quinta-feira, 4 de junho de 2015

REPARAÇÃO CONTRA INDIZÍVEL SACRILÉGIO FEITO AO SANTÍSSIMO SACRAMENTO
























Raphael de la Trinité



Ensinamento invariável da Igreja



O Concílio de Trento definiu com precisão que Nosso Senhor Jesus Cristo está presente por inteiro e em cada uma das partes do Santíssimo Sacramento.

O mesmo Concílio ensinou infalivelmente: “Se alguém nega que, no venerável sacramento da Eucaristia, o Cristo todo está contido em cada espécie, e em cada parte de cada espécie, quando separados, seja anátema”.

Nosso Senhor está presente até na menor partícula da hóstia consagrada, assim como na menor gota do vinho consagrado.

Assim, a reverência que temos para com o Santíssimo Sacramento exige que tomemos todas as precauções para que nenhuma partícula da hóstia – por menor que seja – esteja exposta ao risco de profanação, sacrilégio, ou forma de adoração indevida.

Por esse motivo, Santo Tomás de Aquino ensinou que “por reverência a este Sacramento, ninguém o toque, sem que seja consagrado”. Deixa bem claro, desse modo, que não só os vasos sagrados do altar são consagrados para este propósito santo, mas que também as mãos do sacerdote são consagradas para tocar este Sacramento. Afirma, pois, o Doutro Angélico que não é lícito a mais ninguém tocá-lo, a não ser para salvá-lo da profanação. (E S. Thomas de Aquino, Summa, III, Q. 82. Art. 3)

Essa suma reverência ao Santíssimo Sacramento, e até mesmo em relação às menores partículas, está visivelmente presente na Missa tradicional, a qual continha rubricas rígidas e expressas sobre este ponto:

1) A partir do momento em que o sacerdote pronuncia as palavras da Consagração sobre a Sagrada Hóstia, o padre conserva o indicador e o polegar juntos em cada mão. Se ele eleva o cálice, ou vira as páginas do missal, ou abre o tabernáculo, o polegar e o dedo indicador de cada mão estão fechados. Nada toque o polegar e o indicador, exceto a Sagrada Hóstia;

2) Durante a Sagrada Comunhão, o acólito segura a patena sob o queixo daqueles que recebem a comunhão, de modo que não haja risco de que alguma partícula possa cair no chão. Esta patena, após a distribuição da Comunhão, é limpa (por assim dizer) no cálice, de modo que se fique acobertado do risco de que nela possa ter ficado qualquer fragmento;

3) Em seguida, o padre raspa o corporal (pequeno pano de linho usado no altar) com a patena, e passa-o no cálice, de modo que,na eventualidade de que alguma minúscula partícula ainda reste, seja a mesma recolhida e consumida pelo sacerdote;

4) Imediatamente após, o sacerdote lava o polegar e o indicador sobre o cálice com água e vinho, e esta água e vinho são consumidos com reverência, para assegurar que a menor partícula da Hóstia Sagrada não seja suscetível a profanação.


A tradição da Exposição do Santíssimo Sacramento



"Eu sou o pão da vida. Os vossos pais comeram o maná do deserto e morreram. Este é o pão que desce do céu, a fim de que quem o comer não morrera" (Gv6:48).

A Igreja lançou raízes profundas nos povos e é inegável que a civilização cristã deitou benfazeja influência na Terra inteira.

No momento mesmo em que seria traído, no ápice de sua aparente derrota, Nosso Senhor Jesus Cristo obtinha a vitória, pois ali o Homem-Deus nos cumulou com o Sacramento do divino amor: “Isto é o meu corpo”, “Este é o cálice do meu sangue”.

Para enriquecer o culto sagrado e preservar o Sacramento da Eucaristia de abusos, profanações e sacrilégios, surgiram costumes, leis e normas. O que transparece em torno de tais normas?

