segunda-feira, 22 de junho de 2015

A REALIDADE MUDOU, OU MUDAMOS NÓS?



Raphael de la Trinité


ESTAMOS AGORA EM JUNHO DE 2015.

Que presenciamos no momento atual? Eis o que noticia O GLOBO:

Em encontro com religiosos, Lula faz duras críticas a Dilma e a sua gestão: ‘ela está no volume morto’. Ex-presidente admitiu ainda que é ‘um sacrifício’ convencer sua sucessora a viajar pelo país e defender sua gestão.

O Globo – Como se estivesse em um confessionário, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva abriu o coração a um seleto grupo de padres e dirigentes de entidades religiosas no auditório de seu instituto, anteontem, em São Paulo. Em tom de desabafo, criticou duramente a presidente Dilma Rousseff e creditou ao governo dela, sobretudo no segundo mandato, a crise vivida pelos petistas. Para Lula, a taxa de aprovação da companheira está no “volume morto”, numa referência à situação hídrica paulista, e, com o silêncio do Planalto, o “governo parece um governo de mudos”. O ex-presidente admitiu ainda que é “um sacrifício” convencer sua sucessora a viajar pelo país e defender sua gestão.

Dom Pedro Luiz Stringhini discursa alegremente em encontro com o bezerro de ouro da Teologia da Libertação.

— Dilma está no volume morto, o PT está abaixo do volume morto, e eu estou no volume morto. Todos estão numa situação muito ruim. E olha que o PT ainda é o melhor partido. Estamos perdendo para nós mesmos — disse Lula.

Para ilustrar a profundidade do poço em que se meteu o PT, Lula citou uma pesquisa interna do partido, que revela que a crise se instalou no coração da legenda, o ABC Paulista. Muito rouco, o ex-presidente dizia coisas como “o momento não está bom” e “o momento é difícil”.

— Acabamos de fazer uma pesquisa em Santo André e São Bernardo, e a nossa rejeição chega a 75%. Entreguei a pesquisa para Dilma, em que nós só temos 7% de bom e ótimo — disse Lula aos religiosos.

Ele afirmou ter dito à presidente: “Isso não é para você desanimar, não. Isso é para você saber que a gente tem de mudar, que a gente pode se recuperar. E entre o PT, entre eu e você, quem tem mais capacidade de se recuperar é o governo, porque tem iniciativa, tem recurso, tem uma máquina poderosa para poder falar, executar, inaugurar”.Na mesa, os mais de 30 participantes do encontro, entre eles o bispo dom Pedro Luiz Stringhini, não deram trégua ao ex-presidente. Sobraram críticas para o PT, o governo, o próprio Lula e seu pupilo, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad. Os religiosos defenderam que o partido volte à antiga liturgia e se aproxime mais dos trabalhadores.
Lula concordou com a tese, dizendo que os petistas trocaram a discussão da política pela do mandato.
A reunião faz parte da estratégia do partido de tentar se reaproximar de sua base social. O interlocutor da ala religiosa é o ex-ministro Gilberto Carvalho, mencionado diversas vezes por Lula, em seu discurso de mais de 50 minutos, para exemplificar como o governo Dilma perdeu o contato com os movimentos sociais. Lula cobrou da presidente, e tem feito isso em outras reuniões reservadas, uma agenda positiva e mais exposição pública. Para o petista, Dilma deixou o governo mais distante dos mais pobres.

— Na falta de dinheiro, tem de entrar a política. Nesses últimos cinco anos, fizemos muito menos atividade política com o povo do que fizemos no outro período — disse ele, citando as conferências nacionais com grupos sociais.

— Isso acabou, Gilberto!

Lula reclamou que Dilma tem dificuldade de ouvir até mesmo os conselhos dados por ele:

— Gilberto sabe do sacrifício que é a gente pedir para a companheira Dilma viajar e falar. Porque na hora que a gente abraça, pega na mão, é outra coisa. Política é isso, o olhar no olho, o passar a mão na cabeça, o beijo.

Nesse ponto da conversa, o ex-presidente fez questão de ressaltar: falar com a população não é “agendar para falar na televisão”.

