domingo, 27 de outubro de 2013

Os padres precisam de nossas orações, e nós precisamos das suas






Beato Martin Martinez Pascual, padre executado durante a Guerra Civil Espanhola aos 25 anos de idade.

Ordenado em 15 de junho de 1935, ao eclodir a perseguição religiosa pelos comunistas, Martinez Pascual viveu escondido em casa de amigos e até em uma caverna. Ao saber que seu pai havia sido preso, apresentou-se voluntariamente aos algozes em agosto de 1936, com pouco mais de um ano de sacerdócio. Foi preso e, a caminho do cemitério em um caminhão, morto juntamente com 5 sacerdotes e 9 leigos.

Enquanto todos foram mortos pelas costas, quando lhe perguntaram se gostaria de não olhar para os rifles durante a sua execução, respondeu que não. Tudo o que ele queria era abençoar aqueles que o matariam e rezar a Deus para que os perdoassem pela sua morte. Seu único crime era o de ser sacerdote do Altíssimo. Então, perguntaram-lhe se gostaria de dizer algo. Martín respondeu: “Quero somente dar-vos a minha benção para que Deus não leve em conta a loucura que cometereis”.
E então bradou: “Viva Cristo Rei!”

Instantes antes de ser morto, ele sorriu para o fotógrafo que tirou esta última foto. Em seus olhos, se pode ver a coragem e a alegria de um padre fiel.


*** * ***


Oração pelos Sacerdotes


Onipotente e Eterno Deus, voltai o vosso olhar ao Vosso Filho, e por amor Dele, Sumo e Eterno Sacerdote, tende misericórdia dos vossos sacerdotes. Lembrai-vos, ó Deus misericordiosíssimo, que eles não são mais que homens fracos e frágeis. Acendei neles a graça de sua vocação, infundida pela imposição das mãos episcopais. Mantende-os próximos a Vós, a fim de que o inimigo não prevaleça sobre eles e a fim de que nunca cometam o mínimo ato indigno de sua sublime vocação.
Ó Jesus, peço-Vos pelos Vossos sacerdotes fiéis e fervorosos; pelos Vossos sacerdotes infiéis e mornos; pelos Vossos sacerdotes que labutam em sua pátria ou no exterior, em distantes campos de missão; pelos Vossos sacerdotes tentados; pelos Vossos sacerdotes solitários e desolados; pelos Vossos sacerdotes jovens; pelos Vossos sacerdotes moribundos; pelas almas dos Vossos sacerdotes no purgatório.
Mas, sobretudo, recomendo a Vós aqueles sacerdotes que me são caros; o padre que me batizou; os padres que me absolveram de meus pecados; os padres cujas Missas assisti e que me deram o Vosso Corpo e Sangue na Sagrada Comunhão; os padres que me ensinaram e instruíram, me ajudaram e encorajaram; todos os sacerdotes de quem sou, de alguma forma, devedor, particularmente o Padre … (mencione o nome). Ó Jesus, guardai-os abundantemente no tempo e na eternidade.

A gaivota e a pomba





Apontamentos sobre os sentimentos de apreensão após o conclave de 2013
Por Hermes Rodrigues Nery


Extratos do artigo
Fonte: Fratres in Unum


Explica o Prof. Roberto de Mattei que “o termo ‘modernismo’ aparece oficialmente pela primeira vez na encíclica Pascendi, de São Pio X, reconduzindo a um mesmo movimento um complexo de erros em todos os domínios da doutrina católica (Sagrada Escritura, teologia, filosofia, culto). As raízes e as razões deste movimento residem na tentativa de estabelecer um ‘diálogo’ entre a Igreja e o processo de secularização que se seguiu à Revolução Francesa.” (7) A Igreja resistiu, em altos graus de heroicidade, tendo os Papas como baluartes seguros na defesa da sã doutrina. “No século XIX , Pio IX tinha posto travão a este processo revolucionário em três momentos solenes do seu pontificado: a definição do dogma da Imaculada Conceição (1854); a condenação dos erros modernos com a encíclica Quanta Cura e com o Syllabus (1864); a proclamação dos dogmas do primado de jurisdição e da infalibilidade do Romano Pontífice, no Concílio Vaticano I (1870). Qualquer destes atos constituiu um bastião teológico que dificultou ataques frontais. A ‘reforma’ da Igreja, que fora o objetivo das principais correntes heterodoxas dos séculos XVIII e XIX, teria de seguir por outros caminhos”. (8)

Foi preciso então inocular o germe da revolução por dentro da instituição.

