sexta-feira, 18 de outubro de 2013

A Renovação Carismática Católica: Fruto do Concílio Vaticano II, Semente de Destruição



Créditos da imagem por: Tradição Católica



                                                  
         Introdução:

         Batizados no "Espírito"

            "Batizado no Espírito", "Oração em Línguas", "O Dom da Profecia", e um "Relacionamento Pessoal com Jesus Cristo" são todas expressões muito em voga e indispensáveis no vocabulário da assim chamada "Renovação Carismática Católica" (RCC), um movimento cujas origens se devem a um retiro sem nenhum acompanhamento realizado em 1967 por alguns estudantes da Universidade de Duquesne em Pittsburg (USA) . Por volta de 1990, o movimento já contava com cerca de 72 milhões de seguidores no mundo inteiro e organizações oficiais em mais de 120 países.
            Um crescimento tão rápido aqui e no exterior, juntamente com o quase completo abandono de práticas e crenças genuinamente católicas, bem como modo de se expressar, tem sido motivo de preocupação para os Católicos já por um bom espaço de tempo. À luz  do trigésimo aniversário da RCC ocorrido no ano de 1997, uma análise mais profunda  de suas práticas, crenças e ideias vem bem a calhar.
            O trecho abaixo, tirado da literatura carismática, corresponde a um dos traços fundamentais da RCC, "Batismo no Espírito", uma "Experiência de fé", na qual uma pessoa "libera" as graças recebidas no Batismo, Confirmação e Sagrada Eucaristia, e assim experimenta a presença de Deus de um modo profundamente pessoal. Só por aí já podemos antecipar a visão e a compreensão dos Sacramentos mais comuns para os seguidores desse movimento:

"Cada Paróquia possui certo número de grupos com sua própria visão, propósito e área de serviço. Ninguém se sente incomodado ou perturbado pelos outros movimentos, tais como, Grupos do Rosário, Legião de Maria, Sociedade de São Vicente ou qualquer outra organização paroquial - a lista aqui poderia ser bem maior. Portanto, por que toda essa polêmica em torno da Renovação Carismática?  A verdade é que a RCC não é apenas uma questão de encontros de oração semanal. O seu coração reside  no Batismo no Espírito Santo - uma graça de Deus a qual deveria ser parte da experiência normal de todo cristão -  Através desse batismo, todo mundo: clero e leigos, homens e mulheres, jovens e velhos, negros e brancos, ricos e pobres – todos, sem distinção, têm a oportunidade de dar o seu sim a Deus. Mas é ainda muito mais do que isso. Ao fazermos nossa adesão pessoal  a Jesus Cristo, nós estamos dizendo "sim" à presença  poderosa do Espírito Santo e aos seus dons: os carismas. Muitos de nós fracassamos em fazer isso  quando iniciamos o processo da Iniciação Cristã. Mas agora todos nós podemos fazê-lo, basta permitirmos que o Espírito Santo nos transforme desde o mais profundo íntimo do nosso ser, equipando-nos para o serviço à Igreja e ao mundo." (Charles Whitehead- Charismatic Renewal- A Challenge 1993).