Durante a reunião, Gilberto Carvalho, que saiu do núcleo central do governo Dilma depois de muitas críticas à atuação da equipe da presidente, concordava com Lula, completava frases e assentia com a cabeça enquanto o ex-presidente subia o tom:

— Aquele gabinete (presidencial) é uma desgraça. Não entra ninguém para dar notícia boa. Os caras só entram para pedir alguma coisa. E como a maioria que vai lá é gente grã-fina… Só entrou hanseniano porque eu tava no governo, só entrou catador de papel porque eu tava no governo — disse Lula, que completou:

— Essa coisa se perdeu.

Lula revelou o quem tem conversado com Dilma nos encontros privados. Os dois têm feito reuniões em São Paulo, e a presidente só as informa na agenda oficial depois que são realizadas. Ele disse que fala para a presidente que a hora é de “ ir para a rua, viajar por esse país, botar o pé na estrada”. Diz ainda que os petistas não podem temer as vaias. Uma das armas para recuperar a combalida gestão, segundo ele, é investir na execução do Plano Nacional de Educação. O problema seria, de acordo com ele mesmo, que o próprio PT desconhece o conteúdo do plano.

“OS MINISTROS TÊM DE FALAR”

O petista, que não falou com os padres sobre uma possível candidatura à Presidência em 2018, mas não esconde que pode concorrer ao terceiro mandato, disparou fortemente contra os ministros, sobretudo os do PT.

— Os ministros têm de falar. Parece um governo de mudos. Os ministros que viajam são os que não são do PT. Kassab já visitou 23 estados, não sei quem já visitou 40 estados —exagerou.

O ministro das Cidades, Gilberto Kassab, preside o PSD e quer recriar o Partido Liberal. Foi citado mais uma vez, para criticar o desânimo dos líderes petistas:— Aí não dá. Kassab já tá criando outro partido e a gente não tá defendendo nem o da gente!

Lula disse que também tem chamado a atenção do ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, dizendo que ele deveria fazer mais discursos públicos.

— Pelo amor de Deus, Aloizio, você é um tremendo orador — disse ele, que emendou, arrancando risos dos religiosos: — É certo que é pouco simpático.

O ex-presidente ressaltou ainda que “inaugura-se (obra do) Minha Casa Minha Vida todos os dias”, mas que os políticos locais não destacam o papel do governo nas obras.

Para criticar o empenho de Dilma na aprovação do ajuste fiscal, Lula afirmou:

— Falar é uma arma sagrada. Estamos há seis meses discutindo ajuste. Ajuste não é programa de governo. Em vez de falar de ajuste… Depois de ajuste vem o quê? — criticou Lula, apontando que é preciso “fazer as pessoas acreditarem que o que vem pela frente é muito bom”. Segundo o petista, “agora parece que acabou o (assunto) do ajuste”.


A VACA TOSSIU

Lula disse que o governo não dá boas notícias ao país.

— Nós tivemos as eleições no dia 26 de outubro. De lá pra cá, Gilberto, nós temos que dizer para vocês, porque vocês são companheiros, depois de nossa vitória, qual é a noticia boa que nós demos para este país? Essa pergunta eu fiz para a companheira Dilma no dia 16 de março, na casa dela.
Segundo Lula, nesse encontro estavam os ministros Mercadante, Jacques Wagner (Defesa) e Miguel Rossetto (Secretaria Geral da Presidência), além de Rui Falcão, presidente nacional do PT.

—Eu fiz essa pergunta para Dilma: “Companheira, você lembra qual foi a última notícia boa que demos ao Brasil?” E ela não lembrava. Como nenhum ministro lembrava. Como eu tinha estado com seis senadores, e eles não lembravam. Como eu tinha estado com 16 deputados federais, e eles não lembravam. Como eu estive com a CUT, e ninguém lembrava.


 Para os religiosos — que foram recebidos no Instituto Lula com café, refrigerantes, sanduíches e docinhos como brigadeiro e olho de sogra — Lula continuou a “confissão”, elencando as más notícias dadas pelo governo:

— Primeiro: inflação. Segundo: aumento da conta de água, que dobrou. Terceiro: aumento da conta de luz, que para algumas pessoas triplicou. Quarto: aumento da gasolina, do diesel, aumento do dólar, aumento das denúncias de corrupção da Lava-Jato, aquela confusão desgraçada que nós fizemos com o Fies (Financiamento Estudantil), que era uma coisa tranquila e que foram mexer e virou uma desgraceira que não tem precedente. E o anúncio do que ia mexer na pensão, na aposentadoria dos trabalhadores.

