domingo, 23 de junho de 2013

É fácil ser autor. Difícil é escrever








Os jornalistas estão adotando a primeira pessoa na narrativa, mas ainda não acharam seu verdadeiro eu lírico

LUÍS ANTÔNIO GIRON


Luís Antônio Giron Editor da
seção Mente Aberta de ÉPOCA,
 escreve sobre os principais fatos
do universo da literatura, do
cinema e da TV (Foto: ÉPOCA)
Como o tempo muda e nada acontece! Antigamente, o iniciante no jornalismo, chamado de “foca”, comparecia humildemente à redação para seu primeiro dia de emprego disposto a aprender com os mais velhos. Ouvia calado até um dia poder falar. Hoje, o “foca” se apresenta ao chefe na redação de uma revista ou um jornal já botando banca: “Foca é a sua mãe”, diz, enchendo o peito. “Eu sou autor!” Mas as coisas continuam iguais. Hoje ele apenas exterioriza aquilo que seu tímido antecessor apenas calava fundo.

No jornalismo atual, é como se o autor precedesse o estilo, ao passo que o inverso parece ainda ser real. Vivemos a epidemia da “autoralidade”, esta palavra monstruosa cuja tradução teria de ser “autoria”, porém é muito simples para fazer bonito. Pensei nesse assunto durante um exaltado debate em torno do tema “como encontrar a voz do repórter” de que participei no último Fórum das Letras de Ouro Preto, na semana passada, em um painel promovido por ÉPOCA e a Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop). A plateia, formada em sua maioria por estudantes e iniciantes, queria saber como manter a “autoralidade” em tempos de hiperinformação, fragmentação do ego, redes sociais e o diabo digital que nos carregue. O que dizer aos jovens sonhadores sem acordá-los de seu recorrente autoengano? Como construir um estilo e se transformar em autor?

Sempre tive pudor de usar a primeira pessoa do singular, embora a esteja usando agora que está tudo liberado e não tenho nenhuma reputação a perder. Muita gente imagina que basta escrever “eu” para virar autor, repórter, articulista, crítico, ensaísta. Talvez eu tenha passado a pensar assim também, embora sem muita convicção. Talvez eu me veja também como membro do clero do “jornalismo literário” – outra expressão imprecisa que mais exalta certos indivíduos do que diz a verdade. Dessa forma, o clamor do estilo não sai mais apenas da garganta dos escritores, como também dos jornalistas – que nunca foram considerados dignos de receber a alcunha de escritores, sabe-se lá por que – e de seus atuais sucedâneos, blogueiros e tuiteiros.

Todo mundo quer ser alguém na vida da escrita – e migrar seus textos da blogosfera ou do papel perecível para a presumível eternidade do livro. A consequência é o perigo da hiperpopulação de egos no mundo da comunicação. Todos escrevem qualquer coisa, mas poucos merecem ser chamados de autores. O problema é que, em um mundo onde o joio virou o trigo, bons e maus autores estão cada vez mais misturados e indistinguíveis.

Como se não bastasse, os meios de comunicação digital incentivaram a aparição do gigantesco coral de bilhões de vozes. O Twitter é o maior transmissor de opiniões e notícias irrelevantes jamais cogitado. O Facebook forneceu identidade e deu eco a muita gente que, felizmente, prefere ficar nos games da rede social. Antigamente evitava-se dar voz ao imbecil. Hoje, imbecis ou não, todos possuem um meio de expressão e de autopromoção. O imbecil é o herói emergente da autoralidade...