            Irregularidades Doutrinárias

            As implicações de tal declaração não deveriam deixar perplexo ninguém que tem um mínimo de conhecimento do Catecismo. Do ponto de vista ortodoxo e para dar ao autor o benefício da dúvida, poderíamos considerar tal declaração como uma referência ao Sacramento da Confirmação, o Sacramento pelo qual o Espírito Santo vem até nós de modo particularmente especial para nos transformar em verdadeiros cristãos e perfeitos soldados de Cristo.
            Que fosse tal pensamento relativo ao caráter sacramental, poderíamos ainda assim suspeitar que o que eles pretendem sugerir, seria na verdade, um "oitavo sacramento" necessário para completar os outros sete. Mas muito ao contrário, os carismáticos negam qualquer clara conexão entre o "Batismo no Espírito" e os sacramentos Católicos, uma vez que  ritos sacramentais e experiência religiosa são partes complementares da iniciação Cristã básica. E uma vez que esses aspectos da "Iniciação Cristã" são complementares, os Carismáticos não veem nenhum motivo para que não católicos e até não cristãos sejam excluídos da oportunidade de experimentar  ou receber os tais carismas, aqui se referindo é claro, às extraordinárias manifestações do Espírito Santo, as quais auxiliaram na expansão da Igreja Primitiva, tendo desaparecido pouco tempo depois da Era Apostólica.
            De fato, eles sustentam que a natureza complementar das duas partes da "Iniciação Cristã" faz com que ela se torne algo facilmente reversível, ou seja, que uma pessoa não batizada pode experimentar esse "batismo no Espírito" e se tornar ipso facto, um cristão autêntico, precisando  dos "ritos sacramentais" meramente para "completar"  sua "iniciação cristã". O status dessas pessoas, teoricamente, seria o mesmo daqueles católicos que, “tendo recebido os Sacramentos, ainda esperam por uma consciente manifestação das graças invisíveis". É óbvio que muitas pessoas, mesmo os grandes Santos, nunca receberam consolações notáveis em sua Fé e muito menos manifestações extraordinárias do Espírito Santo. Dizer, portanto, que uma pessoa que experimentou esse "batismo no Espírito" está tão unida a Deus quanto (ou até mais) que um católico piedoso e batizado (que nunca tenha vivenciado tal experiência), constitui claro absurdo".
            A raiz desse absurdo é o falso entendimento de que uma experiência emocional sempre acompanha a concessão de uma graça- ou que pelo menos faz parte da "liberação da graça". Muito ao contrário, no que diz respeito à graça sacramental, frequentemente a  única indicação sensível da concessão da graça é o sinal sacramental por si mesmo.
            O Catecismo do Concílio de Trento define um sacramento como "um sinal visível de uma graça invisível, instituído para a nossa justificação". É, portanto, um sinal, cujo efeito é o que significa, uma vez que todos os sinais visíveis de todos os sacramentos são completamente objetivos e estabelecidos pela Igreja de acordo com o mandamento ou inspiração de Nosso Senhor Jesus Cristo, os sentimentos pessoais de um indivíduo não tem nada a ver com a conferência da graça pelos sacramentos (naturalmente, desde que não haja nenhuma intenção contrária).

            Objetivo: Expor as Ideias Básicas do Movimento Carismático e sua incompatibilidade com o Catolicismo.

            O "Batismo no Espírito Santo",  é o componente primário da RCC, e juntamente com a maioria dos demais, reside em falsas concepções sobre a graça, experiência e relacionamento mútuo, como é sustentado por seus seguidores. Os itens principais da plataforma carismática, juntamente com os falsos princípios nos quais eles se apoiam, serão examinados um por um à luz da Doutrina Católica. Alguns de seus erros como o fenomenalismo, gnosticismo, ecumenismo, protestantismo e antiquarianismo ou arqueologismo, já foram tratados pelo Magistério da Igreja com profundidade. A eclesiologia defeituosa da RCC, bem como erros maiores no tocante à graça, o livre-arbítrio e os sacramentos merecerão um tratamento consideravelmente mais profundo.
            Portanto ficará claro que, apesar do entusiasmo dos modernos homens da Igreja por esse movimento, a RCC é fundamentalmente um movimento não católico irreconciliável com 20 séculos de Magistério Católico. Depois de um breve exame de suas raízes, a inteira árvore será examinada ramo por ramo e todos os seus frutos amargos expostos, levando em consideração o mandamento apostólico: "Examinai tudo: abraçai o que é bom"( I Tess.5.21).

