DESTAQUE
MARX: as raças mais fortes (as revolucionárias) deveriam realizar sua tarefa, enquanto “a principal tarefa de todas as outras raças e povos, grandes e pequenos, é perecer no holocausto revolucionário”. — Karl Marx, “Die Neue Rheinische Zeitung”, janeiro de 1849, in “Journal of the history of ideas”, vol. 42, nº 1, 1981;www.churchinhistory.org/pages/booklets/roots%28n%29-2.htm
O movimento nazista adotou freneticamente
o evolucionismo e o eugenismo, e foi mais fidedigno à cartilha darwinista do
que o marxismo. Em 1933, ordenou a esterilização de nove tipos de “doentes”,
entre os quais os cegos, os alcoólatras e os esquizofrênicos! Calcula-se que
400.000 esterilizações foram praticadas pelo III Reich, na Alemanha e
territórios ocupados. Um decreto secreto de 1940 obrigava as mulheres
“inferiores” a abortar. O extermínio das “raças inferiores” e os esforços para
produzir o “ariano puro” – a “raça superior” – são bem conhecidos.
Darwin também é tido como um dos
fundadores do ecologismo, que exalta a vida tribal animalesca “integrada” numa
natureza em perpétua evolução.
Por certo, os atuais sequazes de Darwin
deblateram contra as monstruosas consequências que o nazismo tirou do
evolucionismo. Contudo, não é certo que manteriam essa linguagem caso o nazismo
tivesse ganhado a II Guerra Mundial... De fato, após a conflagração, o
eugenismo escorado no evolucionismo prosseguiu, e está no cerne das campanhas
contra a vida. Os pretextos continuam os mesmos: impedir que nasçam crianças
com defeitos graves, economicamente insustentáveis ou simplesmente
“indesejadas”.
Na trilha da utopia eugenista, a
engenharia genética promete produzir um “bebê perfeito”, sem defeitos nem
doenças. Mais ainda, ela tenta fabricar uma criança com coeficiente de
inteligência, olhos e qualidades ideais. Segundo o Dr. Jacques Testart, pioneiro
dos métodos de fecundação in vitro e defensor do
evolucionismo, essa tendência prepara a gestação em laboratório de uma “nova
humanidade”, e esse novo homem poderia ser chamado “homo geneticus”, que acabaria substituindo o “homo sapiens”,
fase atual e provisória do homem na cosmovisão evolucionista. O sonho da
“criança perfeita” a todo custo, segundo observa o jornalista científico Michel
Alberganti, leva a tentar produzir uma “vida inventada de cabo a rabo”. Então
a procriação será uma tarefa de laboratórios, e não mais de pais e mães. Nesse
dia a família sofrerá um golpe mortal, pois lhe terá sido tirada sua finalidade
primordial. A maternidade não existirá mais, e a Encarnação do Verbo parecerá
um procedimento de uma espécie superada. O que será do homem rompido tão
radicalmente com a Lei de Deus? A quem ele apelará na hora da angústia ou da
necessidade? As perspectivas são “aterrorizantes para alguns” e “fascinantes
para outros”, diz Alberganti.
O filósofo Jean-Michel Besnier,
professor da Sorbonne-Paris IV, explica que o “pós-humano” “começou com
a idéia de acabar com o determinismo dos nascimentos, pela aparição da pílula e
do bebê de proveta”, ele acrescenta nessa linha a procriação
assistida, a gestação em laboratório e a clonagem humana: “A utopia
pós-humana imagina o fim da história natural da humanidade, tal
como foi elaborada pela evolução. No fundo, essa utopia pretende [...] assumir
a função da natureza”. Besnier acrescenta ainda que “o
protótipo [do “pós-humano”] é o cyborg aparecido
nos anos 60, [...] organismos biomecânicos dotados de próteses, vivendo em
condições não-terrestres, adotados de faculdades novas que superam os limites
humanos. Cyborgs, novos seres, que não evoluirão mais segundo
as leis dos seres vivos”. Escritores saídos de laboratórios de
nanotecnologias, inteligência artificial e cibernética“se perguntam quais
criaturas inumanas vão nos suceder, e imaginam formas de vida radicalmente
inéditas” (17).
