sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Grave lapso teológico do Pe. Federico Lombardi







08.11.2013
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1] Nos últimos meses a imprensa internacional divulgou amplamente duas entrevistas do Papa Francisco, a primeira concedida ao Diretor da Civiltà Cattolica (1), e a segunda ao fundador do jornal romano La Repubblica (2). Ambas provocaram reações veementes de numerosos setores católicos antimodernistas de todo o orbe (3), porque ali o Papa adotava posicionamentos de todo aberrantes da doutrina católica tradicional, como os seguintes:
a. Insinuava que a fé admite incertezas.  Ora, a Igreja sempre ensinou que, pela virtude sobrenatural da fé, temos um conhecimento absolutamente seguro da verdade revelada, não sujeito a dúvidas, baseado na palavra de Nosso Senhor, que não pode enganar-Se nem enganar-nos.
b. Dizia: “não podemos insistir apenas sobre as questões ligadas ao aborto, casamentohomossexual e uso dos métodos contraceptivos”. — Essa asserção, que sugere seja atenuada a posição da Igreja em face dos mencionados pecados, desestimula, de modo talvez indireto mas possante, as magníficas reações que tem havido em todo o mundo católico a esse respeito.
c. Declarava que “uma pastoral missionária não tem obsessão pela transmissão desarticulada de uma multidão de doutrinas a serem impostas com insistência”. — Esse deplorável dito do Pastor supremo ecoa a oposição visceral e sistemática dos modernistas à escolástica. Nele o Pontífice: (i) qualifica como “obsessão” a firmeza em defender a fé e a moral; (ii) apoda como “desarticulada” a forma tradicional de transmissão da verdade revelada por Nosso Senhor; (iii)insinua depreciativamente que, apresentada dessa forma, tal verdade não passaria de “uma multidão de doutrinas a serem impostas com insistência”; e (iv) sugere que o zelo missionário é mera ideia fixa de “impor” aos demais, e “com insistência”, princípios que na verdade seriam opinativos, duvidosos e entre si mal estruturados.
d. Afirmava que é preciso rever e aprofundar a teologia sobre a mulher. — Não é verdade que tal afirmação sugere uma modernização do papel da mulher na Igreja, favorecendo em tese a posição dos que querem até a ordenação sacerdotal de mulheres?
e. Dizia que tem sido “acusado de ultraconservador” mas jamais foi de direita. — Essa expressão claramente convida os fieis a adotarem um posicionamento antes de esquerda.
f. Proclamava que “Deus é maior do que o pecado”. — O que insinua que o pecado não é tão grave, desde que se creia em Deus e em sua misericórdia.
g. Asseverava que “não existe um Deus católico, existe Deus— A expressão é ambígua, podendo ter interpretação ortodoxa, mas de si leva à ideia de que todas as religiões cultuam o verdadeiro Deus (4).
h. Sustentava que “o proselitismo é um solene disparate, não tem sentido. — Tal enunciado parece condenar todo apostolado e todo esforço para converter à Igreja Católica quem dela se afastou ou a ela jamais pertenceu.
i. Indicava Henry de Lubac como um de seus pensadores contemporâneos preferidos— O Cardeal de Lubac, S.J., foi modernista notório, paladino da nouvelle théologie (5)Essa indicação, partida de um Papa, só pode ser entendida como enfática recomendação para que dito autor seja lido e seguido.
j. Observava que “cada um de nós tem sua visão do bem e também do mal”, e acrescentava: “devemos incitar cada qual a proceder segundo o que ele pensa ser o bem— Não se pode deixar de ver aí a tese modernista, tantas vezes condenada pela Igreja, de que a noção de bem é subjetiva, dependendo da consciência de cada pessoa.
k. Apontava que “os cabeças da Igreja foram com frequência narcisistas, adulados e instigados por seus cortesãos”; que “a corte é a lepra do Papado”; que “a Cúria é vaticano-centrista”. Tais críticas, de sabor voltairiano, ressaltam o lado humano do Papado, desconsiderando o principal, que é o caráter essencialmente sobrenatural e sagrado do Sumo Pontificado e da Cúria Romana.
l. Segundo o Papa, muitos dos defensores da teologia da libertação tinham um “alto conceito de humanidade— Ora, é sabido que esse “alto conceito de humanidade” é falso e enganoso, antropocentrista, anticristão, inspirado pelo velho socialismo da esquerda católica.
m. Anunciava que “a nossa espécie acabará mas não acabará a luz de Deus que então invadirá todas as almas e tudo estará em todos”. — Tal proposição, formulada em tom poético e sem nenhuma explicação complementar, sugere a ideia modernista de que ao final todos os homens serão salvos.