Nesse momento, Lula resgatou as promessas não cumpridas por Dilma durante a última campanha eleitoral.

— Tem uma frase da companheira Dilma que é sagrada: “Eu não mexo no direito dos trabalhadores nem que a vaca tussa”. E mexeu. Tem outra frase, Gilberto, que é marcante, que é a frase que diz o seguinte: “Eu não vou fazer ajuste, ajuste é coisa de tucano”. E fez. E os tucanos sabiamente colocaram Dilma falando isso (no programa de TV do partido) e dizendo que ela mente. Era uma coisa muito forte. E fiquei muito preocupado.

O ex-presidente ainda disse aos religiosos — entre eles o padre Julio Lancelotti, dirigentes de pastorais católicas e um pastor evangélico — não acreditar na existência do mensalão.

 — Não acredito que tenha havido mensalão. Não acredito. Pode ter havido qualquer outra coisa, mas eu duvido que tenha havido compra de voto — disse ele, mencionando que o ex-deputado Luizinho, do PT de Santo André, não poderia ter voto comprado no mensalão porque era, na época do escândalo, em 2005, líder do governo.

Lula repetiu a crítica que tem feito desde o início do ano nas reuniões do partido: a de que os petistas saíram derrotados do caso do mensalão porque trataram do caso “juridicamente”, quando a discussão, segundo ele, é política. Os petistas têm se desdobrado para defender, desta vez, o ex-tesoureiro João Vaccari Neto, acusado de integrar o esquema descoberto pela Operação Lava-Jato, numa mudança em relação à postura adotada sobre o ex-tesoureiro Delúbio Soares.

Durante as investigações do mensalão, a direção do PT expulsou Delúbio, que só voltou a ser defendido pelos principais nomes da legenda quando começou o julgamento no Supremo.

— Nós começamos a quebrar a cara ao tratar do mensalão juridicamente. Então, cada um contratou um advogado. Advogado muito sabido, esperto, famoso, desfilando por aí, falando que a gente ia ganhar na Justiça. E a imprensa condenando. Todo dia tinha uma sentença. Quando chegou o dia do julgamento, o pessoal já estava condenado — disse Lula.

*** *** ***

Após divulgar fotos do encontro em seu perfil no Facebook e receber uma avalanche de críticas, o bispo diocesano de Mogi das Cruzes se pronunciou:


*** *** ***

E EM REALIDADE SEMELHANTE NOS ENCONTRÁVAMOS HÁ CINQUENTA ANOS:

A REALIDADE MUDOU, OU MUDAMOS NÓS?

 O EPISÓDIO (QUE RELATAREMOS ABAIXO) FAZ RECORDAR (MUTATIS MUTANDIS, SERVATIS SERVANDIS), ALGO OCORRIDO ÀS VÉSPERAS DA REVOLUÇÃO DE 31 DE MARÇO DE 1964.

NAQUELA ÉPOCA, JOÃO GOULART ACHAVA-SE NO ÁPICE DA DESMORALIZAÇÃO, CAMINHANDO O BRASIL EM MARCHA CÉLERE PARA O COMUNISMO.

NAQUELE AUGE DE DESPRESTÍGIO IMENSO, QUEM EMPRESTOU TODO APOIO AO COMUNISMO-JANGUISMO, REUNINDO-SE COM O PRESIDENTE, ENTÃO ÀS VÉSPERAS DE SER DEPOSTO?

Duas fotos publicadas pela imprensa carioca no dia 25 de março de 1964, uma no ‘Jornal do Brasil’ e outra na ‘Última Hora’, mostraram João Goulart entre o cardeal de São Paulo, d. Carlos Carmelo de Vasconcellos Motta, e o recém-nomeado arcebispo de Olinda e Recife, d. Helder Câmara, após um almoço no Palácio das Laranjeiras, no Rio.

