quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Tenhamos Compaixão das Pobres Almas! — 13 de Novembro: A Santa Comunhão pelos mortos (Parte XIV)



Nota do blogue:  Acompanhe esse Especial AQUI.

Tenhamos Compaixão das Pobres Almas!
30 meditações e exemplos sobre o Purgatório e as Almas
por Monsenhor Ascânio Brandão

Livro de 1948 - 243 pags
Casa da U.P.C.
Pouso Alegre





13 de Novembro

A SANTA COMUNHÃO PELOS MORTOS

Depois da Santa Missa...


Sim, depois da Santa Missa, não há sufrágio me­lhor e mais poderoso para socorrer as pobres almas que a Santa Comunhão. Escreveu São Boaventura: “Que a caridade te leve a comungar, porque nada há tão eficaz para proporcionar descanso aos que pade­cem no purgatório”.

É verdade que a Eucaristia como alimento espi­ritual é destinada aos vivos. É o cibus viatorum  alimento dos viajores, no expressivo e belo dizer da Liturgia. Tem por fim sustentar a alma na peregri­nação terrena, fortificá-la na luta contra os inimi­gos. Como pode ser um auxílio e sufragar os mortos? Discutiram os teólogos esta questão, mas todos estão de acordo que muito mérito e muitas obras boas faz quem recebe o Corpo de Cristo e esta união íntima da alma com seu Deus á torna mais agradável e mais poderosa para interceder pelos mortos, e torna a Co­munhão um dos mais poderosos e úteis sufrágios de­pois da Santa Missa. Dizia Tobias: “Põe o teu pão e o teu vinho sobre a sepultura do justo”. Como se aplica bem esta passagem da Escritura à Comunhão pelos mortos! É o Pão de Vida eterna e o Vinho transubstanciado no Sangue de Jesus Cristo que vamos colocar em nosso coração para implorarmos a mise­ricórdia pelos nossos queridos e saudosos mortos! A lembrança dos mortos unida à Santa Eucaristia é tão bela e consoladora! Não é só pelo Sacrifício do Cor­po e do Sangue de Jesus Cristo que se podem aliviar as almas do purgatório. A Sagrada Eucaristia como sacramento pode ser de grande alívio para os defuntos, principalmente quando os fiéis vivos se unem para aplicar o fruto de uma Comunhão geral. É uma prá­tica autorizada pela Igreja. A Comunhão dignamen­te recebida é muito proveitosa para os fiéis defuntos. Quantos atos bons não se praticam numa só Comu­nhão! Preparação habitual pelo estado de graça que muitas vezes custa tanto ao cristão conservá-lo, pre­paração próxima pelos atos de fé, esperança e de amor, enfim, os sacrifícios que tornam meritória pa­ra os defuntos como sufrágio, a Comunhão. E de­mais, aquela união íntima da alma com seu Criador e Redentor nos momentos depois da Comunhão, não fazem de quem comunga um mediador entre Deus e as pobres almas, para pedir, com fervor, o alívio dos mortos?

Diz Santo Ambrósio que “a Eucaristia é um sa­cramento de descanso e paz para os defuntos e ao mesmo tempo um banquete”. Logo, a Comunhão pode aliviar os mortos, na opinião do Santo Doutor. São João Crisóstomo chama a Comunhão auxílio dos defuntos. E São Cirilo, o maior auxílio dos defuntos — maximum defunctorum juvamen.

Se soubéssemos quantas graças de santidade po­demos atrair para nossas almas com a Santa Comu­nhão, com a participação do Corpo e do Sangue de Cristo, quanto consolo e alívio podemos dar aos que sofrem no purgatório, sentiríamos um desejo arden­te de comungar muitas vezes pelos nossos mortos e aplicar em sufrágio das pobres almas sofredoras to­dos os méritos que podemos adquirir com as nossas comunhões fervorosas. Procuremos fazer boas Comunhões, lembrando-nos de quanto melhor as fizer­mos, tanto mais aliviaremos os mortos.


A Comunhão mensal pelas almas do purgatório


Sejamos práticos. Precisamos socorrer os mor­tos e santificar nossa alma.

A Sagrada Eucaristia é nosso tesouro da terra e é nossa, nosso alimento o Sacramento dos viajores, dos que peregrinamos por esta vida em demanda da eternidade. Para nosso proveito espiritual, e, em su­frágio das pobres almas, vamos comungar com mais frequência. A Comunhão mensal pelas almas não se­ria um incentivo poderoso para a nossa vida espiritual e um grande alívio para os mortos?