2] Dessas surpreendentes declarações papais, quase todas aberram claramente dos ensinamentos católicos tradicionais. Muitas são ambíguas e escorregadias, favorecedoras da confusão doutrinária, marcadas por uma imprecisão sibilina e por insinuações estranhas que causam grave perplexidade aos fies. Todas apadrinham, com extraordinário vigor, a revolução modernista na Igreja. E também na sociedade civil, pois o que a Revolução hoje busca com todo o seu ímpeto satânico é fazer reinar nos costumes, e oficializar nas instituições da sociedade temporal (6), gravíssimos pecados que bradam aos céus e clamam a Deus por vingança, como são o aborto e os atos sexuais contra a natureza. As aludidas declarações pontifícias são, no mínimo, escandalosas e ofensivas aos ouvidos pios, e no seu conjunto merecedoras pelo menos da censura teológica de heretizantes.

3] Não se pretende, aqui, analisar em profundidade as afirmações e insinuações estranhas do Papa Francisco. Isso constituiria o objeto de outro trabalho. As presentes linhas visam sobretudo comentar declaração do Pe. Federico Lombardi, porta-voz do Vaticano, segundo a qual as referidas entrevistas representam “uma forma ‘conversacional’ ou ‘coloquial’ de comunicação” do Pontífice com seus entrevistadores, não constituindo por isso um “documento magisterial” (7).

4] É patente que, nas entrevistas em questão, o Papa Francisco quis dirigir-se a todo o mundo católico. Foram dois pronunciamentos de impacto, que abordaram questões fundamentais da doutrina católica, tanto de ordem teórica quanto prática, tanto de matéria dogmática quanto moral. Como bem observou o professor Pietro de Marco, “a quem invoca o estilo inaciano de aproximação ao pecador e ao que está afastado, eu replico que esse estilo concerne à relação no foro interno, ou à direção de consciência, ou ao colóquio privado; mas se o Papa assim se expressa em público, suas palavras entram na corrente do magistério ordinário, convertem-se em catequese” (8).

5] Ora, entender que um texto, por ser “coloquial” ou “conversacional”, não constitui magistério, caracteriza grave lapso teológico, por se opor frontalmente à doutrina já hoje consolidada sobre a natureza do Magistério ordinário da Igreja. O Pe. Lombardi, certamente para responder a sérias questões que os repórteres de todo o mundo lhe apresentavam, e para atenuar o escândalo inaudito causado pelas duas entrevistas pontifícias, apegou-se a uma noção ultrapassada do Magistério ordinário, concebido por muitos de modo formalístico, como se só houvesse ensino papal em documentos escritos ou orais cercados de certa solenidade protocolar, isto é, em atos magisteriais promulgados oficialmente enquanto tais.

Da árdua missão do Pe. Lombardi, porta-voz do Vaticano

6] O Pe. Federico Lombardi, S.J., nasceu na Itália em 1942. Estudou em instituições jesuítas na Itália e na Alemanha, onde se licenciou em teologia. Ordenado sacerdote em 1972, foi membro do Colégio dos escritores da Civiltà Cattolica de 1973 a 1977, quando se tornou vice-diretor da revista. Provincial da Companhia de Jesus na Itália de 1984 a 1990, foi posteriormente Diretor dos Programas da Radio Vaticana, do Centro Televisivo Vaticano, e Diretor-Geral da Radio Vaticana. Em 2006 Bento XVI o nomeou Diretor do Ofício de Imprensa da Santa Sé, cargo que mantém até hoje.

7] Dado o caráter heretizante do Concílio Vaticano II (9), o qual manifestamente rompeu com a doutrina tradicional da Igreja, e dados os numerosos desatinos oficiais do período pós-Concílio, o Pe. Lombardi se vê obrigado, no seu dia-a-dia, a justificar o injustificável, em defesa da orientação adotada pela maior parte dos órgãos vaticanos. Ressalte-se, entretanto, que ele não é mero transmissor de recados, encarregado apenas de apresentar à mídia o que seus superiores determinam. Não é figura adjetiva e periférica dos círculos vaticanos oficiais, mas é um antigo provincial da Companhia de Jesus na Itália, teólogo com longa história na direção de órgãos da mídia da Santa Sé, incumbido de comentar questões maiores perante a imprensa, dando delas explicações que necessariamente envolvem sua responsabilidade pessoal perante Deus e os homens. Ora, nas circunstâncias aqui consideradas, Sua Reverendíssima cometeu erro teológico grave, que postula reparo público.

O conceito de Magistério ordinário

8] O conceito de “Magistério ordinário” foi amplamente adotado por Pio IX e pelo Vaticano I, e foi posteriormente aprofundado e desenvolvido pela teologia tradicional. No passado mais remoto era frequente, mesmo entre grandes teólogos, santos e doutores, a conceituação bipartida do Magistério, segundo a qual o Papa ou falava numa definição ex cathedra, ou como simples doutor privado. Essa concepção bipartida esquecia, ou não ressaltava devidamente, a terceira possibilidade, de que o Papa falasse num ato oficial de ensino, mas sem preencher as condições da infalibilidade (10).

