domingo, 2 de março de 2014

O teólogo favorito de João Paulo II - URS VON BALTHASAR, O PAI DA APOSTASIA ECUMÊNICA



O que é, então, o ecumenismo para von Balthasar? É a "integração no todo da Católica"52, a qual "Católica" não existe ainda e no momento é "somente uma promessa, uma esperança escatológica".

Em conclusão, é importante assinalar que von Balthasar, como também Blondel e De Lubac, cultivou "sua" teologia com evidente desprezo pelo Magistério da Igreja e especialmente por São Pio X, que, na encíclica Pascendi (1907), condenou o ecumenismo, em que desemboca inevitavelmente o naturalismo dos modernistas; e por Pio XII, que em Humani Generis condena tanto as tentativas de conciliar o idealismo, e portanto Hegel, com a teologia católica como o ecumenismo, em que todos se teriam, "sim, unidos, mas em ruína geral". Em 1946, escrevia o Pe. Garrigou-Lagrange: "Para onde vai a nova teologia com os novos mestres em que se inspira? Para onde senão o caminho do ceticismo, da fantasia e da heresia?" E os novos "mestres" eram Hegel e Blondel, que Fessard (da "turma" de De Lubac) chamava, não sem razão, "nosso Hegel"59. Hoje, no domínio ecumênico, mais do que na fantasia, estamos no delírio. Num dos documentos "ecumênicos" dos mais escandalosos: "Indicações Úteis para Apresentar Corretamente o Judaísmo", da Comissão para Relações com o Judaísmo, presidida pelo cardeal Willebrands60, pode-se ler que os católicos e os judeus, "ainda que partindo de pontos de vista diferentes [ler:opostos], tendem para fins análogos [sic], a vinda ou o retorno [é a mesma coisa!] do Messias". É textualmente o pensamento de von Balthasar, que, como Hegel, encontra o modo de conciliar todos os opostos, fazendo violência à realidade dos fatos:

"Pedro, o renegado, abandona o julgamento do Senhor e se solidariza [sic] com os judeus [que crucificaram Cristo] [...]; juntamente com vós, judeus, também nós, cristãos, esperamos a (re)vinda [sic] do Messias."61

O que é, então, o ecumenismo para von Balthasar? É a "integração no todo da Católica"52, a qual "Católica" não existe ainda e no momento é "somente uma promessa, uma esperança escatológica". Eis como Schönborn explica "a importância ecumênica" da "figura" de Maria em von Balthasar: "em Maria a Igreja aparece como a Igreja santa e imaculada, em quem a plena figura da Igreja, sua 'catolicidade', é não somente promessa, esperança escatológica, mas antes plenitude já realizada".Então, contrariamente à Fé constante e infalível da Igreja, repetida por Pio XI em Mortalium Animos, e contrariamente ao dogma que todo e qualquer católico tem o dever de professar (Credo Ecclesiam unam, sanctam, catholicam), a catolicidade da Igreja não é uma realidade, realizada há dois mil anos, mas uma realidade que ainda está por se realizar, uma simples "promessa, uma esperança escatológica". E o que é, então, a atual Igreja Católica para von Balthasar? Um "sistema" entre outros, uma das numerosas "configurações eclesiais", teses ou antíteses (consoante ela recusa ou é recusada), que será ultrapassada e aniquilada na "Católica", como as seitas, as religiões pagãs e idólatras e os diversos "marxismos".

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O teólogo favorito de João Paulo II - URS VON BALTHASAR, O PAI DA APOSTASIA ECUMÊNICA



Depois do Concílio - Missa na Alemanha
Depois do Concílio - Missa no Brasil 

Chegou a vez de outro representante da "nova teologia", hoje exaltado como "pedra angular da Igreja" (J. Meinvielle), o ex-jesuítasuícoUrs von Balthasar. Se Maurice Blondel encarna o tipo do filósofo modernista e apologeta, se Henri de Lubac é o tipo do teólogo modernista, UrsvonBalthasar encarna o aspecto pseudomístico e ecumenista do modernismo.

Temos em mãos a obra Urs von Balthasar ? Figura e Opera1, de Karl Lehmann e Walter Kasper, personalidades da "nova teologia". Lemos na orelha do livro: "escrito por seus amigos e discípulos [Henrici, Haas, Lustiger, Roten, Greiner, Treitler, Löaser, Antonio Sicari, Ildefonso Murillo, Dumont, O´Donnel, Guido Sommavilla, Rino Fisichella, Max Shönborn... e Ratzinger], pretende fazer redescobrir toda a importância e o valor de sua obra e de sua pessoa". Descubramo-lo também nós; é de extrema importância.