Em 1907, Ernesto Buonaiuti apresentou o seu “Programa dos Modernistas”, desejoso que o método histórico se tornasse “o verdadeiro locus theologicus  da Revolução cristã”. (9) Mas foi o jesuíta George Tyrrel quem identificou ”a Revelação com a experiência vital (religious experience) que tem lugar na consciência do homem, razão pela qual deve ser a lex orandi a ditar as normas da lex credendi, e não o contrário”. (10) Maurice Blondel propôs “uma nova forma de apologética, através do método da imanência, que permitiria acolher a Revelação a partir das exigências do espírito do homem. A apologética de Blondel que pretendia evitar o ‘intelectualismo’, assentava numa religião do coração com um pano de fundo subjetivista e imanentista”. (11) São Pio X condenou “o princípio de imanência que constituía o núcleo do modernismo”, (12) a partir do qual veio depois o relativismo. Daí, emergiram correntes de pensamento no seio da Igreja que irão agudizar-se ao longo do século XX, especialmente no Vaticano II: dos que vivem a fé no Cristo Ressuscitado, com verdadeiro assentimento, e dos que assumiram o caminho da hesitação.

O modernismo infiltrou-se através de vários movimentos (o ‘movimento bíblico’, o “movimento litúrgico”, o “movimento filosófico-teológico” – de modo especial a nouvelle théologie– , o “movimento ecumênico” e outros. Pouco a pouco, os que assumiram o caminho da hesitação foram voltando as costas para as advertências e apelos de São Pio X, ávidos de agradar ao mundo, no afã do aggiornamento, que será a palavra de ordem do Vaticano II. São Pio X havia feito o diagnóstico preciso dos erros da época e apresentado soluções. Mas os hesitantes entenderam logo que crer na Verdade revelada significa lutar por ela, e num mundo com atrativos mais sedutores, em decorrência dos avanços tecnológicos, era melhor “uma ‘reinterpretação’ da doutrina e da estrutura da Igreja, com o objetivo de a adaptar ao espírito moderno”. (13) Das ordens religiosas mais abertas a esta adaptação, destacaram-se os franciscanos, os dominicanos e os jesuítas. Não por acaso são as que hoje, passados 50 anos do evento conciliar, estão mais desmanteladas. Leão XIII, ainda no século XIX, já havia traçado “as linhas do processo revolucionário que, tendo-se iniciado no protestantismo e passado pela Revolução Francesa, desembocava no comunismo” (14), doutrina esta que, em maior ou menor extensão, foi adotada por quase todas as ordens religiosas no pós-concílio.

Outra estratégia dos modernistas foi a da dissimulação, conforme observou Jean Rivière: “saber dissimular as próprias armas é um dos princípios essenciais da guerra moderna. Foi também uma das características distintivas do movimento modernista associar o ataque direto aos dogmas com a mais extrema variedade de subterfúgios”. (15) Com a resistência dos Papas, já ao tempo de [São] Pio X, Ernesto Buonaiuti  concluiu que “até hoje pretendeu-se reformar Roma sem Roma, ou talvez até contra Roma. Ora, é necessário reformar Roma com Roma: fazer com que a reforma passe pelas mãos daqueles que tem de ser reformados. É este o método verdadeiro e infalível; mas é difícil. Hic opus, hic labor“. (16) De Mattei ressalta então que “o modernismo propunha-se, pois, transformar o catolicismo a partir de dentro, deixando intacto, nos limites do possível, o invólucro exterior da Igreja”. (17) E destaca ainda o propósito de Buonaiuti: “O culto exterior permanacerá para sempre, tal como a herarquia, mas a Igreja, enquanto mestra dos sacramentos e da respectiva ordem, modificará a hierarquia e o culto de acordo com os tempos: aquela tornar-se-á mais simples, mais liberal, e este tornar-se-á mais espiritual. Por esta via, a Igreja transformar-se-á num protestantismo, mas será um protestantismo ortodoxo e gradual, e já não um protestantismo violento, agressivo, revolucionário, insubordinado; será um protestantismo que não destruirá a continuidade apostólica do ministério eclesiástico, nem a própria essência do culto”. (18) O jesuíta George Tyrrel vai mais longe: “Roma não pode ser destruída num dia, tem de se dissolver em pó e cinzas de forma gradual e inofensiva. Teremos então uma nova religião e um novo decálogo”. (19) Outro ponto estratégico: “a reforma ‘terá de ser dos ritos, e não abertamente dos dogmas’”. (20) O alvo principal é atingir a realeza de Cristo, feito isto, o resto fica tudo pulverizado. Para São Pio X a autêntica reforma “tinha a sua base na preservação e transmissão da verdade católica” (21), mas os hesitantes optaram pelo relativismo.

Com tudo isso, é de ficarmos apreensivos quando Bergoglio, jesuíta e latino-americano, se apresenta exclusivamente como bispo de Roma e, de cara, desfere golpes contra a sacralidade do papado, fazendo questão de evidenciar o seu distanciamento de seu precedessor — ainda vivo e exilado em Castel Gandfolfo!