9] A partir do Vaticano I aprofundou-se sempre mais a doutrina segundo a qual os ensinamentos do Papa não estão sempre e necessariamente garantidos pelo carisma da infalibilidade. O Sumo Pontífice não pode afastar-se da verdade quando, dirigindo-se à Igreja universal, no uso da plenitude de seus poderes, define solenemente uma verdade de fé ou moral a ser crida. Quando essas condições não estão todas preenchidas, os atos docentes do Papa constituem seu magistério simplesmente “ordinário”, o qual inclui o ensino pontifício comum, quotidiano, orgânico (11). Inclui também os pronunciamentos correntes dos bispos, suas cartas pastorais, e enfim tudo que é ensinado pela Igreja. O estudo das condições em que o Magistério ordinário envolve a infalibilidade não diz respeito à matéria aqui tratada .

Até por atos e gestos o Papa pode ensinar

10] O Magistério ordinário, concebido organicamente, como é necessário que o seja, e não de modo formalista, mecânico e livresco, envolve a ideia de ensinar em sua concepção ampla. Assim como um pai de família não ensina seus filhos apenas de modo expresso, quando lhes ministra uma lição formal ou lhes dá uma ordem, mas também os instrui e educa de modo implícito pelos atos mais comuns da vida diária, pelo seu modo de comportar-se, pelas boas maneiras que infunde na alma das crianças, assim o Papa e os bispos podem igualmente ensinar, e de fato ensinam, tanto expressamente por pronunciamentos escritos ou orais, quanto implicitamente por atos, gestos, atitudes, omissões, símbolos. Esses ensinamentos implícitos incluem ainda as lições contidas na liturgia, nas leis da Igreja, no culto aos santos, na vida católica em geral. Tudo isso integra a Pastoral, em seu sentido largo, a qual sempre e necessariamente traz consigo o ensino vivo da dogmática, da moral católica, do sentire cum Ecclesia, de tudo enfim que os fieis devem conhecer e amar.

11] Comentaristas das mais diversas tendências têm observado, com razão, que numerosos atos do Papa Francisco são densos da doutrina que ele quer transmitir a respeito da pobreza, da simplicidade de vida, do que ele apresenta como o espírito franciscano. Assim, abrir mão de indumentárias papais tradicionais e de formalismos protocolares é inquestionavelmente uma forma de ensinar.

12] Já que é possível exercer o magistério até mesmo por atos e gestos (12), com mais razão, pode haver ensino através de um colóquio, de uma conversa. E se uma troca de ideias pessoal do Papa com um jornalista se destina a divulgação ampla, é patente que uma simples conversação pode conter ensinamentos destinados a muitos fieis, e mesmo a toda a Igreja, não se podendo então negar seu caráter de verdadeiro e autêntico magistério papal.

13] Foi isso que ocorreu nas entrevistas do Papa Francisco à Civiltà Cattolica e ao diário La Repubblica. A intenção do Pontífice, não apenas subjetiva mas real e manifesta, era de que suas palavras fossem amplamente divulgadas pela imprensa internacional. Suas considerações de ordem estritamente pessoal, algumas delas muito singelas e até caseiras, não tiram ao todo o caráter de fixação da orientação fundamental de seu pontificado em matéria pastoral. E é claro que essa orientação não é de natureza unicamente administrativo-pastoral, mas envolve posicionamentos doutrinários extremamente graves.

A forma canônica ou midiática do pronunciamento é de importância menor

14] Os teólogos têm ressaltado, especialmente do pontificado de Pio XII a esta parte, que a autoridade doutrinal de uma declaração papal não está essencialmente vinculada à sua forma canônica ou jornalística de divulgação. Como ressalta D. Paul Nau, OSB, em seu importante estudo sobre a autoridade doutrinária das encíclicas, uma constituição apostólica pode conter, ou não, uma definição dogmática; uma encíclica, uma bula papal, um motu proprio ou uma carta apostólica têm autoridade maior ou menor segundo o seu conteúdo e as circunstâncias que cercam sua divulgação. É claro que, para uma definição infalível, o Papa normalmente se servirá de um documento mais solene, mas a regra não é cogente. Pio XII se utilizou de alocuções radiofônicas para transmitir a todo o orbe numerosos de seus ensinamentos. Como igualmente ressalta D. Paul Nau, o que importa é a intenção objetiva e manifesta do Papa em dar tal grau de autoridade a seu ato magisterial. A divulgação maior ou menor de uma encíclica, por exemplo, assim como a insistência do Papa em ulteriores pronunciamentos sobre a mesma matéria, a recepção dessa doutrina por toda a Igreja, as circunstâncias enfim, que cercam o ato papal, são de valor fundamental para o estabelecimento da autoridade teológica daquele ensinamento.

15] Eis as palavras de D. Paul Nau: “Instrumento consciente, o Vigário de Cristo somente pode empenhar a autoridade de que ele é o depositário na medida em que ele o tenciona (...). A vontade de comprometer-se do Papa, assim como o peso que ela confere aos ensinamentos dele, são suscetíveis de graus diversos (...). Dessa vontade do Santo Padre, a natureza mais ou menos solene do instrumento escolhido é certamente um primeiro indício. É conhecida a longa gama de documentos pontifícios, desde as Litterae encyclicae, as mais solenes depois das Bulas, até as simples cartas dirigidas a bispos, a grupos ou mesmo a presidentes leigos de diversas obras (...). A natureza do documento utilizado não pode, contudo, ser mais que um indício. O Papa permanece livre, mesmo no caso de um juízo solene, para escolher o modo de expressão que ele julgar mais oportuno. Ele poderia, para uma definição, utilizar uma encíclica ou radiomensagem, tanto quanto uma constituição apostólica majestosamente inscrita numa bula”. Depois de observar que não se pode “fiar unicamente na natureza do documento escolhido”, D. Paul Nau conclui: “Não estamos aqui em matemática, e querer simplificar ao extremo, por categorias rígidas demais, seria expor-se a erros perigosos” (13).

16] Logo, uma entrevista papal pode, em tese, constituir magistério, ou não. A questão não é teórica, mas concreta: as duas entrevistas foram por si mesmas atos magisteriais, em vista de seu conteúdo pastoral e doutrinário específico, da extraordinária repercussão que tiveram, e do modo como foram acolhidas ou rejeitadas pelos fieis de todas as latitudes. No dizer do prof. De Marco (item 4 retro) elas entraram “na corrente do magistério ordinário”, convertendo-se “em catequese”. Não se diga, portanto, que o Pe. Lombardi, porta-voz do Vaticano, as teria declarado oficialmente atos do Papa como doutor privado, pois elas têm caráter magisterial ex ipsa natura rei.

O ato magisterial pode conter erro e mesmo heresia

17] Também não se diga que, como o Papa não pode errar, as duas referidas declarações pontifícias são a priori imunes a todo e qualquer desvio doutrinário. Com efeito, já se tornou pacífico, em sã teologia, que em princípio pode haver erro e mesmo heresia, não só em documentos papais privados, mas também em documentos públicos, tanto papais quanto conciliares. É o que bem observa o Pe. Daniel Pinheiro, do Instituto Bom Pastor: “o Magistério desse segundo tipo – não infalível – pode (...)conter erros porque, ao contrário do primeiro grau estudado, não se encontra garantido na verdade por Deus. (...). A possiblidade de erro nesse grau de Magistério é, praticamente, unanimidade entre os teólogos. É incompreensível que alguns afirmem a impossibilidade de erros em atos do Magistério não-infalível. Negar a possiblidade de erro desse Magistério seria torná-lo infalível” (14). “Deve ser assimilado a esse Magistério o magistério de um Concílio Ecumênico que não possui a voluntas definiendi/obligandi. Trata-se da autoridade suprema que ensina, mas sem a intenção de engajar toda a sua autoridade e revesti-la inteiramente da assistência divina infalível” (15).

18) Como já escrevíamos em 1969, “o simples fato de se dividirem os documen­tos do Magistério em infalíveis e não infalíveis, deixa aberta, em tese, a possibilidade de erro em algum dos não infalíveis. Essa conclusão se impõe com base no princípio metafísico enunciado por Santo Tomás de Aquino: ‘quod possibile est non esse, quan­doque non est’ — ‘o que pode não ser, às vezes não é’ (Summa Th., I, q. 2, a. 3, c.,tertia via)” (16).

Conclusão: o eminente Pe. Federico Lombardi equivocou-se

19] A imprensa tem noticiado que a referida entrevista à Civiltà Cattolica foi pessoalmente revisada pelo Papa antes da publicação, o que não teria ocorrido com o mesmo cuidado com as declarações aLa Repubblica, embora estas tenham sido publicadas de imediato no Osservatore Romano. De toda forma, se houvesse alguma infidelidade num texto ou no outro, o Papa não poderia deixar de fazer a devida retificação. Não se diga, portanto, que as duas entrevistas, manifestamente planejadas para ampla divulgação no mundo todo, talvez não exprimam o pensamento papal, ou talvez não tenham intenção magisterial.

20] O ilustre Pe. Federico Lombardi enganou-se ao entender que aquelas entrevistas não constituem atos magisteriais em razão de seu caráter “coloquial” ou “conversacional”. Ele prestará relevante serviço à Santa Igreja se houver por bem retificar esse grave erro teológico, que na prática induz a pensar que ditas entrevistas não têm o caráter histórico e apocalíptico que na verdade têm, como atos, que são, do Magistério ordinário da Igreja.

