segunda-feira, 16 de junho de 2014

Virtudes e Tradições de uma Família Saudável


DESTAQUE


Hoje nós estamos testemunhando de maneira indiferente eventos que ultrajaram os povos mais bárbaros da antiguidade pagã. Nas escolas, onde as crianças costumavam ser ensinadas a conhecer, amar e glorificar a Deus, agora são formadas - por ação ou omissão - pessoas sem religião e sem moral.

Por que essa indiferença? Ela vem do fato de que as ideias claras e princípios bem estabelecidos já não existem nas mentes das pessoas. Eles foram substituídos por ideias vagas e flutuantes, incapazes de inflamar corações (Mons. Delassus).


*** * ***


Rapahel de la Trinité


Ensina o axioma latino: ‘nemo sumus fit repente’ = nada de extremo (sumo) se faz repentinamente.

Essa mesma verdade, Napoleão a reproduziu nos seguintes termos: A educação de uma criança começa cem anos antes desta nascer.

Essa obra pedagógica se perpetua e aprimora de geração em geração, isto é, pela transmissão de um legado, que passa de família a família, de um grupo social a outro, assim como de povo a povo, de nação a nação. Como se denomina esse vínculo que faz progredir a humanidade? É a tradição. 

Que é a tradição?

É a soma do passado com um presente que lhe seja afim. 

'Para tudo aquilo que não se encontra definido pelas Sagradas Escrituras, o costume do povo de Deus e as instituições dos antigos devem ser tidos como lei'  — Comentário de Santo Tomás de Aquino sobre a passagem I Cor XI, 16, retomando essa frase de Santo Agostinho (Ep. 36, al. 86).


*** * ***


Virtudes e Tradições de uma Família Saudável

Por Mons. Henri Delassus
Traduzido por Andrea Patrícia


 Um pai exorta seu filho à virtude


Esse contrarrevolucionário autor do século XIX denunciou repetidamente as premissas da globalização e o início de um governo mundial. Ele insistiu que era o espírito da família no lar, na sociedade e no Estado, que poderia fornecer a maior resistência à conspiração anticristã.

Neste trecho de seu trabalho sobre a família, Mons. Delassus explica a importância das tradições da família em preservar os bons costumes da Civilização Católica. (TIA)
_____________

A solução para evitar a introdução de leis contrárias à instituição da família, juntamente com uma ação pública vital, é imbuir as próprias crianças com tradições familiares. Então, desde que estas boas tradições perdurem, estes atos legislativos sempre encontrarão uma resistência saudável.

A tarefa de reviver as tradições nas famílias pode e deve ser o trabalho de cada família em seu próprio meio social. Pode-se esperar pela abolição de leis revolucionárias através de um grande movimento de opinião pública. Mas o que cada um pode fazer é reviver o espírito de família ao seu redor. Fazendo isso, ele vai fazer o maior bem possível para a sua própria família e, ao mesmo tempo, preparar-se para a renovação da sociedade.

É necessário que haja tradições que sustentem as leis, de modo que esta última tem a força que o assentimento do coração lhes provê. Da mesma forma, a formação da família é necessária para sustentar e manter as tradições, bem como fazer as leis voltarem aos princípios que geraram os costumes. Pois, sem os costumes as boas leis não são nada, e contra os costumes as leis não podem fazer nada.


Transmitindo tradições familiares

Hoje nós estamos testemunhando de maneira indiferente eventos que ultrajaram os povos mais bárbaros da antiguidade pagã. Nas escolas, onde as crianças costumavam ser ensinadas a conhecer, amar e glorificar a Deus, agora são formadas - por ação ou omissão - pessoas sem religião e sem moral.

Por que essa indiferença? Ela vem do fato de que as ideias claras e princípios bem estabelecidos já não existem nas mentes das pessoas. Eles foram substituídos por ideias vagas e flutuantes, incapazes de inflamar corações.


O avô deve incutir respeito pelos bons costumes e pela virtude em seus filhos e netos.


