segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Luz nas trevas: respostas irrefutáveis às objeções protestantes — Devemos orar à Virgem Maria (Parte VIII)



Nota do blogue:  Acompanhe esse Especial AQUI.

Luz nas trevas: respostas irrefutáveis às objeções protestantes
por Pe. Júlio Maria

Livro de 1955 - 224 pag.
Editora VOZES
Petrópolis






CAPÍTULO VII

DEVEMOS ORAR À VIRGEM MARIA


Como bom protestante, o tal crente começa naturalmente pelo ódio à SS. Virgem.

Esta primeira objeção é uma prova de má fé e do erro dos protestantes. Elucidamos bem esta doutrina, pois é como o ponto de mira das objeções protestantes. Em si, tal objeção é simplesmente ridícula. Há certas coisas que não se provam, porque constituem um princípio de vida, de desenvolvimento ou de organização natural. Os princípios do bom-senso não precisam de provas, senão a consciência individual e universal. E estamos aqui diante de um tal princípio.


I. Prova do bom senso

O bom senso nos diz, o coração nos prova, e a experiência universal confirma que uma mãe tem sempre perto de seu filho um crédito todo particular. Tu honrarás a tua mãe todos os dias de tua vida, disse o santo homem Tobias (Tob 4, 3), repetindo a lei divina dada por Deus: Honra teu pai e tua mãe (Êx 20, 12).

É um laço sagrado, imortal, que liga o filho aos pais durante a vida e se perpetua a eternidade, pois no céu como na terra o filho será sempre o filho de seus pais.

Este princípio aplica-se à SS. Virgem, com mais razão ainda do que a outras criaturas, pois é dela, e só dela, por operação do Espírito Santo, que o filho de Deus recebeu a sua humanidade. Ecce Virgo Concipiet (Is 7, 14). Ele nasceu de uma Virgem.

Deve-se concluir pois que hoje ainda na glória do céu, Maria, sendo a Mãe do Filho de Deus, Maria de quem nasceu Jesus, que se chama Cristo (Mt 1, 16), conserva com seu divino Filho relações de maternidade, e em consequência tem direito às honras a que ela tinha direito e recebia aqui na terra.

Isabel prostrou-se diante da Virgem, com amor e veneração, exclamando admirada: Donde me vem a dita que a mãe do meu Senhor venha ter comigo? (Lc 1, 43). Hoje o mundo deve continuar a mesma veneração e o mesmo brado de amor, para honrar a Mãe de Jesus, que continua sempre a ser mãe do Senhor.

* * *

Por que este rancor, este ódio, contra a pura Mãe de Jesus? Será um meio de agradar ao Filho, insultar sua santa Mãe?

Pobre protestante, diga-me: se insultassem a sua mãe com o intuito de agradar-lhe, que é que responderia o amigo? — Diria, de certo: Quem insulta a minha mãe, insulta a mim, e quem a honra, honra a mim!

E o amigo diria muito bem; mostraria que é bom filho, e que, como tal, considera inseparavelmente unidos o respeito ao filho e à mãe —a honra da mãe e do filho.

Mas, então, Jesus não será bom filho?... Ele não exigirá, Ele, Deus, aquilo que nós, homens, exigimos tão imperiosamente?

É ele, Deus, que pôs no fundo de nossa alma este respeito, este brio, este zelo pela honra de nossa mãe, e ele, vindo a este mundo, ele, o autor da lei, não a cumpriria... não daria exemplo?... Ele seria menos digno, menos brioso, do que nós?

Não está vendo que é um absurdo!

Neste caso, Jesus Cristo seria menos virtuoso, menos homem, que o último dos homens... que o mais celerado, o qual, após ter perdido toda honra social, e todo brio, conserva ainda o respeito à sua mãe! Que insulto ao próprio Deus!

Eis aonde o leva o seu ódio à Igreja Católica, pobre protestante! A Igreja Católica honra e invoca a santa e pura Mãe de Jesus, como sendo Mãe do Redentor, e como tal, sendo-lhe unida por inquebrantáveis laços de intimidade, de dignidade, de amor, que fazem dela a mais santa, a mais bela e a mais poderosa de todas as criaturas, exaltadas e glorificadas por Deus.

Não é isto o que anuncia o anjo Gabriel, proclamando-a escolhida entre as criaturas, repleta de todas as graças, e unida a Deus com uma intimidade única?

Ave, cheia de graça! O Senhor é convosco! Bendita sois vós entre as mulheres (Lc 1, 28).

Medite bem isto, meu caro protestante... Reflita sobre cada uma dessas expressões divinas, e verá que, iniciando as suas caducas e grotescas objeções com insultos à Mãe de Jesus, está refutando de antemão a própria doutrina protestante, que cai necessariamente, perante o bom senso, a lógica e a sagrada escritura, que nos ensinam o contrário.


II. O que é orar

Devemos orar à Virgem Maria, isto é bem provado pela sagrada escritura, como vou mostrar-lhe aqui irrefutavelmente, porém, antes, é preciso bem determinar o que é orar, pois os protestantes não o entendem ou fingem não entendê-lo.

Orar, como sendo a expressão do culto, quer dizer, prestar homenagem, louvar, exaltar, suplicar, embora nem toda homenagem e toda exaltação seja uma oração.

No triste afã de fabricar objeções, os protestantes pretendem que orar é uma adoração, porque, dizem eles, vem de adorar. É ignorância ou perversidade. Orar e adorar são dois termos radicalmente distintos. Podem manchar e desmanchar, mas não existe entre estes dois termos nenhuma relação de significação.

Adoramos a Deus; e oramos a Deus e aos Santos, sem adorá-los.

O culto, que prestamos à Mãe de Deus, é o culto de honra e de invocação, que a teologia traduz por hiperdulia, ou suma veneração, completamente distinto do culto de adoração, prestado só a Deus, e o simples culto de veneração (dulia), prestado aos outros santos.

Dirigindo-se a Deus, os católicos dizem em suas preces: Tende piedade de nós! Dirigindo-se a Mãe de Deus, eles dizem: Rogai por nós! Dirigindo-se aos santos, dizem: Intercedei por nós!

Três palavras que exprimem a diferença do culto prestado a estas três categorias.

Diga, amigo protestante, não é isto lógico, razoável, legítimo? Faça calar um instante o seu obcecado ódio à Igreja Católica e pondere o seguinte raciocínio:

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