terça-feira, 10 de dezembro de 2013

UCRANIANOS DESAFIAM PUTIN, O VELHO OFICIAL DA KGB FANTASIADO DE CRISTÃO


Povo ucraniano recusa a velha canga da URSS apenas maquiada por Putin

 Luis Dufaur
Fonte: IPCO
 
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A Ucrânia enquanto nação soberana vinha negociando um acordo de associação com a União Europeia.
Malgrado os aspectos negativos que essa aproximação poderia trazer, essa aproximação teria um efeito positivo muito maior: afastar as garras opressoras da Rússia. Ele garantiria a independência do país face à cobiça russa.
Porém, o atual presidente Viktor Yanukovich vinha agindo como dócil instrumento de Vladimir Putin.
Para Putin, que mais recentemente escolheu as roupagens de defensor do cristianismo, na realidade não havia dúvidas: ele quer reconstituir a grandeza opressiva da falida URSS. E a Ucrânia é a “jóia da coroa” da URSS.
Manifestação do Milhão inundou Kiev, e instrumentos de Putin tremem
Manifestação do Milhão inundou Kiev, e instrumentos de Putin tremem
Trata-se para Putin de engoli-la sim ou sim.
Com habilidade muito típica da KGB e manipulando presidente e deputados pró-russos, o senhor todo-poderoso da Rússia conseguiu vetar o acordo que possibilitaria a aproximação da Ucrânia com a União Europeia. E em consequência afastaria o povo ucraniano da opressão russa.
O povo ucraniano está se mostrando determinado e idealista.
Estátua de Lenine derrubada em Kiev, na festa da Imaculada Conceição
Estátua de Lenine derrubada em Kiev, na festa da Imaculada Conceição
Ele lembra os milhões de seus antepassados massacrados pela nefasta URSS e está habituado às mentiras sistemáticas da propaganda da KGB.
Ele percebe o que está por detrás do jogo diplomático: a escravidão e perda de independência e vexames nacionais de toda espécie.
A União Europeia acusou a Rússia de impedir o acordo, como forma de manter o seu domínio sobre as antigas repúblicas soviéticas.
O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, sempre bom de papo, afirmou que rejeitará os vetos da Rússia.
E Herman Van Rompuy, presidente do Conselho Europeu, afirmou: “chegou a hora da coragem e decisão. Não devemos renunciar ante pressões externas, mesmo da Rússia”. Alguns outros compararam Putin com Breznev e Stalin.
Porém, desses líderes da UE só se pode aguardar inércia e capitulação face ao agressor russo. E a imprensa reconheceu que “na briga por Kiev, Putin bate Europa” (Folha de S. Paulo, 29-11-2013)
Patriotas ucranianos desabafam na estátua de Lenine
Patriotas ucranianos desabafam na estátua de Lenine
O povo ucraniano compreendeu que estava sozinho. Mas não arredou e corajosamente saiu às ruas das grandes cidades para repudiar a manobra de Moscou e seus sequazes.
Além do mais está pedindo a renúncia do governo satélite da Rússia, encabeçado pelo presidente Viktor Yanukovich.
Após centenas de milhares de ucranianos cercarem os principais prédios do governo em Kiev, Yanukovich reagir como reagiram outros instrumentos da URSS em décadas que se acreditou superadas. Ele prometeu verbalmente retomar as negociações com a UE.
Mas o povo ucraniano lucidamente não caiu nessa conversa.
No domingo 8 de novembro a Marcha do Milhão literalmente inundou o centro de Kiev exigindo o fim da sujeição ao ditador disfarçado de cristão Vladimir Putin.
Neste domingo, evidenciando o caráter antissoviético e anticomunista da imensa manifestação patriótica, o povo ucraniano derrubou e esmigalhou uma grande estatua de Lenine que dominava um bulevar de Kiev.
O que fará a raposa xará de Lenine?

Cabe a nos, patentear nosso apoio e admiração ao povo ucraniano que defende sua pátria contra a agressividade da Rússia que tenta restaurar o antigo império anticristão e contra a pusilanimidade de Ocidente.
Acrescentamos que, a exemplo dos protestos na Ucrânia, Putin foi recebido na Armênia com manifestações com cartazes de “Putin, vá para casa” e “Não à URSS”.
Os armênios repudiam os planos de incluir o pequeno país do Sul do Cáucaso em uma zona de livre comércio sob a liderança de Moscou.

