Nota do blogue: Acompanhe esse Especial AQUI.
Luz nas trevas: respostas irrefutáveis às objeções protestantes
por Pe. Júlio Maria
por Pe. Júlio Maria
Livro de 1955 - 224 pag.
Editora VOZES
Petrópolis
Editora VOZES
Petrópolis
CAPÍTULO VII
DEVEMOS ORAR À VIRGEM MARIA
Como bom
protestante, o tal crente começa naturalmente pelo ódio à SS. Virgem.
Esta
primeira objeção é uma prova de má fé
e do erro dos protestantes.
Elucidamos bem esta doutrina, pois é como o ponto de mira das objeções
protestantes. Em si, tal objeção é simplesmente ridícula. Há certas coisas que
não se provam, porque constituem um princípio
de vida, de desenvolvimento ou de organização natural. Os princípios do bom-senso não precisam de provas, senão
a consciência individual e universal. E estamos aqui diante de um tal
princípio.
O bom
senso nos diz, o coração nos prova, e a experiência universal confirma que uma mãe tem sempre perto de seu filho um
crédito todo particular. Tu honrarás a tua mãe todos os dias de tua vida, disse
o santo homem Tobias (Tob 4, 3), repetindo a lei divina dada por Deus: Honra teu pai e tua mãe (Êx 20, 12).
É um laço
sagrado, imortal, que liga o filho aos pais durante a vida e se perpetua a
eternidade, pois no céu como na terra o filho será sempre o filho de seus pais.
Este
princípio aplica-se à SS. Virgem, com mais razão ainda do que a outras
criaturas, pois é dela, e só dela, por operação do Espírito Santo, que o filho
de Deus recebeu a sua humanidade. Ecce
Virgo Concipiet (Is 7, 14). Ele nasceu de uma Virgem.
Deve-se
concluir pois que hoje ainda na glória do céu, Maria, sendo a Mãe do Filho de
Deus, Maria de quem nasceu Jesus, que se
chama Cristo (Mt 1, 16), conserva com seu divino Filho relações de
maternidade, e em consequência tem direito às honras a que ela tinha direito e
recebia aqui na terra.
Isabel
prostrou-se diante da Virgem, com amor e veneração, exclamando admirada: Donde me vem a dita que a mãe do meu Senhor
venha ter comigo? (Lc 1, 43). Hoje o mundo deve continuar a mesma veneração
e o mesmo brado de amor, para honrar a Mãe de Jesus, que continua sempre a ser mãe do Senhor.
* * *
Por que
este rancor, este ódio, contra a pura Mãe de Jesus? Será um meio de agradar ao
Filho, insultar sua santa Mãe?
Pobre
protestante, diga-me: se insultassem a sua mãe com o intuito de agradar-lhe,
que é que responderia o amigo? — Diria, de certo: Quem insulta a minha mãe,
insulta a mim, e quem a honra, honra a mim!
E o amigo
diria muito bem; mostraria que é bom filho, e que, como tal, considera
inseparavelmente unidos o respeito ao filho e à mãe —a honra da mãe e do filho.
Mas,
então, Jesus não será bom filho?... Ele não exigirá, Ele, Deus, aquilo que nós,
homens, exigimos tão imperiosamente?
É ele,
Deus, que pôs no fundo de nossa alma este respeito, este brio, este zelo pela
honra de nossa mãe, e ele, vindo a este mundo, ele, o autor da lei, não a
cumpriria... não daria exemplo?... Ele seria menos digno, menos brioso, do que
nós?
Não está
vendo que é um absurdo!
Neste
caso, Jesus Cristo seria menos virtuoso, menos homem, que o último dos
homens... que o mais celerado, o qual, após ter perdido toda honra social, e
todo brio, conserva ainda o respeito à sua mãe! Que insulto ao próprio Deus!
Eis aonde
o leva o seu ódio à Igreja Católica, pobre protestante! A Igreja Católica honra e invoca a santa e pura Mãe de
Jesus, como sendo Mãe do Redentor, e como tal, sendo-lhe unida por
inquebrantáveis laços de intimidade, de dignidade, de amor, que fazem dela a
mais santa, a mais bela e a mais poderosa de todas as criaturas, exaltadas e
glorificadas por Deus.
Não é isto
o que anuncia o anjo Gabriel, proclamando-a escolhida entre as criaturas,
repleta de todas as graças, e unida a Deus com uma intimidade única?
Ave, cheia de graça! O Senhor é convosco! Bendita sois vós entre as
mulheres (Lc 1, 28).
Medite bem
isto, meu caro protestante... Reflita sobre cada uma dessas expressões divinas,
e verá que, iniciando as suas caducas e grotescas objeções com insultos à Mãe
de Jesus, está refutando de antemão a própria doutrina protestante, que cai
necessariamente, perante o bom senso, a lógica e a sagrada escritura, que nos
ensinam o contrário.
II. O que é orar
Devemos orar à Virgem Maria, isto é
bem provado pela sagrada escritura, como vou mostrar-lhe aqui irrefutavelmente,
porém, antes, é preciso bem determinar o que é orar, pois os protestantes não o entendem ou fingem não entendê-lo.
Orar, como sendo a expressão do culto,
quer dizer, prestar homenagem, louvar, exaltar, suplicar, embora nem
toda homenagem e toda exaltação seja uma oração.
No triste
afã de fabricar objeções, os protestantes pretendem que orar é uma adoração, porque, dizem eles, vem de adorar. É ignorância ou perversidade. Orar e adorar são dois termos radicalmente distintos. Podem manchar e desmanchar, mas não existe entre estes dois termos nenhuma relação
de significação.
Adoramos a
Deus; e oramos a Deus e aos Santos, sem adorá-los.
O culto,
que prestamos à Mãe de Deus, é o culto de honra
e de invocação, que a teologia traduz
por hiperdulia, ou suma veneração,
completamente distinto do culto de adoração,
prestado só a Deus, e o simples culto de veneração
(dulia), prestado aos outros santos.
Dirigindo-se
a Deus, os católicos dizem em suas preces: Tende piedade de nós! Dirigindo-se a Mãe de Deus, eles dizem: Rogai por nós! Dirigindo-se aos santos,
dizem: Intercedei por nós!
Três
palavras que exprimem a diferença do culto prestado a estas três categorias.
Diga,
amigo protestante, não é isto lógico, razoável, legítimo? Faça calar um
instante o seu obcecado ódio à Igreja Católica e pondere o seguinte raciocínio: