quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Luz nas trevas: respostas irrefutáveis às objeções protestantes — Contra que os protestantes protestam (Parte IV)



Nota do blogue:  Acompanhe esse Especial AQUI.

Luz nas trevas: respostas irrefutáveis às objeções protestantes
por Pe. Júlio Maria

Livro de 1955 - 224 pag.
Editora VOZES
Petrópolis





CAPÍTULO III

CONTRA QUE OS PROTESTANTES PROTESTAM


Contra quem? Contra o quê? Protesta-se contra aquilo que é injusto ou nos incomoda; e, não sendo assim, protesta-se por vício ou por mania. Os protestantes protestam contra a Igreja católica e contra os ensinamentos da mesma. Por quê? Terá a Igreja católica cometido qualquer injustiça contra eles? Nunca! A Igreja católica, como mãe carinhosa e como pai vigilante, ensina a doutrina recebida por Jesus Cristo... Exorta os homens a praticar a virtude, a afastar-se do mal, a respeitar as pessoas que não partilham o seu credo, embora refutem os erros por elas ensinados.

É a sua tarefa em tempo de paz. E em tempo de guerra, quando é atacada pelos inimigos, defende-se e defende o seu chefe Cristo, como o soldado, atacado pelos inimigos da pátria, defende a sua honra, a sua bandeira e o seu chefe.

É o seu direito. É o seu dever. Atacada, ela se defende; perseguida, ela reza e sofre; levada ao patíbulo — o católico morre; porém a Igreja não pode morrer; — ela se levanta mais radiante do meio do sangue dos seus filhos, para cantar o seu hino de triunfo em cima do túmulo dos seus perseguidores.

Quanto aos seus inimigos, ela perdoa, reza por eles e procura converter seus próprios algozes. Tudo isto é nobre, é leal, é brioso, e deve excitar a admiração e não o ódio.

Não podendo protestar contra qualquer injustiça da parte da Igreja católica, deve-se concluir que os protestantes protestam, porque ela os incomoda. Isso pode ser. A verdade incomoda a mentira; a virtude incomoda o vício; a honestidade incomoda a ganância; Deus incomoda o demônio.

Estamos de acordo neste ponto. A Igreja católica, pelo seu ensino, sempre idêntico e sempre invariável; pela sua organização admirável; pela sua santidade que realiza na pessoa de seus filhos; pelas altas intelectualidades que a professam, defendem e exaltam, forma com tudo isso um astro luminoso, que incomoda a retina visual da miopia protestante. Assim, incomoda ao libertino a pureza de uma donzela, como incomoda ao ladrão a presença da polícia, como incomoda ao bêbado a temperança dos sensatos. 

Isto é lógico. A mão coça onde há coceira, diz o ditado. Assim explicado, compreende-se a razão íntima do protesto dos protestantes e a mira desse protesto...

Não protestam nem contra a barbaridade de um Calles, no México; nem contra a tirania de um Lenine, na Rússia, nem contra a perversidade do espiritismo, nem contra a imoralidade dos costumes e das modas. Isto, para eles, não merece protesto, mas merece-o a Igreja de Cristo, a Igreja do Papa, a Igreja de Roma, que atravessa os séculos, passando por cima dos ódios e da lama dos vícios, sempre bela, sempre pura, sempre majestosa e sempre divina!... Ah! Isso é demais... é preciso protestar – e o protestante, escutando a calúnia dos seus pastores, em vez de escutar a voz do bom-senso, protesta e vive protestando.

Cristo, o verdadeiro Deus, dirigindo-se a Pedro, disse: Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela (Mt. 16, 18). Estarei convosco até o fim dos séculos (Mt. 28, 20). Se alguém, ainda que fosse um anjo do céu, vos anunciasse outro evangelho além do que vos tenho anunciado, seja anátema (Gál. 1, 8). Pedro, rezei por ti, para que a tua fé nunca venha a desfalecer (Lc. 22, 32).

Tudo isto é claro; é tal um sol refulgente!

O protestante, entretanto, protesta, e tapando os olhos com os dois punhos, grita: — “Não! São Pedro não é o chefe da Igreja! — Não é ele o primeiro papa! — Ele nunca esteve em Roma! — Não tem nenhuma autoridade! A Igreja romana está errada!... A religião verdadeira é o protestantismo de Lutero!

Cristo disse: Minha Igreja! É um erro! grita o protestante, a igreja verdadeira é a de Lutero.

Pobres protestantes! Protestam contra Deus, contra a Igreja fundada por Cristo, filho de Deus, contra a Igreja fundada por Cristo e contra a doutrina ensinada por Deus.

Mas, então, em que acreditais, pobres protestantes? Se fôsseis sinceros, devíeis responder: Só acreditamos no protesto.

Afirmamos tudo aquilo que a Igreja católica nega, e negamos tudo que ela afirma: eis a nossa religião. Nós protestamos!

A Igreja católica crê que São Pedro e seus sucessores são os representantes de Cristo na terra. Nós protestamos!

A Igreja católica crê na pureza imaculada da Mãe de Jesus, honrando-a e invocando-a. Nós protestamos!

A Igreja crê na confissão, no poder que o sacerdote recebeu de Cristo, de perdoar os pecados. Nós protestamos!

A Igreja crê no céu para os justos, no inferno para os maus e no purgatório para aqueles que têm de expiar ainda umas faltas. Nós protestamos!

A Igreja crê na intercessão dos santos, no culto dos finados, na união que existe entre os vivos e os mortos. Nós protestamos!

A Igreja crê nos sete sacramentos, no poder da oração, no valor das boas obras, nas indulgências concedidas pela Igreja. Nós protestamos!

A Igreja crê na bíblia, como um livro divino, exigindo uma interpretação autêntica, feita por uma autoridade legítima. Nós protestamos!

A Igreja crê na tradição, conforme as palavras de São Paulo: Conservai as tradições que aprendestes, ou por nossas palavras, ou nossa carta (2 Tess. 2, 14). Nós protestamos!

Eis o protesto dos protestantes. Eis por que, como e contra que eles protestam[1].

Para quem quer refletir e é capaz de o fazer, a verdade se impõem com todo o rigor e com todas as suas conseqüências.

O protestantismo é uma seita humana, de revoltosos ou de ignorantes, de orgulhosos ou de néscios. Numa palavra, é bem a seita anunciada por São Paulo: Muitos andam... que são inimigos da cruz de Cristo, cujo fim é a perdição, cujo deus é o ventre, e cuja glória é para confusão deles, que só pensam nas coisas terrenas (Filip. 3, 18-19).

Não é isso o retrato perfeito de tais pastores, protestantes, exploradores, vendedores de bíblias, de sermões e consciências, que só pensam em ganhar dinheiro e em passar boa vidinha?

Reflitam sobre isto, pobres protestantes iludidos, enganados por estes falsários que nada têm de pastores, mas que, como o disse Cristo, são ladrões e salteadores (Jo. 10, 1).



[1]  Cf. o nosso livro: “O Anjo das Trevas”, Polêmicas de doutrina, de ciência e de bom senso, Cap. VII: O Bibeball protestante — e o cap. V: O tinteiro de Satanás.
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