            Breve História do Movimento
            Raízes Protestantes

            Apesar de muitos carismáticos tentarem atribuir suas chamadas "manifestações do Espírito" à ininterrupta Tradição Apostólica, eles acabam sempre por fracassar nesse intento. Alguns chegam ainda a sustentar que o fenômeno cessou por causa  de uma atitude "sufocante e burocratizante " por parte da Hierarquia Católica. Apesar disso, o fato da existência desses carismas não ser conhecido  depois da era Apostólica, é algo que fica claramente demonstrado por essa declaração de Santo Agostinho, feita no quarto século:

"Quem em nossos dias, espera que aqueles a quem sejam impostas as mãos para que recebam o Espírito Santo, devem, portanto, falar em línguas, saiba que esses sinais foram necessários para aquele tempo. Pois eles foram dados com o significado de que o Espírito seria derramado sobre os homens de todas as línguas, para demonstrar que o Evangelho de Deus seria proclamado em todas as línguas existentes sobre a Terra. Portanto o que aconteceu, aconteceu com esse significado e passou".

            Ao descartarmos a atribuição dos carismas à  Tradição Apostólica, devemos, portanto, olhar em outras direções para compreendermos a origem desse fenômeno moderno. Muitos escritores atribuem  o início do moderno  Pentecostalismo a John Wesley, o famoso ministro ex-Anglicano e fundador do Metodismo no século 18.
            O próprio Wesley, filho de um ministro Anglicano, cresceu tentando "espiritualizar" a  então ainda "muito-católica" religião Anglicana, ou seja, tentando livrar o Anglicanismo de todo o seu "ranço" católico. Ele enfatizava a necessidade de uma piedade pessoal extremamente emocional, um "relacionamento pessoal"com Deus. Um dia, depois de um período convalescendo de uma longa enfermidade, Wesley sentiu uma "sufocante" manifestação do "Espírito" e percebeu que todas as suas antigas obras religiosas não passavam de tolices. Assim "cheio do poder", batizado no Espírito, tendo recebido aquilo que ele chamava de "segunda-bênção", ele foi capaz de sair e conquistar os corações de gelo das massas de denominação Anglicana dando-lhes um sentido mais profundo da presença de Deus através de seu "Método" de "Encontros de Oração".
            O paralelo entre o nascimento do Metodismo e as origens da RCC se torna ainda mais evidente quando consideramos o segundo passo no desenvolvimento do primeiro. Wesley começou o seu movimento como uma espécie de suplemento para os serviços dominicais da Igreja Anglicana. Os encontros de oração eram realizados durante a semana, normalmente com a supervisão de algum membro do clero. Mas, logo as autoridades Anglicanas começaram a ficar apreensivas com o rumo que os Metodistas estavam tomando e assim recusaram-se a designar mais elementos do clero para acompanhá-los. Como consequência, Wesley e seu movimento romperam com a hierarquia Anglicana, fundando sua própria igreja, sob sua própria autoridade, embora nunca tendo renunciado ao seu "sacerdócio anglicano". O número de apóstatas Católicos, cuja apostasia — formal ou material - é devida à RCC sem dúvida é significante, pois qualquer um sabe que uma igreja pentecostal ou carismática é formada quase em sua totalidade por apóstatas católicos.
            O Pentecostalismo propriamente dito teve início com o movimento Revivalista ou de Reavivamento, o qual desovou entre outras, a seita do reverendo Charles Parham em Topeka, Kansas por volta do ano de 1900. Os Católicos Carismáticos atribuem o início do "Derramamento do Espírito" nos tempos modernos a essa seita herética. Uma breve sinopse da história dessa seita pode ser encontrada no livro de William Whalen chamado "Minorias Religiosas na América":

O aparecimento da glossolalia ( falar em línguas) foi registrado em 1901. Charles Parham, um pregador do movimento da Santidade, andava desanimado com sua própria aridez espiritual. Ele alugou então uma mansão que mais parecia um "elefante branco" em Topeka, Kansas, e ali começou uma escola bíblica com cerca de 40 alunos. Juntos eles começaram uma espécie de curso intensivo das Escrituras e chegaram à conclusão de que falar em línguas era o sinal de que um cristão havia recebido o batismo no Espírito Santo. Às 7 horas da tarde, numa véspera de Ano Novo, uma de suas alunas, Agnes N. Ozmen, começava a reunir o grupo para orar e quando foram-lhe impostas as mãos, ela começou a orar em línguas. Dentro de poucos dias, muitos outros a seguiram na experiência.