Atordoados com tudo isso, orantes e vigiliantes, tentamos entender o que está acontecendo. E os sentimentos são de prudência e apreensão. De Fé na promessa de Nosso Senhor, que dá legitimidade ao ministério petrino. Por que temos agora duas “Suas Santidades”? Por que os Cardeais escolheram justamente o oponente de Ratzinger do conclave de 2005? Por que o raio na Basílica de São Pedro no dia da renúncia de Bento XVI? Por que o penitente peregrino descalso na tarde fria e chuvosa de 13 de março, na praça de São Pedro? Por que a gaivota na chaminé? A gaivota que atacou a pomba antes da renúncia de Bento XVI?  


Hermes Rodrigues Nery é coordenador da Comissão Diocesana em Defesa da Vida e do Movimento Legislação e Vida, da Diocese de Taubaté. Especialista em Bioética, é pós-graduado pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. E-mail: hrneryprovida@gmail.com


*** * ***


7. Roberto de Mattei, O Concílio Vaticano II – Uma História nunca escrita, p. 33, Caminhos Romanos – Unipessoal Ltda, porto – Portugal, 2012.

8. Ib. PP.33-34.

9. Ib. p. 36

10. Ib. p. 37.

11. Ibidem.

12. Ib. p. 38.

13. Ib. p. 50.

14. Ib. p. 58.

15. Pio XI, Encíclica Quas Prima – Sobre a Instituição da Festa de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei, p. 66, Edições Cristo Rei, Belo Horizonte, 2011.

16. Roberto de Mattei, O Concílio Vaticano II – Uma História nunca escrita, p. 67, Caminhos Romanos – Unipessoal Ltda, Porto – Portugal, 2012.

17. Ibidem.

18. Ibidem.

19. Ib. p. 68.

20. Ib. p. 69.

21. Ib. p. 89.



Viva Cristo Rei!







FESTIVIDADE DE CRISTO REI

Pequeno Devocionário de Cristo Rei

Consagração a Cristo Rei
Cristo Jesus, reconheço-vos como Rei do universo. Vós criastes tudo quanto existe. Usais plenamente de vossos direitos sobre mim. Renovo minhas promessas de Batismo, pelas quais renunciei a Satanás, a todas as suas seduções e a todas as suas obras. Prometo-vos viver como bom cristão. Comprometo-me especialmente a colaborar para o triunfo dos direitos de Deus e de sua Igreja e para dilatá-los e assegurá-los por todos os meios.
Divino Coração de Jesus, em vossas mãos ponho meus insignificantes esforços para que todos os corações reconheçam vossa sagrada Realeza e se estabeleça vosso reino de paz em todo o mundo.

Oração a Cristo Rei
Deus onipotente e misericordioso. Vós quebrais o poder do mal e renovais tudo em vosso Filho Jesus Cristo, Rei do Universo. Que todos no Céu e na terra aclamem vossa glória e nunca cessem de louvar-vos.
Pai Todo-Poderoso, guia de amor, Vós fizestes passar Jesus Cristo Nosso Senhor da morte à vida, resplandecente em glória como Rei da criação. Abri nossos corações; libertai a todos para que gozem de Sua paz, glorifiquem Sua justiça e vivam em Seu amor. Que toda a humanidade se unifique em Jesus Cristo, Vosso Filho, que reina convosco e com o Espírito Santo, Deus eterno. Amém.

Hino a Cristo Rei
Glória, louvor e honra Vos sejam dadas, ó Cristo Rei, Redentor: A quem o coro juvenil cantou devotamente: Hosana.
R. Glória, louvor.

Vós sois o Rei de Israel, o nobre Filho de Davi. * Ó Rei bendito, que vindes em Nome do Senhor.
R. Glória, louvor.

Toda milícia Angélica no alto dos céus, * O homem mortal e todas as criaturas celebram em uníssono o vosso louvor.
R. Glória, louvor.

O povo hebreu sai a vosso encontro com palmas. * E nós vimos diante de Vós com súplicas, votos e hinos.
R. Glória, louvor.

Eles Vos ofereciam o tributo de suas homenagens, quando íeis sofrer: * Nós Vos oferecemos estes cânticos, agora que reinais no céu.
R. Glória, louvor.

