segunda-feira, 22 de setembro de 2014

INFORMAÇÃO SEM MORDAÇA



Nota do blogue

De uns tempos para cá, em alguns círculos que se afirmam partidários da tradição católica, a figura de Putin, supremo mandatário russo, tem aparecido cercada de uma inexplicável auréola.

Por razões até hoje ignoradas ou mal explicadas, fizeram-no passar, quase da noite para o dia, por um processo de 'blanchissage' (branqueamento, limpeza): patrono ilibado da derrubada da 'ordem mundial', patrocinador da restauração dos valores morais, e por aí afora.. De permeio, há quem afirme que seria oponente máximo do 'sionismo' mundial, razão pela qual deveríamos cerrar fileiras em torno de suas iniciativas, por mais atentatórias do direito natural e da moral que possam ser.

Em carta recente a este blog, um estimado missivista não hesitou em afirmar que não se deveria atacar a política de Putin, como não se deve atacar o que fez Hitler, que, segundo o mesmo leitor, teria sido -- tanto um, no passado, quanto o outro, no presente --, ardoroso combatente do 'anti-sionismo'.

Em face disso, pergunta-se: será que efetivamente foi assim no passado?

Uma breve incursão pela história da Segunda Guerra Mundial esclarece a realidade dos fatos.

Pode não ser 'politicamente correto' dizê-lo, mas é moralmente inexcusável ocultá-lo. Trata-se de umas breves pinceladas sobre a real atitude do nazismo em face do denominado 'sionismo'. O depoimento parte de uma pessoa insuspeita, por isso, o reproduzimos abaixo.

Matéria para reflexão: é muito fácil construir mitos -- mais difícil desmascará-los. Será, porém, sempre oportuno restabelecer a verdade dos fatos.







Por Raphael de la Trinité


Este blog consagra-se a reproduzir e a comentar matérias de palpitante atualidade, tendo em vista atender às naturais demandas da opinião pública católica.

Caso alguma das informações transmitidas não goze de real credibilidade, compete dirigir-se às agências noticiosas que difundiram a notícia.

Obviamente, se, em dado caso concreto, estivermos em presença de alguma informação errônea ou inidônea, desde que efetivamente comprovado o engano, será estampada aqui a indispensável retificação.

No entanto, será esse o caso? Recorramos os documentos históricos. Sem dúvida, contra fatos não há argumentos.


SOBRE A CONDENAÇÃO DA IGREJA CATÓLICA AO NAZISMO

"Somente espíritos superficiais podem cair no erro de falar de um deus nacional, de uma religião nacional, e empreender a tola tentativa de captar nos limites de um só povo, na estreiteza de uma só raça, Deus, criador do mundo, Rei e legislador dos povos, diante de cuja grandeza as nações são pequenas como gotas d"água que caem de um balde".

Mais um texto de Pio XI refutando doutrinariamente a tese absurda de que o nazismo não teria sido contrário ao cristianismo:

"Se homens, que nem são unidos em sua fé em Cristo, vos seduzem e lisonjeiam com o fantasma de uma igreja nacional alemã, sabei que isto não é outra coisa senão renegar a única Igreja de Cristo, numa apostasia manifesta do mandado de Cristo de evangelizar todo o orbe, o que só uma Igreja universal pode realizar." (Pio XI, Mit brennender Sorge).


O QUE HITLER AFIRMAVA SOBRE A IGREJA CATÓLICA

"Para o nosso povo [alemão], ao contrário, a religião é um assunto capital. Tudo depende de saber se ele permanecerá fiel à religião judeu-cristã e à moral servil da piedade, ou se ele terá uma nova fé, forte, heroica, em um Deus imanente na natureza, em um Deus indiscernível de seu destino e de seu sangue" (H Rauschning, "Hitler m'a dit", p. 65).

A alusão de Hitler a um Deus imanente, inseparável do sangue, isto é, da raça alemã, coincide com a tese condenada pela Mit brennender Sorge, de Pio XI, referente a um ‘deus’ nacional.


SOBRE A REDENÇÃO DE CRISTO, Hitler dizia:

"À doutrina cristã do primado da consciência individual e da responsabilidade pessoal, eu oponho a doutrina da nulidade do indivíduo e de sua sobrevivência na imortalidade visível da nação. Eu suprimo o dogma da redenção dos homens pelo sofrimento e pela morte de um Salvador divino [Hitler, portanto, ataca, neste parágrafo, a fé na divindade de Cristo e nos méritos da Sua Morte de cruz], e proponho um dogma novo da substituição dos méritos: a redenção dos indivíduos pela vida e pela ação do novo Legislador-Führer, que vem aliviar as massas do fardo da liberdade". (H. Rauschning, op. cit. p. 254).