E por que as ideias em nossos dias oscilam? Porque ideias e princípios matriciais não foram impressos nas almas das crianças por seus pais, que receberam essas ideias de seus avós, que por sua vez foram imbuídos com estas verdades por seus antepassados. Em resumo, porque as famílias de hoje não têm mais tradição.

Já houve uma vez uma ideia generalizada, uma ideia quase religiosa, associada com a expressão tradições familiares, entendida no seu melhor sentido, que designou um patrimônio de verdades e virtudes, em cujo seio se formaram caracteres que forjaram a longa vida e a grandeza de uma casa.

Hoje, essa expressão não significa nada para as gerações mais jovens. Elas surgem num dia para desaparecer no outro, sem ter recebido ou deixado para trás aquele conjunto de memórias e afetos, princípios e costumes, que em tempos idos foram passados ​​de pais para filhos e que deram às famílias que eram fiéis a eles a possibilidade de ascensão na sociedade. Cada família que tem tradições geralmente lhes deve a um de seus antepassados, no qual o sentimento do bem era mais forte do que no homem comum e teve a sabedoria e a vontade de incutir isso na sua família.

Progresso Moral

"A verdade é um bem", diz Aristóteles. Uma família onde os homens virtuosos se sucedem é uma família de homens bons. Esta sucessão de virtudes ocorre quando a família volta a uma fonte boa e honesta, porque um bom princípio produz coisas semelhantes a si mesmo. Portanto, quando há um homem em uma família tão identificado com o bem que sua bondade se comunica a sua descendência por muitas gerações, a partir deste homem necessariamente deriva uma família virtuosa.

Qualquer homem que quer formar uma família virtuosa deve ser persuadido de que seu dever não se limita - como Rousseau pretende falsamente - a prover as necessidades físicas de seus filhos quando eles são jovens demais para proverem a si mesmos. Ele também deve dar-lhes uma formação intelectual, moral e religiosa.

Os animais têm forças e recursos para satisfazer as necessidades corporais de seus filhos, e isso é suficiente para eles. Mas a criança, um ser moral, tem muitas outras necessidades, e é por isso que Deus deu aos pais não apenas força, mas também a autoridade para educar a vontade de seus filhos e fazê-los entrar, permanecer e progredir no caminho do bem. Deus queria que a autoridade fosse permanente porque o progresso moral é o trabalho de uma vida inteira.

De acordo com os desígnios da Divina Providência, o progresso deve desenvolver e crescer com a idade, e, portanto, é necessário que a família humana não seja aniquilada em cada geração. Os laços familiares devem existir entre aqueles que já faleceram e aqueles que estão vivendo, tecendo juntos todos os descendentes de uma dinastia vigorosa.

(Henri Delassus, O espírito de família no lar, na sociedade e no Estado, Editora Civilização, Porto, 2000, p. 125-128.) 


Fonte: Rosa Mulher

DOM FELLAY COLOCA OS PINGOS NOS “IS” - ALGUNS TRECHOS DA CONFERÊNCIA*





TRECHOS DECISIVOS

Segundo me consta -- afirma Dom Fellay --, certo grupo de cardeais está preparando algo; um deles disse “se, durante o sínodo de outubro, eles aprovarem a comunhão aos divorciados, então haverá um cisma na Igreja”.

Não podemos fazer nada além de continuar, só isso. Então continuemos. Acho que esse não é o momento de dizer que ele não é mais papa ou não sei o que mais. 

Eis uma anedota que ouvi: há padres em Roma que rezam no cânon “pro pontifice nostro Benedicto et pro antistite nostro Francisco“, por nosso papa Bento e nosso bispo Francisco. Esse sempre diz que ele é o bispo de Roma, ele não quer ser o papa, mas o bispo de Roma. Bem, isso é uma anedota. Mas agora o que é verdade, é que há padres em Roma que rezam ao mesmo tempo pelos dois, por Bento e Francisco: eles estão de tal modo confusos, que eles não sabem mais quem é o verdadeiro papa. Não são pessoas do nosso meio, mas modernos. Eis a que ponto a perturbação chegou. Isso se torna insensato!