            Pahram passou os cinco anos seguintes levando uma vida de pregador itinerante antes de abrir outra escola bíblica, desta vez em Houston no Texas. Um de seus alunos, um ministro negro chamado W. J Seymore, levou a mensagem do "evangelho-pleno" à Los Angeles. Assim o movimento de Reavivamento, com apenas 3 anos de existência na Califórnia já atraía pessoas de tudo quanto é parte do país e essas pessoas se encarregaram de fundar e  espalhar o Pentecostalismo na maioria das grandes cidades dos Estados Unidos, bem como em muitos países da Europa. As antigas igrejas do movimento revivalista recusavam-se a enfatizar a necessidade de se falar em línguas, mas rapidamente dezenas de denominações pentecostais  independentes se organizaram, dando origem, entre outras, às chamadas "assembleias de Deus".
Logo após esse firme estabelecimento em solo protestante, o Pentecostalismo começou a crescer rapidamente. De qualquer modo, sempre foi visto pelos escritores católicos como uma nova seita herética, nunca como "igreja-irmã". A revolução entrou na Igreja com a mudança de atitude proclamada pelo Vaticano II, uma abertura das janelas para o mundo, o que significou também uma abertura para todas as religiões do mundo- sob a guia de seu Príncipe e fundador, Satanás.

             Transplante Católico.

            Em 1967, durante aqueles primeiros tempos de euforia pós-Vaticano II, uma época agitada  pelo frenesi ecumênico e apostasia generalizada, alguns estudantes da Universidade de Duquesne em Pittsburg começaram a se expor às influências pentecostais devido à sua aridez espiritual. Eles estavam com "inveja" das "vidas modificadas" de seus muitos amigos protestantes e decidiram então orar pedindo graças idênticas. Uma espécie de retiro de fim de semana foi a chave providencial para os seus questionamentos. Várias pessoas se aproximaram de vários ministros protestantes, leigos e grupos de oração protestantes; e todos receberam o tal "batismo no Espírito" depois de terem tido mãos heréticas impostas sobre eles em oração.
            A importância dessa ação não deve ser subestimada. Esses Católicos se submeteram a um rito não católico, de caráter quase sacramental — obviamente uma troça do Sacramento da Confirmação — e toda a vibração emocional proporcionada por esse pecado (objetivamente falando, naturalmente) convenceu-os da santidade da inteira experiência. Eles saíram dali como "Católicos Carismáticos"; sua influência espalhou-se como fogo selvagem por todo o país, primeiramente nos campus de colégios e depois pelo mundo inteiro.
            Se existe um bom argumento para se ouvir a Igreja, esse é um deles. A Igreja  por quase 2000 anos, sempre alertou seus filhos para manterem distância de "cultos" heréticos, porque ela sabe muito bem as consequências de tal pecado, tanto para os indivíduos envolvidos como para o Corpo Místico como um todo. Apesar disso, a RCC não só admite como imperturbavelmente louva suas raízes ecumênicas e protestantes!
            A conclusão tácita é que a Igreja- O Corpo de Cristo- perdeu a maior parte da Fé, enquanto o Espírito Santo mantinha essa mesma fé dentro do Protestantismo. Portanto, os protestantes é que estariam restaurando à Igreja o seu patrimônio perdido. Esse é um posicionamento tão falso quanto audacioso, o que claramente cai em contradição com dois Dogmas de Fé: extra ecclesiam nulla salus = fora da Igreja não há salvação, e a indefectibilidade da Igreja. Ambos serão tratados minuciosamente mais a seguir.
            Hoje em dia, praticamente em cada diocese existe um órgão oficial da RCC. Existem grupos de oração carismática, seminários, convenções, retiros, etc. Tudo isso espalhado pelo país e pelo mundo inteiro. Nenhum nível da hierarquia está livre do contingente carismático, e eles são numerosos também entre o clero- especialmente entre o clero regular ou secular. Como procuraremos demonstrar, nem sequer Roma está imune à influência dos Carismáticos.

