuma época (nesta, que é uma das piores décadas já vividas na face da terra).






[O programa] ‘PORTA A PORTA’ [da RAI UNO] ‘FACILITOU’ TANTO, COMO SE FOSSE FAZER GOL SEM GOLEIRO... MESMO ASSIM, BERTONE MARCOU GOL CONTRA…


Mais atual do que nunca...
Foi mostrado por Vespa o texto manuscrito da Irmã Lúcia (reproduzido na parte de fora de  dois envelopes), que dizia: “Por ordem expressa de Nossa Senhora este envelope pode ser aberto em 1960 pelo Patriarca de Lisboa ou pelo Bispo de Leiria”. 
Em várias outras ocasiões, a Irmã Lúcia afirmou que aquela data fora indicada pela Virgem. Contudo, ficamos sabendo agora (graças a Vespa), sem sombra de dúvida, que essas palavras haviam sido escritas sobre o envelope por ordem de Nossa Senhora. Ora, isso é o oposto do que assevera o Cardeal Bertone, que expressamente atribuiu à Irmã Lúcia a escolha daquela data. 
[A pergunta é imediata]: se partiu de Nossa Senhora  a indicação da data, por que  estipulou com exatidão o ano de 1960? A qual acontecimento, relacionado com a história da Igreja, sucedido na década de 1960, Nossa Senhora teria feito alusão (ainda que indireta)? 
No início da década de 1960, o Papa Roncalli [João XXIII] convocara o Concílio Vaticano II. Por isso, não seria nada surpreendente — conforme dizem os especialistas em Fátima — se o Segredo contivesse a profecia acerca de uma terrível apostasia após o Concilio (apostasia que inegavelmente aconteceu e continua em curso). Aí está o motivo pelo qual Roncalli, apavorado, tornou tudo secreto. 

A Igreja não é uma espécie de quadrilha de malfeitores, onde se impõe a lei do silêncio [omertà]. 
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[O programa] ‘PORTA A PORTA’ [da RAI UNO] ‘FACILITOU’ TANTO, COMO SE FOSSE FAZER GOL SEM GOLEIRO... MESMO ASSIM, BERTONE MARCOU GOL CONTRA…

Antonio Socci http://www.antoniosocci.it/Socci/index.cfm  



O verdadeiro golpe de misericórdia no Vaticano, quinta feira à noite, não foi dado por Michele Santoro (com a partida, afinal de contas, “empatada” sobre os padres pedófilos), mas foi dado por Bruno Vespa, que colocou no ar o Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Tarcísio Bertone. Este, de fato,fez o mais clamoroso gol contra: demonstrou(involuntariamente)  haver uma parte explosiva no Terceiro Segredode Fátima, ainda que bem escondida. Isto simé bem embaraçoso para o Transtevere [para o Vaticano]...

Por tal serviço prestado à verdade (indiretamente, é claro), cumpre agradecer ao Cardeal Bertone. E encorajá-lo agora a dizer tudo, porque – como diz o Evangelho – “a verdade vos fará livres”.

(De tudo quanto foi antecipado pela Irmã Lúcia, por exemplo, ao Padre Fuentesse deduz que o “Quarto Segredo” contém exatamente a advertência profética feita por Nossa Senhora sobre a apostasia na Igreja, incluindo nela a terrível crise do clero que se seguiu ao Concílio e, portanto, também os escândalos, dos quais hoje se fala, como o dos “padres pedófilos”).

Resumimos os fatos antecedentes.

Em Novembro passado, saiu o meu livro “O quarto segredo de Fátima”, no qual demonstro que há uma parte do famoso “Terceiro Segredo que o Vaticano não publicou.

 Em Maio, o Secretário de Estado do Vaticano [Cardeal Bertone] publicou um panfleto contra mim, contendo alguns insultos, mas nenhuma resposta. E, ademais, acrescentando novas contradições (que coloquei em evidência nestas colunas, em 12 de maio último).

 Quinta Feira à noite, foi ao ar [na TV RAI UNO] uma mesa-redonda do “Porta a porta”, intitulada: “Não existe o quarto segredo de Fátima”.

O titulo visa a meu livro como alvo direto.

Admissível conceber uma mesa redonda “imparcial, se o assunto é apresentado, desde logo, como tese [comprovada]”? [O locutor] Vespa talvez tenha pretendido dar a Santoro uma lição de objetividade e de imparcialidade. Enquanto no programa de Santoro estavam presentes os dois lados, Vespa chamou a seu programa apenas o Cardeal Bertone e não trouxe à baila o abaixo-assinado, que, embora sendo o “alvo” central da transmissão, não foi levado em consideração, nem apresentado ao público. Com relação a mim, apresentaram apenas cenas de um filme ilustrando algumas das teses de meu livro. Desse modo, foi oferecida, em bandeja de prata, ao Cardeal Bertone, a possibilidade de me atacar sem nenhum contraditórioMas o Cardeal evitou os tons que usara em seu livro (pelo que lhe sou grato) e, sobretudo, evitou responder a qualquer contestação minha — sequer deu uma resposta a meus argumentos.