*** * ***
Por que muitos evolucionistas de
destaque insistem que a macroevolução é um fato? Richard Lewontin, um influente
evolucionista, escreveu candidamente que muitos cientistas estão dispostos a
aceitar afirmações científicas não comprovadas “porque já [assumiram] outro
compromisso, um compromisso com o materialismo”. Muitos cientistas se recusam
até mesmo a considerar a possibilidade de que exista um Projetista inteligente
porque, como escreve Lewontin, “não podemos permitir que a ciência abra a porta
à idéia de um Deus” (15).
Nesse respeito, o renomado sociólogo
americano Rodney Stark é citado na revista Scientific American como
tendo dito: “Há 200 anos se propaga a idéia de que, se você quer ser um
cientista, tem de manter a mente livre dos grilhões da religião”. Ele disse
ainda que nas universidades em que se faz pesquisa “os religiosos ficam de boca
fechada” (16). A pressão, a discriminação, e a perseguição de grupos
organizados no meio acadêmico contra aqueles que acreditam em Deus tem se
tornado uma prática terrorista. Existem grupos financiados por inimigos da
religião que são tremendamente fanáticos e fundamentalistas.
*** * ***
A Origem das Espécies
Charles Darwin (1809-1882) nasceu numa
abastada família inglesa. Estudou ciências naturais nas universidades de
Edimburgo e Cambridge. Ainda jovem, empreendeu uma viagem de quase cinco anos
em volta da Terra (1831-1836). Nela acumulou observações e amostras do reino
animal. De retorno à Inglaterra, guardou as anotações embaixo de uma escada. As
crianças da casa arrancavam as folhas para brincar.
Mais
de vinte anos depois, o naturalista Alfred Russel Wallace (1823-1913) mostrou a
Darwin o livro que ia publicar, com idéias próximas às dele. Darwin recuperou
então as velhas anotações, ordenou-as e publicou-as. Surgiu assim, há 150
anos, A Origem das Espécies.
Contrariamente à saga corrente, a
viagem não mudou a atitude de Darwin em face de Deus. Por exemplo, após entrar
numa floresta brasileira, escreveu: “Não era possível formar-se uma idéia
dos sentimentos de maravilhas, de admiração e de devoção que enchem e encantam
o espírito. Lembro-me bem de ter ficado convencido de que no homem há mais do
que o simples influxo do corpo” (1).
Darwin torna-se anticristão
Mas o Charles Darwin de A
Origem das Espécies mudara completamente em relação ao naturalista
expedicionário. Ele fora criado no protestantismo, tendo depois perdido
qualquer vestígio de fé entre 1836 e 1839. Tornou-se agnóstico e visceralmente
contrário ao cristianismo. Em sua Autobiografia, narra como se voltou contra o
Deus da Bíblia. Tal confissão de apostasia é tão chocante, que seus
descendentes impediram a divulgação. Ela só veio a lume numa edição de 1958,
onde afirma num trecho censurado; “De fato, dificilmente posso admitir
que alguém pretenda que o cristianismo seja verdadeiro; pois, se assim fosse,
as Escrituras indicam claramente que os homens que não creem – isto é, meu pai,
meu irmão e quase todos os meus melhores amigos – serão punidos eternamente. E
isto é uma doutrina condenável”.
Ele optou por um sentimentalismo
relativista e vago, que levou até as últimas consequências; implicou com a
lógica ordenada da moral evangélica, que tem na Igreja Católica sua autêntica
realização; repeliu os movimentos de alma ordenados que lhe inspiravam as cenas
grandiosas da natureza; pois percebeu “que estavam intimamente ligados
à crença em Deus”. Rompendo com sua admiração pela floresta
brasileira, explicou: “Hoje, as cenas mais grandiosas não produziriam
em mim nenhuma convicção nem sentimento daquele gênero”.