OLHOU PARA TRÁS

(Gn 19, 26)



"Ora, a mulher de Ló olhou para trás e converteu-se numa estátua de sal"


Raiando a aurora, os Anjos insistiram com Ló, dizendo: "Levanta-te! Toma tua mulher e tuas duas filhas que aqui se encontram, para que não pereças no castigo da cidade" (Gn 19, 15). E como ele hesitasse, os homens o tomaram pela mão, bem como sua mulher e suas duas filhas, pela piedade que Deus tinha dele. Eles o fizeram sair e o deixaram fora da cidade (Gn 19, 16). Enquanto o levavam para fora, ele disse: 'Salva-te, pela tua vida! Não olhes para trás de ti nem te detenhas em nenhum lugar da planície; foge para a montanha, para não pereceres! (Gn 19, 17).
Católico, a mulher de Ló não obedeceu a ordem dada pelo Anjo e olhou para trás, e CONVERTEU-SE numa estátua de sal: "Ora, a mulher de Ló olhou para trás e converteu-se numa estátua de sal" (Gn 19, 26).

A mulher de Ló NÃO PERSEVEROU.
Ela começou bem a caminhada, mas não perseverou... e olhou para trás.
Católico, infeliz da mulher de Ló que olhou para trás; tudo seria melhor para ela, se tivesse obedecido cegamente a ordem do Anjo.
O acontecimento "da mulher de Ló é uma advertência a não abandonar o caminho empreendido. Neste sentido, Jesus recorda aplicando-o à imprevisibilidade do dia do Juízo (cfr. Lc 17, 32). A tradição cristã o aplica à perseverança no bom propósito empreendido" (EUNSA), e: "Tu, que viste claramente a tua condição de filho de Deus, mesmo que já não tornes a vê-la - não há de acontecer! -, deves continuar adiante no teu caminho, para sempre, por sentido de fidelidade, sem olhar para trás" (São Josemaría Escrivá, Forja, n.° 420).
Quando você abandonar a "cidade pecadora", isto é, a vida passadanão olhepara trás querendo RETORNAR a essa "cidade", mas PERSEVERE nos BONS PROPÓSITOS e no caminho da SANTIDADE"... não volte atrás. Lembrai-vos da mulher de Ló. Quem procurar ganhar sua vida, vai perdê-la..." (Lc 17, 31-33).
São MILHÕES os que COMEÇAM BEM: fazem bons propósitos, reservam horários para a oração, marcam dias para a mortificação e para a confissão, adquirem livros piedosos... mas com o passar dos dias, a exemplo da mulher de Ló,COMEÇAM a OLHAR para TRÁS e se "petrificam" espiritualmente, isto é, NÃO ANDAM MAIS... NÃO PROGRIDEM MAIS NA VIDA ESPIRITUAL.
A mulher de Ló se converteu numa estátua de sal ao OLHAR para TRÁS, e permaneceu assim, "olhando" para as cidades malditas. O católico que deixa de caminhar na perfeição para "olhar" com saudade para a vida passada, tempo que passou nos víciosVIRA as costas para Deus e NÃO PROGRIDE mais na santidade: "... pois ninguém ignora que, no caminho da perfeição, não ir adiante é recuar; e não ir ganhando é ir perdendo" (São João da Cruz, Subida do Monte Carmelo, Livro I, Capítulo XI, 5).
