sábado, 31 de janeiro de 2015

Militares da VENEZUELA fogem para os EUA. O barco vai afundar? – “Nas forças armadas há medo, raiva…”



DESTAQUE

Não é só no Brasil que a credibilidade no governo despenca a olhos vistos. Na Venezuela, após as estrondosas denuncias do Capitão Salazar, principal guarda costas de Hugo Chaves e do líder do governo no Congresso, a sociedade está cada vez mais inquieta. Maria Corina tem dado declarações com frequência contra a violência perpetrada pela polícia, que é cada vez mais arbitrária na repressão às manifestações. O governo, que dá sinais que se prepara para um combate, assinou essa semana nova norma que autoriza o uso de munição letal em manifestações.

Chama a atenção o fato da maioria dos desertores serem membros da segurança presidencial, o que indica que, sendo militares e profundos conhecedores dos hábitos e negociatas de membros do governo, devem ter abandonado o barco por achar que pode “afundar” a qualquer momento e, obviamente, eles não desejam ser arrolados entre aqueles que apoiam o chavismo.


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Não é só no Brasil que a credibilidade no governo despenca a olhos vistos. Na Venezuela, após as estrondosas denuncias do Capitão Salazar, principal guarda costas de Hugo Chaves e do líder do governo no Congresso, a sociedade está cada vez mais inquieta. Maria Corina tem dado declarações com frequência contra a violência perpetrada pela polícia, que é cada vez mais arbitrária na repressão às manifestações.  O governo, que dá sinais que se prepara para um combate, assinou essa semana nova norma que autoriza o uso de munição letal em manifestações.
O general Angel Vivas publicou um ultimato para que o governo renuncie. O general convoca os patriotas para “pegar em armas” e enfrentar o governo nesse final de semana. Vivas dirigiu também uma mensagem aos dirigentes políticos, instando-os para que “abandonem seus interesses pessoais e venham a unir-se em demora a luta patriótica, que também é sua, lutando para salvar a pátria.” 


Chama a atenção o fato da maioria dos desertores serem membros da segurança presidencial, o que indica que, sendo militares e profundos conhecedores dos hábitos e negociatas de membros do governo, devem ter abandonado o barco por achar que pode “afundar” a qualquer momento e, obviamente, eles não desejam ser arrolados entre aqueles que apoiam o chavismo.
Carlos Ramirez Lopez, um conhecido advogado venezuelano, emitiu comunicado informando que oito militares do primeiro escalão da segurança presidencial de Nicolás Maduro desertaram.  Disse ainda que os mesmos estão nos EUA bem protegidos.
O advogado disse ainda que “Quando soube-se da deserção do capitão Salazar ocorreu uma intensa pesquisa que detectou quais membros da segurança de maduro haviam fugido”. Vejam o nome de alguns dos militares:  “Tenente Cristian T. Rodriguez, o tenente-comandante Javier Rodriguez Marquez, o tenente-comandante Franklin Rodríguez Rodríguez, tenente Erick Morales Capitão Alexis Infante Uranga, Tenente Eusebio Martinez Reyes, comandante William Almea Guevara e tenente Alexis Coronado Patiño “.
Segundo o advogado, todos esses homens “são detentores de informações importantes que corroboram o que disse Leamsy Salazar”, e por isso também passam a ser protegidos nos EUA. Ramirez disse que a investigação está em trâmites finais e que logo deve ser divulgada para o mundo.
Leamsy Salazar denunciou nos EUA que o líder do Legislativo Venezuelano, Diosdado Cabello, capitão do Exército, está envolvido, junto com vários militares e o governo de CUBA, em operações de tráfico de drogas, inclusive com o uso de aeronaves do governo venezuelano.
Ramirez informou que existem outros oficiais militares que permanecem ainda na Venezuela que estão se opõem ao governo atual, mas ressaltou que não fornecerá seus nomes por questão de segurança. Segundo o advogado nas forças armadas da Venezuela há um clima de insatisfação generalizada.
“Nas forças armadas há de tudo, medo, raiva, desejo de sair, outros que querem fazer alguma coisa…”.