É celebre a sentença do Papa Alexandre VI: “Si quis pro animabus in purgatorio detentis, animo illis proficiendi, orationem fecerit, obligat eas ad antidota isve gratitudinem” — Todo o que reza, e muito mais ainda quem comunga pelas almas detidas do purgatório, com o desejo de aliviá-las as obriga à gratidão e remuneração.

A prática da Comunhão mensal pelos fiéis de­funtos é muito antiga. Em algumas regiões é muito concorrida e produz frutos maravilhosos. Começou este piedoso costume em Roma, no pontificado do Papa Paulo V, que se mostrou muito favorável a ela e ele mesmo a pôs em prática, na Cidade Eterna, com frutos surpreendentes. Era incrível como os fiéis afluíam às igrejas cada mês para sufragar seus mor­tos queridos pela Santa Comunhão. Os sucessores de Paulo V continuaram a devoção que se desenvolveu tanto a ponto de só em Roma se ver num dia trinta mil Comunhões pelas almas. A prática passou de Roma para outras cidades da Itália, depois para a França e muitos países europeus.

Ora, entre nós onde o povo é tão devoto das al­mas do purgatório, por que não se há de generalizar o dia da Comunhão mensal pelas almas? Cada Co­munidade religiosa, cada paróquia deveria ter o seu dia mensal das almas. O dia da Comunhão pelas al­mas. De preferência deveria se escolher uma segun­da-feira, quando possível. Nas paróquias talvez um dos domingos, para favorecer o povo. Ó, quem nos dera tivéssemos cada mês, um dia dos mortos, um dia para as santas almas! Missa, Comunhão geral, sufrágios e orações pelos mortos! Entretanto, se esta prática não se faz coletivamente, que nos impede fa­zê-la em particular, e estimular outros a fazerem ó mesmo? Sejamos apóstolos da Comunhão mensal pe­los defuntos. Vamos à Mesa Santa levar algum refrigério ao purgatório, pelas nossas orações e sacrifí­cios em união com Jesus Hóstia. Dizer com Jesus no coração: Dai-lhes, Senhor, o descanso eterno e bri­lhe para elas a perpétua luz! Oferecer o Sangue Pre­ciosíssimo de Jesus ao Eterno Pai, para o alívio das santas almas!

Não podemos fazer tudo isto numa Comunhão? Há pessoas piedosas e compassivas que oferecem ca­da segunda-feira uma Comunhão pelas almas. É a Comunhão semanal pelos fiéis defuntos. Tanto me­lhor. De vez em quando novenas de Comunhões pe­las almas. Como fazem bem a nós e às pobres al­mas, estas práticas tão edificantes e de tão grande valor! Façamos muitas Comunhões por nossos mor­tos. Propaguemos o uso da Comunhão mensal pelas almas!


A máquina de matar que é o marxismo







Com a queda da União Soviética e dos governos comunistas na Europa Oriental, muitos têm a impressão de que o marxismo, a religião do comunismo, está morto. Dificilmente. Ele está vivo e bem em muitos países ainda, como a Coreia do Norte, China, Cuba, Vietnã, Laos, um bando de países africanos e na mente de muitos líderes políticos sul-americanos. No entanto, de maior importância para o futuro da democracia, o comunismo ainda polui o pensamento de uma vasta multidão de acadêmicos e intelectuais do Ocidente.

De todas as religiões, seculares ou não, o marxismo tem sido, de longe, a mais sangrenta. Na prática, o marxismo significa terrorismo sanguinário, expurgos mortais, campos letais de prisão e trabalho forçado, assassínios, deportações fatais, fomes artificiais, execuções extrajudiciais e julgamentos fraudulentos, assassinatos em massa e genocídios.

No total, regimes marxistas assassinaram aproximadamente 110 milhões de pessoas de 1917-1987. Da perspectiva desta incrível cifra, note que todas as guerras internas e estrangeiras durante o século 20, mataram cerca de 35 milhões. Isto é, quando marxistas controlam países, o marxismo é mais mortal que todas as guerras do século 20, incluindo a Primeira e a Segunda Guerra Mundial, e as guerras da Coreia e do Vietnã.

E o que o marxismo, o maior dos experimentos sociais humanos, fez resultar para seus pobres cidadãos, desse altíssimo custo de vida? Nada de positivo. Ele deixou em seu rastro um desastre econômico, ambiental, social e cultural.