Católico, NÃO BASTA iniciar a caminhada rumo à santidade, não basta fazer PROPÓSITOS e ABANDONAR a vida de pecado; é preciso PERSEVERAR até o FIM"Começar é de todos; perseverar, de santos. Que a tua perseverança não seja consequência cega do primeiro impulso, fruto da inércia; que seja uma perseverança refletida" (São Josemaría Escrivá, Caminho, n.° 983), e: "Sem constância, impossível é chegar à santidade ou à salvação: não basta ser virtuosos e generosos por alguns dias ou alguns anos; necessário é sê-lo sempre, até o fim... Quem retrocede condena-se voluntariamente e jamais atingirá a meta: é um fraco, um vil, um desertor..." (Pe. Gabriel de Santa Maria Madalena, Intimidade Divina, 301, 1), e também: "De nada vale ter sido santo por longo tempo, se no fim da vida se morre pecador" (Pe. Alexandrino Monteiro).
A mulher de Ló iniciou bem a caminhada, mas parou pelo caminho, não continuou.
Milhões de pessoas começam bem, mas a exemplo da mulher de Ló, olham para trás e caem no desânimo: "Muitos começam bem, mas poucos são os que perseveram" (São Jerônimo, Lib. I contra Jovinianum), e: "Um Saul, um Judas, um Tertuliano, começaram bem, mas acabaram mal, porque não perseveraram como deviam"(Santo Afonso Maria de Ligório, Preparação para a morte, Consideração XXXI, Ponto I), e também: "Nos cristãos não se procura o princípio, mas o fim" (São Jerônimo, S. Hier. ad Fur.), e ainda: "O Senhor não exige somente o começo da boa vida, quer também seu bom termo; o fim é que alcançará a recompensa" (Idem).
Católico, jamais imite o exemplo da mulher de Ló; não pare pelo caminho para olhar para trás, mas seja fiel aos seus propósitos, principalmente quando surgirem grandes obstáculos e fortes tentações de voltar atrás: "Não há dúvida: quem quiser ganhar sua alma para a vida eterna deve perseverar no bem, sem se assustar com a aspereza das provações. Dada sua fragilidade e fraqueza, não pode a perseverança do homem ser perfeita, sem quedas; por isso, cada vez que cai, deve reerguer-se imediatamente, reparar a queda, recomeçando de novo: nisto consiste propriamente a perseverança, isto é, no constante converter-se, melhorar-se até que Deus intervenha com particulares dons para estabilizá-lo no bem" (Pe. Gabriel de Santa Maria Madalena, Intimidade Divina, 301, 2).