O respeito, a compostura, o espírito de piedade e devoção, certo modo de agir e de ser que atestam a nossa fé e o nosso amor na Presença Real de Nosso Senhor na Hóstia consagrada. Tudo feito com precisão, dignidade e elevação, pois se trata do culto ao verdadeiro Deus. Exemplos de culto eucarístico são as genuflexões, os ricos e adornados sacrários, os ostensórios, os cálices, as ambulas e as tecas para levar a comunhão aos enfermos. Até mesmo as patenas, utilizadas para evitar a queda de hóstias e de seus fragmentos no momento da distribuição da comunhão as fiéis, segundo mencionamos há pouco.


Aspecto mais belo e tocante do culto divino é a bênção solene do Santíssimo Sacramento. Doze velas são acesas no altar, seis de cada lado do sacrário. A sagrada Hóstia é colocada num rico ostensório. O sacerdote usa paramentos solenes, como a sobrepeliz, a estola, o pluvial e o véu umeral. Ele sustenta o ostensório e traça grande cruz sobre os fiéis ajoelhados, e depois reza e canta hinos de adoração. Enquanto isso, um acólito com o turíbulo incensa o Santíssimo Sacramento, enchendo o ambiente com um aroma perfumado que acaba por dominar suavemente todo o recinto. Aquela fumaça branca e odorífica se impregna na igreja inteira, podendo ser sentida até fora do edifício da Igreja.


*** * ***

“Hoje os leigos podem manusear os objetos sacros, inclusive o ostensório...” – sofisma grosseiro...

Quadro de desolação e de ruína


Infelizmente, com o clima que hoje reina na Igreja — em que sacrilégios, profanações e sem número de escândalos grassam impunes — sobreleva, não poucas vezes, à vista da comunhão na mão e da atuação dos chamados 'ministros' leigos da Eucaristia, uma como que paródia da Verdade Divina, relativamente a Jesus-Hóstia. Sim, quantos haverá que ainda creem, com firme certeza, de que Nosso Senhor está verdadeiramente presente na Santíssima Eucaristia, e até mesmo em cada minúsculo fragmento?

Destarte, em razão do descaso e 'simplificações' com que é tratado o Santíssimo Sacramento (o que avulta, numa infinidade de locais), é uma comédia burlesca, que tantas vezes vem à tona, mediante inaceitável menos cabo de todos os recursos usados pela Igreja, durante séculos, a fim de salvaguardar a Hóstia do menor risco de profanação, indignidade, irreverência ou inconveniência, mesmo por parte dos fieis.

Nenhuma autoridade da Igreja, nem mesmo a mais elevada, pode dispensar um católico do dever de preservar TODA a reverência devida a Jesus Sacramentado. Qualquer que seja a autoridade da Igreja, no momento em que utiliza o seu poder para diminuir, seja como for, o resguardo e cuidado extremos no culto devido ao Santíssimo Sacramento, age em sentido contrário ao ensinamento da Igreja, não devendo, portanto, ser obedecida.

Com efeito, 45 anos atrás, a Comunhão na mão constituía algo impensável em igrejas católicas, salvo em casos muito especiais.
Por ventura, Deus muda?

O dever de prestar o culto devido ao Divino Sacramento, revestido de toda a reverência e cuidado, é impostergável, imutável e imprescritível.

De fato, uma das facetas mais assombrosas da 'autodemolição' da Igreja (a que se referiu Paulo VI, já em 1968) assume uma clareza protuberante nesses clamorosos abusos.



O “Anjo da Eucaristia”

As aparições de Nossa Senhora em Fátima (1917) foram precedidas por três Aparições que Lúcia, Francisco e Jacinta tiveram do Anjo de Portugal, ou da Paz. Por meio dos colóquios com o Anjo, a Providência predispunha as crianças para o momento em que Nossa Senhora lhes falaria.

Uma dessas Aparições foi descrita pela Irmã Lúcia nos seguintes termos: “Depois de termos merendado, combinamos ir rezar na gruta, que ficava do outro lado do monte. […]. Logo que aí chegamos, de joelhos, com os rostos em terra, começamos a repetir a oração do Anjo: ‘Meu Deus! Eu creio, adoro, espero e amo-Vos!’ Etc. Não sei quantas vezes tínhamos repetido esta oração, quando vemos que sobre nós brilha uma luz desconhecida. Erguemo-nos para ver o que se passava, e vemos o Anjo tendo na mão esquerda um cálice, sobre o qual está suspensa uma Hóstia, da qual caem algumas gotas de Sangue dentro do cálice.