(Encontramos apenas uma das fotos)

Os três estavam sorridentes, o que levou os jornais a interpretar o encontro como uma demonstração de apoio da Igreja ao governo. O cardeal Motta presidia a CNBB e d. Hélder era o secretário-geral.
A tranquilidade era só aparente. O clima era tenso e todos se mostravam ‘aflitíssimos’, segundo Marina Bandeira, secretária de d. Hélder, a quem ele relatou detalhes da conversa. Nada foi divulgado sobre a audiência, que havia sido solicitada pelo arcebispo de Recife, com a condição de absoluto sigilo.

Nem garçom seria admitido na sala. A entrada de um fotógrafo da Secretaria de Imprensa da Presidência da República surpreendeu os bispos, que protestaram. Goulart alegou que seriam fotos para seu arquivo pessoal, mas determinou ou permitiu que fossem divulgadas. O historiador e teólogo pe. José Oscar Beozzo conseguiu essas informações nos arquivos da CNBB. 

(cf. Jango teve reunião secreta com bispos pouco antes do golpe - José Maria Mayrink, O ESP, 28/3/2014)

Eles tentaram convencer o presidente a dar ‘novo rumo’ ao governo

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O leitor tem todos os elementos para julgar...


quinta-feira, 4 de junho de 2015

REPARAÇÃO CONTRA INDIZÍVEL SACRILÉGIO FEITO AO SANTÍSSIMO SACRAMENTO
























Raphael de la Trinité



Ensinamento invariável da Igreja



O Concílio de Trento definiu com precisão que Nosso Senhor Jesus Cristo está presente por inteiro e em cada uma das partes do Santíssimo Sacramento.

O mesmo Concílio ensinou infalivelmente: “Se alguém nega que, no venerável sacramento da Eucaristia, o Cristo todo está contido em cada espécie, e em cada parte de cada espécie, quando separados, seja anátema”.

Nosso Senhor está presente até na menor partícula da hóstia consagrada, assim como na menor gota do vinho consagrado.

Assim, a reverência que temos para com o Santíssimo Sacramento exige que tomemos todas as precauções para que nenhuma partícula da hóstia – por menor que seja – esteja exposta ao risco de profanação, sacrilégio, ou forma de adoração indevida.

Por esse motivo, Santo Tomás de Aquino ensinou que “por reverência a este Sacramento, ninguém o toque, sem que seja consagrado”. Deixa bem claro, desse modo, que não só os vasos sagrados do altar são consagrados para este propósito santo, mas que também as mãos do sacerdote são consagradas para tocar este Sacramento. Afirma, pois, o Doutro Angélico que não é lícito a mais ninguém tocá-lo, a não ser para salvá-lo da profanação. (E S. Thomas de Aquino, Summa, III, Q. 82. Art. 3)

Essa suma reverência ao Santíssimo Sacramento, e até mesmo em relação às menores partículas, está visivelmente presente na Missa tradicional, a qual continha rubricas rígidas e expressas sobre este ponto:

1) A partir do momento em que o sacerdote pronuncia as palavras da Consagração sobre a Sagrada Hóstia, o padre conserva o indicador e o polegar juntos em cada mão. Se ele eleva o cálice, ou vira as páginas do missal, ou abre o tabernáculo, o polegar e o dedo indicador de cada mão estão fechados. Nada toque o polegar e o indicador, exceto a Sagrada Hóstia;

2) Durante a Sagrada Comunhão, o acólito segura a patena sob o queixo daqueles que recebem a comunhão, de modo que não haja risco de que alguma partícula possa cair no chão. Esta patena, após a distribuição da Comunhão, é limpa (por assim dizer) no cálice, de modo que se fique acobertado do risco de que nela possa ter ficado qualquer fragmento;

3) Em seguida, o padre raspa o corporal (pequeno pano de linho usado no altar) com a patena, e passa-o no cálice, de modo que,na eventualidade de que alguma minúscula partícula ainda reste, seja a mesma recolhida e consumida pelo sacerdote;

4) Imediatamente após, o sacerdote lava o polegar e o indicador sobre o cálice com água e vinho, e esta água e vinho são consumidos com reverência, para assegurar que a menor partícula da Hóstia Sagrada não seja suscetível a profanação.