A mulher de Ló FOI CURIOSA.
Milhares de pessoas deixam de CAMINHAR na SANTIDADE para OLHAR para o MUNDO inimigo de Deus e das almas imortais; e assim, caem no ADULTÉRIO ESPIRITUAL"Adúlteros, não sabeis que a amizade com o mundo é inimizade com Deus? Assim, todo aquele que quer ser amigo do mundo torna-se inimigo de Deus" (Tg 4, 4).
O Pe. Ângelo Gattesco escreve: "A mulher de Ló, curiosa, voltou-se para ver a cidade em chamas e, como castigo pela desobediência às palavras do anjo, foi transformada numa estátua de sal", e: "Na ruína dos ímpios, foi ela que salvou o justo, fugitivo do fogo que descia sobre a Pentápolis. Testemunho daquela maldade, resta ainda um ermo fumegante, árvores frutíferas de frutos malogrados e, memorial à alma incrédula, ergue-se uma coluna de sal" (Sb 10, 6-7), e também: "A mulher de Ló, convertida em estátua de sal, propõe com seu exemplo aos simples, que não devem olhar para trás com curiosidade doentia, quando avançam para um propósito santo" (São Quodvultdeus,De promissionibus 1).              
Católico, MILHÕES de pessoas, a exemplo da mulher de Ló, já deixaram de caminhar pelo CAMINHO da SANTIDADE por causa da CURIOSIDADE.
A mulher de Ló MORREU ao olhar para trás, isto é, para as cidades pecadoras. Milhares de católicos MORREM ESPIRITUALMENTE ao olharem seguirem as MÁXIMAS oferecidas pelo mundo inimigo da SANTIDADE.
Quantos católicos já se transformaram, não em estátua de sal, mas em servos de Demônio, exatamente por serem CURIOSOS.
Católico, não imite o exemplo da mulher de Ló, mas MORTIFIQUE os seus OLHOS"Há olhares gravemente culpados, que ofendem não somente o pudor, mas até a castidade em si mesma e que, por conseguinte, é forçoso evitar. Outros há que são perigosos, por exemplo, fixar a vista sem razão em pessoas ou objetos que naturalmente hão de suscitar tentações. Assim, a Sagrada Escritura nos adverte que não detenhamos o olhar numa donzela, não seja caso que a sua formosura seja para nós objeto de escândalo. E hoje, então, que a licença das vitrinas, a imodéstia do trajar e a imoralidade das exibições teatrais e de certos salões criam tantos perigos, que recato não é preciso para evitar o pecado?! É por isso que o cristão sincero, que quer salvar a sua alma, custe o que custar, vai mais longe; para estar seguro de não sucumbir à sensualidade, mortifica a curiosidade dos olhos, evitando, por exemplo, olhar pela janela, para ver quem passa, conservando os olhos modestamente baixos, sem afetação, nas viagens ou passeios. Pelo contrário, compraz-se em os descansar sobre algum objeto, imagem piedosa, campanário, cruz, estátua, para se excitar ao amor de Deus e dos Santos" (Adolfo Tanquerey, Compêndio de Teologia Ascética e Mística, 775-776).
Infeliz do CATÓLICO CURIOSO que despreza a família para olhar para trás, isto é, para SEGUIR a LAMA do mundo que o sufocará espiritualmente.
Se a mulher de Ló tivesse seguido o esposo e as filhas, nada de mal lhe teria acontecido.