Fonte: Go Tropa News

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Nova organização mundial de católicos gays escreveu ao Sínodo



DESTAQUE

No documento enviado a Roma, os participantes do congresso escrevem que o matrimônio é uma realidade em constante mudança e defendem que o Sínodo apoie e abençoe os esforços dos católicos homossexuais “no sentido de estabelecer relações autênticas”.
O documento ainda sugere que a Igreja deveria abençoar os “casais constituídos por pessoas do mesmo sexo casadas civilmente, seguindo o exemplo de Jesus que nunca rejeitou ninguém que se aproximasse dele com um coração sincero”. Para estes católicos homossexuais, o Evangelho se resume “em uma palavra: amor”.
Confia que “a semente está lançada”, após escutar as palavras do Papa Francisco, domingo passado, durante a beatificação de Paulo VI.

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Um congresso fundador da nova Organização Mundial de Associações Gay Católicas (WOHCA) enviou uma carta ao Sínodo dos Bispos, contestando algumas ideias da doutrina tradicional da Igreja sobre a questão homossexual e pedindo uma “acolhida autêntica” das comunidades cristãs aos gays.


Fonte: http://goo.gl/p27cYC





A reportagem é de António Marujo, publicada por Religión Digital, 25-10-2014. A tradução é do Cepat.


O documento enviado a Roma – de fato, uma carta seguida de um documento doutrinário – pede que na Igreja não se faça “discriminação entre as pessoas, não marginalizando a ninguém, mas, sim, dando a cada um o que se pode dar, imitando a Deus Pai”.
O texto, que se preocupa em estender a mão à Igreja oficial e enfatizar os aspectos positivos da visão da doutrina católica sobre o fenômeno, começa dizendo que a homossexualidade “existe na história de todas as sociedades e culturas”. O documento não se limita a pedir acolhida, mas acrescenta: “Expressamos nosso desejo sincero, ardente e honesto, de amar e servir à Igreja de uma maneira mais concreta e ativa nos diversos ministérios leigos abertos a todos os membros do povo de Deus, de acordo com as nossas possibilidades”.

José Leote, do grupo português Rumos Novos, responsável pela organização do congresso, afirmou que é importante entender que os homossexuais “possuem experiências espirituais e religiosas tão dignas como as outras pessoas”.

No documento enviado a Roma, os participantes do congresso escrevem que o matrimônio é uma realidade em constante mudança e defendem que o Sínodo apoie e abençoe os esforços dos católicos homossexuais “no sentido de estabelecer relações autênticas”.



Pedindo uma atitude de respeito, compaixão e delicadeza, dizem que o Sínodo sobre a Família deveria incluir, em suas conclusões, “uma linguagem para a acolhida na misericórdia, como expressão de amor” e que haja “linhas pastorais” necessárias para a integração e acolhida dos homossexuais nas comunidades cristãs.

Fonte: http://goo.gl/p27cYC

O documento ainda sugere que a Igreja deveria abençoar os “casais constituídos por pessoas do mesmo sexo casadas civilmente, seguindo o exemplo de Jesus que nunca rejeitou ninguém que se aproximasse dele com um coração sincero”. Para estes católicos homossexuais, o Evangelho se resume “em uma palavra: amor”. Apesar de muitas vezes sofrerem “a dor da discriminação, da intolerância e da separação” em muitas comunidades, seu maior desejo é “construir pontes” dentro da Igreja.

José Leote descreve os diferentes estados de ânimo das duas semanas do Sínodo: “O relatório provisional mostrou a abertura, no sentido que o Papa pediu, de uma Igreja mais próxima de todas as pessoas. Ao final, viu-se que uma parte da hierarquia quer continuar com uma Igreja alfandegária da fé e não um hospital de campanha, com uma insistência no direito canônico, esquecendo que ‘o sábado foi feito para o homem’ e não ao contrário”. Entretanto, confia que “a semente está lançada”, após escutar as palavras do Papa Francisco, domingo passado, durante a beatificação de Paulo VI.

O congresso fundador da nova WOHCA ocorreu em Portimão (Algarve, sul de Portugal), coincidindo com o início doSínodo dos Bispos. Participaram quarenta representantes de associações de homossexuais católicos de oito países: Portugal, Espanha, Argentina, Brasil, Costa Rica, México, Peru e Estados Unidos.

