sábado, 25 de outubro de 2014

NÃO QUEREMOS UMA NOVA VENEZUELA NO BRASIL - RESPOSTA A UM LEITOR DESAVISADO







Recebemos de um leitor o comentário abaixo:

“Eu pergunto voces,será que vale apenas votar em Aecio Neves,pois alem de receber apoio de partidos socialistas nesse 2 turno, ele também recebeu apoio de membros da comunidade LGBT, inclusive do Fundador do Grupo Gay da Bahia.Luiz Mott.
Luiz Mott diz que Aécio é "simpatizante e aliado à cidadania LGBT". Ainda na carta, o fundador do GGB lembra que em 2007 Aécio recebeu o Troféu Oscar Gay em reconhecimento por ter implementado o Centro de Referência Homossexual de Belo Horizonte, e por ter declarado que não se opunha à união civil gay..Daí,eu pergunto,vale apenas votar em Aecio se,ele não se opoe ao Homossexualismo e tem apoio de simpatizantes desse movimento,e,se eleito poderá aprovar leis que beneficie eles.Então eu quero uma resposta de voces,porque não tem nenhum candidato bom para o cristão votar nesse 2 turno da eleições”.


 *** * ***


Por Raphael de la Trinité


Prezado amigo

Permita-me, tanto quanto possível, ser breve e conciso.

Embora não conhecendo o seu campo preferido de leituras, devo supor que se interesse pela história.

Segundo Heródoto, 'a história é a mestra da vida'.

Felizes, pois, aqueles que se beneficiam dos exemplos de nossos antepassados para se orientar na babel contemporânea: verificando, pelos anais dos séculos, como se conduziram os que nos precederam, isto é, em que pontos foram modelares, e em quais outros prevaricaram, temos uma inspiração segura de conduta para o presente.

Nihil novi sub sole" ("não há nada de novo sob o sol"), Eclesiastes.

Compete-nos, portanto, retroceder na história.

Por ventura, o prezado amigo estaria informado sobre os eventos que imediatamente antecederam a Revolução bolchevista de 1917, na Rússia?

Abstenho-me de entrar no âmago dos problemas que então se debatiam no Império russo. Detenho-me, para efeito de análise, tão-só neste particular.

Desmoronou a Monarquia dos Romanovs, que há séculos dirigia os destinos dos povos descendentes de Ivan, o Terrível.

Num primeiro momento, com a derrubada da Monarquia, houve um regime provisório, de inspiração democrático-parlamentar esquerdista, à testa do qual se achava Kerensky.

Não terminara ainda a Primeira Guerra Mundial, e as forças russas simplesmente debandaram do front de batalha. Havia confraternização de soldados russos com soldados alemães.

Nesse contexto, que atitude tomou o Kaiser da Alemanha, Guilherme II?

Mandou fretar um trem, que, percorrendo a vastidão dos territórios separando alemães de russos, transportava em seu interior, nada mais nada menos, do que Lênin (até então, exilado na Alemanha).

Com que objetivo?

De visão tacanha, e sob o comando de forças superiores que intentavam derrubar, de forma conjugada (como de fato aconteceu) quase todas as Casas Reais no poder, Guilherme II teve a desastrada ideia de 'soltar' Lênin em meio à desordem reinante na Rússia, para, desse modo, consumar a liquidação do inimigo eslavo, contra o qual pugnava.

Chegando à Rússia conflagrada, Lênin representou a faísca necessária para atiçar as labaredas do comunismo na Rússia. A partir daí, o veneno letal do marxismo expandiu-pelo mundo, conforme, meses antes, Nossa Senhora advertira em Fátima ('A Rússia espalhará seus erros pelo mundo').

No contexto russo de 1917 -- pergunta-se -- Kerensky era confiável?

Como todos os entreguistas e capitulacionistas, traidores e 'quintas-colunas’ de todos os tempos, Kerensky era feito e moldado para ceder diante de uma pressão comunista, entregando o poder a quem o pressionasse. Efetivamente foi o que sucedeu.

Observe o instrutivo paralelo: tanto Guilherme II, o fanfarrão soberano da Alemanha, como Alexander Kerensky, o socialista 'cabeça-de-ponte' para o comunismo, fugiram de seus respectivos países disfarçados de mulheres...