Então, para que servem o jornalista propriamente dito, o jornalista pré-literário, diante de tantas mudanças? Ele diferia até pouco tempo atrás do autor porque ele era um apanhador de fatos. transformava-os em notícia, de acordo com os vários subgêneros jornalísticos: entrevista, reportagem, artigo, resenha etc. O tema impunha o gênero a ser adotado. As redações eram as melhores escolas de estilo e escrita criativa. Agora os registros de linguagem e de veracidade se confundem, e é impossível distinguir um ficcionista de um não-ficcionista, um romancista de um repórter. Os cursos universitários de ficção criativa talvez sejam responsáveis pela lambança. Afinal, acadêmicos odeiam jornalista. Para eles, não passam de subliteratos. E agora com a internet, o veículo primordial da transmissão de notícias, a verificação da realidade se tornou impraticável.

É fácil ser autor. Difícil é escrever. As festas literárias o comprovam.

O jornalismo, por isso, talvez seja um profissão fadada à extinção – pelo menos o jornalismo que conhecemos até o final dos anos 1990. Por enquanto, agoniza mas não morre, como o samba segundo Nelson Sargento. Alguns jornalistas poderão sobreviver. Para tanto, precisam se dar conta de pelo menos três fatos. Em primeiro lugar, não há mais diferença entre textos online e offline, entre papel e internet. A versão em papel se tornou uma espécie de produto nobre, que surge no ambiente universal da internet. Em segundo, a influência dos meios de comunicação tradicionais – jornal, revista, televisão – ainda é efetiva, mas está diminuindo, à medida que os fóruns de opinião se organizam em “trend topics” e os anúncios se transferem para a internet. Por fim, bem ou mal, hoje todo mundo comenta notícias instantaneamente, a concorrência só aumenta.

Para vencer em mundo tão turbulento, o jornalista precisa se antecipar aos “trend topics” e, se não consegue o furo, lidar com a notícias de modo a surpreender o leitor para despertá-lo da letargia em que está enredado pelo excesso de mensagens. É se transformar em uma espécie de autor de verdade (não um arremedo) com voz própria que, além de ser original, se faça ouvir. Ele tem que apurar, conferir, editar e ilustrar uma notícia, mas sobretudo precisa se reinventar e reinventar a forma de elaborar a notícia. Deve inovar de acordo com os novos meios – por que não, por exemplo, escrever uma grande reportagem nos 140 caracteres de um tuite? E tem que ser rigoroso e relevante, e ser lembrado no ambiente hiperveloz de informações que logo caem no esquecimento.

O jornalista não pode cair na tentação de virar um autor de ficção. Deve contentar-se em escrever romances de não-ficção, termo forjado por Truman Capote em 1966, com o hoje clásssico A sangue frio. Seu dever é mostrar ao leitor e ao público que o mundo real continua a existir – e que a realidade é mais complexa do que a vida online faz crer.


(Luís Antônio Giron escreve às quintas-feiras.) 

FonteÉpoca

“Pedra de Gabriel” apontava que o Messias viria como Jesus veio e ainda como virá no fim dos tempos




'Pedra de Gabriel': 87 linhas
Está sendo exposta em Jerusalém uma lápide do fim do século I a.C. cujo texto – considerado “misterioso” pelos especialistas – foi escrito com tinta em caracteres hebraicos, noticiou o “Boston Herald”.


É a chamada “Pedra de Gabriel”, ou “Visão de Gabriel”, segundo o Prof. Ada Yardeni, pelo fato de o arcanjo aparecer como figura central.



A pedra mede um metro de altura e foi descoberta no ano 2000 na margem oriental do Mar Morto, por um beduíno da Jordânia.



Análise da terra colada à pedra revelou uma composição química que só se encontra nessa região.



O escrito tem 87 linhas e está dividido em duas colunas. Trata-se de um texto profético anotado quando ainda existia o Templo que Jesus frequentou.



Os especialistas consideram a “Pedra de Gabriel” um pórtico que ajuda a entender as ideias que circulavam na Terra Santa sobre o Messias pouco antes de Jesus nascer.



O método de gravar com tinta sobre a pedra e não entalhar, como era o costume, é único.



Nada se achou de semelhante na região do Mar Morto até o presente.



