domingo, 6 de julho de 2014

Tradicionalista: Um católico autêntico, mas de segunda categoria, diz TV Aparecida


DESTAQUE

Padre Pedro toma como conclusão inicial que é menos preocupante ter filho ateu do que ter um filho que participe da missa tridentina, pois se participa da missa antiga, é um fundamentalista.
Obs: Esse vídeo deixa claro  porque suas missas são com “alegria”. 


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Tradicionalista: Um católico autêntico, mas de segunda categoria, diz TV Aparecida


Por Renato Aquino





No dia 26 de Junho de 2014, o programa “Em Frente”, da rede Aparecida recebeu a ligação de uma telespectadora, Vânia Bonatto. A telespectadora após cumprimentar os apresentadores fez uma pergunta ao padre Pedro Cunha, integrante do programa, e recebeu uma resposta simplesmente lamentável.
A seguir você lerá o dialogo realizado na emissora com grifos nossos e com notas em negrito azul escuro.
Padre Pedro, eu tenho uma duvida muito grande. – Eu tenho um filho e ele era extremamente religioso católico, ministro da palavra, de repente meu filho desvirtuou. Quer dizer, ele fala para mim: “Mãe, eu sou católico e continuo sendo verdadeiramente católico”, só que ele virou aquele católico antes do concílio Vaticano II, aquele tradicional. "Ummm, sei”.
Que eles vão numa capela, porque lá não tem igreja, eles vão numa capela que o padre celebra de costas para o povo, né!? minha nora de véu e só de saia. E, eles falam muito em mosteiro. Ele não perdia uma missa na rede Vida e na (TV) Aparecida, todos os dias, e era assíduo, e hoje está assim. E, eu estou muito triste. Ele me fala: ‘mãe, eu rezo o santo rosário todos os dias, eu sou católico e eu levo a fundo minha religião’, mas eu não concordo e não sei se estou errada ou não.
Até o momento, como é evidente, a telespectadora não apontou que seu filho seja sedevacantista, apostasta ou herético, apenas apontou um “modo de viver a fé” que ela não concorda – por ignorância – que ele pertença. Neste caso, o pedido da telespectadora era para esclarecer se seu filho era católico, pois sua ignorância e preconceito dizia justamente o contrário.
O padre Pedro pediu para que o apresentador Rodolfo Ferraz, um claro adepto da Teologia da Libertação (corrente condenada pelo Papa João Paulo II) ,  respondesse a telespectadora. Entretanto dá uma breve introdução: Trata-se de Igreja Católica, trata-se de fiel católico autêntico, mas a gente tem um reacionismo (nisso), não tem não!? Rodolfo dá uma risada e é interrompido por Denise Procópio, uma das apresentadoras do programa, que deseja colocar uma situação que para ela é parecida:
Deixa eu só colocar uma coisinha antes, eu tenho um e-mail aqui em mãos que até ia fazer uma leitura (apresentar como pauta a duvida), só que é a mesma colocação, só que (neste caso) a mãe diz que o menino se diz ateu. Posso ler? Porque se aí você quiser, você já faz um combinado…
Então, é apresentado o drama de uma mãe que quer reascender a fé em seu filho… Rodolfo pergunta ao pe. Pedro: O senhor gostaria de dar uma palavrinha e depois eu falo?
Olha,  com referência a esse jovem eu não tenho nenhuma preocupação, eu estou muito mais preocupado com a primeira questão do que com a segunda. E pode-se dizer assim: Nossa padre, pelo amor de Deus. ‘A pessoa é católica e está vivendo profundamente sua fé’. Gente, o fundamentalismo religioso é tão perigoso ou até mais perigoso que o ateísmo. Por quê? Porque o fundamentalismo religioso pode levar você a fazer loucuras. (como a história comprova, diz Rodolfo) exatamente. 
Sobre o adolescente: Ele está vivendo a fase dele. Sabe o que a senhora tem que fazer? Não precisa discutir, nem convencê-lo de nada. A senhora tem que ser uma excelente católica, uma excelente cristã para que ele receba o evangelho vivo, não o evangelho falado, não o evangelho lido. Se ele receber isso, fique tranquila que quando ele crescer um pouquinho mais, que a coisa apertar, ele vai dizer ‘aí meu Deus.’ É igual aquelas pessoas que eram católicas e se tornam evangélicas, que não querem saber de Nossa Senhora, mas quando dão um tropeção, a primeira coisa que faz é: Aí minha nossa Senhora. Né!? Agora vamos voltar a aquele caso porque eu acho que é importante, concluí o padre.
Padre Pedro toma como conclusão inicial que é menos preocupante ter filho ateu do que ter um filho que participe da missa tridentina, pois se participa da missa antiga, é um fundamentalista.
Rodolfo: Então, de fato, eu compartilho da preocupação do padre porque há muitos grupos hoje com viés fundamentalistas,e, eu não estou, e sei que o padre também não, dizendo que é o caso deste grupo que seu filho pertence, mas o que aconteceu? Há uns anos atrás (2007), o Papa Bento XVI autorizou que aquelas comunidades bem formadas para isso e que quisessem celebrar no rito antigo, que chamamos o rito do concílio de Trento, pudessem fazê-lo. Por uma sensibilidade do Papa de respeitar aquelas comunidades que gostariam de manter essa maneira de rezar.