A mulher de Ló DESOBEDECEU ao ANJO.
Católico, lembre-se continuamente de que você possui um Anjo da Guarda; respeite-o e seja-lhe fiel: "Por desígnio de Sua Providência, confiou Deus aos Anjos a obrigação de guardarem o gênero humano, e de assistirem a todos os homens individualmente, para que não sofram dano de maior gravidade. Assim como os pais dão aos filhos guardas, que os defendam de perigos, quando precisam de viajar por caminhos expostos e arriscados: assim também o Pai Celestial, na viagem que fazemos para a Pátria Celeste, destinou a cada um de nós um Anjo que nos proteja, com seu auxílio e vigilância, para podermos evitar as emboscadas dos inimigos, e repelir seus tremendos ataques contra nós; para que, sob a sua direção, possamos conservar-nos no caminho reto, e que nenhum ardil do falso adversário nos faça desviar do rumo que leva ao céu" (Catecismo Romano, Parte IV, Capítulo IX, 4), e: "Por sermos seus filhos, dá-nos Deus por guardas os príncipes da sua corte, que se consideram até muito honrados com este cargo, por termos a honra de lhe pertencer tão de perto. Por sermos seus membros, quer que esses mesmos espíritos, que o servem, estejam sempre junto de nós, para nos prestarem bons ofícios sem conta. Por sermos seus templos, em que Ele próprio habita, quer que tenhamos anjos que estejam penetrados de religião para com Ele, como estão em nossas igrejas; quer que lá estejam em homenagem perpétua para com a sua grandeza, suprindo o que somos obrigados a fazer, e gemendo muitas vezes pelas irreverências que cometemos contra Ele. Quer, outrossim, por esse meio, acrescenta ele, ligar estreitamente a Igreja do céu com a da terra. É este o motivo por que Ele faz descer à terra esse corpo misterioso dos Anjos, que, unindo-se a nós, e ligando-nos a eles, nos coloquem assim na sua ordem, para não fazer mais que um só corpo a Igreja do céu e a da terra" (M. Olier, Pensées, p. 171-172).
Adolfo Tanquerey escreve: "Pelo nosso Anjo da guarda estamos, pois, em comunicação permanente com o céu, e, para tirarmos disso maior proveito, não podemos proceder melhor do que pensar amiúde nesse protetor celeste, para lhe expressarmos a nossa veneraçãoconfiança e amor: - a) A nossa veneração, saudando-o como um daqueles que vêem incessantemente a face de Deus, que são junto de nós representantes do nosso Pai celeste; não faremos pois nada, que lhe possa desagradar ou o possa contristar, mas ao contrário, esforçar-nos-emos por lhe testemunhar o nosso respeito, imitando a sua fidelidade no serviço de Deus; o que é uma maneira delicada de lhe provarmos a nossa estima; - b) A nossa confiança, recordando o poder que ele possui para nos proteger, e a bondade que tem para conosco, que estamos confiados a seu cargo pelo próprio Deus. É, sobretudo, nas tentações do demônio que o devemos invocar, pois que ele está acostumado a frustrar os ardis desse pérfido inimigo; bem como nas ocasiões perigosas, em que a sua previdência e destreza tão oportunamente nos podem auxiliar; na questão da vocação, em que ele pode conhecer melhor que ninguém os desígnios de Deus a nosso respeito. Ademais, quando temos algum negócio importante para tratar com o próximo, importa dirigirmo-nos aos anjos da guarda dos nossos irmãos, para que eles os preparem para a missão que desejamos desempenhar junto deles; - c) O nosso amor, dizendo-nos que ele tem sempre sido e é ainda para nós um excelente amigo, que nos tem prestado e está sempre disposto a prestar excelentes serviços. Só no céu nos será dado conhecer a extensão desses favores; mas podemos entrevê-lo pela fé, e isto nos basta para lhe exprimirmos o nosso reconhecimento e afeição. E particularmente, quando a solidão nos pesa, é que podemos lembrar-nos de que nunca estamos sós, pois temos junto de nós um amigo dedicado e generoso, com que nos podemos entreter familiarmente. Não esqueçamos enfim que honrar este Anjo é honrar o próprio Deus, de quem ele é representante na terra, e unamo-nos muitas vezes a ele, para melhor glorificarmos a Deus" (Compêndio de Teologia Ascética e Mística, 187).
Católico, não desobedeça ao seu Anjo, a exemplo da mulher de Ló, mas seja-lhe dócil e obediente, porque ele é fiel e protetor: "Grande é a dignidade das almas humanas, pois cada um tem um Anjo destinado à sua guarda desde o instante de seu nascimento" (São Jerônimo, Comentário de Mateus 1, 20 e 18, 10), e: "Deus não deixou nossa fraqueza sem ajuda; mas destinou-nos um Anjo para auxiliar a vida de cada um de nós; esse Anjo é de natureza totalmente incorpórea" (São Gregório Nazianzeno, no "De vita Moysis"), e também: "Que cada fiel seja assistido por um Anjo, como mestre e protetor, que lhe reja a vida, ninguém, o poderá negar, se se lembrar das palavras do Senhor quando disse: Não desprezeis ao menor desses pequeninos; seus Anjos contemplam a face de meu Pai que está nos Céus" (São Basílio Magno, Contra Eunon, 1. III, n.° 1).


Pe. Divino Antônio Lopes FP.
Anápolis, 03 de agosto de 2008




Pe. Divino Antônio Lopes FP. "Olhou para trás"
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...