Esses dois movimentos - nazismo e sionismo -- têm origem semelhante. Ambos são nacionalistas. Ambos se julgam movimentos defensores de uma raça superior.

O Nazismo nasceu do nacionalismo liberal. Seu lema era "Ein Volk, ein Reich, ein Führer", lema oriundo do nacionalismo da Revolução Francesa. Foi o nacionalismo que fez Monroe declarar "A América para os americanos". Hitler, da mesma forma, poderia ter dito: "A Alemanha para os alemães".

Os judeus sionistas pensavam que a Judéia devia ser dos judeus. O Sionismo intentava obter em favor dos judeus o mesmo que o nazismo pretendia [supostamente] em favor dos alemães.

Querendo a Alemanha só para os alemães, o nazismo pleiteava, de fato, que os judeus saíssem de seu país. Desejando um lar nacional, os judeus sionistas compeliam os judeus a sair da Alemanha e de toda a Europa.

Originou-se daí a organização da emigração dos judeus da Alemanha para a Palestina, algo que a maioria dos judeus alemães assimilados categoricamente recusava. Já teve oportunidade de ler o livro de Hannah Arendt, "Eichmann em Jerusalém"? As teses fundamentais desse livro de Hannah Arendt são muito ilustrativas do ponto de vista histórico:

1) OS SIONISTAS COOPERARAM COM OS NAZISTAS NO HOLOCAUSTO. (HANNAH ARENDT, OP. CIT , P. 15, 36, 53,70, 72, 74 ETC.)

2) O HOLOCAUSTO FEITO PELOS NAZISTAS E SIONISTAS ENTERROU, PROVAVELMENTE PARA SEMPRE, O ANTI-SEMITISMO. (HANNAH ARENDT, OP.CIT. P. 21).

Em conseqüência, pode-se dizer que foi o nazismo que permitiu o renascimento do Estado de Israel. Sem o Nazismo, o Estado de Israel, muito provavelmente, nem existiria hoje.

O nazismo, pela natureza da perseguição movida contra os judeus, forçou o êxodo maciço de judeus para a Palestina, o que permitiu o triunfo do Sionismo. A derrocada do nazismo, em 1945, e o renascimento do Estado de Israel, em 1948, são dois fatos que é impossível não relacionar como causa e efeito, pelo menos circunstancialmente.

Haja vista estes textos de Hannah Arendt sobre o denominado Holocausto, que reproduzo abaixo:

"... porque os sionistas, segundo os nazistas, eram ‘os judeus decentes’, porque eles também pensavam em termos nacionais" (H. Arendt, op. cit, p.73).

"Nesses primeiros anos, havia um acordo mútuo altamente satisfatório entre as autoridades nazistas e a Agência Judaica para a Palestina - um Há"avarah, um Acordo de Transporte, que permitia que um emigrante judeu para a Palestina pudesse transferir seu dinheiro para lá em bens alemães e trocá-los por libras ao chegar" (H. Arendt, op. cit., p. 73).

"Pois é indiscutível que durante os primeiros estágios de sua política judaica, os nacionais socialistas acharam adequado adotar uma atitude pró-sionista" (Hans Lamm, apud Hannah Arendt, op cit p. 72).

Hannah Arendt informa que o próprio Eichmann se "converteu ao sionismo, imediata e definitivamente", ao ler o "famoso clássico sionista Der Judenstaat de Theodor Herzl, o fundador do movimento sionista". (Cfr. H. Arendt, op. cit. p. 53).

"Seus [de Eichmann] primeiros contatos pessoais com funcionários judeus, todos eles bem conhecidos sionistas de longa data, foram inteiramente satisfatórios. A razão de tanto fascínio [de Eichmann] pela ‘questão judaica’, conforme ele próprio [Eichmann] explicou, era seu ‘idealismo’; esses judeus, ao contrário dos assimilacionistas, que sempre desprezou, e ao contrário dos judeus ortodoxos, que achava tediosos, eram ‘idealistas’ como ele próprio". (H. Arendt, op. cit. p.54).

"O maior ‘idealista’ que Eichmann encontrou entre os judeus foi o Dr. Rudolf Kastner, com quem negociou durante as deportações judaicas da Hungria e com quem firmou um acordo: Eichmann permitiria a partida ‘legal’ de alguns milhares de judeus para a Palestina (os trens eram, de fato, guardados pela polícia alemã) em troca de ‘ordem e tranqüilidade’ nos campos de onde centenas de milhares eram enviados a Auschwitz. Os poucos milhares, salvos por esse acordo, judeus importantes e membros das associações jovens de sionistas, eram, nas palavras de Eichmann, "o melhor material biológico". O Dr. Kastner, no entender de Eichmann, sacrificava seus irmãos judeus à sua ‘ideia’, e assim devia ser". (H. Arendt, op. cit. p. 54).

Se não fosse uma pensadora judia e de tanta autoridade como Hannah Arendt que escrevesse isso, não se acreditaria nesses fatos. Dir-se-ia invenção de nazistas ou de antissemitas. Entretanto, Hannah Arendt é judia, nada suspeita de antissemitismo.

O acordo entre o Nazismo e o Sionismo incluía até mesmo o treinamento de jovens judeus sionistas para irem para a Palestina!

Que tipo de treinamento seria oferecido a esses emigrantes judeus?

"Para Eichmann, o que mais importava eram os emissários da Palestina. Estes procuravam a Gestapo e a SS por iniciativa própria, sem aceitar ordens, nem dos sionistas alemães, nem da Agência Judaica para a Palestina. Eles vinham a fim de convocar ajuda para a emigração ilegal de judeus para a Palestina governada pela Grã-Bretanha, e tanto a Gestapo como a SS ajudavam-nos. Eles negociaram com Eichmann em Viena e relataram que ele era ‘polido’, ‘não do tipo que grita’ e que chegou a lhes oferecer fazendas e instalações para o estabelecimento de campos de treinamento vocacional para possíveis emigrantes. (‘Em uma ocasião, ele expulsou um grupo de freiras de um convento para fornecer uma fazenda de treinamento para jovens judeus’, e, em outra, pôs à disposição ‘um trem especial e oficiais nazistas acompanharam’ um grupo de emigrantes que seguiam ostensivamente para fazendas de treinamento na Iugoslávia, para que atravessassem a fronteira em segurança.) (H. Arendt, op. cit. p. 74.).

O nazismo era tão cristão e tão anti-sionista [irridebit!], que expulsava freiras de um convento, só para treinar jovens sionistas que se preparavam para emigrar para a Palestina...

Essa aliança Nazista-Sionista não funcionou só antes da guerra. Mesmo em plena execução da "Solução Final" genocida, os emissários sionistas da Palestina tinham a permissão para ir até Auschwitz selecionar ‘material adequado’ judaico entre os prisioneiros do famoso Campo de extermínio:

"... esses judeus da Palestina (...) eram mandados para a Europa pelos assentamentos comunais da Palestina, e não estavam interessados em operações de salvamento: ‘Não era essa a sua função’. Eles queriam selecionar ‘material adequado’, e seu principal inimigo, antes do programa de extermínio, não eram aqueles que faziam da vida um inferno para os judeus nos velhos países, Alemanha ou Áustria, mas aqueles que barravam o acesso à nova pátria; esse inimigo era definitivamente a Grã-Bretanha, não a Alemanha. Na verdade, eles estavam em posição de negociar com as autoridades nazistas em bases que beiravam a igualdade, coisa que os judeus nativos não podiam fazer (...), estavam provavelmente entre os primeiros judeus a falar abertamente sobre interesses mútuos e foram certamente os primeiros a receber a permissão ‘para selecionar jovens pioneiros judeus’ entre os judeus dos campos de concentração". (H. Arendt, op. cit. p. 74-75.).

Não obstante, enquanto os membros dos governos de fachada [nos territórios ocupados pelos nazistas] eram de modo geral escolhidos entre os partidos de oposição, os membros dos Conselhos Judeus eram comumente os líderes reconhecidos em cada região. A estes, os nazistas outorgavam enormes poderes — até eles também serem deportados para Theresienstadt ou Bergen-Belsen, se fossem da Europa Central ou Oriental, ou para Auschwitz, se fossem da comunidade da Europa Ocidental". (H. Arendt, op cit, p. 134.).

Theresienstadt era um lugar para judeus "decentes" ou especiais, como dizia Eichmann: "Sabemos, de fontes melhores do que a memória deficiente de Eichmann, que desde o começo Heydrich planejara que Theresienstadt servisse como um gueto especial para certas categorias privilegiadas de judeus, principalmente, mas não exclusivamente da Alemanha". (H. Arendt. op. cit. p. 95).

O próprio Hitler selecionava alguns judeus privilegiados para serem poupados.

"Conta-se que o próprio Hitler conhecia 340 ‘judeus de primeira classe’ que ele fez assimilar ao status de alemães ou a quem concedeu privilégios de meio judeus. Milhares de meio judeus tinham sido eximidos de todas as restrições, o que pode explicar o papel de Heydrich na SS e o papel do Generalfeldmareschall Erhard Milch na Força Aérea de Goering, pois era de conhecimento geral que Heydrich e Goering eram meio judeus". (H. Arendt, op. cit. p. 150).


SOBRE A COOPERAÇÃO SIONISTA COM O NAZISMO E COM O HOLOCAUSTO, HANNAH ARENDT RELATA EPISÓDIOS DIGNOS DE NOTA, MOSTRANDO COMO O NAZISMO COOPEROU PARA O NASCIMENTO DO ESTADO DE ISRAEL, POR MEIO DO ANTI-SEMITISMO.

"Mas a verdade integral é que existiam organizações comunitárias judaicas e organizações recreativas e assistenciais tanto em nível local como internacional. Onde quer que vivessem judeus, havia líderes judeus reconhecidos, e essa liderança, quase sem exceção, cooperou com os nazistas de uma forma ou de outra, por uma ou outra razão". (H. Arendt, op. cit. p. 141).

Havia uma polícia judaica encarregada de procurar e prender judeus destinados à morte e que haviam fugido:

"Eichmann e seus homens informavam aos Conselhos de Anciãos Judeus quantos judeus eram necessários para encher cada trem, e eles elaboravam a lista de deportados. Os judeus se registravam, preenchiam inúmeros formulários, respondiam páginas e páginas de questionários referentes a suas propriedades, de forma que pudessem ser tomadas mais facilmente; depois se reuniam em pontos de coleta e embarcavam nos trens. Os poucos que conseguiam se esconder ou escapar eram recapturados por uma força policial judaica especial". (H. Arendt, op cit. p. 131).

Até mesmo o extermínio físico dos judeus nos campos de concentração era feito com a cooperação dos judeus:

"O fato bem conhecido de que o trabalho direto dos centros de extermínio ficava usualmente nas mãos de comandos judeus foi justa e cabalmente estabelecido pelas testemunhas de acusação -- como eles trabalhavam nas câmaras de gás e nos crematórios, como eles arrancavam os dentes de ouro e cortavam os cabelos dos mortos, como eles cavavam os túmulos e os desenterravam de novo para eliminar os traços de assassinato em massa; como técnicos judeus haviam construído as câmaras de gás em Theresienstadt, onde a ‘autonomia’ dos judeus havia sido levada tão longe, que até o carrasco era judeu". (H. Arendt., op cit. p. 139).

Seria preciso praticamente reproduzir todo o livro de Hannah Arendt, tantas informações interessantes ali estão contidas.

Para não estender demais esta missiva, detenho-me aqui.


SOBRE OS ‘EXPERIMENTOS’ NAZISTAS

"Mengele ordenara a execução de dois judeus, pai e filho. O pai era corcunda, e o filho tinha uma deformação em um pé. Para estudar a causa dessas deformidades, e usar os resultados para comprovar uma suposta degeneração da raça judaica, Mengele ordenou que se matassem os dois, que se cozinhassem os corpos e que se limpassem os seus esqueletos, para mandá-los para um museu racista em Berlim. Quando o Dr. Miklos teve que cozinhar os cadáveres desses pobres prisioneiros em um tonel de metal, enquanto o tonel esfriava, alguns prisioneiros famintos comeram a carne humana desses dois cadáveres fervidos". (Cf. Miklos Nyisli, Médico em Auschwitz, p. 218.)

E sobre a comida que normalmente era servida aos prisioneiros de Auschwitz, diz o Dr. Miklos:

"Como alimento, recebem pão bolorento. É fabricado com castanhas selvagens, margarina feita de linhite e trinta gramas de salsicha fabricada e com carne de cavalo sarnoso. O conjunto não ultrapassa setecentas calorias.

“Essa ‘refeição’ é regada com meio litro de sopa de urtigas ou de nabos suecos, sem gordura, sem farinha e sem sal. Após quatro ou cinco dias, a disenteria invariavelmente surge; depois de três ou quatro semanas, o indivíduo já não sofre — pois infalivelmente sucumbe, quaisquer que sejam os cuidados". (Miklos Nyisli, "Médico em Auschwitz", Otto Pierre editores, Rio de Janeiro, 1980, p. 119, p. 52 a 61).


À vista do que foi exposto, será necessário aduzir algo?
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