Deixando o cálice e a Hóstia suspensos no ar, o Anjo prostrou-se em terra junto às crianças e fê-las repetir três vezes a oração: ‘Santíssima Trindade, Pai, Filho, Espírito Santo, ofereço-Vos o Preciosíssimo Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Jesus Cristo, presente em todos os sacrários da Terra, em reparação dos ultrajes, sacrilégios e indiferenças com que Ele mesmo é ofendido. E pelos méritos infinitos de seu Santíssimo Coração [de Jesus] e do Coração Imaculado de Maria, peço-Vos a conversão dos pobres pecadores’. Depois, levantando-se, deu a Hóstia a Lúcia, e o cálice, deu-o a beber a Francisco e Jacinta, dizendo: ‘Tomai e bebei o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo, horrivelmente ultrajado pelos homens ingratos! Reparai os seus crimes e consolai o vosso Deus’”.
As palavras do Anjo produziram profunda impressão nas três crianças, as quais, a partir de então, começaram a expiar pelos pecadores por meio de sacrifícios e de uma assídua vida de oração.

*** * ***

À vista disso, pergunta-se: será este o estado de espírito reinante na imensa maioria dos templos católicos de hoje, em todo o mundo?
Contraste aterrador!

Que restou da verdadeira piedade eucarística, na atmosfera empestada de um vírus pior do que o HIV, que é o vírus do modernismo, o qual, décadas a fio, corrói a vida das almas, na Igreja?


O apóstolo da Eucaristia e o dever de reparação


A esse respeito, leiamos os ensinamentos de São Pedro Julião Eymard, fundador da Congregação do Santíssimo Sacramento. Saibamos repetir, junto com ele: Salve, ó Maria, de quem nasceu Jesus-Hóstia!

Palavras do grande santo: “(...) Não foi Ela quem nos deu a Eucaristia? Foi o seu consentimento à Encarnação do Verbo no seu seio que iniciou o grande mistério de reparação para com Deus e de união conosco que Jesus realizou durante sua vida mortal e continua agora no Santíssimo Sacramento.

Sem Maria não poderíamos ir a Jesus, porque Ela O possui em seu coração: aí é que Ele encontra as suas delícias, e todos que quiserem conhecer as virtudes íntimas de Jesus, seu amor recôndito e privilegiado, devem procurá-los no Coração de Maria; os que amam esta boa Mãe encontram Jesus em seu coração tão puro(...).
“Mas, se pertencemos ao Filho, também pertencemos à Mãe; se adoramos o Filho, devemos honrar a Mãe, e somos obrigados, para entrar plenamente na graça de nossa vocação, e nela permanecer, a prestar um culto especial à Santíssima Virgem como Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento (...)”.

[Excertos do livro: Mês de Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento Meditações extraídas dos escritos do Bem-Aventurado(*) Pedro Julião Eymard, o fundador da Congregação do Santíssimo Sacramento, 1946
(*) Sua canonização se deu em dezembro de 1962]

Em face dos escândalos perpetrados nos ambientes católicos, saibamos reagir, com horror e indignação sem medidas, começando porclamar ao Céu: Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento, rogai por nós.

Fazei cessar, Senhor, a “abominação da desolação” (Mateus 24:15) que penetrou até no altar santo!

Usque quo, Domine? Até quando, Senhor?

Exsurge, Domine, quare obdormis?


Erguei-vos, Senhor: por que pareceis dormir?

‘A ESCOLA DOS BÁRBAROS’


DESTAQUE

MANTENDO SEMPRE OS OLHOS FIXOS NO HORIZONTE DA IGUALDADE UTÓPICA, A NOVA PEDAGOGIA, INSPIRADA NUMA LÓGICA SOCIALISTA, DESQUALIFICOU O INDIVÍDUO POR CONSIDERÁ-LO SUPORTE DA DESIGUALDADE. O GRUPO, NO ENTANTO, INSTRUMENTO DE NIVELAÇÃO, PASSOU A SER EXALTADO A TAL PONTO, QUE SE TORNOU O PRINCÍPIO DA REVOLUÇÃO PEDAGÓGICA. O QUE IMPORTA, NÃO É MAIS O ATO INTELIGENTE DE APRENDER, SEM O QUAL NUNCA SE PODERÁ, REALMENTE, CRIAR, MAS TÃO-SOMENTE O DE PARTICIPAR, COMO TODO O GRUPO.