MÁRTIRES EM PROL DA VERDADEIRA MISSA - INGLATERRA, QUASE QUINHENTOS ANOS ATRÁS

“É a missa que importa”. A Resistência do Oeste Inglês ao protestantismo.


Por Maria Pia Ghislieri, Corrispondenza Romana | Tradução: Lucas Janusckiewicz Coletta, Fratres in Unum.com -  Durante o reinado de Henrique VIII, após seu ato cismático, muitas mudanças foram feitas na Inglaterra no campo religioso. Embora isso não fosse do agrado dos católicos Ingleses, os mesmos foram assegurados de que a fé professada em suas paróquias continuaria a ser a fé de seus antepassados. Henrique VIII rompeu com Roma, mas a Igreja da qual ele tinha se proclamado chefe não havia se separado da doutrina romana.

Thomas Cranmer
Thomas Cranmer

Após a morte do rei, Cranmer (que fora nomeado arcebispo de Canterbury em 1532) mostrou a sua verdadeira face. Fora um dos mais influentes conselheiros do menino-rei Eduardo VI e, graças a essa influência, ele levou a cabo o seu plano de remover os últimos vestígios do catolicismo inglês, começando com a destruição das imagens, relíquias, cerimônias, procissões (também a do Corpus Christi), mas especialmente a da Santa Missa, que ele substituiu com a pseudo liturgia de comunhão protestante, que foi imposto em duas fases, em 1549 e 1552.
Essa tarefa destrutiva na Cornualha [ndr: um ducado na Inglaterra] foi confiada a William Body, cuja ação foi vista como uma profanação dos lugares sagrados, o que levou a seu assassinato 05 de abril de 1548. Entendia-se desde o início que o povo da Cornualha não havia aceitado facilmente a “nova” imposição no campo religioso.
O Livro de Oração Comum (Book of Common Prayer), que refletia a teologia protestante, embora mantendo algum vestígio do rito católico, deveria traduzir para o idioma inglês os quatro antigos textos litúrgicos latinos, ou seja, missal, breviário, ritual e do pontifical. Essa mudança foi vista com desconfiança e muita oposição, especialmente naqueles lugares felizmente conhecidos por sua lealdade para com a Igreja Católica Romana, como nos condados da Cornualha e Devonshire. Foi esse ataque à Igreja, e particularmente à Santa Missa, que levou a uma resistência armada conhecida na Inglaterra como a “insurreição ocidental” (the wester rising). É interessante notar que para os agricultores e trabalhadores que encorajaram tal resistência, muitos dos quais eram simples analfabetos, o repúdio ao Papa não era muito preocupante. Eles estavam lutando, antes de tudo, pela sua missa.
Em 09 de junho de 1549, Domingo de Pentecostes, a nova Missa ou Liturgia de comunhão protestante entrou em vigor com punição severa para aqueles que se recusassem a se adequar às novas normas. Em um lugar remoto de Devonshire, chamado Samford Courtney, um sacerdote que contava com mais de setenta anos, em obediência às ordens do rei, celebrou a missa de acordo com o novo rito. Os paroquianos que estavam presentes, quando pela primeira vez se viram privados de sua eterna Missa, decidiram rejeitar a nova liturgia. No dia seguinte, eles foram até o pároco e o obrigaram a utilizar o antigo Missal e a celebrar a missa haviam participado por toda a vida, não querendo que ela jamais fosse alterada. O bom padre cedeu aos pedidos de seu rebanho e celebrou a Missa de sempre. Os fiéis católicos, de fato, sustentavam que a nova liturgia em inglês não era mais do que “uma comemoração natalícia” e não tinham nenhuma intenção de aceitá-la. Na cerimônia sucessiva vieram alguns juízes para impor as mudanças litúrgicas, mas durante a celebração houve uma briga que levou à morte de um dos defensores das inovações (William Hellyons), que foi perfurado com uma foice nos degraus da igreja.
Um “gentleman” do local tentou convencer o povo a aceitar o novo rito com a ameaça de que o protesto traria uma necessária intervenção armada do governo. Mas o povo da Cornualha e Devonshire não tinha nenhuma intenção de ceder a qualquer pressão, alegando que a sua resistência foi motivada por uma profunda fé na Santa Missa, que – eles compreendiam bem – dizia respeito não só a sua vida terrena, mas também, e acima de tudo, a sua salvação eterna.
Houve uma longa tentativa de negociação entre esses católicos, “rebeldes” para com o novo rito, mas fiel à tradição de seus pais, e o governo oficial que os obrigava a usar o novo rito protestante. Estes homens simples e iletrados, analfabetos, mas de uma fé límpida e profunda prometeram acabar com a insurreição desde que o rei e os seus conselheiros não ousassem modificar a verdadeira religião. Era óbvio que a verdadeira razão da resistência era a defesa da fé católica.
