terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Luz nas trevas: respostas irrefutáveis às objeções protestantes — O que é um protestante (Parte II)



Nota do blogue:  Acompanhe esse Especial AQUI.

Luz nas trevas: respostas irrefutáveis às objeções protestantes
por Pe. Júlio Maria

Livro de 1955 - 224 pag.
Editora VOZES
Petrópolis


Pe. Júlio Maria Lombaerde



CAPÍTULO I

O QUE É UM PROTESTANTE

A definição não é fácil, porque o protestantismo, pela sua divisão e sua adaptação a todos os erros, é uma heresia que muda de forma e de fundo, conforme a situação e os países onde se implanta. O sábio Webster define-o, dizendo que um protestante é um cristão que protesta contra as doutrinas e práticas da Igreja católica. Querendo definir a seita de Lutero, o grande dicionarista não encontrou uma definição doutrinal positiva; caracteriza-a por uma aversão comum. É que, como salientou o Pe. Leonel Franca, os descendentes de Lutero não são irmãos, são conjurados. A sua unidade é o acesso da unidade católica, é a unidade católica hostilizada.

A religião verdadeira é necessariamente uma coisa positiva, tendo dogma, moral e culto, determinados e positivos.

É a nota distintiva da Igreja católica o ter os seus dogmas positivos e divinos, o ter o seu culto majestoso e expressivo.

As outras seitas religiosas, embora falsas e de origem humana, possuem entretanto certo número de ensinamentos positivos que constituem um como fundamento dogmático; o protestantismo está muito abaixo de qualquer outra seita e não possui nada de positivo; é uma negação de tudo o que afirma a Igreja católica.

Quando a Igreja católica diz: sim! o protestantismo diz: não. – quando Ela diz: não, o protestantismo clama: sim; de modo que o protestantismo é a negação da doutrina católica.

O protestante, como bem diz o nome por que é conhecido, é um homem que protesta.

Não se deve mais dizer: é um cristão; porque há protestantes quem nem acreditam no batismo e não são batizados validamente, ficando simplesmente pagãos.

É um homem que protesta contra a Igreja católica, contra o ensino de Jesus Cristo, e, por cúmulo, protestam contra a palavra divina, servindo-se desta mesma palavra.

Não acredita mais em Deus; só acredita na bíblia que ele torce, interpreta, rasga, ou adora, conforme os seus caprichos.

Para ele, a bíblia não é mais um livro divino, cujo conteúdo é a expressão da palavra divina; é um ídolo, que ele consulta como os antigos agoureiros romanos consultavam o vôo dos pássaros para conhecer a vontade divina, ou os astrólogos consultavam os astros para conhecerem o destino. O nome mudou; a coisa ficou.

Em vez de consultarem as aves, como os romanos, ou os astros, como os gregos, o protestante consulta a Bíblia, dando ele mesmo, ao texto, o sentido de que precisa e que mais se adapta a seu capricho ou seu interesse.

Todo livro precisa de uma interpretação autêntica, feita por uma autoridade competente senão é uma letra morta, e a letra morta só pode dar a morte, enquanto o espírito da interpretação autêntica dá vida.

É o que clara e energicamente exprime São Paulo: “A letra mata e o espírito vivifica" (2 Cor. 3,6). E ainda: Para que sirvamos em novidade de espírito, e não na velhice da letra (Rm. 7,9). Os judeus estavam na velhice da letra; Cristo trouxe a novidade de espírito e os protestantes rejeitam este espírito.

Como tal os protestantes não tem dogma, tornando-se destarte em vez de cristãos verdadeiros judeus.

Porque o dogma exige uma verdade contida na sagrada escritura, e declarada autêntica pela autoridade competente.

O protestante tem a bíblia (embora falsificada e truncada), porém não possui nenhuma autoridade superior, idônea para declarar uma palavra ter tal sentido, e exprimir tal verdade. Não tem moral fixa, estável, porque basta crer e fazer o que quiserem, como diz Lutero, o que exclui toda moral. Não tem culto público, porque o culto é a expressão da crença e sendo a crença individual, o culto igualmente deve ser individual.

Eis o protestante isolado, separado de tudo, sem dogma, sem moral, sem culto, sem autoridade, sem regra de fé firme. Nada de positivo nele... tudo é negativo: é um protestante: isto é, um revoltoso, um crítico, um censor, um zombeteiro, que procura destruir sem nada edificar... que procura arrancar a fé católica, para substituí-la pela revolta, pela negação, pelo nada.