Paralelamente ao Sínodo, um II Congresso acontecerá em Sevilha, em outubro de 2015, para debater e aprovar os estatutos da nova evangelização, após prepará-los durante os próximos meses.

Fonte: Unisinos

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

O impacto da pornografia sobre os meninos — Um grande desafio da educação atual


DESTAQUE
Graças a este veneno, a ilusão e a culpa estão amolecendo o caráter de nossos meninos. Como dizia meu antigo diretor, “você não pode esculpir numa gelatina”. Meninos sempre tiveram dificuldades com motivação e atenção. A pornografia agrava esses problemas ao conduzir os garotos a um mundo turvo onde eles, apenas eles, estão no controle. A escola tenta ajudar os meninos a saírem de si. A pornografia puxa-os para dentro de si, e depois de um tempo, acorrenta-os para mantê-los ali, presos em si mesmos e separados do mundo que eles estão chamados a conhecer como homens de garra e sensibilidade.


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Por Sean Fitzpatrick


O diretor da escola onde estudei na minha adolescência era sempre muito reticente quanto à admissão de alunos que tinham sido expostos à pornografia.
Ele sabia que meninos que tinham contato com pornografia frequentemente tinham seu processo de educação prejudicado. Hoje sou diretor da mesma escola e estou cada vez mais convencido de que meu antigo diretor estava certo. A pornografia destrói a inocência própria de certos anos da vida do menino, um componente importante na sua educação – especialmente quando essa educação é fundamentada na pedagogia clássica do encanto, da imaginação e da satisfação. Além disso, estou cada vez mais convencido de que estou enfrentando uma crise que o meu antigo diretor não teve de enfrentar. Enquanto ele considerava a possibilidade de que algum menino talvez tivesse tido contato com pornografia, eu tenho de considerar a possibilidade de que todo menino já teve algum contato com pornografia.
A pornografia avançou muito nas últimas décadas. Há uma cena em um filme de Woody Allen da década de 70 em que ele examina e compra material pornográfico em uma banca de esquina. Ele é forçado a encarar as censuras de um balconista sem tato e o escrutínio de um cliente antipático. Esses dias já se foram. As revistas não ficam mais guardadas no topo das estantes. Já não é necessário fazer compras em público. Já não há mais evidências físicas. Tudo é anônimo, instantâneo e fácil. A grande disseminação da pornografia veio com os avanços da tecnologia da informação. Hoje temos a internet e, para muitos, internet é sinônimo de pornografia.
Não há dúvida de que desde o advento da internet a pornografia está amplamente mais acessível e mais difundida. Tornou-se uma tentação padrão, sistemática: um fato impregnado à vida das pessoas, especialmente à vida dos mais jovens – e, especificamente, à vida dos homens. Há inúmeras pesquisas que analisam o número de páginas de internet dedicadas à pornografia, seu poder viciante ou seu impacto nos relacionamentos, no corpo e no cérebro. Mas uma coisa é certa, mesmo sem dados científicos ou estudos acadêmicos: a pornografia da internet está prejudicando a vida e as mentes de possivelmente todos os meninos neste país, levantando obstáculos a sua capacidade para se tornarem virtuosos e sábios – em outras palavras, impedindo sua educação.
Supor que meninos em geral – e até mesmo meninos de boas famílias – não estão expostos a alguma forma de pornografia é ingenuidade. Em nossos dias, a presença da pornografia é um fato consumado. Ela tem sido amplamente difundida, de forma estratégica e insidiosa. A pornografia é inescapável, pois está imediatamente acessível. Está a apenas um clique de distância e, portanto, em todo lugar. Essa é a realidade que precisa ser encarada antes de ser combatida e a prudência requer que pais e educadores já levem em conta os efeitos da pornografia nos meninos de hoje. De forma intencional ou não, hoje em dia é difícil imaginar que a maioria dos meninos – senão todos – não tenha encontrado material pornográfico e não tenha se tornado vítima de suas mentiras.