A proposta não foi aceita, e eis que muitos milhares de camponeses, mineiros e pescadores (que representavam muitos outros com as mesmas crenças), marcharam em direção Exeter para protestar contra a introdução do novo rito. Eles estavam avançando com o estandarte com as Cinco Chagas de Nosso Senhor Jesus Cristo, com crucifixos, velas e incenso. Eram homens simples, que formaram uma força organizada, armada e disciplinada que combatia contra o poder do Estado.
Lideravam a procissão sacerdotes que, vestidos com seus paramentos tradicionais, levavam consigo o Santíssimo Sacramento sob um magnífico baldaquino. Enquanto o grupo atravessava o condado de Devonshire, ganhava mais adeptos entre os católicos fervorosos da área. Embora a maioria fosse composta de camponeses da Cornualha e Devonshire, se uniram a eles também membros da aristocracia Inglesa como Humphrey Arundell, que pertencendo a uma nobre e respeitada família de Devonshire, também era conhecido por suas proezas militares.
O governo não deixou de divulgar uma série de acusações infundadas sobre as “supostas” atrocidades cometidas pelos “rebeldes”. Mas das 15 demandas que eles expuseram contra o governo, provando claramente a natureza puramente religiosa da resistência, citemos, por exemplo, apenas três:
* Nós não aceitamos o novo rito (protestante), porque ele é como uma “festinha de aniversário”, mas queremos as Matinas, a Missa, as Vésperas e Procissões em latim, como era antes. E por isso nós, homens da Cornualha (e também porque alguns de nós não entendem o inglês) rejeitamos firmemente o novo rito inglês.
* Nós queremos a missa em latim como era antes, celebrada só pelo sacerdote sem qualquer diálogo com o povo.
* Todo pregador nas suas homilias e cada sacerdote em suas missas devem rezar especialmente pelas almas do Purgatório, citando os nomes, como faziam no tempo dos nossos pais. (Cranmer, não acreditando no purgatório, havia removido qualquer traço no culto protestante).
Cranmer, diante dessas demandas assinadas por muitos agricultores, mas também por Humphrey Arundell, não teve outra reação a não ser o desprezo. Considerou o desejado retorno para a liturgia latina simplesmente “ridículo” porque ele havia imposto a língua vernácula para o bem daquela gente iletrada. É importante notar que se esses homens, por um lado, em consciência desobedeciam ao rei quanto à nova Missa e os novos ritos, por outro, reconheciam sua autoridade e não pensaram em nenhum momento em depô-lo. Eles o obedeceriam com a condição de que não fossem privados de sua fé. Eram homens humildes que se rebelavam espontaneamente para defender a fé de seus pais.
Mas o governo teve tempo de organizar um exército para destruí-los. Contra toda a esperança, os rebeldes continuaram a lutar suas batalhas até que restaram apenas alguns. Lutaram bravamente e não tiveram medo de perder suas vidas. A última batalha teve lugar em 29 de agosto de 1549, em Sampford Courtenay, onde a rebelião começou. As forças eram desiguais e os católicos militantes sabiam que estavam condenados à derrota. Mas, em sua homenagem, um historiador da época escreveu: “Os fiéis católicos da Cornualha não se renderam até que a maioria deles não havia sido morta ou capturada”. Nesta última batalha extenuante, Humphrey Arundell, que estava entre os líderes da insurreição, foi capturado. Levado a Londres depois de alguns meses, foi julgado e acusado de alta traição. Em 27 de janeiro de 1550, foi executado com uma das piores punições previstas pelo regime da época: enforcado, estripado e esquartejado.
Ao longo da resistência, cerca de 5000 homens perderam sua vida, morreram pela fé, mas sobretudo pela Missa de sempre. O rito de Cranmer foi imposto a preço do sangue desses heróis da fé.
Naqueles tempos difíceis, era um espetáculo aterrorizante, mas muito comum ver padres enforcados nos campanários, vestidos com seus sagrados paramentos e com aspersório [de água benta], sineta e rosário pendurados com eles. Todos os livros litúrgicos tradicionais foram queimados. Os grandes e sonoros sinos das igrejas que chamavam os fiéis para a missa tradicional foram removidos para dar lugar a sinos pequenos para o uso na liturgia protestante. E, assim, também as pobres pessoas do Oeste Inglês foram constrangidas a aceitar a nova religião em língua vernácula.
O futuro do mundo e da salvação das almas depende da “sobrevivência” da Missa tradicional na Igreja Católica. Por quê? Porque lex orandi lex credendi. A lei da oração é a lei da fé. Em todos os lugares onde se continua a celebrar a Missa de sempre a fé não pode ser extinta.
Os valorosos heróis da resistência inglesa, que daquele longínquo ano de 1549 até hoje, continuam a gritar com o seu memorável exemplo que levou até ao derramamento de sangue: “É a Missa que importa”.