A tradição da Exposição do Santíssimo Sacramento



"Eu sou o pão da vida. Os vossos pais comeram o maná do deserto e morreram. Este é o pão que desce do céu, a fim de que quem o comer não morrera" (Gv6:48).

A Igreja lançou raízes profundas nos povos e é inegável que a civilização cristã deitou benfazeja influência na Terra inteira.

No momento mesmo em que seria traído, no ápice de sua aparente derrota, Nosso Senhor Jesus Cristo obtinha a vitória, pois ali o Homem-Deus nos cumulou com o Sacramento do divino amor: “Isto é o meu corpo”, “Este é o cálice do meu sangue”.

Para enriquecer o culto sagrado e preservar o Sacramento da Eucaristia de abusos, profanações e sacrilégios, surgiram costumes, leis e normas. O que transparece em torno de tais normas?

O respeito, a compostura, o espírito de piedade e devoção, certo modo de agir e de ser que atestam a nossa fé e o nosso amor na Presença Real de Nosso Senhor na Hóstia consagrada. Tudo feito com precisão, dignidade e elevação, pois se trata do culto ao verdadeiro Deus. Exemplos de culto eucarístico são as genuflexões, os ricos e adornados sacrários, os ostensórios, os cálices, as ambulas e as tecas para levar a comunhão aos enfermos. Até mesmo as patenas, utilizadas para evitar a queda de hóstias e de seus fragmentos no momento da distribuição da comunhão as fiéis, segundo mencionamos há pouco.


Aspecto mais belo e tocante do culto divino é a bênção solene do Santíssimo Sacramento. Doze velas são acesas no altar, seis de cada lado do sacrário. A sagrada Hóstia é colocada num rico ostensório. O sacerdote usa paramentos solenes, como a sobrepeliz, a estola, o pluvial e o véu umeral. Ele sustenta o ostensório e traça grande cruz sobre os fiéis ajoelhados, e depois reza e canta hinos de adoração. Enquanto isso, um acólito com o turíbulo incensa o Santíssimo Sacramento, enchendo o ambiente com um aroma perfumado que acaba por dominar suavemente todo o recinto. Aquela fumaça branca e odorífica se impregna na igreja inteira, podendo ser sentida até fora do edifício da Igreja.


*** * ***

“Hoje os leigos podem manusear os objetos sacros, inclusive o ostensório...” – sofisma grosseiro...

Quadro de desolação e de ruína


Infelizmente, com o clima que hoje reina na Igreja — em que sacrilégios, profanações e sem número de escândalos grassam impunes — sobreleva, não poucas vezes, à vista da comunhão na mão e da atuação dos chamados 'ministros' leigos da Eucaristia, uma como que paródia da Verdade Divina, relativamente a Jesus-Hóstia. Sim, quantos haverá que ainda creem, com firme certeza, de que Nosso Senhor está verdadeiramente presente na Santíssima Eucaristia, e até mesmo em cada minúsculo fragmento?

Destarte, em razão do descaso e 'simplificações' com que é tratado o Santíssimo Sacramento (o que avulta, numa infinidade de locais), é uma comédia burlesca, que tantas vezes vem à tona, mediante inaceitável menos cabo de todos os recursos usados pela Igreja, durante séculos, a fim de salvaguardar a Hóstia do menor risco de profanação, indignidade, irreverência ou inconveniência, mesmo por parte dos fieis.

Nenhuma autoridade da Igreja, nem mesmo a mais elevada, pode dispensar um católico do dever de preservar TODA a reverência devida a Jesus Sacramentado. Qualquer que seja a autoridade da Igreja, no momento em que utiliza o seu poder para diminuir, seja como for, o resguardo e cuidado extremos no culto devido ao Santíssimo Sacramento, age em sentido contrário ao ensinamento da Igreja, não devendo, portanto, ser obedecida.

Com efeito, 45 anos atrás, a Comunhão na mão constituía algo impensável em igrejas católicas, salvo em casos muito especiais.
Por ventura, Deus muda?