"Brilhante,  mas Vazio"

Von Balthasar foi apaixonado, desde a juventude, pela música e, como Montini, pela literatura, mais do que pelos estudos filosóficos e teológicos2. Somente a filosofia "mística" de Plotino teve o poder de fasciná-lo. Ao contrário, a filosofia e a teologia escolástica suscitaram seu horror:

"Todos os meus estudos durante os anos de formação na Ordem dos Jesuítas foram uma luta enfurecida com a desolação da teologia, com o que os homens tinham feito da glória da Revelação; não podia suportar essa figura da palavra de Deus, queria aplicar golpes à direita e à esquerda com a fúria de um Sansão, queria, com sua força, derrubar o templo e nele me enterrar. mas isso era, agora que a missão começava, querer impor meus planos, era viver com minha indignação infinita porque as coisas ficavam assim. Tudo isto eu não dizia praticamente a ninguém. Przywara compreendia tudo, mesmo sem palavras; dos demais ninguém me poderia compreender. Escrevi o "Apocalypse" com essa fúria que se propunha destruir o mundo pela violência e reconstruí-lo a partir das fundações, custasse o que custasse"3

A "missão" do futuro demolidor se esboçava. Pelo momento, o resultado foi que seus estudos na Companhia de Jesus terminaram pela "dupla licença eclesiástica em filosofia e teologia; Balthasar nunca obteve doutorado nessas matérias"4.

Em compensação, porém, o jovem von Balthasar aprendera a correr atrás dos sistemas e tendências agitadas do pensamento moderno, encorajado pelos "grandes animadores da época de seus estudos"5. Erich Przywara, da Universidade de Pullach-Munique, que o forçou a "confrontar Agostinho e Tomás com Hegel, Scheler e Heidegger"6, e Henri de Lubac, da Maison d´études de Lyon Fourvières. "Por sorte e para minha consolação", escreve vonBalthasar, "Henri de Lubac morava na casa conosco. Foi ele que, além do material de estudo escolástico, nos levou aos Padres da Igreja e com magnanimidade nos emprestava a nós todos [Balthasar, Daniélou e Bouillard] seus próprios estudos e notas."7 Foi assim que von Balthasar, "durante as aulas, com os ouvidos tapados com algodão, leu todo [Santo] Agostinho" e aprendeu, pelas notas generosamente emprestadas por De Lubac, a opor, com afetação, a patrística à escolástica, cuja linguagem rigorosa não permitia os jogos interpretativos com textos dos Padres da Igreja a que se entregavam os "novos teólogos"8. Ao mesmo tempo, vonBalthasar conhecia a poesia francesa: Péguy, Bernanos, Claudel, na tradução dos quais ele trabalhará durante vinte e cinco anos.

No fim de seus estudos, aquele que, segundo De Lubac, seria "o homem mais dotado de nosso século" (outro sistema dos modernistas consiste em criar, uns para os outros, um halo de grandeza inexistente9), leva consigo somente uma poeira, tão vasta quanto superficial, nos domínios que testemunham um verdadeiro diletantismo. O Pe. Labourdette O.P., numa tirada significativa, definiu um dos primeiros artigos de vonBalthasar como "uma página brilhante, mas vazia"10.

Com esse "defeito de origem", von Balthasar estava pronto para engrossar o número dos eclesiásticos modernistas, "que, sob as aparências de amor à Igreja, absolutamente deficientes em filosofia e teologia sérias, impregnados, ao contrário, até os miolos, de um veneno de erro recebido dos adversários da fé católica, se colocam, sem nenhuma modéstia, como renovadores da Igreja"[ 11.

Privado de sólida formação filosófica e teológica, admirador apaixonado da poesia e da música, von Balthasar misturará, com inacreditável superficialidade, a teologia e a literatura, acreditando poder criar uma teologia "dele" com a mesma imaginação com que um artista cria sua obra de arte.

"Somente mais tarde", escreve ele, "quando o brilho da vocação já me acompanhava havia vários anos e quando eu tinha terminado meus estudos filosóficos em Pullach (acompanhado de longe por Erich Przywara) e os quatro anos de teologia em Lyon (inspirados por Henri de Lubac) com meus condiscípulos Daniélou, Varillon, Bouillard e muitos outros, compreendi como seria de grande ajuda para a concepção de minha teologia o conhecimento de Goethe, Hölderin, Nietzsche, Hofmannsthal e, sobretudo, dos Padres da Igreja, para os quais me dirigiu De Lubac. O postulado fundamental de minha obra Gloria foi a capacidade de ver uma 'Gestalt' [forma complexa] na sua coerente totalidade: a visão goethiana devia ser aplicada ao fenômeno de Jesus (sic) e à convergência das teologias neotestamentárias"12

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