Tradução e adaptação para a língua portuguesa de Lucas Janusckiewicz Coletta, a quem agradecemos.

O ‘Know-how’ da Revolução Anárquica de Paris (1968) para o Brasil?




Aqui no Brasil já estamos cheios desses avôs revolucionários. Vocês poderiam permanecer onde estão! Tudo o que vivemos agora, violência, corrupção, perseguição, é fruto de seus companheiros dessa geração (comunistas, socialistas, anarquistas). Ao invés de tentarem tornar o mundo melhor, vocês se preocupam em bagunçar tudo pra implantar suas ideologias falidas desde o início. Por favor, vá para a China ou para a Argentina. 
[COMENTÁRIO DE UM LEITOR]

*** * ***

Líder da rebelião de maio de 68 em Paris encerra carreira no Parlamento, prepara grande expedição pelo Brasil em 2014 e dá conselho aos jovens: “Se você só tiver duas possibilidades, escolha uma terceira!”


Por: Geneton Moraes Neto
Fonte: G1

Daniel Cohn-Bendit: expedição por terras brasileiras em 2014, durante a Copa, para flagrar o país longe dos estádios ( Foto: Cristina Aragão )

Quando era maio no mundo, em 1968, Daniel berrava pelas ruas de Paris.
Anarquista, aluno da Universidade de Nanterre, Daniel Cohn-Bendit comandou a rebelião dos estudantes que ocuparam o prédio da Faculdade de Sociologia, em protesto contra a prisão de seis colegas. Em poucos dias, virou líder do levante dos estudantes contra o velho mundo, a velha vida, os velhos professores, os velhos governantes, o velho tédio.
Filho de judeus alemães fugidos do nazismo, Daniel Cohn-Bendit cuspia fogo. Comandou uma passeata de um milhão de estudantes e operários. Virou “Dani, le Rouge” – Dani, o Vermelho.
Naqueles dias, os muros de Paris eram cadernos de anotações onde os estudantes rebelados gravaram com spray os mandamentos da utopia:
“Eles compram tua felicidade. Roube-a!”
“A sociedade é uma flor carnívora”
“O tédio chora”
“Tome meus desejos como realidade, porque eu acredito na realidade dos meus desejos”
“A humanidade só será feliz no dia em que o último burocrata for enforcado nas tripas do último capitalista”
“A imaginação no poder”
“É proibido proibir”
“E se a gente incendiasse a Sorbonne?”
“Professores: vocês nos fazem envelhecer!”
“Corra, camarada: o velho mundo está atrás de você!”
Daniel ganhou do jornal “Le Monde” o título de “o principal porta-voz do movimento de maio de 1968, o mais vivo, o mais inteligente”.
Expulso da França no último dia daquele maio pelo governo do general De Gaulle, terminou voltando à pátria dos pais, a Alemanha, onde, nos anos seguintes, se engajou nos movimentos alternativos até virar militante do Partido Verde.
Daniel Cohn-Bendit cumpriu mandatos como deputado verde no Parlamento Europeu. Agora, aos 68 anos de idade, anuncia que vai deixar o Parlamento. Mas nem de longe pensa em “depor as armas”.
A curto prazo, os projetos de Cohn-Bendit envolvem diretamente o Brasil: como se quisesse mostrar que nunca é hora de pendurar as chuteiras, o líder da rebelião de maio de 1968 decidiu que vai – literalmente – botar o pé na estrada, no Brasil, durante a Copa do Mundo de 2014.