E como o protestantismo fica em pé? Tem um duplo apoio: a ignorância e a revolta. Nos pastores tem outro apoio: o interesse, a ganância, o lucro.

Cada pastor é um aventureiro, um verdadeiro explorador, que procura viver e enriquecer-se à custa dos ignorantes.

Ele mesmo não acredita naquilo que ensina, porém é um meio lucrativo de cavar a vida, de garantir o futuro e deixar um pecúlio aos filhos.

Os protestantes dividem-se em duas categorias:

1.º - Os ignorantes, iludidos e enganados pelos finórios que se intitulam pastores.

2.º - Os pastores, enganadores, por interesse, verdadeiros mercenários que enganam para ganhar a vida.

Os primeiros são vítimas, dignos de compaixão. Os segundos são uns tratantes sem consciência que, para ganharem a vida, perdem as almas dos incautos.

Dos primeiros, Deus terá talvez misericórdia; para os segundos só pode ter anátemas, como os que dirigiu aos fariseus de seu tempo: Ai de vós, hipócritas, que percorreis o mar e a terra para fazer um prosélito... e depois... o fazeis filho do inferno, duas vezes mais do que vós (Mt. 12,15).

Luz nas trevas: respostas irrefutáveis às objeções protestantes — Carta, Prolóquio & Introdução (Parte I)



Nota do blogue:  Acompanhe esse Especial AQUI.

Luz nas trevas: respostas irrefutáveis às objeções protestantes
por Pe. Júlio Maria

Livro de 1955 - 224 pag.
Editora VOZES
Petrópolis


Pe. Júlio Maria Lombaerde



CARTA

do Exmo. Sr. D. Cartolo Távora ao autor


Meu caro Padre Júlio Maria. Em resposta à carta de S. Revma., pedindo-me o Imprimatur de seu novo livro: "Respostas irrefutáveis às objeções protestantes", mando-lhe, com a licença pedida, meus sinceros para­béns pela feliz idéia de reunir em volume uma série de polêmicas já publicadas em O Lutador. Estas res­postas têm sido muito apreciadas pelos católicos e pe­los protestantes, e conheço de perto o bem que elas têm feito, e as conversões que tem operado. Estas res­postas são, de fato, irrefutáveis, porque são todas ti­radas da sagrada escritura; e negá-las seria negar a pró­pria Bíblia. O fundo de sua argumentação é doutrinal, substancial, como a forma é alerta, e de uma sinceridade comunicativa. Tenho a certeza que as suas polêmicas continuarão a fazer o bem às almas: aos católicos, dan­do-lhes armas sólidas para combaterem a impiedade e o erro; aos protestantes, mostrando-lhes o sentido exato da Bíblia, os erros da interpretação individual e a segurança da interpretação eclesiástica. Peço ao bom Deus abençoar o seu zelo de apóstolo do bem e da verdade.

Sou com toda estima de V. Revma. humilde servo,
† Carloto, bispo de Caratinga.




PROLÓQUIO

da terceira edição


As duas primeiras edições deste livro esgotaram-se rapidamente, apesar do número avultado dos exemplares de cada edição.

É sinal de que o livro responde a uma exigência da época e da disposição dos espíritos.

Os protestantes, de todos os lados, fazem uma propa­ganda frenética de seus erros, procurando arrastar pu­ra o mal e a perdição os católicos fiéis; é, pois, neces­sário opor-lhes uma refutação clara, simples, doutrinal e popular de suas objeções, mil vezes pulverizadas, mas sempre novas para eles, porque são o fruto da igno­rância e do fanatismo.

Não quis fazer mudanças nesta terceira edição, para não aumentar o volume, e evitar repetição de doutrinas já expostas em outros volumes.

Peço a Deus servir-se deste livro para orientar os católicos, firmá-los em sua fé, e dar-lhes uma resposta positiva e clara, para responder aos que ataquem a sua religião, a única verdadeira.

O presente livro tem sido um instrumento eficaz para a conversão de muitos, já caídos nas garras do erro protestante, e a confirmação de muitos vacilantes em suas convicções religiosas.

Possa ele continuar este mesmo apostolado.

Pe. Júlio Maria.