O que aconteceu foi uma proliferação que é o contrário ao que o próprio Papa Bento XVI quis.


Opa, não é isso que Bento XVI diz na Summorum Pontificum  (documento que liberou a missa antiga). Bento XVI é enfático que << é lícito celebrar o Sacrifício da Missa segundo a edição típica do Missal Romano, promulgada por João XXIII em 1962 e nunca ab-rogada>> Rodolfo pega Artigo terceiro do documento, que fala a respeito de como as comunidades religiosas podem viver isso, e diz que é o desejo do Papa que somente tal grupo tenha acesso. Totalmente falso, pois diz o artigo 2: 
“Nas Missas celebradas sem o povo, todo o sacerdote católico de rito latino, tanto secular como religioso, pode utilizar seja o Missal Romano editado pelo Papa  João XXIII em 1962 seja o Missal Romano promulgado pelo Papa  Paulo VI em 1970, e fazê-lo todos os dias à excepção do Tríduo Pascal. Para tal celebração segundo um ou outro Missal, o sacerdote não necessita de qualquer autorização da Sé Apostólica nem do seu Ordinário.”
Tudo o que vai alem dessas palavras é acréscimo do senhor Rodolfo.
A pergunta veio calhar porque ontem ainda (25/06) o Papa Francisco  recebeu um grupo de religioso (leia-se Franciscanos da Imaculada) que só querem rezar a missa assim e o Papa os recebeu para os dizer: ‘Não, mesmo que a Igreja com Bento XVI tenha autorizado, eu quero que vocês peçam autorização porque oficialmente o rito da missa é aquela do Paulo VI, do concílio Vaticano II, da igreja povo de Deus em que todo mundo participa’. Então, há uma volta a esse tipo de movimento que é perigosíssimo e que não é pela liturgia ou porque esse grupo foi formado por muitas pessoas antigas no latim ou que gostariam, como o Papa quis, respeitar, continuar rezando assim.
É o tradicionalismo pelo tradicionalismo. Pra fazer afronta a nossa maneira de ser Igreja hoje, como se estivesse errado participar com o povo participando, com o padre voltado para o povo. Então, infelizmente não fica só na celebração da liturgia, mas em toda uma mentalidade que acompanha e que critica o concílio Vaticano II, que é o espírito no qual a Igreja vive, e está celebrando as graças desse concílio 50 anos depois.
Opa, como dito anteriormente, o filho da telespectadora apenas participa de missas na forma extraordinária, não foi dito nada a respeito de criticas ao missal de Paulo VI que não é uma obra do concílio em si, mas concomitante ao concilio.

 Agora vem a parte mais desastrosa da conversa: padre Pedro prova por A+B que não sabe sequer o que é uma missa.