O dever de prestar o culto devido ao Divino Sacramento, revestido de toda a reverência e cuidado, é impostergável, imutável e imprescritível.

De fato, uma das facetas mais assombrosas da 'autodemolição' da Igreja (a que se referiu Paulo VI, já em 1968) assume uma clareza protuberante nesses clamorosos abusos.



O “Anjo da Eucaristia”

As aparições de Nossa Senhora em Fátima (1917) foram precedidas por três Aparições que Lúcia, Francisco e Jacinta tiveram do Anjo de Portugal, ou da Paz. Por meio dos colóquios com o Anjo, a Providência predispunha as crianças para o momento em que Nossa Senhora lhes falaria.

Uma dessas Aparições foi descrita pela Irmã Lúcia nos seguintes termos: “Depois de termos merendado, combinamos ir rezar na gruta, que ficava do outro lado do monte. […]. Logo que aí chegamos, de joelhos, com os rostos em terra, começamos a repetir a oração do Anjo: ‘Meu Deus! Eu creio, adoro, espero e amo-Vos!’ Etc. Não sei quantas vezes tínhamos repetido esta oração, quando vemos que sobre nós brilha uma luz desconhecida. Erguemo-nos para ver o que se passava, e vemos o Anjo tendo na mão esquerda um cálice, sobre o qual está suspensa uma Hóstia, da qual caem algumas gotas de Sangue dentro do cálice.

Deixando o cálice e a Hóstia suspensos no ar, o Anjo prostrou-se em terra junto às crianças e fê-las repetir três vezes a oração: ‘Santíssima Trindade, Pai, Filho, Espírito Santo, ofereço-Vos o Preciosíssimo Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Jesus Cristo, presente em todos os sacrários da Terra, em reparação dos ultrajes, sacrilégios e indiferenças com que Ele mesmo é ofendido. E pelos méritos infinitos de seu Santíssimo Coração [de Jesus] e do Coração Imaculado de Maria, peço-Vos a conversão dos pobres pecadores’. Depois, levantando-se, deu a Hóstia a Lúcia, e o cálice, deu-o a beber a Francisco e Jacinta, dizendo: ‘Tomai e bebei o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo, horrivelmente ultrajado pelos homens ingratos! Reparai os seus crimes e consolai o vosso Deus’”.
As palavras do Anjo produziram profunda impressão nas três crianças, as quais, a partir de então, começaram a expiar pelos pecadores por meio de sacrifícios e de uma assídua vida de oração.

*** * ***

À vista disso, pergunta-se: será este o estado de espírito reinante na imensa maioria dos templos católicos de hoje, em todo o mundo?
Contraste aterrador!

Que restou da verdadeira piedade eucarística, na atmosfera empestada de um vírus pior do que o HIV, que é o vírus do modernismo, o qual, décadas a fio, corrói a vida das almas, na Igreja?


O apóstolo da Eucaristia e o dever de reparação


A esse respeito, leiamos os ensinamentos de São Pedro Julião Eymard, fundador da Congregação do Santíssimo Sacramento. Saibamos repetir, junto com ele: Salve, ó Maria, de quem nasceu Jesus-Hóstia!

Palavras do grande santo: “(...) Não foi Ela quem nos deu a Eucaristia? Foi o seu consentimento à Encarnação do Verbo no seu seio que iniciou o grande mistério de reparação para com Deus e de união conosco que Jesus realizou durante sua vida mortal e continua agora no Santíssimo Sacramento.

Sem Maria não poderíamos ir a Jesus, porque Ela O possui em seu coração: aí é que Ele encontra as suas delícias, e todos que quiserem conhecer as virtudes íntimas de Jesus, seu amor recôndito e privilegiado, devem procurá-los no Coração de Maria; os que amam esta boa Mãe encontram Jesus em seu coração tão puro(...).
“Mas, se pertencemos ao Filho, também pertencemos à Mãe; se adoramos o Filho, devemos honrar a Mãe, e somos obrigados, para entrar plenamente na graça de nossa vocação, e nela permanecer, a prestar um culto especial à Santíssima Virgem como Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento (...)”.