INTRODUÇÃO NECESSÁRIA

Durante as festas marianas de 1928, os protestantes distribuíram um desafio, exigindo (note-se bem: não pedindo), um texto da bíblia que provasse diversas ver­dades professadas pelos católicos e negadas por eles.

Respondi de chofre; porém, dispondo apenas das co­lunas de um pequeno semanário, foi-me impossível publicar todas as respostas; e as que foram publicadas, em consequência do pouco espaço, foram de tal modo cortadas que, muitas vezes, perderam a força de uma argumentação cerrada e irrefutável.

Eia a razão por que resolvi enfeixar em volume as tais respostas, que não receio intitular de irrefutáveis, pa­ra quem procura sinceramente a luz e a verdade.

Há outra, razão ainda. Uma das tais respostas foi combatida pelos pastores protestantes, como é natural.

Todas as objeções ou protestos aduzidos em nada abalaram as verdades expostas, porque são irrefutáveis, apoiadas sobre a Bíblia, a Ciência e o Bom-senso; porém tais objeções permitiram-me completar a argumentação e, deste modo, dar novas respostas às dificulda­des que os protestantes costumam levantar.

Assim completadas, as respostas constituem uma exposição clara e doutrinal das grandes verdades e dos principais dogmas do catolicismo, e uma refutação com­pleta dos erros protestantes.

É uma polemica documentada, uma argumentação segura, mostrando e comparando o erro e a verdade — para que do contraste saia a luz, que permite distin­guir aqueles que, ponentes tenebras lucem, et lucem tenebras (Is 5, 20), “fazem da escuridão luz, e da luz escuridão”, como fazem os pobres protestantes, unicamente com o intuito de contradizer a Igreja Católica.

Possam estas respostas fazer conhecer e amar a re­ligião verdadeira, a única religião divina, que é a de Jesus Cristo, perpetuada e representada no mundo pela Igreja Católica, apostólica, romana.

Possam estas respostas trazer ainda um pouco de luz aos pobres protestantes, nossos irmãos separados da ver­dade, enganados e seduzidos por mercenários e explora­dores que se chamam pastores, mas que, na palavra de Cristo, são lobos devoradores vestidos como ovelhas (Mt 7, 15).

Possam eles, à luz da verdade, distinguir as calúnias e o fanatismo, com que tais pastores procuram inspi­rar-lhes ódio à Igreja verdadeira, afastando-os, deste modo, do caminho único da salvação.

São bem eles que tinha em vista o divino Mestre quando disse: Ai de vós, fariseus hipócritas, que fe­chais o céu aos homens, porque nem vós entrais, nem deixais entrar os outros que querem entrar (Mt 13, 13).

Pode haver, sem dúvida, protestantes sinceros, convencidos, pela ignorância em que vivem, dos princípios da religião, como pelas calúnias e acusações através das quais apreciam a Igreja Católica.

São ignorantes; e a ignorância é a mãe de todos os erros. Mas, se é perdoável a ignorância num homem do povo, sem instrução, ela é inescusável em homens que pretendem ser os guias dos seus irmãos, os pas­tores do rebanho; neles a ignorância é um crime, uma perfídia.

Se, pelo menos, estudassem e examinassem a histó­ria, os fatos e as escrituras, para neles enxergarem o que brilha com tamanho fulgor: a verdade única anun­ciada e figurada no antigo testamento, exposta e pro­vada pelos evangelhos e pelas epístolas... Mas não; limitam-se em resumir toda a sua crença em duas dú­zias de objeções ridículas e mil vezes pulverizadas, con­tra a Igreja Católica, copiando dos outros uma lenga-lenga bolorenta de calúnias, e não se dando ao traba­lho de examinar o valor, o fundado, a falsidade ou ri­dículo destas mentiras.

Atacar a crença dos outros não é provar a autenticidade da sua própria crença.

Por que os tais pastores, em vez de formularem objeções, não provam a legitimidade do protestantismo?

Em vez de atacarem a doutrina católica, que é a do Evangelho, por que eles não demonstram e provam que o protestantismo é a religião verdadeira, — que Lutero fora enviado por Deus para reformar a religião — que a bíblia é o Deus do mundo, que cada um pode interpretar como entender — que tais pastores são ministros legítimos do Cristo — que as mil seitas protestantes são todas religiões verdadeiras, etc.?