“A ‘Pedra de Gabriel’ é em certo sentido uma espécie de Rolo do Mar Morto escrito sobre uma pedra”, sustenta James Snyder, diretor do Museu de Israel.



Ela provém da mesma época e utiliza caligrafia idêntica à de alguns dos Rolos do Mar Morto, entre os quais se contam os mais antigos manuscritos hebraicos da Bíblia.


A 'Pedra de Gabriel' exposta

Para os responsáveis do Museu de Israel, trata-se do documento mais importante achado na região.



Em 2008, a “Pedra de Gabriel” causou polêmica quando o professor Israel Knohl, da Universidade Hebraica de Jerusalém, defendeu que ela revolucionaria a compreensão dos inícios do cristianismo. 



Segundo ele, o texto profetiza a ressurreição do Messias. Knohl baseia sua teoria na frase “após três dias Tu viverás”.



Esta posição suscitou uma tempestade no mundo acadêmico, com um Congresso científico e um documentário do National Geographic incluídos. A polêmica continua até hoje.



Muitas letras ficaram apagadas em partes cruciais, havendo muita polêmica sobre a interpretação. Só 40% das 87 linhas são legíveis, e muitas delas parcialmente.



Uma equipe americana usando tecnologias de escaneamento em alta resolução tentou detectar caracteres apagados, mas sem resultado. 


São Gabriel: um dos personagens centrais



Os especialistas, entrementes, concordam que as partes legíveis trazem a visão apocalíptica de um ataque contra Jerusalém – a cidade santa e prefigura da Igreja – durante o qual Deus intervém para salvá-la rodeado de anjos e carros. 


O Armaggedon, ou batalha final de Jesus contra seus inimigos

O personagem central é São Gabriel, o arcanjo portador do anúncio da Encarnação, que se apresenta na Pedra dizendo “Quem sou eu? Eu sou Gabriel o anjo”. No texto aparece também o nome de São Miguel.



As inscrições mencionando São Gabriel acenam para uma “revoada de anjos sobre o Templo de Jerusalém” num momento de grande angustia para os fiéis que restam na cidade, explicou Adolfo Roitman, um dos responsáveis da mostra.



“Gabriel não é arqueologia. Ele é relevante para milhões de pessoas na terra que acreditam que os anjos são seres celestiais atuantes na terra”, disse Roitman. 


As duas vindas do Messias

A 'Pedra de Gabriel' é um achado importante como os rolos do Mar Morto

A revista especializada Biblical Archeology Review foi a primeira a publicar uma densa matéria sobre a enigmática pedra na sua edição de janeiro-fevereiro de 2008, assinada pelo Prof. Ada Yardeni.



Segundo Yardeni, estamos diante de um texto judeu que precede de muito perto o cristianismo e apresenta duas vindas do Messias em formas assaz diversas. 



Segundo uma das formas, o Messias viria como filho de José (Efraim). Sob esta forma, o Messias padeceria, morreria e ressuscitaria três dias após a morte. Essa seria a razão de ser das palavras “após três dias Tu viverás”.



Na outra forma da vinda do Messias, Ele aparece em majestade, patenteando sua raça real e sua condição de filho, ou sucessor, do rei David.


Na sua primeira vinda, Jesus veio como filho de José,
padeceu, morreu e ressuscitou ao terceiro dia

Nesta segunda vinda, o Messias retornaria acompanhado por exércitos celestes em ordem de batalha e obteria uma vitória militar mística, angélica e material, salvando os últimos fiéis que estão a ponto de perecer nas mãos dos inimigos que os rodeiam.




Assim, o Messias instituiria seu reinado sempiterno após uma “jornada de batalha”.



Ele fará de seus inimigos, até então vencedores, uma peanha sobre a qual assentará seus pés. O Messias filho de David é um Messias triunfal.



As duas vindas do Messias da “Pedra de Gabriel”, portanto, correspondem admiravelmente às duas vindas de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo as Sagradas Escrituras. 