A bordo de uma van, Cohn-Bendit fará uma grande viagem pelo país. Vai registrar, com uma equipe de filmagem, o que acontecerá no país durante a disputa da Copa. Pretende produzir uma espécie de diário audiovisual.
O ex-líder da rebelião dos estudantes nem chegará perto dos estádios. Chama o entorno dos estádios de “Fifa Land” – o Território da Fifa. Bendit quer se encontrar com personagens de um outro país – o Brasil real.
O resultado da expedição de Cohn-Bendit pelas estradas brasileiras vai virar filme – um documentário com lançamento previsto para o final de 2014. A van que Cohn-Bendit dirigirá pelo Brasil afora já foi batizada: ganhou o nome de “Sócrates”. É uma homenagem ao ex-jogador da seleção brasileira – que era amigo de Cohn-Bendit desde os tempos da Democracia Corinthiana, nos anos oitenta. O próprio Sócrates – morto em dezembro de 2011 – tinha transmitido a Cohn-Bendit o desejo de participar da expedição rodoviária.
Numa viagem ao Brasil, para preparar a grande expedição rodoviária que fará a partir de junho de 2014 por terras brasileiras, Daniel Cohn-Bendit falou ao Dossiê Geral, horas antes de embarcar de volta à Alemanha:
1.Como é que você se define hoje, politicamente?
Daniel Cohn-Bendit: “Sou, politicamente, um social-ecologista. Ou seja: um ecologista com engajamento social. E um batalhador pelos direitos humanos”.
2.O que a palavra utopia significa para você hoje?
Daniel Cohn-Bendit: “A gente ainda precisa de utopia. Mas é algo cada vez mais difícil. Minha geração teve uma série de utopias erradas – que não funcionaram. Não é questão de encontrar algo. Algumas vezes é uma questão de dizer “é preciso regular a globalização”. Isso é utopia, mas é uma necessidade. A utopia, portanto, é sempre algo que a gente tem de fazer, ainda que se saiba que é algo difícil de realizar”
3.Depois do fim das ideologias, a política perdeu o apelo que tinha sobre os jovens?
Daniel Cohn-Bendit: “Um dos grandes problemas é que os jovens não acreditam que a política muda as coisas. É o mesmo que acontece com a globalização. As grandes indústrias – e coisas assim – fazem o mundo. Os jovens já não acreditam nos políticos. O problema com a política, hoje, é que os políticos não dizem a verdade. Não dizem: “Não sei” ou “é difícil”. Os políticos sempre fingem que sabem para onde iremos caminhar ou como iremos. Não é verdade. É esta a razão por que os jovens dizem aos políticos: “Já não acreditamos em vocês”.
4.Você era “Dani, o Vermelho”. Depois, “Dani, o Verde”. Hoje, você é Dani o quê?
Daniel Cohn-Bendit: “Dani, o razoável….Não! Sou ainda verde. Uma vida sustentável ainda é uma necessidade. Eis aí uma utopia. Ainda acredito que a gente tem de mudar nossa maneira de viver. Porque nosso ritmo de vida é muito rápido. Os verdes – com um projeto social e ecológico – são uma necessidade”.
5.Eu sei que você não gosta de dar conselhos, como um avô – mas se um jovem pedisse a você um conselho político, o que é que você diria, em primeiro lugar?
Daniel Cohn-Bendit: “Tente encontrar seus próprios caminhos! Em segundo: o planeta corre perigo, em consequência de nosso modo de vida. Pense no que você pode fazer pelo planeta – não apenas no que os outros podem fazer por você”.
6. Há ainda, então, lugar para otimismo hoje? Como você sabe, depois do fim do socialismo, tantos disseram “ah, não quero mudar o mundo: vou tomar conta de mim mesmo…”
Daniel Cohn-Bendit: “Há um ditado judaico que diz: “Se você só tiver duas possibilidades, escolha sempre a terceira!”. Isso é otimismo.
7.E é o conselho que você dá?
Daniel Cohn-Bendit: “Sim!”

Um conselho aos jovens, baseado num ditado judaico:
"Se você só tiver duas possibilidades, escolha uma terceira!" 
( Foto: Geneton Moraes Neto )


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