Anticristianismo e Evolucionismo
Darwin passou a confessar-se agnóstico
e a menosprezar acintosamente a Religião. Lê-se em sua Autobiografia:
“O Antigo Testamento é manifestante falso, a Torre de Babel, o arco-íris como
sinal, etc. Dado que ele atribui a Deus os sentimentos de um tirano
vingativo, não é mais digno de confiança que os livros sagrados dos
hindus ou as crenças de outros bárbaros. [...] Deixei de acreditar no
cristianismo enquanto revelação divina”.
Ele foi abandonando a idéia de um Deus
pessoal, e mesmo a existência de uma causa final na natureza: “O velho
argumento de uma finalidade na natureza, que outrora me parecia tão
concludente, caiu depois da descoberta da seleção natural. [...] Não acredito
que haja muito mais finalidade na variabilidade dos seres orgânicos e na ação
da seleção natural do que na direção em que sopra o vento”.
Homem e natureza se lhe afiguravam
então como meros subprodutos de uma cega fatalidade, que progride rumo ao
ignoto. O motor desse processo seriam transformações devidas a acidentes
fortuitos e à necessidade. As espécies resultantes, ou mais evoluídas,
exterminariam fatalmente as menos evoluídas, mais fracas e inferiores.
Darwin percebeu que, sem um princípio e
um fim, o homem ficaria escravo, como um bicho, ao capricho de sua fantasia e
de seus instintos: “Um homem que não tem uma crença bem sólida na
existência de um Deus pessoal, ou numa existência futura com retribuição e
recompensa, não pode ter outra regra de vida, segundo me parece, senão seguir
seus impulsos e seus instintos mais prementes, ou que ele acha os melhores”.
Esta conclusão, ele a enfeitou com sentimentos típicos do romantismo vitoriano
do século XIX.
Sua crise religiosa, que descambou para
a apostasia e para o anticristianismo, correu lado a lado com a explicação do
evolucionismo. Então, não é de espantar que o anticristianismo se encontre
entranhado no pensamento darwinista e de seus sucessores “neo-darwinistas”,
embora pretendam que se trate de meras doutrinas cientificas.
Bombardeou o conceito que o homem tem
de si próprio
Diz um dos corifeus darwinistas
hodiernos, o Professor Dominique Lecourt, da Universidade da Sorbonne-Paris
VII: “Darwin estava bem ciente de que tirava o homem do centro,
aproximava-o do animal, e entrava em conflito com a imagem de si próprio. [...]
Darwin [...] confessou à sua mulher, muito piedosa, que sua teoria não
concordava com o dogma cristão. Ele sabia que tinha fabricado
uma bomba” (2). De fato, suas teorias serviram para dinamitar a
visão racional da ordem do universo e sua procedência da criação.
Darwin também é tido como um dos
fundadores do ecologismo, que exalta a vida tribal animalesca “integrada” numa
natureza em perpétua evolução.
Interpretou o conhecido pelo
desconhecido
Alfred Russel Wallace e Darwin foram
co-inventores da teoria da seleção natural das espécies,
peça-chave do evolucionismo. Porém, Wallace manteve a crença numa inteligência
diretora que presidiria a luta evolutiva. A partir de 1862, descambou
para o espiritismo e o ocultismo. Porém, Darwin permaneceu no agnosticismo
naturalista materialista. Entretanto, sua linguagem recende a uma análoga
procura de explicação do conhecido pelo desconhecido, pelo oculto. No
livro A filiação do homem, ele imagina que o homem descende de
algum tipo de símio há tempos desaparecido; este, “provavelmente de um
marsupial arcaico”, e este ultimo, de uma ignota “criatura de tipo
anfíbio”, por sua vez derivada de um ainda mais inidentificável “animal
que se assemelha a um peixe”.