NOTAS
1.        Entrevista publicada no Osservatore Romano, ed. semanal em português, ano XLIV, n. 39, 29/09/2013,http://www.vatican.va/holy_father/francesco/speeches/2013/september/documents/papa-francesco_20130921_intervista-spadaro_po.html
2.        Entrevista publicada no Osservatore Romano, ed. semanal em português, ano XLIV, n. 40, 06/10/2013,http://www.vatican.va/holy_father/francesco/speeches/2013/october/documents/papa-francesco_20131002_intervista-scalfari_po.html
3.        Ver Luiz Sérgio Solimeo, “In times of extreme confusion, stand fast, and hold the traditions which you have learned",www.tfp.org/tfp-home/catholic-perspective/is-the-pope-s-interview-an-act-of-the-pontifical-magisterium.html
4.        Ver o artigo do Pe. João Batista Almeida Prado Ferraz Costa “Não existe um Deus católico?”,http://santamariadasvitorias.org/nao-existe-um-deus-catolico/
5.        Ver, neste site Bonum Certamen, o artigo “Cinco cardeais e a nouvelle théologie”, itens 3 e 13.
6.        Ver Plínio Corrêa de Oliveira, “Revolução e Contra-Revolução”, ed. IPCO, São Paulo/Brasil, 2009,http://www.pliniocorreadeoliveira.info/RCR.pdf
7.        Durante a sessão de perguntas e respostas, foi dada atenção significativa à longa entrevista (do Papa) publicada na edição de terça-feira do diário italiano La Repubblica. O Pe. Lombardi, S.J., explicou que o texto, assim como o da entrevista publicada recentemente na Civiltà Cattolica e na America Magazine (entre outras revistas jesuítas em todo o mundo) representa uma forma de comunicação ‘conversacional’ ou ‘coloquial’. ‘Não é’ explicou ele, ‘um documento magisterial’” (Rádio Vaticana, 02.10.2013, http://en.radiovaticana.va/print_page.asp?c=733695).
8.        Artigo “Un messagio ‘liquido’”, http://chiesa.espresso.repubblica.it/articolo/1350619 ─ Pietro De Marco, historiador e sociólogo, é professor na Faculdade de Florença e na Faculdade de Teologia da Itália Central.
9.        Ver, neste site Bonum Certamen, o artigo “Da qualificação teológica extrínseca do Vaticano II”.
10.     Ver, neste site Bonum Certamen, o livro “Considerações sobre o ‘Ordo Missae’ de Paulo VI”, parte I, cap. X.
11.     Ver, neste site Bonum Certamen, o artigo “O caráter orgânico do Magistério ordinário”.
12.     Ver, neste site Bonum Certamen, o artigo “O Magistério ordinário pode ensinar por atos e gestos”.
13.     O Magistério Pontifício Ordinário, lugar teológico - Ensaio sobre a autoridade dos ensinamentos do Soberano Pontífice”, Solesmes, 1956, trad. bras. por Felipe A. Coelho, São Paulo, blog Acies Ordinatahttp://wp.me/pw2MJ-dT, a partir do original: “Le Magistère pontifical ordinaire, lieu théologique”, in: Revue Thomiste, ano LXIV, tomo LVI, n.º 3, julho-setembro de 1956, págs. 389-412.
14.     Ensaio “Assentimento ao Magistério”, parte II, item 3.2.2, no blog Scutum Fidei,http://scutumfidei.org/2013/01/07/assentimento-ao-magisterio-ii/
15.     Idem, ibidem.
16.     Ver, neste site Bonum Certamen, o livro “Considerações ...”, parte I, cap. IX, págs. 43/44.

Tenhamos Compaixão das Pobres Almas! — 8 de Novembro: As alegrias e consolações do purgatório (Parte IX)



Nota do blogue:  Acompanhe esse Especial AQUI.

Tenhamos Compaixão das Pobres Almas!
30 meditações e exemplos sobre o Purgatório e as Almas
por Monsenhor Ascânio Brandão

Livro de 1948 - 243 pags
Casa da U.P.C.
Pouso Alegre






8 de Novembro

AS ALEGRIAS E CONSOLAÇÕES DO PURGATÓRIO

Tormento e felicidade


Então há no purgatório alegrias e consolações? É possível que em meio de tanta dor, de tão horríveis suplícios como os da pena do dano e do fogo, haja ainda um raio de luz, uma alegria, uma consolação para as pobres almas?

Sim, porque o purgatório é a pátria da justiça rigorosa, mas o é também da infinita misericórdia de Deus. Já não é uma grande misericórdia Deus nos reservar um lugar de expiação além-túmulo? Purifi­car-nos misericordiosamente para nos tornarmos dig­nos de sua eterna Presença? Ó, sim, o purgatório é uma misericórdia de Nosso Senhor. E como todas as obras da divina misericórdia, há de ter a unção e a doçura da Eterna Bondade. Quanto nos apavora a Justiça divina naquelas chamas expiadoras e que terror para nossa alma saber o que nos espera depois desta vida! Todavia, console-nos a idéia de que há no purgatório consolações que excedem a todas que pos­samos ter nesta vida. É um tormento e uma felici­dade sem par. Um mistério que nos será desvenda­do mais tarde. Alguns autores insistem muito no sofrimento do purgatório e nada falam das alegrias e consolações. É mister guardar um justo equilíbrio.