Entretanto, preferiu ir alémofereceu a prova de que tenho razão.

De fato, a certo ponto de sua exposição, o Prelado mostrou os envelopes que foram abertos no ano 2000, quando foi revelada a parte do Terceiro Segredo contendo a visão do “Bispo vestido de branco”.

Pois bem, sobre esses envelopes faltava uma coisa que absolutamente não poderia faltar: uma frase do Papa João [XXIII].  De fato, Monsenhor Capovilla, secretário de João XXIII, em duas entrevistas — a OraziolaRocca (Repubblica, 26.6.2000) e a Marco Tosatti (no livro “O segredo Não Revelado”) — relatou que, em 1959, quando o Papa Roncalli leu o Terceiro Segredo e decidiu mantê-lo secreto, disse ao mesmo Capovilla que “fechasse o envelope”, escrevendo sobre o mesmo: “não emito nenhuma opinião a respeito”, porque a mensagem “pode tanto pode ser uma manifestação do divino como pode não ser”. 
Agora, a pergunta: onde está a frase que João XXIII mandou escrever no envelope? Não estando no envelope exibido, só pode estarnoutro envelope. Naquele que o Cardeal apresentou às câmeras, positivamente não está.

Depreende-se, pois, com toda evidência, que só pode estar escrito sobre o envelope que contém o “Quarto Segredo”, cuja existência foi clamorosamente confirmada (pela primeira vez)justamente por Monsenhor Capovilla a SolideoPaolini, como relato em meu livro. Bertone não deu nenhuma explicação sobre a ausência daquela frase, e não respondeu à revelação de Monsenhor Capovilla acerca disso.

 Ademais, a dúvida de Roncalli sobre a origem sobrenatural daquela mensagem não podia referir-se ao texto da visão revelada no ano 2000, já que essa visão nada contém de “delicado”. Logo, somente poderia fazer alusão ao “quarto segredo”, que (segundo revelaram os Cardeais Ottaviani e Ciappi) falavam da apostasia e da traição das altas hierarquias eclesiásticas.

Aquele “quarto segredo” do qual João Paulo II, disse, em 1982, que “não o publicaria porque podia ser mal interpretado[SIC!]. Aquele “quarto segredo” do qual Ratzinger, em 1996, disse que, naquele momento, certos “detalhes” podiam prejudicar a fé[SIC!]. Aquele “quarto segredo” do qual o secretário do Papa Wojtyla disse a Marco Politi (que o relatou no programa de Vespa): “é preciso ter prudência para compreender o que diz Irmã Lúcia e o que diz Nossa Senhora”.[SIC!].

Mas o Cardeal Bertone, em “Porta a porta”, involuntariamente forneceu outra prova, ainda mais clamorosa, de que o “quarto segredo” existe realmente.

De fato, ele deu as medidas do envelope que contém o texto da visão: “9 centímetros por 14”. O Prelado evidentemente ignorava que desde 1982 é conservado no Arquivo do Santuário de Fátima um documento de Monsenhor Venâncio, o qual levou pessoalmente o envelope com o “quarto segredo” à Nunciatura, para enviá-lo a RomaMonsenhor Venâncio transcreveu as medidas exatas do envelope de Irmã Lúcia, que eram de 12 centímetros por 18. Portanto, pelos dados oficiais,conclui-se que aquele era outro envelope.

 Ali estava contido o papel do “quarto segredo”, que era constituído por “uma só página” com “25 linhas escritas”, como testemunhou o Cardeal Ottaviani, e não por 4páginas com 62 linhas, como é o texto da visão mostrado pelo Cardeal Bertoneo qual, embaraçadonão soube o que responder a Vespa, quando este lhe recordou as palavras de Ottaviani.

Foi mostrado por Vespa o texto manuscrito da Irmã Lúcia (reproduzido na parte de fora dedois envelopes), que dizia: “Por ordem expressa de Nossa Senhora este envelope pode ser aberto em 1960 pelo Patriarca de Lisboa ou pelo Bispo de Leiria.

Em várias outras ocasiões, a Irmã Lúcia afirmara que aquela data fora indicada pela Virgem. Contudo, ficamos sabendo agora (graças a Vespa), preto no branco, que essas palavras haviam sido escritas sobre o envelope por ordem de Nossa Senhora. Ora, isso é o oposto do que assevera o Cardeal Bertone, que expressamente atribuiu à própria Lúcia a escolha daquela data.

[A pergunta é imediata]: se partiu de Nossa Senhoraa indicação da data, porque  estipulou com exatidão o ano de 1960? A que acontecimento, referente à história da Igreja, que ocorreria na década de 1960, Nossa Senhora teria feito alusão (indireta)?

No início da década de 1960, o Papa Roncallifizera a convocação do Concílio Vaticano II. Por isso, não seria nada surpreendente — conforme fazem os especialistas em Fátima — se o Segredo contivesse a profecia a respeito de uma terrível apostasia que seguira ao Concílio (apostasia que inegavelmente aconteceu e continua em curso). Aí está o motivo pelo qual Roncalli, aterrorizado, tornou tudo secreto.