A primeira já foi efetivada e está descrita nos Evangelhos. Nosso Senhor veio como filho de José, padeceu, morreu e ressuscitou ao terceiro dia para nos remir.



Na segunda vinda, anunciada no Apocalipse, Nosso Senhor voltará para uma grande jornada vitoriosa contra os maus, encerrar a História e instalar seu reinado por todo e sempre.


O Apocalipse e a segunda vinda de Cristo


Escreve São João no Apocalipse:


“11. Vi ainda o céu aberto: eis que aparece um cavalo branco. Seu cavaleiro chama-se Fiel e Verdadeiro, e é com justiça que ele julga e guerreia.


“12. Tem olhos flamejantes. Há em sua cabeça muitos diademas e traz escrito um nome que ninguém conhece, senão ele.



“13. Está vestido com um manto tinto de sangue, e o seu nome é Verbo de Deus.



“14. Seguiam-no em cavalos brancos os exércitos celestes, vestidos de linho fino e de uma brancura imaculada.



“15. De sua boca sai uma espada afiada, para com ela ferir as nações pagãs, porque ele deve governá-las com cetro de ferro e pisar o lagar do vinho da ardente ira do Deus Dominador.



“16. Ele traz escrito no manto e na coxa: Rei dos reis e Senhor dos senhores!” (Ap 19; 11-15)

A segunda vinda de Jesus será em pompa e majestade, como sucessor do rei David.
Afresco do Juízo Final, capela degli Scrovegni. Giotto di Bondone (1267-1337)

E ainda descreve o reinado futuro de Nosso Senhor, a nova Jerusalém pelos séculos dos séculos, nos termos seguintes:


“1. Vi, então, um novo céu e uma nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra desapareceram e o mar já não existia.


“2. Eu vi descer do céu, de junto de Deus, a Cidade Santa, a nova Jerusalém, como uma esposa ornada para o esposo.



“3. Ao mesmo tempo, ouvi do trono uma grande voz que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens. Habitará com eles e serão o seu povo, e Deus mesmo estará com eles.



“4. Enxugará toda lágrima de seus olhos e já não haverá morte, nem luto, nem grito, nem dor, porque passou a primeira condição.



“5. Então o que está assentado no trono disse: Eis que eu renovo todas as coisas. Disse ainda: Escreve, porque estas palavras são fiéis e verdadeiras.” (Ap. 21, 1-5)

São Gabriel: o arcanjo dos grandes anúncios


Faz muito sentido também que o anjo que na Pedra anuncia essas duas vindas seja São Gabriel. Ele é o arcanjo que anunciou a Zacarias que sua mulher Isabel, já idosa, conceberia o precursor São João Batista (Lucas 1; 11-20).



E é o arcanjo da Anunciação que comunica a Nossa Senhora a Encarnação do Messias que viria a remir o gênero humano, padecendo, morrendo e ressuscitando. (Lucas; 1, 26-38



Ele é por excelência o arcanjo anunciador da primeira vinda de Jesus.



Além do mais foi São Gabriel quem anunciou ao profeta Daniel a segunda vinda de Cristo, no fim do mundo, quando os últimos católicos estivessem a ponto de sucumbir, para inaugurar o Reino eterno após o fim da História.



“15. Ora, enquanto eu contemplava essa visão e procurava o significado, vi, de pé diante de mim, um ser em forma humana, 


São Gabriel, igreja dos santos Filipe e Tiago, Oxford, Inglaterra

“16. e ouvi uma voz humana vinda do meio do Ulai: Gabriel, gritava, explica-lhe a visão. 



“17. Dirigiu-se então em direção ao lugar onde eu me achava. À sua aproximação, fiquei apavorado e caí com a face contra a terra. Filho do homem, disse-me ele, compreende bem que essa visão simboliza o tempo final.