Nem transformar o purgatório num verdadeiro in­ferno, nem fazer dele o paraíso. É um lugar de expia­ção e de tormentos horríveis, não há dúvida, mas há nele a doce esperança da salvação, esperança acom­panhada da certeza absoluta de um dia chegar à pos­se de Deus na Bem-aventurança. E isto não é uma felicidade sem par? Quando São Francisco de Assis soube que era um predestinado e viu garantida por revelação do céu a sua glória, teve uma alegria tão grande, que nenhuma linguagem humana o poderia traduzir. Que não será a alegria das pobres almas na certeza de serem predestinadas?

São Francisco de Sales, cuja doutrina é um bál­samo suavizante das almas, fala das alegrias e con­solações do purgatório. Escreve o melífluo Doutor: “A maioria dos que temem o purgatório é muito mais por interesse e amor de si mesmos do que pelo inte­resse de Deus. E daí vem que falam ordinariamente só das penas daquele lugar e nunca falam da felici­dade e da paz que desfrutam as almas que lá estão. É verdade que os tormentos são extremos, e as maio­res e mais terríveis dores desta vida não se podem comparar a eles, mas também as satisfações interio­res são tais e tantas, que nenhuma prosperidade nem alegria da terra existe que a elas se possam igualar. Si é uma espécie de inferno quanto à dor, é um pa­raíso quanto à doçura que a caridade difunde no co­ração. Caridade mais forte do que a morte e mais poderosa do que o inferno. Feliz estado mais dese­jável que temível, pois suas chamas são chamas de amor e de caridade. Terríveis penas, sim, pois elas retardam a hora da visão de Deus, e de amar a Deus e louvá-lo e glorificá-lo por toda eternidade”[1].

Eis aí o tormento e a alegria das almas do pur­gatório.


São Francisco de Sales e o purgatório


Continuemos a doutrina consoladora do grande Doutor da Igreja sobre as alegrias do purgatório. Não quer ele que se insista apenas no tormento da­quele lugar de expiação, mas que se procure dar às almas uma idéia também consoladora do purgatório.

Do que lemos nas obras do Santo podemos coligir dez pontos principais:

“1.° — As almas do purgatório estão numa con­tínua união com Deus e perfeitamente submissas à vontade de Deus. Não podem deixar esta união divi­na e nunca podem contradizer a divina vontade, como nós neste mundo.

2.° — Elas se purificam com muito amor e com toda boa vontade, porque sabem que é isto da vonta­de de Deus. Sofrer para fazer a vontade de Deus é uma alegria para elas.

3° — Elas querem ficar na maneira que Deus quer e quanto tempo Ele quiser.

4° — São impecáveis e não podem experimentar nem o mais leve movimento de impaciência nem co­meter uma imperfeição sequer.

5° — Amam a Deus mais do que a si próprias, e mais do que todas as coisas, e com um amor muito puro e desinteressado.

6° — São consoladas pelos Anjos.

7° — Estão seguras da sua salvação e com uma segurança que não pode ser confundida.

8° — As amarguras que experimentam são mui­to grandes, mas numa paz profunda e perfeita.

9° — Si pelo que padecem estão como numa espécie de inferno, quando a dor, é um paraíso de doçura quanto a caridade mais forte do que a morte.

10° — Feliz estado, mais desejável que temí­vel, pois estas chamas do purgatório são chamas do Amor!”.

Quem pode entender e penetrar este mistério de dor e de alegria, que é o purgatório? Os Santos nos poderiam dar uma idéia do que sofrem e do que go­zam as almas do purgatório, quando Deus os faz ex­perimentar aqui neste mundo tanto martírio nas pro­vações daquelas noites de que nos fala São João da Cruz, nas quais o Senhor prova, aniquila os seus elei­tos na terra, e ao mesmo tempo os enche de uma paz inalterável e de consolações inefáveis em meio de tre­vas e de angústias. Mistério profundo, só os que experimentaram este doloroso e feliz estado de alma neste mundo podem dizer algo do que se passa no purgatório! Que alegria não experimenta o pobre náu­frago quando depois de se debater entre as ondas se vê de repente salvo e livre de todo perigo! É a felicidade, a alegria das santas almas quando, após esta vida e depois de haverem passado o tremendo Juízo, vêem que estão salvas da condenação eterna, embo­ra tenham de padecer muito naquelas chamas, naque­le martírio, por mais prolongado que seja. Estão sal­vas! Ó! Como cantam elas um hino de ação de graças à infinita misericórdia!