[Excertos do livro: Mês de Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento Meditações extraídas dos escritos do Bem-Aventurado(*) Pedro Julião Eymard, o fundador da Congregação do Santíssimo Sacramento, 1946
(*) Sua canonização se deu em dezembro de 1962]

Em face dos escândalos perpetrados nos ambientes católicos, saibamos reagir, com horror e indignação sem medidas, começando porclamar ao Céu: Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento, rogai por nós.

Fazei cessar, Senhor, a “abominação da desolação” (Mateus 24:15) que penetrou até no altar santo!

Usque quo, Domine? Até quando, Senhor?

Exsurge, Domine, quare obdormis?


Erguei-vos, Senhor: por que pareceis dormir?

‘A ESCOLA DOS BÁRBAROS’


DESTAQUE

MANTENDO SEMPRE OS OLHOS FIXOS NO HORIZONTE DA IGUALDADE UTÓPICA, A NOVA PEDAGOGIA, INSPIRADA NUMA LÓGICA SOCIALISTA, DESQUALIFICOU O INDIVÍDUO POR CONSIDERÁ-LO SUPORTE DA DESIGUALDADE. O GRUPO, NO ENTANTO, INSTRUMENTO DE NIVELAÇÃO, PASSOU A SER EXALTADO A TAL PONTO, QUE SE TORNOU O PRINCÍPIO DA REVOLUÇÃO PEDAGÓGICA. O QUE IMPORTA, NÃO É MAIS O ATO INTELIGENTE DE APRENDER, SEM O QUAL NUNCA SE PODERÁ, REALMENTE, CRIAR, MAS TÃO-SOMENTE O DE PARTICIPAR, COMO TODO O GRUPO.

Reza a lenda que, em outubro de 1919, Lênin fez uma visita secreta ao laboratório do grande fisiologista Pavlov, querendo saber se era possível controlar o comportamento humano. Seu desejo era que as massas seguissem um padrão grupal de pensamento e ação. "Há individualismo demais, na Rússia. Precisamos aboli-las." Pavlov mostrou-se chocado. "O senhor gostaria que eu nivelasse a população da Rússia?" perguntou. "Exatamente", respondeu Lenin. "O homem pode ser corrigido, fazendo-se dele o que se quiser." Lênin morreu em 1924, e logo depois, a nova pedagogia tornaria seu sonho realidade. O pedagogo moderno é o engenheiro de almas, como o qual sonhava Lênin, e a nova pedagogia, um crime contra o espírito.


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Nota do blog:

O COMENTÁRIO ABAIXO PROCEDE.
LI A OBRA ABAIXO, QUANDO VEIO A LUME, E POSSO ATESTAR QUE AS OBSERVAÇÕES COLHEM.
FAÇO UM ADENDO: ESSA PEDAGOGIA ENCONTROU INSPIRAÇÃO E SUPORTE NO PROCESSO AUTODEMOLIDOR DA IGREJA, QUE TEVE, NO CONCÍLIO VATICANO II, O SEU PONTO ÁPICE.

Raphael de la Trinité
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O texto abaixo fui retirado do Blog "Encontrando alegria" e é de autoria de Daniel Fernandes, professor de filosofia e história.

Atentas a todos os passos do desenvolvimento da moderna pedagogia, Isabelle Stal e Françoise Thom, mostram, de maneira contundente, no livro A ESCOLA DOS BÁRBAROS, que uma explosão de inovações esquerdizantes, seguida de uma entronização crescente de falsas ciências e de geringonças pedagógicas no processo de “renovação dos colégios” afastou a escola de seus objetivos tradicionais, transformando-a num campo de experimentação aberto a todas as utopias coletivistas empenhadas na criação de um “homem novo”. Essencialmente niveladora, porque não exige nenhum esforço real, a escola, transformada numa máquina de desaprender, tornou-se um lugar “mediocrizante” e “barbarizante”. MANTENDO SEMPRE OS OLHOS FIXOS NO HORIZONTE DA IGUALDADE UTÓPICA, A NOVA PEDAGOGIA, INSPIRADA NUMA LÓGICA SOCIALISTA, DESQUALIFICOU O INDIVÍDUO POR CONSIDERÁ-LO SUPORTE DA DESIGUALDADE. O GRUPO, NO ENTANTO, INSTRUMENTO DE NIVELAÇÃO, PASSOU A SER EXALTADO A TAL PONTO, QUE SE TORNOU O PRINCÍPIO DA REVOLUÇÃO PEDAGÓGICA. O QUE IMPORTA, NÃO É MAIS O ATO INTELIGENTE DE APRENDER, SEM O QUAL NUNCA SE PODERÁ, REALMENTE, CRIAR, MAS TÃO-SOMENTE O DE PARTICIPAR, COMO TODO O GRUPO.

