quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

QUEM AINDA É CATÓLICO NA IGREJA CATÓLICA? Em vídeo, Francisco pede oração pelo diálogo inter-religioso




2016-01-06 Rádio Vaticana


Cidade do Vaticano (RV) – Em seu primeiro vídeo dedicado a divulgação de suas intenções de oração mensais, o Papa pediu ao Apostolado de Oração e a todos os homens e mulheres de boa vontade que rezem pelo diálogo inter-religioso.

“A MAIORIA DOS HABITANTES DO PLANETA DECLARA-SE CRENTE. ISTO DEVERIA SER MOTIVO PARA O DIÁLOGO ENTRE AS RELIGIÕES”, DIZ O PONTÍFICE NO INÍCIO DO VÍDEO AO RESSALTAR QUE A DIVERSIDADE É UMA RIQUEZA.

“NÃO DEVEMOS DEIXAR DE REZAR POR ISSO E COLABORAR COM QUEM PENSA DE MODO DIFERENTE”, AFIRMOU O PAPA.

“CONFIO EM BUDA. CREIO EM DEUS. CREIO EM JESUS CRISTO. CREIO EM DEUS, ALÁ”, DIZEM OS REPRESENTANTES BUDISTAS, HEBREUS, CATÓLICOS E MUÇULMANOS E, A SEGUIR, O PAPA RECORDA:

“MUITOS PENSAM DE MODO DIFERENTE, SENTEM DE MODO DIFERENTE, PROCURAM DEUS OU ENCONTRAM DEUS DE MUITOS MODOS; NESTA MULTIDÃO, NESTA VARIEDADE DE RELIGIÕES, SÓ HÁ UMA CERTEZA QUE TEMOS PARA TODOS: SOMOS TODOS FILHOS DE DEUS”.

“CREIO NO AMOR”. FOI O QUE AFIRMARAM TODOS OS SACERDOTES DAS DIFERENTES RELIGIÕES PARA QUE FRANCISCO, ENTÃO, CONFIASSE AS SUAS INTENÇÕES.

“CONFIO EM VOCÊS PARA DIFUNDIR A MINHA INTENÇÃO DESTE MÊS: QUE O DIÁLOGO SINCERO ENTRE HOMENS E MULHERES DE DIFERENTES RELIGIÕES PRODUZA FRUTOS DE PAZ E DE JUSTIÇA; CONFIO NA TUA ORAÇÃO”.


 





Comentários de Raphael de la Trinité


A ‘PAIXÃO’ DA IGREJA — USQUEQUO, DOMINE?


Que compete a um católico, apostólico, romano verdadeiro pensar sobre isso?
A DIVERSIDADE É UMA RIQUEZA - Palavras de Francisco...

Então, pergunta-se, será “uma riqueza” que haja religiões falsas? Sendo assim, se a Religião fundada por Jesus Cristo (Verdadeiro Deus e Verdadeiro Homem) equivale ao culto de Buda, Maomé, entre tantas outras religiões falsas, que sentido teve a obra da Redenção?


*** *** ***

Noutra ordem de ideias, se isso (por palavras, atos e gestos) é admitido por um Pontífice, “àquoi bon”, por exemplo, ter vindo a lume a Declaração Dominus Iesus, da Congregação para a Doutrina da Fé, no ano 2000? Como é sabido, esse documento assinala: "Os fiéis são obrigados a professar que existe uma continuidade histórica - radicada na missão apostólica - entre a Igreja fundada por Cristo e a Igreja Católica: ‘Esta é a única Igreja de Cristo [...] que o nosso Salvador, depois da ressurreição, confiou a Pedro para apascentar (Dominus Iesus, n. 16). Prossegue: "Com a vinda de Jesus Cristo Salvador, Deus quis que a Igreja por Ele fundada fosse o instrumento de salvação para toda a humanidade (Cfr. Act XVII, 30-31) (...), o que exclui de forma radical a mentalidade indiferentista, imbuída de um relativismo religioso que leva a pensar que ‘tanto vale uma religião como outra’" (Dominus Iesus, n.22.)
É possível conciliar a atitude atual do Papa Francisco com o texto acima?