As consolações do purgatório

Recorramos ainda ao testemunho da teóloga do purgatório, como foi chamada Santa Catarina de Ge­nova. A doutrina desta Santa, ou melhor, as suas re­velações no Tratado do purgatório, escreveu o Car­deal Perraud, são de uma psicologia sobrenatural tão alta o tão forte, que unem as mais altas considerações da filosofia e da teologia, aos pensamentos mais próprios para fortificar e consolar os que choram os seus entes queridos. Eu não creio, escreve a Santa, que depois da soberana felicidade que gozam na gló­ria os Santos, haja uma felicidade igual à que go­zam as almas do purgatório. O que é notável é que esta felicidade vai crescendo cada vez mais à medida que desaparecem as manchas do pecado. E faz esta comparação: “Quando um corpo está escondido ao sol porque um outro corpo intercepta a luz solar, não pode receber a luz e permanece nas trevas. Todavia, si este corpo que impede a passagem dos raios sola­res for se consumindo e desaparecendo, o sol logo há de banhar de luz todo o corpo que estava antes nas trevas. Este corpo que impede a luz do sol é a man­cha do pecado, o resto que fica a pagar à divina Jus­tiça na outra vida e que impede a alma de receber a luz da glória, a Luz divina. As chamas do purga­tório vão destruindo este corpo que impede a luz até que desapareça e brilhe a Luz eterna. Assim a ale­gria das almas vai crescendo à medida que as man­chas que ficaram vão desaparecendo. E elas se sen­tem muito felizes em sofrer para se purificarem. Es­tas almas tem uma perfeita resignação à vontade de Deus. As almas do purgatório jamais haviam de que­rer a presença de Deus, quando ainda não purifica­das. Elas prefereriam sofrer dez purgatórios a se apresentarem manchadas diante do Senhor. Eis por­que se purificam e sofrem com alegria[2].

Padre Faber diz com razão: “Se o sofrimento suportado com doçura e resignação é um espetáculo tão venerável na terra, que não há de ser naquela região da Igreja o purgatório? Ó, que pureza se encontra neste culto, na Liturgia do sofrimento santi­ficado! Ó mundo! lugar de tanto barulho, de tédio e de pecado, quem não desejaria escapar de tuas peri­gosas fatigas e de tua perigosa e triste peregrinação para voar alegremente para a mais humilde região, tão pura, tão santa e tão garantida, onde reinam o so­frimento e o amor sem mancha, o purgatório?”[3].

Apesar disto, não deixemos de temer o purga­tório e procuremos evitá-lo por uma boa penitência e por toda espécie de boas obras. Os sofrimentos não deixam de ser terríveis!

Beato Henrique Suzo, abrasado no amor de Deus, começou a não temer o purgatório e a não dar importância aos seus sofrimentos e penas. Nosso Se­nhor lhe apareceu e admoestou, dizendo que isto lhe desagradava porque era não temer nem dar impor­tância aos juízos de Deus! Devemos não nos deses­perar nem aterrorizarmos nossa alma com o purgató­rio, mas havemos de imaginar que si há muitas con­solações, é terrível também este purgatório.




Exemplo

Santa Gertrudes e as santas almas


Santa Gertrudes foi favorecida por Nosso Se­nhor com inúmeras aparições e êxtases, e tocava de perto o sobrenatural. Tinha a Santa uma grande es­tima por uma religiosa muito santa e que edificava pelas suas virtudes.

Morreu esta e a Santa a recomendava a Nosso Senhor com muito empenho. Fora arrebatada em êxtase e vira diante do trono de Deus a alma da Irmã querida vestida de trajes reais, belamente adornada, mas tinha os olhos baixos, como que envergonhada. Gertrudes ficou admirada e lhe disse:

— Como? Minha filha, não se lança nos braços do divino Esposo? Por que fica assim?

— Ó, minha mãe, eu não sou digna ainda do abraço do Cordeiro sem mancha. É preciso muita pu­reza, ser pura como um raio de sol para se unir a Deus. Tenho ainda manchas terrestres de algumas imperfeições.

Santa Gertrudes teve outra visão semelhante. Uma Irmã muito virtuosa lhe apareceu depois de morta. Estava de joelhos diante de Deus como imer­sa numa grande tristeza. Gertrudes pediu a Nosso Senhor que usasse misericórdia para com ela. Respondeu Nosso Senhor que si não viessem sufrágios ela teria de pagar toda a dívida à Justiça divina.

Esta alma disse a Gertrudes: “A devoção que tive ao Santíssimo Sacramento me fez colher frutos especiais da divina Hóstia. Eis porque eu entrarei mais depressa e logo no céu”.

Santa Teresa conta na sua Vida ou autobiogra­fia, ter visto saírem do purgatório almas muito vir­tuosas que ela conheceu neste mundo e que julgava estarem no céu e no entanto haviam sofrido nas cha­mas expiadoras. No capítulo XXXVIII a Santa nar­ra vários casos, entre eles o do Provincial dos Car­melitas, homem muito virtuoso. Na ocasião da sua morte, disse a Santa, fiquei muito perturbada e temi pela sua salvação, porque foi prelado vinte anos, o que sempre me inspirava temor por me parecer mui­to perigoso ter encargo de almas. Com grande afli­ção entrei no oratório. Dei-lhe todo bem que tinha feito em minha vida, que bem pouco seria, e disse ao Senhor que suprisse com seus méritos o que faltava àquela alma para sair do purgatório. Estando a pedir a Nosso Senhor do melhor modo que podia, pareceu-me vê-lo sair das profundezas da terra a meu lado direito, e o vi subir ao céu com grande alegria. Pos­to que fosse velho, apareceu-me como tendo apenas trinta anos e até menos, e o rosto resplandecente. Foi rápida esta visão, mas me deixou extremamente consolada.