Como qualquer mentira, a pornografia é inimiga da verdade e portanto inimiga de uma educação autêntica. A pornografia impede que o menino aceite e aprecie a educação pois cria uma barreira à imaginação ao entorpecer a capacidade de admiração e contemplação. Sem essa capacidade, a educação é, na melhor das hipóteses, manca. Sócrates ensinou que a capacidade de contemplar é o princípio da sabedoria, o pré-requisito para a educação. A pornografia fere a habilidade de contemplar por meio do desnudamento descarado de uma das fontes mais sagradas de admiração. Torna os garotos indiferentes à beleza, subtraindo dos meninos sua inocência por meio da eliminação dos mistérios do coração, prejudicando gravemente sua capacidade de sentir prazer e veneração pelo belo. Espíritos que perderam a sensibilidade não são maleáveis à formação. O cinismo logo se desenvolve como uma defesa. Os meninos finalmente são derrotados pela apatia em um mundo que não mais os encanta. A fantasia – ou a blasfêmia – do simulacro produzido pela pornografia traz consigo a perda do desejo pela realidade, fundamento de toda a educação. A educação por meio da exposição à realidade é uma ferramenta particularmente poderosa para educar meninos, já que os meninos são normalmente muito sensoriais e ativos. A experiência do mundo e seus mistérios é a arena da imaginação e da contemplação. A pornografia erradica o mistério e, sem mistério, os meninos perdem sua habilidade de admirar e, por conseguinte, de alcançar a sabedoria – principal finalidade da educação.
Evidentemente, a pornografia afeta garotos e homens com enorme força devido à particular fraqueza masculina para estímulos sexuais visuais. Mas, além disso, a pornografia também distorce o impulso masculino de exercer controle, transformando-a em um vício. A pornografia cria um falso mundo de supremacia masculina, distorcendo a balança da verdade – de atividade e passividade – que a educação introduz e fomenta. Homens têm uma natural predisposição para proteger a mulher, mas a pornografia introduz um elemento de violação da dignidade da mulher – quase um estupro – que destrói o senso do garoto de uma identidade essencial da masculinidade. Essas perversões no auto-conhecimento inibem o conhecimento das coisas do mundo exterior. Garotos aprendem bem por meio da experiência pessoal e, se essa experiência está deturpada, as demais experiências também sofrerão uma deturpação. Além disso, o senso hipertrofiado de domínio e manipulação que a pornografia cria pode provocar um bloqueio instintivo para a recepção de verdades supremas e sólidas. A realidade não pode ser escravizada como uma fantasia. Como consequência, a realidade é rejeitada tão logo se instala o gosto pela ilusão pornográfica.
O veneno da pornografia pode ser descrito como a mistura de um paradigma anti-masculino e uma propaganda anti-feminina. Graças a este veneno, a ilusão e a culpa estão amolecendo o caráter de nossos meninos. Como dizia meu antigo diretor, “você não pode esculpir numa gelatina”. Meninos sempre tiveram dificuldades com motivação e atenção. A pornografia agrava esses problemas ao conduzir os garotos a um mundo turvo onde eles, apenas eles, estão no controle. A escola tenta ajudar os meninos a saírem de si. A pornografia puxa-os para dentro de si, e depois de um tempo, acorrenta-os para mantê-los ali, presos em si mesmos e separados do mundo que eles estão chamados a conhecer como homens de garra e sensibilidade.
A pornografia retrata as mulheres como objetos sexuais descartáveis, distanciando os meninos da ideia de permanência. A educação, por outro lado, versa sobre coisas permanentes, eternas. Tudo aquilo que afasta de realidades transcendentes impede o trabalho da educação. Sem os mistérios da beleza e do amor intactos, surgem obstáculos graves para a educação, onde toda a atração é fruto do mistério e do desejo. A pornografia, e o acesso à pornografia, solapa os domínios mais sagrados da mente jovem e pode transformar qualquer objeto belo em algo dúbio e sujo, indigno de ser considerado seriamente, respeitado, admirado e venerado.
A pornografia mata a imaginação e o sentido do sagrado, tornando a educação algo ainda mais difícil do que já é, especialmente para os meninos. Os meninos buscam um sentido, especialmente na educação. Os danos e a insensibilidade causados pela pornografia impedem que meninos encontrem um caminho para fora da caverna das sombras, para fora de uma realidade virtual, para um mundo que Deus fez bom: um mundo cheio de sentido, repleto dos mistérios da beleza onde Ele pode ser encontrado e dar a verdadeira satisfação.
(Texto publicado em 31/10/2014 na revista Crisis Magazine.)
Retirado de: Igreja Hoje

Há 220 anos, PIO VI ensina o antídoto contra o Concílio Vaticano II



DESTAQUE


“Contra tais insídias, apesar de tudo renovadas em toda época, não foi colocada obra melhor em ação do que aquela de expor as sentenças que sob o véu da ambiguidade envolvem uma perigosa discrepância de sentidos, assinalando o perverso significado sob o qual se acha o erro que a Doutrina Católica condena” (Pio VI, Bula Auctorem Fidei, de 29 de Agosto de 1794). 


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Papa Pio VI


Raphael de la Trinité

A Igreja sempre condenou a tática empregada pelos hereges de procurar introduzir erros sob a aparência de verdade, mediante o uso de fórmulas ambíguas. Foi o que ensinou o Papa Pio VI, ao condenar o Sínodo de Pistoia:

"Eles [os Papas nossos predecessores, os Bispos, e certos Concílios Gerais] conheciam bem a arte maliciosa própria dos inovadores, os quais, temendo ofender os ouvidos dos católicos, se esforçam por encobrir sob fraudulentos jogos de palavras os laços das suas astúcias, a fim de que o erro, escondido entre sentido e sentido (São Leão Magno., Carta 129 da edição Baller) [NOTA: Quer dizer, entre um sentido e outro], se insinue mais facilmente nos espíritos e aconteça que — alterada a verdade da sentença por meio de um curtíssimo acréscimo ou variante — o testemunho que devia dar a salvação, em consequência de uma sutil modificação, conduza à morte. Se esta indesejável e falaz maneira de dissertar é viciosa em qualquer manifestação oratória, de nenhum modo deve ser praticado num Sínodo, cujo primeiro mérito deve consistir no adotar no ensino uma expressão de tal modo clara e límpida, que não deixe espaço ao perigo de controvérsias. Porém, se no falar se engana, não se pode admitir aquela dolosa forma de defesa [NOTA: Dolo é a vontade conscientemente dirigida ao fim de obter um resultado criminoso ou assumir o risco de o produzir] que se costuma aduzir e pela qual, quando tenha sido pronunciada alguma expressão por demais dura, providencia-se para que se encontre a mesma explicada mais claramente em outra passagem, ou até mesmo corrigida, como se esta desenfreada licença de afirmar e de negar a bel prazer, que sempre foi uma fraudulenta astúcia dos inovadores como cobertura do erro, não tivesse que valer antes para denunciar o erro mais do que para justificá-lo: como se às pessoas, particularmente despreparadas a afrontar casualmente esta ou aquela parte de um Sínodo exposto a todos em língua vulgar, estivessem sempre presentes as outras passagens a contrapor, e que ao confrontá-las cada um dispusesse de tal preparo a reconduzi-las sozinho, a tal ponto de evitar qualquer perigo de engano que difundem erroneamente. É danosíssima esta habilidade de insinuar o erro que Nosso Predecessor Celestino (São CelestinoCarta 13, n. 2, in Coust) descobriu nas cartas do Bispo Nestório, de Constantinopla, e as condenou com duríssimo apelo. O impostor, descoberto, repreendido e alcançado por tais cartas, com o seu incoerente multilóquio, envolvia o verdadeiro com o obscuro e, confundindo de novo uma coisa com outraconfessava aquilo que havia negado ou se esforçava em negar aquilo que tinha confessado.

Contra tais insídias, apesar de tudo renovadas em toda época, não foi colocada obra melhor em ação do que aquela de expor as sentenças que sob o véu da ambiguidade envolvem uma perigosa discrepância de sentidos, assinalando o perverso significado sob o qual se acha o erro que a Doutrina Católica condena” (Pio VI, Bula AuctoremFidei, de 29 de Agosto de 1794). 

Há poucos anos, Dom Schneider, (então) bispo auxiliar de Karaganda, sugeriu ao então Papa Bento XVI a redação de um Syllabus que condene infalivelmente aqueles que, segundo alguns — com os quais, aliás, não concordamos — seriam [apenas] “os erros de interpretação do Concílio Vaticano II”.

De qualquer modo, um empenho dessa natureza não seria de molde a clarear os horizontes, conforme o ensinamento de nosso Divino Redentor: "Seja o vosso falar: sim, sim; não, não. Tudo o que disso passa procede do maligno" (Mt V,17)?

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

UM CATÓLICO PODE ABANDONAR, ‘SEGUNDO A SUA CONSCIÊNCIA’, A IGREJA CATÓLICA?



DESTAQUE


Certamente que o estado presente do mundo e as técnicas de escravidão às ideologias reinantes e corruptoras da fé não facilitam a vida cristã. Mas, precisamente, é para este mundo que os cristãos foram empurrados pela Hierarquia e segundo o espírito do Vaticano II. Eles ficaram desarmados, abandonados, privados do ensinamento da doutrina católica, desfigurada por numerosos catecismos e pregações, face ao desencadeamento da heresia que encontrou muita cumplicidade aberta e oficial no seio da Igreja.

O personalismo [de Emmanuel Mounier], que desde há muito envenenou o pensamento católico, é a filosofia dos direitos do homem, da abertura para o mundo, da liberdade religiosa e do ecumenismo, a filosofia que arrastou o povo cristão a pensar e argumentar à margem da luz da fé católica e que, em retorno, solapa esta.



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Rev. Pe. Hervé BELMONT


A realidade é que o povo cristão como um todo perdeu a fé. Claro que só Deus sonda os rins e os corações, mas é observável e certo que a maior parte dos cristãos não mais professam a fé da Igreja, nem no seu modo de viver, nem nas suas palavras quando interrogados sobre sua adesão a esta ou aquela verdade pertencente ao depósito revelado.

A realidade é que esta “apostasia imanente”, segundo a expressão de Maritain, foi querida por aqueles que deveriam tê-la impedido e que, pelo contrário, introduziram e em seguida — quando os efeitos ficaram visíveis — mantiveram suas causas. Certamente que o estado presente do mundo e as técnicas de escravidão às ideologias reinantes e corruptoras da fé não facilitam a vida cristã. Mas, precisamente, é para este mundo que os cristãos foram empurrados pela hierarquia e segundo o espírito do Vaticano II. Eles ficaram desarmados, abandonados, privados do ensinamento da doutrina católica, desfigurada por numerosos catecismos e pregações, face ao desencadeamento da heresia que encontrou muita cumplicidade aberta e oficial no seio da Igreja.

A realidade é uma reforma litúrgica infestada do espírito do protestantismo; reforma que não é nem fruto nem expressão da fé da Igreja; reforma que faz o povo cristão perder o sentido da infinita santidade de Deus ao esvaziar os testemunhos exteriores de adoração e desviar a liturgia para o “culto do homem”.

A realidade é que, de fato, os que querem conservar a fé católica, confessá-la integralmente e produzir as obras dela não podem fazê-lo senão contra a autoridade, ou ao menos à margem dela.

A realidade é que os autores ou fautores de heresia e de imoralidade vivem tranquilamente nas estruturas conciliares, e que o franzir as sobrancelhas, a que alguns espalhafatosos foram sujeitos, não constitui em nada uma defesa e promoção da fé católica.

A realidade é que a inteligência da fé é destruída pela invasão do personalismo, que é a filosofia subjacente, empregada pelos textos do Vaticano II. O personalismo, que desde há muito envenenou o pensamento católico, é a filosofia dos direitos do homem, da abertura para o mundo, da liberdade religiosa e do ecumenismo, a filosofia que arrastou o povo cristão a pensar e argumentar à margem da luz da fé católica e que, em retorno, solapa esta.

Retomemos o segundo parágrafo da Dignitatis Humanæ, no qual vem definida a liberdade religiosa tal como a entende o Vaticano II:

“O Concílio do Vaticano declara que a pessoa humana tem direito à liberdade religiosa. Essa liberdade consiste nisto: todos os homens devem estar subtraídos à coação por parte tanto dos indivíduos quanto dos grupos sociais e de qualquer poder humano que seja, de tal maneira que em matéria religiosa ninguém seja forçado a agir contra a sua consciência nem impedido de agir segundo a sua consciência, tanto em privado quanto em público, sozinho ou associado a outros, dentro de justos limites.”


Ora, segundo a teologia católica mais certa, é impossível para um católico abandonar “segundo a sua consciência” a Santa Igreja; assim ensina o Concílio Vaticano I:


“A condição daqueles que aderiram à verdade católica graças ao dom celeste da fé é completamente diferente da condição dos que, conduzidos por opiniões humanas, seguem uma falsa religião; aqueles que receberam a fé sob o Magistério da Igreja nunca podem ter motivo justo de mudar ou de pôr em dúvida esta fé”. (20 de abril de 1870, Denzinger n.º 1794)

Fonte: Acies Ordinata



quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

SINAIS DO TEMPO! BOFF ATACA O PAPADO E OS CATÓLICOS PARA DEFENDER FRANCISCO


DESTAQUE

Há um grande vazio no pensamento de Messori. Estas são as duas insuficiências teológicas: a quase ausência do Espírito Santo. Diria mais, ele comete o erro teológico do cristomonismo, ou seja, somente Cristo conta. Não há lugar para o Espírito Santo. Tudo na Igreja se resolve somente com Cristo, algo que o Jesus dos evangelhos não quer. Por que digo isto? Porque o que Messori lamenta é a “imprevisibilidade” da ação pastoral desse Papa. 

Quiçá no futuro, a sede do primado não estará em Roma e a Cúria, com todas as suas contradições, denunciadas pelo papa Francisco na reunião dos cardeais e dos prelados da Cúria com palavras que só poderiam sair da boa de Lutero e com menor força em meu livro condenado [sic!] pelo cardeal J. Ratzinger “A Igreja, carisma e poder” (1984), (mas) aí onde vive a maioria dos católicos: na América, África ou Ásia. Seria este um sinal próprio da verdadeira catolicidade da Igreja dentro do processo da globalização do fenômeno humano. 

Sem o Espírito Santo, a igreja se transforma numa instituição pesada, enfadonha, forte, sem criatividade, e chega um momento em que ela não tem nada a dizer ao mundo, a não ser doutrinas, sempre mais doutrinas, que não suscitam a esperança e a alegria de viver.

[NOTA RAPHAEL DE LA TRINITÉ – A TESE DO HEREGE JOAQUIM DE FLORA]


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Fonte: Leonardo Boff – Réligion Digital / Tradução: Dominus Est


Li com um pouco de tristeza o artigo crítico de Vittorio Messori no Corriere della Sera precisamente no dia menos apropriado: a noite de Natal, festa de luz e alegria: “As opções de Francisco: as dúvidas sobre o rumo do papa Francisco”. 

O autor tem tentado prejudicar essa alegria do bom pastor de Roma e do mundo, o papa Francisco. Porém em vão, porque ele não conhece o sentido de misericórdia e de espiritualidade desse Papa, virtude que seguramente Messori não demonstra. O uso que ele faz das palavras compaixão e compreensão contem por dentro veneno. E ele o faz em nome de muitos outros que se escondem atrás dele e não têm a coragem de aparecer em público. 

Proponho-me a fazer outra leitura do papa Francisco, como contrapeso à de Messori, um convertido que, na minha opinião, ainda deve levar a cabo sua conversão com a recepção do Espírito Santo, para que ele não volte a dizer as coisas que tem escrito. 

Messori demonstra três insuficiências: duas de natureza teológica e outra de compreensão da Igreja do Terceiro Mundo. 

Messori tem se escandalizado com a “imprevisibilidade” desse pastor porque ele “não cessa de perturbar a tranquilidade do católico médio”. 

É necessário se perguntar sobre a qualidade desses “católicos médios”, que têm dificuldade em aceitar um pastor que exala o odor das ovelhas e anuncia “a alegria do Evangelho”. Eles são, em geral, católicos culturais acostumados com a figura faraônica de um Papa com todos os símbolos do poder dos imperadores pagãos romanos. 

Agora surge um Papa franciscano “que ama os pobres”, que não veste Prada”, que faz uma dura crítica do sistema que produz a miséria em grande parte do mundo, que abre a igreja não somente aos católicos, mas também a todos aqueles que levam o nome de “homens e mulheres”, sem julgá-los e acolhendo-nos no espírito da “revolução da ternura”, como ele pediu aos bispos da América Latina reunidos no ano passado no Rio de Janeiro. 

Há um grande vazio no pensamento de Messori. Estas são as duas insuficiências teológicas: a quase ausência do Espírito Santo. Diria mais, ele comete o erro teológico do cristomonismo, ou seja, somente Cristo conta. Não há lugar para o Espírito Santo. Tudo na Igreja se resolve somente com Cristo, algo que o Jesus dos evangelhos não quer. Por que digo isto? Porque o que Messori lamenta é a “imprevisibilidade” da ação pastoral desse Papa. 
Ora, essa é a característica do Espírito, como o afirma São João: “O Espírito sopra onde quer, você ouve sua voz, mas não sabe de onde vem nem para onde vai” (3, 8). Sua natureza é a súbita irrupção com seus dons e carismas. Francisco de Roma, seguindo a vereda de Francisco de Assis, deixa-se conduzir pelo Espírito. 

Messori é refém de uma visão linear, própria do seu “bem amado Joseph Ratzinger” e de outros papas anteriores. Infelizmente, foi essa visão linear que fez da Igreja uma cidadela, incapaz de compreender a complexidade do mundo moderno, isolada entre as outras igrejas e outros caminhos espirituais, sem dialogar e aprender com os outros, também iluminados pelo Espírito. Significa blasfemar contra o Espírito Santo achar que os outros têm pensado equivocando-se. 

Por tudo isso, é sumamente importante uma igreja aberta como a quer Francisco de Roma. É necessário que ela esteja aberta às irrupções do Espírito, chamado por alguns teólogos “a fantasia de Deus”, por causa de sua criatividade e novidade, na sociedade, no mundo, na história dos povos, nos indivíduos, nas igrejas e também na Igreja católica. 

Sem o Espírito Santo, a igreja se transforma numa instituição pesada, enfadonha, forte, sem criatividade, e chega um momento em que ela não tem nada a dizer ao mundo, a não ser doutrinas, sempre mais doutrinas, que não suscitam a esperança e a alegria de viver.

É um dom do Espírito Santo que esse Papa venha de fora da velha cristandade europeia. Ele não surge como um teólogo sutil, mas como um pastor que realiza o que Jesus pediu a Pedro: “Confirma os irmãos na fé” (Lc 22, 31). Francisco carrega consigo a experiência das igrejas do Terceiro Mundo, especificamente a da América Latina. 

Há outra insuficiência no pensamento de Messori: não valorizar o fato de que hoje o cristianismo é uma religião do Terceiro Mundo, como repetiu tantas vezes o teólogo alemão Johan Baptist Metz. Na Europa vivem apenas 25% dos católicos; 72,56% no Terceiro Mundo (48,75% na América Latina). 

Por que não pode vir dessa maioria alguém que o Espírito fez bispo de Roma e Papa universal? Por que não aceitar as novidades que derivam dessas igrejas, que já não são mais igrejas-imagens das velhas igrejas europeias, mas igrejas-emergentes com seus mártires, seus confessores e seus teólogos? 

Quiçá no futuro, a sede do primado não estará em Roma e a Cúria, com todas as suas contradições, denunciadas pelo papa Francisco na reunião dos cardeais e dos prelados da Cúria com palavras que só poderiam sair da boa de Lutero e com menor força em meu livro condenado[sic!] pelo cardeal J. Ratzinger “A Igreja, carisma e poder” (1984), (mas) aí onde vive a maioria dos católicos: na América, África ou Ásia. Seria este um sinal próprio da verdadeira catolicidade da Igreja dentro do processo da globalização do fenômeno humano. 

A verdade é que esperava maior inteligência e abertura da parte de Vittorio Messori, com seus méritos de católico, fiel a um tipo de Igreja e escritor renomado. Esse papa Francisco tem levado esperança e alegria a muitos, muitíssimos católicos e a outros cristãos. Não percamos esse dom do Espírito com base em raciocínios muito mais negativos sobre ele. 


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