Quando veio a público a Dominus Iesus, houve quem receasse ser uma manifestação apenassó proforma, isto é, não para ser levado positivamente a sério. Aliás, essa tem sido uma constante em pronunciamentos emanados das mais altas esferas eclesiásticas, no contexto da Igreja pós-conciliar, sobretudo quando se propõem “retificar” erros e abusos introduzidos nas últimas décadas. As “correções de rota”, com frequência, são anunciadas, mas não se efetivam. A um observador com um mínimo de atenção e imparcialidade, esse sistema inócuo de operar da Santa Sé, ou de outros organismos diretivos da Igreja, não terá passado despercebido.
A verdade inconteste é que, tanto no campo religioso como na esfera temporal, comumenteas forças revolucionárias caminham assim: dois passos para a frente, dois para trás. Em seguida, por vezes, um grande salto no abismo.
Acerca do conceito de “única” Religião verdadeira, o que se verificou durante o Vaticano II?
De fato, durante o Concílio, afirmando-se que as religiões falsas continham “sementes de verdade”, foi omitido o essencial: só há uma Igreja verdadeira, é a Igreja Católica. Por causa dessa gravíssima e insanável omissão, assumiu um ímpeto quase frenético um traço fundamental da “autodemolição” eclesiástica, isto é, o ecumenismo irenista.  
Durante 40 anos, pari passu, o relativismo acabou entronizado na Igreja, abalando todas as certezas de legiões de católicos, muitos doas quais, infelizmente, tíbios e pouco instruídos nas verdades da fé.
A certa altura dessa derrocada, estando a convicção sobre a origem divina da Igreja Católica jádeveras esmaecida no fundo das almas, o Vaticano reafirmou, de modo abrupto e extemporâneo, a verdade que obnubilada estivera: é a Igreja Católica, sim, a verdadeira Igreja de Cristo. Ora, intentando “tapar o sol com a peneira’, o documento DOMINUS IESUS não deixou de afrontar a lógica e a linguagem: pretendeu ‘comprovar’ que “subsiste” equivaleria ao verbo “é”. Equação bizarra: a Igreja de Cristo SUBSISTE na Igreja Católica (Vaticano II); a Igreja de Cristo É a Igreja Católica (Dominus Iesus, Cardeal Ratzinger, Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé). A quadratura do círculo...
Dado que a essa declaração não se seguiram medidas efetivas para cercear a avalanche de erros que grassam impunes nos meios católicos, muitos interpretaram a intervenção da Congregação para a Doutrina da Fé (ex-Santo Ofício) como letra morta. Com efeito, em meio à indiferença mais ou menos generalizada, essa publicação caiu como gota d’água numa fornalha. Pode-se afirmar que tenha sido de real valia, para esclarecer os espíritos e corrigir os rumos da ‘autodemolição’ pós-conciliar? Nenhuma mente sensata ousaria afirmá-lo sem cair no ridículo.
Quinze anos atrás, quando o Vaticano emitiu essa Declaração, a Igreja Católica, pela via dos fatos, de há muito já fora destronada pelos mesmos próceres da Igreja moderna, artífices da ‘autodemolição’, Concretamente falando, analistas idôneos consideraram desde logo essa “retificação” destituída de alcance prático. De fato, o mal já estava feito e, em larga medida, consolidado. O desdobramento dos fatos viria a comprovar essa terrível iveprevisão.
Sobejam agora razões para suspeitar que essa “retificação”, tardiamente feita, longe estivera de ser concebida para chegar às derradeiras consequências, isto é, para coibir com intransigência o erro. Propriamente, foi o que ocorreu, caindo no mais completo esquecimento e descaso. Inquestionável o diagnóstico: abateu-se glacial silêncio sobre a mencionada Declaração da Santa Sé.  

*** *** ***

Confrontando agora, de forma clara e insofismável, o que foi reafirmado na citada Declaração (DOMINUS IESUS) com o que lemos acima (da parte de Francisco), o que cabe concluir?
Estamos em face de um descompasso notório. Não fosse pelo cotejo de ambas as declarações, simplesmente por um rápido golpe de vista na linha geral deste pontificado.  
Sem dúvida, não haverá quem ouse desmentir esta verdade palmar: Francisco, no dia-a-dia, comporta-se como um líder ecumênico, pontifex maximus, de uma neo-religião universal, sob os aplausos ou a inércia da ex-opinião públia católica. A bem dizer, em sentido definidamente oposto àquilo que se deveria esperar da mais alta autoridade da terra, ou seja, do Sucessor do Príncipe dos Apóstolos.
No caso em apreço, quando afirmar, de forma pasmosa, que a ‘diversidade’ [sic!] em matéria de religião constitui uma riqueza, Francisco faz eco àquilo que, em sem número de círculos do ‘progressismo’ católico, é hoje subentendido por 'Igreja': uma promíscua ONU DAS RELIGIÕES.
De modo escandaloso, portanto, o atual pontificado — tragédia ímpar com a qual se defrontam os católicos zelosos de nossa Santa Religião —, ora de um modo, ora de outro, concorre para confundir e abalar o que resta de princípios católicos em legiões de espíritos desavisados e confusos.    

*** *** ***

Em face desse quadro apocalíptico, cumpre indagar: quem ainda é católico na Igreja Católica? Noutros termos, quem ainda entende a Religião Católica, o “ser católico”, em consonância com a tradição bimilenar da Igreja?
A ninguém será dado responder com precisão a essa pergunta, entretanto crucial para o desenrolar do século XXI. É uma incógnita que percorre continentes e consciências.
De líquido e certo, que se pode esperar?
Faz quase cem anos, em Fátima, Nossa Senhora prognosticou a vitória de Seu Coração Imaculado. A Mãe de Deus, Medianeira universal de todas as graças, é incapaz de lograr a humanidade.
Antes desse desfecho triunfal de Maria, que gigantescos desafios nos aguardam?
São Bernardo aponta-nos o caminho seguro: “ Se Ela te sustenta, não cairás; se Ela te protege, nadas terás a temer; se Ela te conduz, não te cansarás, se Ela te é favorável, alcançarás o fim.
E assim verificarás, por tua própria experiência, com quanta razão foi dito: ‘E o nome da Virgem era Maria’”. (cf. Louvores da Virgem Maria, Super missus, 2ª homilia, 17 - apud Pierre Aubron SJ, L'oeuvre mariale de Saint Bernard, Editions du Cerf, Paris, Les Cahiers de la Vierge, nº 13-14, março de 1936, pp. 68-69).
Estrela do Mar, rogai por nós!
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