“18. Enquanto falava comigo, desmaiei, com o rosto em terra. Mas ele tocou-me e me fez ficar de pé.



“19. Eis, disse, vou revelar-te o que acontecerá nos últimos tempos da cólera, porque isso diz respeito ao tempo final”. (Daniel 8; 15-18)


O arcanjo Gabriel ainda revelou a Daniel o pecado final dos homens, o qual precederá a segunda vinda de Nosso Senhor: 


“20. Eu falava ainda, pedindo, confessando meu pecado e o de meu povo de Israel, depositando aos pés do Senhor, meu Deus, minha súplica pelo seu monte santo;


“21. não havia terminado essa prece, quando se aproximou de mim, num relance, Gabriel, o ser que eu havia visto antes em visão.



“22. Deu-me, para meu conhecimento, as seguintes explicações: Daniel, vim aqui agora para te informar.” (http://www.bibliacatolica.com.br/biblia-ave-maria/daniel/9/#.UZv-fcqS9hs)


A “Pedra de Gabriel” ainda está sendo analisada. Porém, o que dela se extrai nos conforta na certeza de ser Jesus o Messias prometido aos patriarcas e profetas de Israel.



E de ser Aquele que as almas retas do povo eleito aguardavam.

Escavações põem à luz do sol as minas de cobre do rei Salomão






Prof. Thomas Levy, arqueólogo da Universidade da Califórnia–San Diego
Prof. Thomas Levy, arqueólogo da Universidade da Califórnia–San Diego

O Prof. Thomas Levy (foto) arqueólogo da Universidade da Califórnia – San Diego encontrou as provas da existência das famosas “minas de cobre de Salomão”.

Tais minas exploradas pelo rei-profeta Davi e seu filho o rei Salomão, segundo o relato bíblico encontravam-se no reino de Edom, ao sul do Jordão.

O Prof. Levy dirigiu uma equipe internacional de arqueólogos que publicaram uma matéria sobre a descoberta em The Proceedings of the National Academy of Sciences dos EUA em 28/10/2008.

Ele anunciou que apresentaria ainda mais revelações numa reunião no 18 de fevereiro próximo (2009) no Social Sciences Supper Club, da sua Universidade.

Junto com Mohammad Najjar, dos Jordan's Friends of Archeology, o arqueólogo escavou um antigo centro de produção de cobre em Khirbat en-Nahas (que significa “ruínas de cobre” em árabe).



Restos das fundições
Restos das fundições

As amostras ali encontradas passaram por testes de radiocarbono. Estes lhes atribuíram uma antiguidade que remonta ao século X antes de Cristo.

Nisto concordam com a narração bíblica que põe nessa época os reinados de David e Salomão.

A pesquisa apontou também um crescimento da atividade metalúrgica no local durante o século IX antes de Cristo, fato que concorda com o que o Antigo Testamento nos fala dos edomitas.

Khirbat en-Nahas encontra-se no local que a Bíblia identifica como Reino de Edom, um feudo do antigo Reino de Israel.


Excavações confirmam historicidade das narrações da Bíblia
Excavações confirmam historicidade das narrações da Bíblia

De fato, já nos anos ’30 do século passado, o arqueólogo americano Nelson Glueck declarou ter descoberto as “minas de Salomão” na região.

Mas os seus achados foram menosprezados com a alegação de que a Bíblia teria sido “pesadamente re-escrita” no século V antes de Nosso Senhor.

Este argumento não era estritamente científico e estava viciado de preconceito anti-cristão, mas pegou, tão forte estava a animadversão anti-católica.

Agora”, diz Levy, “nos temos a evidência de que complexas sociedades estiveram ativas nos séculos X e IX antes de Cristo, e isto nos conduz ao debate sobre a historicidade das narrações da Bíblia”.