Reza a lenda que, em outubro de 1919, Lênin fez uma visita secreta ao laboratório do grande fisiologista Pavlov, querendo saber se era possível controlar o comportamento humano. Seu desejo era que as massas seguissem um padrão grupal de pensamento e ação. "Há individualismo demais, na Rússia. Precisamos aboli-las." Pavlov mostrou-se chocado. "O senhor gostaria que eu nivelasse a população da Rússia?" perguntou. "Exatamente", respondeu Lenin. "O homem pode ser corrigido, fazendo-se dele o que se quiser." Lênin morreu em 1924, e logo depois, a nova pedagogia tornaria seu sonho realidade. O pedagogo moderno é o engenheiro de almas, como o qual sonhava Lênin, e a nova pedagogia, um crime contra o espírito.


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Nota do blog:

O COMENTÁRIO ABAIXO PROCEDE.
LI A OBRA ABAIXO, QUANDO VEIO A LUME, E POSSO ATESTAR QUE AS OBSERVAÇÕES COLHEM.
FAÇO UM ADENDO: ESSA PEDAGOGIA ENCONTROU INSPIRAÇÃO E SUPORTE NO PROCESSO AUTODEMOLIDOR DA IGREJA, QUE TEVE, NO CONCÍLIO VATICANO II, O SEU PONTO ÁPICE.

Raphael de la Trinité
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O texto abaixo fui retirado do Blog "Encontrando alegria" e é de autoria de Daniel Fernandes, professor de filosofia e história.

Atentas a todos os passos do desenvolvimento da moderna pedagogia, Isabelle Stal e Françoise Thom, mostram, de maneira contundente, no livro A ESCOLA DOS BÁRBAROS, que uma explosão de inovações esquerdizantes, seguida de uma entronização crescente de falsas ciências e de geringonças pedagógicas no processo de “renovação dos colégios” afastou a escola de seus objetivos tradicionais, transformando-a num campo de experimentação aberto a todas as utopias coletivistas empenhadas na criação de um “homem novo”. Essencialmente niveladora, porque não exige nenhum esforço real, a escola, transformada numa máquina de desaprender, tornou-se um lugar “mediocrizante” e “barbarizante”. MANTENDO SEMPRE OS OLHOS FIXOS NO HORIZONTE DA IGUALDADE UTÓPICA, A NOVA PEDAGOGIA, INSPIRADA NUMA LÓGICA SOCIALISTA, DESQUALIFICOU O INDIVÍDUO POR CONSIDERÁ-LO SUPORTE DA DESIGUALDADE. O GRUPO, NO ENTANTO, INSTRUMENTO DE NIVELAÇÃO, PASSOU A SER EXALTADO A TAL PONTO, QUE SE TORNOU O PRINCÍPIO DA REVOLUÇÃO PEDAGÓGICA. O QUE IMPORTA, NÃO É MAIS O ATO INTELIGENTE DE APRENDER, SEM O QUAL NUNCA SE PODERÁ, REALMENTE, CRIAR, MAS TÃO-SOMENTE O DE PARTICIPAR, COMO TODO O GRUPO.

A crítica das autoras é impiedosa, mas justa: a pedagogia moderna tornou-se um pesadelo a serviço da demolição da escola. A obra inteira pode ser considerada como um 'livro-denúncia' que enfeixa um sem-número de importantes e oportunas reflexões críticas sobre a devastação cultural e psicológica, sem precedentes promovida pelos cérebros pedagógicos, desde a primeira metade do século XX. A moderna pedagogia – que se intitulava científica – não mediu esforços para impor seu niilismo pedagógico, afastar os alunos das matérias e dos exercícios verdadeiramente formadores, em proveito de manipulações sem conceito, como a tecnologia, ou tagarelices sócio-críticas a serviço de ideologias.