A crítica das autoras é impiedosa, mas justa: a pedagogia moderna tornou-se um pesadelo a serviço da demolição da escola. A obra inteira pode ser considerada como um 'livro-denúncia' que enfeixa um sem-número de importantes e oportunas reflexões críticas sobre a devastação cultural e psicológica, sem precedentes promovida pelos cérebros pedagógicos, desde a primeira metade do século XX. A moderna pedagogia – que se intitulava científica – não mediu esforços para impor seu niilismo pedagógico, afastar os alunos das matérias e dos exercícios verdadeiramente formadores, em proveito de manipulações sem conceito, como a tecnologia, ou tagarelices sócio-críticas a serviço de ideologias.

Enquanto a educação tradicional pretendia controlar elementos tangíveis como a conduta, conhecimentos e resultados, a nova se arrogava plenos poderes sobre o espírito e os sentimentos dos alunos. Os pedagogos progressistas, sob o pretexto de instaurar na escola uma igualdade real, chegaram, inexoravelmente, a banir noções gramaticais de base. A própria linguagem foi colocada sob suspeita. Todas as práticas, todos os métodos distribuídos pela pedagogia, passaram a suspeitar da norma culta considerada infame por revelar disparidades culturais e socioeconômicas entre as famílias. Assim, sob o pretexto de instaurar na escola a igualdade, o ensino é nivelado por baixo.

Não por acaso, os resultados da pedagogia progressista, ainda em andamento, tem sido catastróficos. A MAIORIA DOS ALUNOS DOS ÚLTIMOS ANOS É INCAPAZ DE FALAR, ISTO É, DE FORMULAR UM PENSAMENTO, POR MAIS SIMPLES QUE SEJA; LOGO QUE OS ESTUDANTES TÊM DE SAIR DOS TEMAS DA VIDA CORRENTE E DAS FRASES USADAS PELOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO, ELES SE MOSTRAM PRATICAMENTE AFÁSICOS, ABORDANDO O DOMÍNIO DO PENSAMENTO ABSTRATO COMO O AUXÍLIO DE UM LAMENTÁVEL ARSENAL DE ONOMATOPEIAS E CACOETES GRUPAIS.

Ainda assim, longe de tirar lições de seus fracassos, os modernos pedagogos obstinam-se, pensando poder remediar as consequências de uma tolice pedagógica por outra. Existe aí uma lógica infernal: os entusiasmos dos pedagogos modernos provocam, nesse campo, desastres que lançam a máquina pedagógica num ciclo desenfreado, numa voragem de inovações, precipitando os infelizes alunos num abismo de ignorância e de perplexidade.

Reza a lenda que, em outubro de 1919, Lênin fez uma visita secreta ao laboratório do grande fisiologista Pavlov, querendo saber se era possível controlar o comportamento humano. Seu desejo era que as massas seguissem um padrão grupal de pensamento e ação. "Há individualismo demais, na Rússia. Precisamos aboli-las." Pavlov mostrou-se chocado. "O senhor gostaria que eu nivelasse a população da Rússia?" perguntou. "Exatamente", respondeu Lenin. "O homem pode ser corrigido, fazendo-se dele o que se quiser." Lênin morreu em 1924, e logo depois, a nova pedagogia tornaria seu sonho, realidade. O pedagogo moderno é o engenheiro de almas, como o qual sonhava Lênin, e a nova pedagogia, um crime contra o espírito.

Por isso mesmo, A escola dos bárbaros é leitura obrigatória para educadores e, também, para pais que desejam, para seus filhos, uma escola sadia e eficiente, a salvo de ideologias perversas e desastrosas revoluções pedagógicas.


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