segunda-feira, 15 de setembro de 2014

‘Humanitarismo’ de Putin é pára-vento para a invasão da Ucrânia


DESTAQUE

A OTAN, por fim, reconheceu como indubitável a participação de unidades do exército russo em ações de guerra na Ucrânia.
Vladimir Putin revidou ameaçador: “Eu quero lembrar-vos que a Rússia é líder em poder nuclear”, segundo The Telegraph.
Pego numa série de imoralidades e falsos de envergadura, o líder da “nova-URSS” respondeu acenando com o crime máximo do extermínio nuclear.

Putin está se mostrando tão “sinceramente humanitário” quanto “autenticamente cristão” e “familiar”, enquanto é flagrado em manifestos embustes.


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Luis Dufaur



Vladimir Jirinovsky discursa sob o olhar aprobativo de Putin

“Temos de atacar a Polônia e os Estados bálticos nos lugares em que há mísseis e aeronaves da OTAN.
“Não podemos permitir que um avião decole e ataque a Rússia, por isso temos de atacar primeiro e impedir com meia hora de antecedência qualquer movimentação de aeronaves. E para certificarmo-nos, faremos bombardeio de saturação.
“A América não é uma ameaça, mas os estados anões da Europa cessarão de existir. Eles serão varridos.
“E então a OTAN terá de implorar a nós por negociações, caso contrário daremos a eles novamente um Maio de 45.”
Estas delirantes ameaças foram formuladas por Vladimir Jirinovsky vice-presidente da Duma, o Parlamento russo sempre submisso à vontade do chefe do Kremlin.
Elas foram emitidas durante uma entrevista a uma rede de televisão russa em 08/08/2014 e traduzidas pelo geopolítico americano Jeffrey Nyquist.

Vladimir Jirinovsky não pertence ao partido “Rússia Unida” de Vladimir Putin. Tem seu próprio partido que ostenta um nome de tapeação: Partido Liberal Democrata da Rússia (LDPR) e possui a terceira maior bancada da Duma.

Aperto de mãos de Putin na reunião de Minsk
não convenceu ninguém.

Na realidade é porta-voz das bravatas nacionalistas mais extremadas. Aquelas que por cautela o senhor do pensamento único da “nova-URSS” não pronuncia, mas que gosta ver que outros o façam.
Jirinovsky aquece o nacionalismo do qual vive Vladimir Putin. Mas, suas palavras são a tomar com cautela mas com desconfiança.
Enquanto escrevo as presentes linhas, diversas fontes informativas da Internet noticiam que o secretário geral da OTAN Anders Fogh Rasmussen, em entrevista ao jornal alemão‘SüddeutscheZeitung’ fez uma clara advertência a Putin.
“Todo potencial agressor deve saber que pensando atacar a um aliado da OTAN não só encontrará os soldados do país em foco, mas também tropas da OTAN”, disse segundo El Mundo.

Segundo o mesmo jornal a OTAN prepara unidades de intervenção imediata na Polônia, Estônia, Lituânia e Letônia, para “possibilitar uma intervenção mais rápida em caso necessário”, considerando as ameaças da Rússia aos países vizinhos.

“Em caso de agressão, poderíamos intervir em questão de horas”, acrescentou Rasmussen.
A Lituânia tinha solicitado o incremento da presença da aliança atlântica em seu país considerando a provocativa movimentação de tropas russas perto de sua fronteira.
No sul, “duas naves da OTAN vão entrar no Mar Negro no dia 3 de setembro, o destrutor americano ‘USS Ross’ e a fragata francesa ‘CommandantBirot’”, noticiou contrariada a agência moscovita RiaNovosti.

O presidente Obama, por sua vez, responsabilizou a Rússia pela guerra na Ucrânia e acusou Putin de “mentir”, segundo 20minutes.fr.

No front ucraniano a hipocrisia deixou lugar ao cinismo. Após o “comboio humanitário” enviado por Putin como cortina de fumaça da invasão militar operada nos últimos dias; a negação da entrada de qualquer tropa russa violando a fronteira ucraniana seguida da prisão de mais de dez paraquedistas russos exibidos à imprensa mundial que Moscou qualificou de apenas um “equívoco”, tirou as últimas aparências de credibilidade dos líderes do Kremlin.

A OTAN, por fim, reconheceu como indubitável a participação de unidades do exército russo em ações de guerra na Ucrânia.
Vladimir Putin revidou ameaçador: “Eu quero lembrar-vos que a Rússia é líder em poder nuclear”, segundo The Telegraph.

Pego numa série de imoralidades e falsos de envergadura, o líder da “nova-URSS” respondeu acenando com o crime máximo do extermínio nuclear.

Putin está se mostrando tão “sinceramente humanitário” quanto “autenticamente cristão” e “familiar” enquanto é flagrado em manifestos embustes.

Fonte: IPCO
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