Enquanto a educação tradicional pretendia controlar elementos tangíveis como a conduta, conhecimentos e resultados, a nova se arrogava plenos poderes sobre o espírito e os sentimentos dos alunos. Os pedagogos progressistas, sob o pretexto de instaurar na escola uma igualdade real, chegaram, inexoravelmente, a banir noções gramaticais de base. A própria linguagem foi colocada sob suspeita. Todas as práticas, todos os métodos distribuídos pela pedagogia, passaram a suspeitar da norma culta considerada infame por revelar disparidades culturais e socioeconômicas entre as famílias. Assim, sob o pretexto de instaurar na escola a igualdade, o ensino é nivelado por baixo.

Não por acaso, os resultados da pedagogia progressista, ainda em andamento, tem sido catastróficos. A MAIORIA DOS ALUNOS DOS ÚLTIMOS ANOS É INCAPAZ DE FALAR, ISTO É, DE FORMULAR UM PENSAMENTO, POR MAIS SIMPLES QUE SEJA; LOGO QUE OS ESTUDANTES TÊM DE SAIR DOS TEMAS DA VIDA CORRENTE E DAS FRASES USADAS PELOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO, ELES SE MOSTRAM PRATICAMENTE AFÁSICOS, ABORDANDO O DOMÍNIO DO PENSAMENTO ABSTRATO COMO O AUXÍLIO DE UM LAMENTÁVEL ARSENAL DE ONOMATOPEIAS E CACOETES GRUPAIS.

Ainda assim, longe de tirar lições de seus fracassos, os modernos pedagogos obstinam-se, pensando poder remediar as consequências de uma tolice pedagógica por outra. Existe aí uma lógica infernal: os entusiasmos dos pedagogos modernos provocam, nesse campo, desastres que lançam a máquina pedagógica num ciclo desenfreado, numa voragem de inovações, precipitando os infelizes alunos num abismo de ignorância e de perplexidade.

Reza a lenda que, em outubro de 1919, Lênin fez uma visita secreta ao laboratório do grande fisiologista Pavlov, querendo saber se era possível controlar o comportamento humano. Seu desejo era que as massas seguissem um padrão grupal de pensamento e ação. "Há individualismo demais, na Rússia. Precisamos aboli-las." Pavlov mostrou-se chocado. "O senhor gostaria que eu nivelasse a população da Rússia?" perguntou. "Exatamente", respondeu Lenin. "O homem pode ser corrigido, fazendo-se dele o que se quiser." Lênin morreu em 1924, e logo depois, a nova pedagogia tornaria seu sonho, realidade. O pedagogo moderno é o engenheiro de almas, como o qual sonhava Lênin, e a nova pedagogia, um crime contra o espírito.

Por isso mesmo, A escola dos bárbaros é leitura obrigatória para educadores e, também, para pais que desejam, para seus filhos, uma escola sadia e eficiente, a salvo de ideologias perversas e desastrosas revoluções pedagógicas.


Zygmunt Bauman - ‘Vivemos Tempos Líquidos. NADA É FEITO PARA DURAR’


DESTAQUE

O homem se colocou no lugar de Deus, e agora, não sabe porque vive. Pior do que a vida, perdeu a razão de viver.
O mundo de hoje se encaminha para o quadro de non-sense, abaixo descrito, com invulgar clareza. É um mundo que, tendo abdicado de Deus,  pretende encontrar a felicidade em si. Por isso, ruma para a loucura. É disso que devemos fugir, ou seja, do espectro do “bon vivant” pós-moderno.
Eis um depoimento insuspeito, já que procede de um ponto de vista em tudo alheio à Religião católica. Não obstante, confirma por inteiro o que a Igreja nos ensina sobre as consequências extremas de uma sociedade que exclui a Lei de Deus.
Uma das doenças mentais que emergem é esta — a da “solidão interativa”.