[1] Esprit de Saint François de Salles — I, cap. LXXIV.
[2] Trat. Purgat. — Cap. II.
[3] Faber — Purgatório, §3.

Gerard d’Avesnes: herói até o holocausto vergou os muçulmanos

Ruínas da fortaleza de Arsur
Ruínas da fortaleza de Arsur

Após a conquista de Jerusalém, na primeira Cruzada, os principais chefes cristãos escolheram rei o Duque de Lorena, Godofredo de Bouillon.

Era um cavaleiro intrépido, famoso pela sua coragem, e a quem mais se devia a vitória.

Quando lhe perguntavam de onde vinha a força para cortar um homem ao meio só com um golpe, ele dizia que suas mãos nunca se tinham manchado com pecados de impureza.

Ao ser eleito rei de Jerusalém, recusou dizendo que “não queria ser coroado com ouro onde Jesus o fora com espinhos”. Aceitou somente o título de Barão e Defensor do Santo Sepulcro.

A cidade muçulmana de Arsur se rebelou. O exército cristão veio então cercá-la com torres rolantes e aríetes.

Os muçulmanos, percebendo que teriam de capitular, tomaram um refém, Gerard d’Avesnes, e o amarraram a um mastro no alto das muralhas.

Assim o cavaleiro seria morto pelas armas cristãs, ou, se o cerco continuasse, pelo sofrimento.



O heroísmo de Gerard d’Avesnes tocou até os muçulmanos
O heroísmo de Gerard d’Avesnes tocou até os muçulmanos


O Duque de Lorena aproximou-se então do lugar do suplício, e disse ao cavaleiro: “Eu não vos posso salvar. Morrei, pois, ilustre e bravo cavaleiro, com a resignação de um herói cristão. Morrei para a salvação dos vossos irmãos e para a glória de Jesus Cristo”.

As palavras de Godofredo deram ânimo a Gerard d’Avesnes, não só para morrer, mas para mais ainda: quis, mesmo depois de morto, continuar de algum modo a luta pela causa da Igreja. Para isto recomendou que suas armas e seu cavalo fossem entregues ao Santo Sepulcro.

A batalha continuou, mas Godofredo de Bouillon não conseguiu tomar a cidade.

Pareceu então que Deus não recompensara a generosidade tão grande de seus filhos, e que o sacrifício de Gerard d’Avesnes fora infrutífero.

Um dia, porém, Gerard d’Avesnes entrou em Jerusalém montado num belíssimo cavalo branco.

Impressionados pelo heroísmo de Godofredo de Bouillon e do supliciado, os muçulmanos haviam-no retirado do madeiro, e mais tarde o libertaram.

Deus, que nunca abandona seus filhos e não se deixa vencer em generosidade, tinha conseguido mover o coração dos infiéis, fazendo-os reconhecer com admiração a grandeza dos cristãos.


Fonte: As Cruzadas

NOMEAR CARDEAL MULHER É ‘EM TESE’ POSSÍVEL, DIZ PORTA-VOZ DE PAPA FRANCISCO.


Pe. Federico Lombardi.
Folha de São Paulo – O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, disse que teoricamente e teologicamente é possível a nomeação de uma mulher como cardeal pelo papa Francisco, mas que isso não está no horizonte – ao menos de curto prazo. 

O próximo consistório (reunião para nomeação de cardeais) está marcado para fevereiro. “Não é uma possibilidade realista. Teológica e teoricamente, é possível [nomear uma mulher cardeal]: para alguém ser cardeal, em tese, não é preciso ter sido ordenado [padre]. Mas daí a sugerir que o papa nomeará mulheres cardeais no próximo consistório não é nem remotamente realista”, declarou.

 Ele não afirmou que isso nunca ocorrerá, porém, apenas que não na próxima leva de nomeações.

As especulações sobre o assunto começaram em setembro, quando o ex-padre Juan Arias, correspondente do jornal espanhol “El País” no Brasil, escreveu um artigo dizendo que Francisco cogitava elevar mulheres ao cardinalato.

No fim de semana, foi o irlandês “Irish Times” que levantou o tema, o que levou à manifestação de Lombardi.


Embora essa possibilidade nunca tenha sido confirmada, chegaram a circular nomes de mulheres “cardinaláveis”, como a teóloga Linda Hogan, do Trinity College de Dublin (Irlanda), e a ex-presidente irlandesa Mary McAleese. Desde sua eleição, Francisco tem dito que é necessário dar maior participação às mulheres na igreja.



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