O Khmer Vermelho – (comunistas do Camboja), que governou o Camboja por quatro anos – forneceu informações sobre por que os marxistas acreditavam que era necessário e moral massacrar muitos de seus semelhantes. Seu marxismo era casado com o poder absoluto. Eles acreditavam que, sem um pingo de dúvida, que eles sabiam a verdade, que traria o maior bem-estar e felicidade humana e que para realizar esta utopia, teriam que arrancar sem piedade para baixo a ordem feudal ou capitalista e a cultura budista da época e, em seguida, reconstruir uma sociedade totalmente comunista. Nada poderia ser autorizado a ficar no caminho desta conquista. O governo – o Partido Comunista – estava acima de qualquer lei. Todas as outras instituições, religiões, normas culturais, tradições e sentimentos eram dispensáveis.

Os marxistas viram a construção dessa utopia como uma guerra contra a pobreza, a exploração, o imperialismo e a desigualdade – e, como em uma verdadeira guerra, não combatentes seriam infelizmente pegos na batalha. Houve baixas inimigas necessárias: o clero, a burguesia, os capitalistas, “sabotadores”, os intelectuais, os contra-revolucionários, direitistas, os tiranos, os ricos e proprietários. Como numa guerra, milhões poderiam morrer, mas essas mortes seriam justificadas por fim, como na derrota de Hitler na Segunda Guerra Mundial. Para os marxistas dominantes, a meta de uma utopia comunista era suficiente para justificar todas as mortes.

A ironia é que, na prática, mesmo depois de décadas de controle total, o marxismo não melhorou a sorte das pessoas, mas as condições de vida geralmente se tornaram piores do que antes da revolução. Não é por acaso que as maiores fomes do mundo ocorrem dentro da União Soviética (cerca de 5 milhões de mortos em 1921-23 e 7 milhões de 1932-3, inclusive 2 milhões fora da Ucrânia) e na China comunista (cerca de 30 milhões de mortos desde 1959 – 61). De modo geral, no século passado, quase 55 milhões de pessoas morreram em vários surtos de fomes e epidemias associadas aos marxistas - um pouco mais de 10 milhões dentre estes, foram intencionalmente mortos de fome, e o resto morreu como um resultado da coletivização marxista e políticas agrícolas.

O que é espantoso nessa “moeda” da morte do marxismo não são os milhares ou mesmo centenas de milhares de pessoas, mas os milhões de mortes. Isso é quase incompreensível – é como se toda a população da Nova Inglaterra e Estados do Atlântico Médio, ou na Califórnia e no Texas, fosse exterminada. O fato de cerca de 35 milhões de pessoas terem escapado dos países marxistas como refugiados foi um golpe inigualável contra as pretensões utópicas marxistas. Foi equivalente a todas as pessoas abandonando o estado da Califórnia, deixando só a terra inócua.

Há uma lição supremamente importante para a vida e o bem-estar a ser aprendida com este sacrifício terrível para uma ideologia humana: ninguém pode ser confiado com poder ilimitado.

Quanto mais poder um governo tem para impor as convicções de uma elite ideológica ou religiosa, ou decretar os caprichos de um ditador, mais facilmente o bem-estar e vidas humanas serão sacrificadas. Quanto mais o poder de um governo é desenfreado, seu poder alcança todos os cantos da cultura e da sociedade, mais provável é que mate seus próprios cidadãos.

Quando uma elite governante tem o poder de fazer o que quiser, seja para satisfazer seus desejos mais pessoais, seja para concretizar aquilo que os marxistas atuais desejam, julgam poder fazê-lo a qualquer custo em vidas. Aqui, o poder é a condição necessária para o assassinato em massa. Uma vez que a elite tem autoridade plena, outras causas e condições podem funcionar para trazer o genocídio imediato, o terrorismo, massacres ou matar os membros de uma elite. Tudo é justificado, segundo eles. Mas é o poder – sem controle, sem restrições, sem controle – que é o assassino.

Os nossos marxistas acadêmicos e intelectuais atuais estão tento passe livre para suas ideias e táticas. Eles ganham certo respeito por causa de suas palavras [enganosas] sobre melhorar a sorte do trabalhador e os pobres, suas pretensões utópicas. Mas, sempre que obteve o poder, o marxismo fracassou totalmente, assim como o fascismo. Em vez de serem tratados com respeito e tolerância, os marxistas deveriam ser tratados como se despejassem uma praga mortal sobre todos nós.

A próxima vez que você se deparar com alguém marxista pretendendo doutriná-lo, ou por um dos nossos nativos marxistas, ou por seus equivalentes fanáticos esquerdistas, pergunte-lhes como podem justificar o assassinato de mais de cem milhões que sua fé absolutista provocou, e o sofrimento que o regime criou para muitas centenas de muitos mais que milhões de pessoas...


R.J. Rummel, professor emérito de ciência política e finalista do Prêmio Nobel da Paz, publicou 29 livros e recebeu inúmeros prêmios por suas pesquisas.



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