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Estamos cada vez mais aparelhados com iPhones, tablets, notebooks, tudo para disfarçar o antigo medo da solidão. O contato via rede social tomou o lugar de boa parte das pessoas, cuja marca principal é a ausência de comprometimento. Este texto tem como base a ideia de líquido, característica presente nas relações humanas atuais, inspirado na obra "Amor Líquido", sobre a fragilidade dos laços humanos, de Zigmunt Bauman.

As relações se misturam e condensam com laços momentâneos, frágeis e volúveis. Em um mundo cada vez mais dinâmico, fluido e veloz, seja real ou virtual.

O sociólogo polonês Zygmunt Bauman é um dos intelectuais mais respeitados da atualidade. Aos 87 anos seus livros publicados venderam mais de 200 mil cópias. Um resultado e tanto para um teórico. Entre eles “Amor liquido” é talvez o livro mais popular de Bauman, no Brasil. É neste livro que o autor expõe sua análise de maneira mais simples e próxima do cotidiano, analisando as relações amorosas e algumas particularidades da “modernidade liquida”.

Vivemos tempos líquidos, nada é feito para durar, tampouco sólido. Os relacionamentos escorrem das nossas mãos por entre os dedos feito água. Ele tenta nos mostrar nossa dificuldade de comunicação afetiva. Todos querem relacionar-se, mas chega na hora, não conseguem. Seja por medo ou insegurança. Bauman cita como exemplo um vaso de cristal, na primeira queda, quebra. As relações terminam tão rápido quanto começam, as pessoas pensam terminar com um problema cortando seus vínculos, mas o que fazem mesmo é criar problemas em cima de problemas. É um mundo de incertezas. E cada um por si. Temos relacionamentos instáveis, pois as relações humanas estão cada vez mais flexíveis. Acostumados com o mundo virtual, e com a facilidade de se “desconectar”, as pessoas não conseguem manter um relacionamento de longo prazo. É um amor criado pela sociedade atual (modernidade líquida) para tirar das pessoas a responsabilidade de relacionamentos sérios e duradouros. Pessoas estão sendo tratadas como bens de consumo, caso haja “defeito”, descarta-se ou até mesmo troca-se por versões mais atualizadas.

O romantismo do amor parece estar fora de moda. O amor de verdade foi banalizado, diminuído a vários tipos de experiências vividas pelas pessoas, na qual se referem a estas utilizando a palavra amor. Noites descompromissadas de sexo são chamadas “fazer amor”. Não existem mais responsabilidades de estar amando, a palavra amor é usada mesmo quando as pessoas nem sabem direito seu real significado. Ainda para tentar explicar a relações amorosas em “Amor Líquido”, Zygmunt Bauman fala da “Afinidade e Parentesco”.

O parentesco seria o laço irredutível e inquebrável; é aquilo que não nos dá escolha. A afinidade é, ao contrário do parentesco, voluntária. A afinidade é escolhida. Porém, e isso é importante, o objetivo da afinidade é ser como o parentesco. Entretanto, vivendo em uma sociedade de total “descartabilidade”, até as afinidades estão-se tornando raras.

Bauman fala também sobre o amor-próprio. Afirma que as pessoas precisam sentir-se amadas, ouvidas, amparadas ou que sintam sua falta. Segundo ele, ser digno de amor é algo em cuja escala só o outro nos pode classificar, o que fazemos é aceitar essa classificação. Mas, com tantas incertezas, relações sem forma, líquidas, na qual o amor nos é negado, como teremos amor-próprio? Os amores e as relações humanas de hoje são todos muito instáveis. E assim não temos certeza do que esperar. Relacionar-se é caminhar na neblina, sem a certeza de nada. É uma descrição poética da situação. "Para ser feliz há dois valores essenciais que são absolutamente indispensáveis [...] um é segurança e o outro é liberdade, você não consegue ser feliz e ter uma vida digna na ausência de um deles. Segurança sem liberdade é escravidão. Liberdade sem segurança é um completo caos. Você precisa dos dois. [...] Cada vez que você tem mais segurança, entrega um pouco da sua liberdade. Cada vez que você tem mais liberdade, entrega parte da segurança. Então, você ganha algo e perde algo". (Bauman)

Fonte: Jornal GGN
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