Eis os fatos que eles deviam estabelecer, sobre a bíblia.

Nas seguintes teses, não somente responderei às objeções atiradas aos católicos, mas estabelecerei a verdadeiras, para que, pelo confronto, brilhe a plena luz inteira, a luz verdadeira, que deve iluminar todo homem que vem e vive neste mundo (Jo 1, 9).

Tenham os protestantes sinceros a coragem de ler estas respostas e eles serão obrigados a tirar uma conclusão que eu deixo ao alvitre deles, porque será ditada pela sua consciência.

Quanto aos católicos, eles encontrarão nestas discussões a exposição sucinta e clara da sua fé, ao mesmo tempo uma arma para refutar as calúnias que lhes são atiradas e responder às objeções que costumam formular os inimigos da nossa santa religião.



Especial — Luz nas trevas: respostas irrefutáveis às objeções protestantes



Nota do blogue: Iniciarei hoje a compilação da obra intitulada Luz nas trevas: respostas irrefutáveis às objeções protestantes, do famigerado Pe. Júlio Maria de Lombaerde. Esse livro já se encontra em arquivo PDF. Agradeço ao blogue Leituras Católicas pela digitalização dessa obra e aos blogues Capela Nossa Senhora das Alegrias e A Grande Guerra pela transcrição do livro.





(Clique no título acima para baixá-lo)

Padre Júlio Maria de Lombaerde
Missionário de Nossa Senhora do SS. Sacramento



VI Edição
1955
Editora VOZES Ltda., Petrópolis, R. J.

Rio de Janeiro — São Paulo


NIHIL OBSTAT
DIE XI JANUARII MCMXXXVI — FR.
FRIDERICUS VIER, O. F. M. — CENSOR.

___________


IMPRIMATUR
POR COMISSÃO ESPECIAL DO EXMO. E REVMO. SR. DOM MANUEL PEDRO DA CUNHA CINTRA, BISPO DE PETRÓPOLIS, FREI LAURO OSTERMANN, O. F. M. PETRÓPOLIS, 10-3-1955




ÍNDICE

Capítulo XII — São Pedro em Roma
Capítulo XIII — O sucessor de São Pedro
Capítulo XIV — A Confissão
Capítulo XV — A Eucaristia
Capítulo XVI — Os sete Sacramento
Capítulo XVII — O culto das imagens
Capítulo XVIII - Purgatório, o limbo, o culto dos mortos
Capítulo XIX — O único Mediador
Capítulo XX — Jejum e abstinência
Capítulo XXI — O Batismo
Capítulo XXII — Mudança de religião
Conclusão geral




Missa Nova ou Missa Tradicional?