Quanto à frase da Virgem que sempre foi considerada o ”incipit” do Terceiro Segredo (“Em Portugal, conservar-se-á sempre o dogma da fé, etc..), importa assinalar que vai nessa mesma direçãoEm horas e horas de conversa, o Cardeal Bertone sempre evitou perguntar à Irmã Lúcia se alguma vez ela teria escrito a sequência daquela frase [o que seria esse“ETC...”]. Ora, o Purpurado furtou-se por inteiro de explicar o sentido do [enigmático]“ETC...”. Com efeito, seria concebível que as palavras de Nossa Senhora se interrompessem com um ETCOETERA, após ter dito umas poucas palavras?

Reportando-se àquela frase, o Cardeal Bertonesimplesmente a denomina de “certa anotação” de LúciaPretenderia assim dar a entender que aquelas palavras de Nossa Senhora seriam, na verdade, uma fantasia de Lúcia, como já insinuara Roncalli?

 Se assim é, seria bom dizê-lo de público, sem embaraços, como sucedeu com todas as mensagens dessa natureza(desde 1966, Paulo VI liberou essa “literatura”).

 Por que continuar negando a existência do segredo, ao sustentar uma versão que faz água por todos os lados, expondo a Igreja a graves “ricatti” [formas diversas de chantagem]?

O Cardinal Bertone vê-se obrigado a desenvolver uma tarefa dura e ingrata. A cada dia vêm à luz fiapos de verdade que desmontam a sua versão (Em “Porta a porta”, para não mencionar outras particularidades, a história da reunião plenária do Santo Ofício, em 1960, bem como o relato que diz respeito ao envelope da tradução, referente a 6 de Março de 1967, o que não corresponde à  versão oficial). 

No fundo, o Papa, na carta publicada por Bertone, abre o caminho para a verdade, quando diz que no ano 2000 foram publicadas “as palavras autênticas da terceira parte do segredo”. Afirmando isso, subentende que existem palavras do segredo tidas como “não autênticas”.

Então, coragem; publicai tudo. “A verdade vos fará livres”.




Resposta a alguns leitores:


           Houve quem – mesmo entre leitores e admiradores – se tenha escandalizado com minha investigação sobre o Terceiro Segredo de Fátima, bem como em razão dos artigos respondendo ao Cardeal BertoneNinguém contesta os fatos e os dados, mas me objetam que, dizendo tais verdades que descobri, prejudicarei a Igreja.


Respondi que me limito a fazer o meu trabalho de jornalista, segundo os deveres indicados até mesmo pelo Compêndio da doutrina social do Pontifício Conselho da Justiça e da paz, o qual afirma: “Para quantos atuam por vários títulos no campo das comunicações sociais ressoa forte e clara a advertência de São Paulo: ‘Por isso, banida a mentira, cada um de vós diga a verdade ao próprio próximo’”.

            Escrevo aquilo que me parece ser a verdade; se escrevesse o contrário, agiria contra a consciência e – como ensina Inocêncio III, citado no Catecismo Universal(n.1790) –“agir contra a consciência conduz à danação eterna”.


          De outro lado,
como explicou o Papa em Ratisbona, a pesquisa racional da verdade não é jamais contra Deus (Veja a Fides etRatio). Mais ainda, quando se trata de pesquisar as autênticas palavras da Santa Virgem, em Fátima! Enfim, o mesmo princípio vale como resposta àqueles que presumem dever ocultar a verdade para obter alguma forma de bem. Estes, sem dúvida, se acham em total dissonância com a verdadeira ortodoxia católica. Quem diz isso não sou eu.


Mais uma vez, é o Catecismo Universal da Igreja Católica, publicado por ordem de João Paulo II e do Cardeal Ratzinger. Eis as palavras: “Jamais será permitido fazer o mal,a fim de obter algum bem”- 1789). Em suma, o mandamento “não prestar falso testemunho” vale também para os Cardeais, e não podem ser alegados motivos superiores para mentir…

         Penso, de resto, que sempre será mais conveniente dizer a verdade. O Evangelho fala muito claro. Jesus diz: “A verdade vos fará livres”. Não diz: atenção, porque por vezes a verdade pode criar-vos problemasDiz: a verdade vos fará livres (isto é também o sentido dos “mea-culpa do Papa Wojtyla). Aquela passagem evangélica indica a belíssima liberdade dos filhos de Deus. A Igreja não é uma espécie de quadrilha de malfeitores, onde se impõe a lei do silêncio [omertà]. Ao contrário, éa casa dos filhos de Deus, a casa da liberdade e da verdade de Deus, e não precisa de nossa mentira, mas sim de nossa humilde escuta e do reconhecimento de nossas misérias (mesmo por parte dos eclesiásticos).


Aconselho a todos o memorável discurso do Cardeal Ratzinger sobre a consciência e a liberdade dos cristãos,texto que se intitula “O brinde do Cardeal”. Não por acaso, o Catecismo Universal (n. 1778) cita a belíssima frase do Cardeal Newman, que diz: “A consciência é a primeira dos vigários de Cristo”.

(Tradução e destaques de Raphael de la Trinité)

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