Quando nos apresentarmos diante do Bom Deus no fim de nossa vida, Ele não nos perguntará: “então, ele era papa ou não?“, mas “o que fizestes de teus dias? O que fizestes das graças que te dei?“. É isso que deveremos responder, e não querer se intrometer para resolver todos os problemas da humanidade. Estes que estão ao nosso alcance, sim, certamente, e isso é o suficiente. [SIC!]

O que quero insistir uma última vez é sobre todas as bobagens que circulam na internet, sobre um pretendido acordo entre a Fraternidade e Roma, superem tudo, ao passo que na realidade não há acordo. Não há. 


*** * ***






DESTAQUE

Posso estar errado, espero que esteja errado, mas acho que é calculado: dá-se um golpe, logo depois um cardeal tenta desviar as questões, em seguida dá-se novamente um golpe e tenta-se novamente desviar as questões, e no fim mais ninguém sabe no que se deve crer ou não. Sobre essa questão da recusa da comunhão aos divorciados “recasados”, isso é de tal modo forte: um falso casamento assim é um estado de fornicação, um estado de pecado e é absolutamente impossível dar a comunhão a alguém em estado de pecado. Esse é o ensino da Igreja e nenhuma variação é possível. Não obstante, ele busca! Durante o último consistório em preparação ao sínodo deste outono, sobre essa questão, o papa pediu ao cardeal Kasper para fazer uma conferência que durou 2 horas, em seguida os demais cardeais falaram: em torno de ¾ dos cardeais foram contrários à tese apresentada pelo cardeal Kasper, que é (a favor) da abertura; esse disse uma frase que corresponde ao que dissemos de seus métodos: “é preciso fazer com esta questão exatamente o que fez o concílio”, e o que fez o concílio? Ele reafirmou a doutrina católica e, em seguida, abriu as portas, em outras palavras, ele negou o que ele acabara de afirmar. O cardeal Kasper não o diz assim, mas esta é a realidade. Ele diz “é isso o que precisamos fazer agora”.

É o papa que corta o ramo sobre o qual ele está sentado. [Sobre o Vaticano II]

Isso é inaudito, seria interessante fazer uma investigação histórica para ver se nunca na história dos homens – não falo da Igreja, mas dos homens – viu-se tal coisa. Durante 2 anos, vocês têm a instância legislativa – não ouso dizer uma constitucional, mas é quase isso – que preparou textos. Esses textos são os textos da lei sobre as quais se deve discutir e votar. Pois bem, todos eles vão ser jogados na lixeira, salvo um. 72 textos, 2 anos de trabalho, 2000 pessoas, na lixeira! Um único texto permanece: aquele sobre a liturgia. E todos os demais serão elaborados não pelas autoridades estabelecidas, mas pelas conferências episcopais, pelos pequenos grupos, por aqui, por acolá. E certamente depois vão oferecer isso por trás daquelas que se apresentam agora como as comissões oficiais.


Perdeu-se depois do concílio, e por causa de toda essa atmosfera, na ordem de 100.000 padres e de 200.000 a 300.000 irmãs. Isso provocou mais danos que todas as perseguições juntas! Isso é absurdo, absurdo! Danos tais que o próprio papa Paulo VI vai dizer “é um desastre“. Ele vai até dizer “isso é uma força estranha, é o diabo“. Ele vai dizê-lo, mas foi ele quem gerou tudo isso! Vejam, toca-se aí com o dedo em algo muito misterioso. Esses papas produzem a desgraça e em seguida se lamentam sobre essa desgraça. Foi Paulo VI quem criou a missa nova. Logo em seguida ele se queixa. E este é o estado da Igreja há 50 anos.

_______________

*Conferência realizada por Dom Fellay em Fabrègues, no dia 11 de maio passado, sobre a situação da Igreja e da Fraternidade. A tradução é do blogue Dominus Est (Católicos de Ribeirão Preto).
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...