Pe. Pedro Cunha toma a palavra:
Olha, olha Rodolfo, eu sei que tem um telefonema aguardando, mas eu queria dizer uma coisa como padre: Eu sou padre há 25 anos, você já foi as minhas missas, Denise já foi há muitas missas minhas e eu celebro com alegria, eu celebro com gosto, celebro com entusiasmo, mas eu celebro com o povo, com a participação deles, com a vida deles e eu não celebro missa para mim.

E, e eu sinceramente eu não consigo me imaginar eu dar as costas a um povo e rezar uma missa, como? De que jeito e que de modo? De que forma eu vou fazer isso? Pelo amor de Deus. É o povo de Deus que está ali. Eu sou a presença de Jesus Cristo para aquele povo, então eu tenho que abraçar aquele povo, estar com ele, cantar com ele, sorrir com ele, falar com eles e rezar com eles, porque é povo de Deus, não sou eu sozinho.

Ele parte do pressuposto de que o povo não tem “participação” na missa de Pio V, pobrezinho, confunde a santa missa com um showzinho. Claro que o povo “interage” no missal de Pio V, mas se não interagisse, não muda nada. Acredite padre Pedro, ninguém acorda cedo aos domingos para assistir seus numerozinhos, nem para ver seu belo rosto, pois o centro da missa é Cristo, não o padre Pedro Cunha, nem o povo. A missa que o centro é o dialogo entre o povo e o sacerdote é uma invenção de Lutero.



Sobre o sacerdote estar de costas para o povo: Querido sacerdote, como podes dizer uma besteira dessas? A missa é o sacrifício de Cristo em favor do povo, não para o povo. O padre celebra in persona Christi para Deus pai.
A missa é portanto o sacrifício de Cristo dirigido a Deus pai em favor do povo de Deus, entende a diferença? Alias, pe. Pedro, já que gosta tanto de  atitudes do Papa,  porque não disserta um pouco a respeito do Papa Francisco celebrar “de costas” (adotando sua linguagem) para o povo?
Não sabeis que essa posição está no missal de Paulo VI? Alias, usais o missal em suas missas ou só vai com pompons para ajudar na alegria, gosto e entusiasmo?
Já que a questão é o novo caminhar da Igreja, poderia nos mostrar onde tem no missal as atitudes do vídeo abaixo?  


Obs: Esse vídeo deixa claro  porque suas missas são com “alegria”. 
Outra coisa que eu tenho muito medo, é de se esconder de um modo, parece, eu estou julgando, talvez seja um pecado meu, né!? E acho que estou julgando mesmo, mas as vezes eu tenho a impressão que algumas pessoas dessas escondem e utilizam isso como uma espécie de cortina, de véu mesmo, para esconder outras coisas, né!? E, não é por conta disso – quem sou eu para dizer isso, viu!? – é uma percepção que eu tenho, mas eu tenho a impressão de que  é como se dissesse assim:  É, eu faço assim para que ninguém perceba de fato quem eu sou.
Logo, missas com arremesso de bola, como o vídeo acima, mostram o mais profundo do padre Pedro. 
Rodolfo retoma a palavra e diz:
Então, né padre!? Como eu dizia, a liturgia não é só o rito, e toda uma mentalidade, aqueles gestos, aqueles movimentos, aqueles cerimoniais, é uma mentalidade para vida. Veja o que ela (a telespectadora) diz: Que o filho largou a comunidade que ele servia como ministro da palavra, que a esposa do filho agora só pode usar saia e fica de véu na liturgia, provavelmente a igreja separada, de um lado só os homens do outro só as mulheres, ou seja, vai contra o espirito do concílio e não foi isso que o Papa Bento XVI quis ao autorizar a celebração da missa de Trento.
Mais uma mentira. O missal de Paulo VI não é obra do concílio. O missal de Paulo VI foi criado no mesmo período, mas é obra de Paulo VI , não do concílio, pois a sacrosanctum concilium (documento do Vaticano II que fala sobre a liturgia) não mandou hora alguma que se fizesse um novo missal!

Fonte: Fidespress
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