(Artigo do antigo Pe. Fernando Rifan, antes da rifa)…

Há muitos católicos, aliás no mundo inteiro, que dizem não poder, em consciência, aceitar a Missa Nova.
Missa Tradicional
Missa Tradicional: Voltada para a adoração a Deus, o princípio e o fim do Sacrifício, diante do qual todos os homens se humilham e descem dos seus pedestais. Para Deus se há de dar o melhor: a melhor arte, os melhores paramentos, as melhores intenções, a maior preocupação em fazer tudo para dar a ele um sacrifício o mais digno de sua glória possivel, dentro da capacidade humana.
Contra eles, costuma-se dar três objeções:
1ª. A Missa Nova na verdade é a mesma Missa de sempre. Não há portanto razão para recusá-la;
2ª. O Papa mandou explicitamente a Missa Nova. Ora, os fiéis devem obedecer ao Papa, mesmo quando não fale “ex-cathedra”;
3ª. O Papa, apesar de não usar neste caso a sua infalibilidade, não poderia errar em matéria tão grave.
RESPOSTAS
1.ª OBJEÇÃO: A Missa Nova é a MESMA Missa de sempre.
É melhor deixar responder a isto a próprio Mons. Aníbal Bugnini, então secretário da Congregação do Culto Divino, o grande mentor da Missa Nova: “Não se trata apenas de retoques numa obra de grande valor, mas às vezes é preciso dar estruturas novas a ritos inteiros. Trata-se de uma RESTAURAÇÃO FUNDAMENTAL, eu diria quase uma MUDANÇA TOTAL e, para certos pontos, de uma verdadeira NOVA CRIAÇÃO” (Doc. Cat. n.º 1493, 7/5/1967). Por estas palavras se vê que a Missa Nova já não é a mesma Missa Tradicional.
Aliás, se é a mesma coisa, então por que criticar e até perseguir os que querem ser fiéis à Missa Tradicional?
2.ª OBJEÇÃO: O Papa MANDOU explicitamente a Missa Nova.
Antes de responder, gostaria de fazer quatro perguntas a quem fizesse essa objeção:
a) Um Papa pode entrar em DESACORDO com a TRADIÇÃO?
b) Se um Papa estiver em desacordo com a TRADIÇÃO, a quem devemos seguir, ao Papa ou à Tradição?
c) Um Papa pode terminar FAVORECENDO UMA HERESIA?
d) Se o Papa favorece a heresia, neste caso o que se deve fazer: obedecer ao Papa e favorecer a heresia ou conservar a Fé intacta?
Existem graves razões de Fé para não se aceitar a Missa Nova.
A Igreja condenou os erros protestantes. Definiu, com infalibilidade, dogmas de Fé sobre a PRESENÇA REAL de Jesus Cristo na Ssma. Eucaristia, sobre o SACERDÓCIO HIERÁRQUICO distinto do dos simples fiéis, sobre o SANTO SACRIFÍCIO DA MISSA.
A Igreja condenou aqueles que dizem que Missa deve ser celebrada só em vernáculo (em português) (Concílio de Trento).
A Igreja reprovou os que querem que a Congregação seja em voz alta (Concílio de Trento e Pio VII).
A Igreja reprovou o altar em forma de mesa (Pio XII).
Ora, na Missa Nova, OS ERROS QUE A IGREJA ME ENSINOU A REPROVAR agora são tidos como certos e aprovados. E mais. Os dogmas de fé acima citados, não são mais tão explícitos como o eram na Missa Tradicional, e isso é tão evidente que os Protestantes, que jamais toleraram a Missa Tradicional (Lutero a chamava de abominável), afirmaram que, com a Missa Nova, TEOLOGICAMENTE É POSSÍVEL que eles celebrem a sua ceia com as mesmas orações da liturgia reformada da Igreja Católica (cf. Max Thurian, La Croix, 30/5/1969). Não é sintomático?!
Será que podemos conservar a fé e agradar a Deus, oferecendo-lhe um culto assim ambíguo, que agrada também aos seus inimigos, e fazer deste culto o centro de nossa vida, como deve ser a Santa Missa?
Pode uma autoridade, por suprema que seja, nos impor algo que é contra a nossa Fé e que é ofensivo a Deus, Nosso Senhor?
Eis o dilema para todo bom católico: ou sacrificar a Fé e a Tradição em nome da obediência, ou manter-se firme na Fé e na Tradição, obedecendo ao que foi sempre ensinado pela Santa Igreja, e por isso ser taxado de rebelde e de desobediente!
São Paulo já nos advertiu: “Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do Céu vos anuncie um Evangelho diferente daquele que vos tenho anunciado, seja anátema.” (Gal. 1,8)
Não se trata de desobediência ou de rebeldia. Trata-se de FIDELIDADE E LEALDADE à Fé do nosso Batismo, e, portanto, à cátedra de Pedro e à Santa Igreja.
Pode-se cair em heresia ou favorecer a ela por palavras ou por atos. E os hereges sempre procuraram manifestar na liturgia os seus erros. Assim, por exemplo, no tempo da heresia monofisita, que negava as duas naturezas em Jesus Cristo, os hereges, quando celebravam a Missa, não colocavam a gotinha de água no vinho no ofertório, porque isto significa também a natureza humana de Cristo unida à natureza divina. Se um padre, naquela época, celebrasse a Missa assim, estaria fazendo, por este simples gesto, uma profissão de fé herética, terrivelmente ofensiva a Deus. E nenhuma autoridade poderia obrigá-lo a tal, porque era uma questão de fé.