Excavações confirmam historicidade das narrações da Bíblia. Ruínas em Khirbat en-Nahas
Excavações em Khirbat en-Nahas confirmam historicidade da Bíblia

A jazida arqueológica de Khirbat en-Nahas inclui por volta de 100 prédios (foto ao lado) – inclusive uma fortaleza – colocados no centro de uma vasta área que pode ser vista claramente em Google Earth. Há minas e trilhas de mineração em abundância.

Uma prova adicional foi fornecida por objetos egípcios trazidos à luz no local. Ditos objetos ‒ um escarabeu e um amuleto ‒ foram achados numa camada geológica que corresponde à brusca interrupção da produção.

Esse conjunto de indícios aponta para a bem documentada invasão militar do Faraó Sesac que tentou destruir a atividade econômica da região após a morte de Salomão.


Episódios da vida do rei-profeta David. Salomão com muitas mulheres que o levaram à perdição. Manuscrito da Spencer Collection, Ms 002.
Episódios da vida do rei-profeta Davi.
Salomão com muitas mulheres que o levaram à perdição.
Manuscrito da Spencer Collection, Ms 002.

segundo livro das Crônicas (12; 1-12) fala abundantemente dessa guerra, como punição ao relaxamento do povo judeu na prática dos Mandamentos :

1. Estando seu reino constituído e firmado, Roboão abandonou a Lei do Senhor, e todo o Israel seguiu-lhe o exemplo.


2. Durante o quinto ano de seu reinado, por causa dos pecados de Jerusalém contra o Senhor, Sesac, rei do Egito, veio atacar a cidade

3. com 1.200 carros e 60.000 cavaleiros. Um inumerável exército de líbios, suquitas e etíopes acompanhavam-no desde o Egito.

4. Apoderou-se das cidades fortes de Judá e chegou a Jerusalém.

5. O profeta Semaías dirigiu-se a Roboão e aos chefes de Judá que se tinham concentrado em Jerusalém, com a aproximação de Sesac. Eis, disse-lhes ele, o que diz o Senhor: Vós me abandonastes; eu também vos abandono nas mãos de Sesac.

6. Então os chefes israelitas e o rei se humilharam e disseram: O Senhor é justo.

7. Em vista deste ato de humildade, a palavra do Senhor foi dirigida a Semaías nestes termos: Eles se humilharam; não os deitarei a perder. Dar-lhes-ei em breve um meio de salvação. Minha ira não se desencadeará sobre Jerusalém pela mão de Sesac.


O rei Davi compondo os Salmos inspirado por Deus, Manuscrito na Universidade de California - Berkeley, nº 131
O rei Davi compondo os Salmos inspirado por Deus

8. Mas eles terão que servir para que saibam distinguir entre o meu serviço e o serviço dos reis estrangeiros.

9. Sesac, rei do Egito, atacou, pois, Jerusalém. Levou os tesouros do templo do Senhor e os do palácio real, sem nada deixar. Levou especialmente os escudos de ouro que Salomão tinha fabricado.

10. Para substituí-los, o rei Roboão mandou fazer escudos de bronze e os entregou em mãos dos chefes das guardas da porta do palácio real.

11. Cada vez que o rei ia ao templo do Senhor, esses guardas os levavam; em seguida, devolviam ao corpo da guarda.

12. Portanto, em virtude de seu ato de humildade, a ira do Senhor apartou-se dele, e sua ruína não foi total. Em Judá havia ainda coisas boas. Fonte: Bíblia Católica

E também o primeiro livro dos Reis (14;25): “No quinto ano do reinado de Roboão, Sesac, rei do Egito, atacou Jerusalém”. Fonte: Bíblia Católica.

O Prof. Levy partilha certo ceticismo com respeito aos Livros Revelados, porém teve que ceder ante a evidência científica:

“Não podemos acreditar em tudo o que nos dizem os antigos livros, porém esta descoberta mostra uma confluência entre os dados arqueológicos e científicos e a Bíblia”, declarou ele ao“The Jerusalem Post”.
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