Seus votos foram aceitos que os nossos o sejam também. * Ó Rei de bondade, Rei de clemência, a quem agrada tudo quanto é bom.
R. Glória, louvor







'Nem todos precisam da escola', diz jovem que criou programa para autodidatas


Ele chocou a família ao deixar a escola aos 12 anos de idade. Agora, quer reunir talentos no Vale do Silício e ajudá-los a aprender por conta própria

Renata Honorato
Dale J. Stephens, fundador do UnCollege
Dale J. Stephens, fundador do UnCollege (Heitor Feitosa)
Com apenas 12 anos, Dale J. Stephens chocou os pais certo dia, ao informá-los que deixaria os estudos. "Decidi abandonar a escola porque queria começar a aprender", lembra o americano, nascido na região californiana de São Francisco. Passado o susto, ele recebeu apoio dos familiares e iniciou uma jornada sem volta — especialmente aos bancos escolares, exceto por uma breve passagem universitária que não durou um semestre. Hoje, aos 21 anos, ele é um autodidata convicto, além de um entusiasta da causa. Apoiado na convicção de quem aprende por si só vai mais longe, lançou um livro, Hacking Your Education (algo como "Hackeando sua educação"), e fundou o UnCollege (que, com o prefixo inglês "un", ostenta a própria negação da escola), site dedicado a pesquisar a autoaprendizagem. Stephens encontrou ainda uma forma inusitada de testar o conceito. A partir de setembro, o UnCollege promoverá um programa chamado Gap Year, que reunirá dez jovens com idades entre 18 e 28 anos em um intensivão sobre como aprender por conta própria. Ao longo de doze meses, eles dividirão o mesmo teto em São Francisco, farão um intercâmbio a outros países, terão de desenvolver um projeto inovador em qualquer área e ao fim serão enviados para o Vale do Silício, centro de inovação americana, para cumprir um estágio. O objetivo do programa é um só: colocar os participantes em condições de aprender a aprender. Apesar da fé no autoaprendizado, Stephens reconhece que a modalidade não é indicada a qualquer um. "Acredito que todo mundo é capaz de aprender de forma independente, mas sei que nem todos conseguem fazer isso." Às vésperas de chegar ao Brasil, onde participa na próxima semana da edição da Campus Party em Recife, ele conversou com o site de VEJA sobre suas ideias e feitos. Confira os principais trechos a seguir:
Por que você largou a escola tão cedo, aos 12 anos? Decidi abandonar a escola porque queria começar a aprender. No colégio, na maioria das vezes, ficava à toa e não aprendia nada.
Como sua família reagiu à sua decisão? Eles ficaram chocados, mas acabaram me apoiando. Eles me deram a oportunidade de decidir por mim mesmo.
Você diz que não acredita no currículo escolar. Na sua opinião, o que poderia ser feito para mudar o sistema educacional nos Estados Unidos? A primeira coisa a fazer é mudar a noção de que todo mundo pode aprender as mesmas coisas, no mesmo tempo e de forma linear.
O mesmo vale para outros países? A maioria das escolas se baseia no sistema educacional prussiano — frequência obrigatória, formação específica para os professores, currículo unificado e testes nacionais. Isso funciona bem para treinar pessoas para seguir uma direção, mas nós não precisamos de trabalhadores em série.
Em que a proposta do UnCollege difere da oferecida por universidades tradicionais? Os benefícios em participar do programa Gap Year são inúmeros. Nosso currículo único de autoaprendizado ensina técnicas de como aprender. Reunimos autodidatas em uma mesma comunidade. Conectamos nossos seguidores a mentores que os guiam em um processo de autoaprendizado.
Como são selecionados os mentores? Os mentores do programa são pessoas muito diferentes entre si. Fazem parte desse grupo desde investidores até executivos da Fundação Gates, passando por empreendedores e empresários listados pela Fortune. Escolhemos essas pessoas porque elas acreditam no valor de aprender por conta e desenvolvem coisas interessantes.
Você acredita que qualquer pessoa pode aprender sem ajuda da escola? Eu acredito que todo mundo é capaz de aprender de forma independente, mas sei que nem todos conseguem fazer isso. Defender essa premissa seria tão tolo quanto dizer que todas as pessoas devem ir à escola.
Quais são seus planos para o futuro? Vamos expandir o UnCollege para outras cidades. Nova York e Chicago são as primeiras da lista.
Por que decidiu escrever um livro? Escrevi um livro para explicar de forma sucinta o que é autoaprendizado. Trata-se de um assunto difícil. É muito importante para os jovens não se sentirem isolados e saber que não estão sozinhos.
Você voltaria a estudar em uma universidade em alguns anos? De forma alguma.
Quem são as suas inspirações? Eu me inspiro em pessoas como John Holt e Alexander Sutherland Neill.  Eles foram os primeiros a disseminar essas ideias.
Você tem planos de expandir o UnCollege para outros países? Sim, com certeza. Por ora, estamos pensando em levar o projeto para Londres, na Grã-Bretanha, e Berlim, na Alemanha.

Fonte: VEJA
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