Missa Nova: de pobreza visual que revela a mesquinhez do homem moderno, que dessacraliza o ambiente, oferece um culto fingidamente pobre, uma oferta inferior, e de costas para o crucifixo. No fundo desprezam A CRUZ, e voltam-se para si mesmos, fecham-se como num círculo de frente para a assembléia dos fiéis, como se Deus saísse do povo, e não das palavras da Consagração dos Ministros ordenados. Nesta foto se vê como reservaram para a Santa Missa o pior altar, a pior arte, os piores paramentos, até mesmo a pior pavimentação… Não se trata de imitação da pobreza cristã, mas de uma religião “básica”, descartável, moldável a qualquer temperamento, digerível por qualquer pessoa, agradável a qualquer homem. É a religião onde o homem se tornou tão grande que Deus está simbolicamente de lado, e o padre lhe vira as costas para se banquetear numa mesa, ao invés de humilhar-se ante a majestade divina, num altar-calvário…
O Papa Leão XIII afirmou na encíclica “Satis Cognitum”: “Nada poderia ser mais perigoso que estes hereges que, conservando em tudo o mais a integridade da doutrina, por uma só palavra, como por uma só gota de veneno, corrompem a pureza e a simplicidade da Fé que nós recebemos da Tradição de Nosso Senhor e, depois, dos Apóstolos.”
A OBEDIÊNCIA é uma virtude moral, inferior à Fé, que é uma virtude teologal. A obediência está condicionada à Fé. A Fé não tem limites. A obediência os tem. Obedecer é fazer a vontade de Deus, expressa na vontade dos superiores representantes de Deus. Mas se a ordem dos superiores se revela em contradição com a vontade de Deus, então vale aplicar a frase de São Pedro: “É preciso obedecer a Deus antes que aos homens” (Atos, 5,29). Assim, o 4º Mandamento manda ao filho obedecer aos pais. Mas se o pai lhe manda algo contra a vontade de Deus, o filho não deve fazer o que o pai lhe ordena, E PECA SE O FIZER.
3.ª OBJEÇÃO: O Papa, apesar de NÃO EMPENHAR neste caso a sua INFALIBILIDADE, NÃO PODERIA ERRAR em matéria tão grave.
Os que afirmam que o Papa, fora do campo da infalibilidade, não pode errar, apesar de ser matéria muito grave, estão afirmando mais do que o Concílio Vativano I afirmou, mais do que Pio IX definiu. Estão querendo, segundo disse alguém, saber mais do que o Papa, ser mais católicos que o Papa. Pois se o Concílio definiu OS CONTORNOS dentro dos quais não há possibilidade de erro, querer ampliar por conta própria estes contornos, é querer saber mais do que o Papa e a Igreja.
Aliás, isso seria contraditório com a HISTÓRIA DA IGREJA. Por exemplo, o Papa Honório I, em matéria muito grave e que interessava à Igreja toda, pois era uma decisão em assunto de heresia, ao dar uma ordem, falhou e foi anatematizado por um Papa posterior, porque favoreceu a heresia.
Portanto, nas coisas em que o Papa não é infalível, ele normalmente não erra, mas pode errar. Qual é o critério que nos ilumina sempre: a TRADIÇÃO. O que for de acordo com a Tradição da Igreja é certo. O que não for é falso. Foi por esta razão que o Papa Honório foi anatematizado. Eis as palavras de São Leão II, Papa: “Anatematizamos Honório, que não ilustrou esta Igreja Apostólica com a doutrina da TRADIÇÃO apostólica, mas permitiu, por uma traição sacrílega, que fosse maculada a Fé imaculada (“…”) da TRADIÇÃO apostólica, que recebera de seus predecessores”. “… Não extinguiu, como convinha à sua Autoridade Apostólica, a chama incipiente da heresia, mas a FOMENTOU por sua negligência” (Denz-Sch. 563 e 561). Do mesmo modo o VI Concílio Ecumênico rejeitou de modo absoluto e execrou como nocivas às almas (sic) as cartas do Papa Honório, por ter “verificado estarem elas em inteiro desacordo” com a Tradição.
Eis porque o Concílio Vaticano I definiu: “O Espírito Santo não foi prometido aos sucessores de São Pedro para que estes, sob a revelação do mesmo, pregassem uma nova doutrina, mas para que, com sua assistência, CONSERVASSEM SANTAMENTE e expusessem fielmente o depósito da Fé, ou seja, a revelação herdada dos Apóstolos”. (D. 3070).
“Virgem Mãe de Deus Maria,
Que sozinha destruístes todas as heresias no mundo inteiro,
Rogai pelo povo, intercedei pelo clero.”

Padre Fernando Arêas Rifan 

Ex-Diretor do Ensino Religioso 
Campos - RJ.



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