Lênin tomou as rédeas do poder na Rússia, enquanto uma revolução comunista, logo a seguir, eclodiria (sendo logo sufocada) na Alemanha derrotada.

Qual deveria ser o procedimento de um católico, naquelas circunstâncias, em face do terrível quadro que se delineava na Rússia?

Pleitear a remoção de Kerensky para içar ao poder Lênin e o bolchevismo?

Ora, objetará alguém, não estava evidente que Kernsky não representava nenhuma barreira séria ao avanço do comunismo?

Sem nenhuma dúvida. Seria cego quem negasse essa realidade palmar.

Contudo, corresponderia a um suicídio ou a um ato demencial ejetar do poder a Kerensky para que os comunistas levassem tudo de roldão.

Por quê?

A resposta não é menos evidente.

Quando o comunismo se assenhoreia de um país, ninguém mais tuge nem muge.

Se empalma o poder, dificilmente sai, porquanto, tomando de assalto todas as instituições de uma nação, reduz a palha qualquer veleidade de resistência.

Logo, naqueles idos, apoiar Lênin, sob pretexto de que Kerensky seria apenas um passo aquém do comunismo, seria o mesmo que injetar no doente o vírus da tuberculose, sob a desculpa de que a gripe forte, mais dia menos dia, levaria o paciente ao mesmo destino, e que, portanto, seria melhor acelerar o desfecho, quer dizer, a morte do paciente...

Haverá alguém disposto a sustentar essa enormidade? Voltemos agora o nosso olhar ao desventurado Brasil de 2014.

Comecemos por considerar o papel do PSDB e, mais particularmente, de Aécio Neves.

Ninguém, em sã consciência, com espírito lúcido e bom senso elementar, teria dificuldade para perceber que o PSDB conduziu o Brasil às garras do petismo, assim como Kerensky conduziu a Rússia pós-imperial às ferozes tenazes do bolchevismo de Lênin e de seus asseclas.

Um exame perfunctório da política nacional das últimas duas décadas, pelo menos, facilmente conduziria um observador sério e desapaixonado a essa inevitável conclusão.

Há um evidente mal-estar no país.

O domínio totalitário do PT estende seus tentáculos por todos os campos da vida nacional.

Como reagir diante disso?

Haverá, nesse panorama, um candidato que, católico de viseira erguida, levante-se no panorama nacional, para, fiel ao lema de São Pio X, propor-se a 'restaurar tudo em Cristo'?

Provavelmente nem a um demente de hospício ocorreria vislumbrar isso.

Em consequência, o que nos resta fazer?

Empenhar todos os nossos esforços para apear da administração pública a malta de inimigos da civilização cristã que vai levando a cabo o intento de demolir, entre nós, o que, embora definhando sempre mais, ainda perdura em termos de ordem natural.

Como frear esse processo de desagregação nacional?

Lançando mão do único expediente disponível -- ou seja, o de sufragar o candidato que,
 nolens volens (querendo ou não querendo) é obrigado a se apresentar como adversário do petismo dominante.

Essa é uma técnica consagrada entre os grandes especialistas na arte da guerra e contra-guerra psicológica revolucionária: levar o inimigo a esmorecer o ímpeto demolidor, desanimá-lo, tirar-lhe a vontade de lutar. Para isso, eis um dos instrumentos mais eficazes de combate: graças ao mecanismo do voto, elevar, contra a sua sanha revolucionária (aniquiladora da família, da moral, da propriedade) a indignação e o vitupério da maioria (até aqui) silenciosa — mas inconformada, e com traços de sadio sobressalto –, que se insurge contra a ‘revolução cultural’, em acelerado processo de expansão no Brasil.
 

A não ser isso, na conjuntura atual, que mais poderíamos fazer?

Qual a conclusão que se impõe?

Votar em Aécio, claro está, não é votar no esquerdismo do PSDB, mas somar forças para afastar um mal maior.

Em termos de política brasileira contemporânea, dizer um contundente NÃO! ao sinistro plano de perenizar em nosso país um partido (egresso das CEBs e da Teologia da Libertação), que, em mal disfarçada simbiose com os demais governantes esquerdistas da América Latina, atua no sentido de arrastar o Brasil a uma situação bem próxima daquela que padecem os desditosos venezuelanos, gemendo sob o tacão da segunda Cuba do Continente.

Eis o que devemos, por ora, expungir do horizonte brasileiro.
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