terça-feira, 5 de novembro de 2013

A modéstia nas conversas





Ainda que tudo o que é desonesto é indecente, nem tudo o que é indecente se pode chamar desonesto. Não se confunda, pois a indecência com a desonestidade. Conversas e expressões referentes a coisas baixas e inconvenientes são falsamente julgadas desonestas. O mesmo se deve pensar de certas conversas sobre namoros, modas e diversões profanas, em que não se diz qualquer coisa menos conveniente. 

Nas mesmas expressões impuras devemos distinguir aquelas que são aberta e diretamente más e que ordinariamente arrastam à impureza, e aquelas que só remota e encobertamente se referem a coisas impuras e apenas levemente induzem ao pecado. Estas expressões, principalmente quando ditas por gracejo ou leviandade e sem complacência e impureza, não são tão pecaminosas como as outras; todavia o seu perigo cresce à medida que os interlocutores são falhos de virtude e inclinados à luxúria. O pecado será tanto mais grave, quanto maior for o perigo.

Não se esqueça de que os pensamentos maus a ninguém escandalizam, ao passo que as conversas livres más, por leviandade, brincadeira, ou ‘ara divertir a companhia’ como se costuma dizer, dão quase sempre ocasião a maus pensamentos e desejos de pecados talvez gravíssimos, tanto internos como externos. Que tristes efeitos resultam das conversas levianas e impuras! 

Uma criada de servir tinha o costume de entremear sempre nas suas conversas palavras levianas e frases inconvenientes, apesar das admoestações constantes duma companheira que não cessava de dizer: 

 À hora da morte, chorarás amargamente esse mau costume, mas talvez sem proveito

Uma tarde foram as duas visitar a criada duma vizinha gravemente enferma, a qual, depois de ter suplicado que orassem por ela para que lhe concedesse uma boa morte, acrescentou: 

 Uma coisa, sobretudo me aflige: ter misturado nas minhas conversas, palavras e frases obscenas. O meu confessor bem me dizia: quantos maus pensamentos e talvez más ações cometidas pelo próximo, que te serão imputadas à hora da morte! Agora vejo eu quanta razão ele tinha! Peço-vos que esqueçais as minhas más palavras, não siga meus exemplos, e dizei o mesmo às minhas companheiras. Todas as vezes que entrardes no cemitério e deitardes água benta sobre a minha campa, pensai que me ouvis dizer lá debaixo da terra: Guardai-vos de conversas desonestas, que pesam terrivelmente sobre o coração no leito da morte.

Todas as pessoas presentes ficaram profundamente impressionadas, e, mais que todas, a leviana criada, que na volta disse à companheira:

 Parecia-me que estava sobre brasas; prometo a Deus que nunca mais hei de sujar meus lábios com palavras desonestas. 

Como é verdadeira a palavra do Salvador: ‘Ai daquele homem por quem vem o escândalo!’.

Havendo justo motivo para falar de coisas impuras ou perigosas, empregue-se o maior recato e sobriedade, evite-se toda a má intenção e haja todo o cuidado em não escandalizar as pessoas com quem se fala. 

Quanto a assistir a conversas desonestas ou indecentes, nota o seguinte: Não gostando das coisas que se dizem, mas somente do modo como se dizem, não é pecado grave ouvi-las. Mas, se mostras agrado, rindo-te, e dás assim calor a quem fala para continuar, e, aos outros, ocasião de escândalo, então há perigo de pecares mortalmente. 

Não haverá pecado se, quando a conversa descamba para coisas torpes, te retiras ou, não o podendo fazer, procuras levá-la para outro assunto. 

Há, porém, ocasiões em que nenhum destes meios é exequível. Então necessário se torna não consentires; e para não haver escândalo, deves mostrar-te desgostoso e desaprovar externamente tais conversas baixando os olhos, ponde-te sério, ou de qualquer outra maneira.

Os pais e superiores estão obrigados a cortar energicamente todas as conversas impuras ou indecentes entre as pessoas que lhes estão subordinadas. 



(O Cristão no Tribunal da Penitência pelo Fr. Frutuoso Hockenmaier, O.F.M, tradução do P. Inôcencio do Nascimento, 3ª edição, 1949.)



Fonte: Católicos Tradicionais

DESONESTIDADE INTELECTUAL COM TODAS AS LETRAS



Assim como, nos EUA, a acusação de estupro serviu como pretexto para que se fizesse a campanha em favor do aborto, por aqui, no Brasil, os anencéfalos foram só uma estratégia. Quem confessa é Luís Roberto Barroso, ministro do STF, o patrocinador da causa.


*** * ***


A INCRÍVEL ENTREVISTA DE UM MINISTRO DO SUPREMO – Barroso confessa que anencéfalos eram mero pretexto; ele quer é a liberação de qualquer aborto. Ou ainda: Quando a causa é “progressista”, atropelar a Constituição, para ele, é um dever; já os embargos infringentes…


Ministro Luís Roberto Barroso: um juiz não pode ter paixões nem ser militante de causas
Ministro Luís Roberto Barroso: um juiz não pode ter paixões nem ser militante de causas

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, concede uma entrevista gigantesca a Carolina Brígido e Francisco Leali, do Globo. Está na edição online de sábado. Suponho que haja uma versão na impressa deste domingo. E ponham “gigantesca” nisso: mais de 25 mil toques! Se, um dia, o papa Francisco decidir dar um pingue-pongue ao jornal, será maior do que a Enciclopédia Britânica. Questão de proporção, certo? Barroso faz uma confissão espantosa: ao patrocinar a causa do aborto de anencéfalos, tinha outra coisa em mente: a defesa de qualquer aborto. À época, apontei isso aqui. Disseram que eu delirava e que minha oposição ao aborto retirava a minha objetividade. Ao argumentar, cita como exemplo positivo uma farsa grotesca ocorrida nos EUA em 1973. Não é só isso, não. Como vocês poderão notar, o doutor acha legítimo deixar pra lá a Constituição e as leis quando ele concorda com as demandas. Bem, vamos lá. Registro trechos de perguntas e respostas em vermelho e comento em azul. Embora a entrevista seja o chamado “pingue-pongue”, o que se lê é “pingue-pingue”. Então eu me encarrego dos “pongues”, entenderam?
PINGUE-PINGUE – A REVOLUÇÃO
Agora que o senhor já está há um tempo no tribunal, pode avaliar: o Supremo é como o senhor imaginava, ou é diferente?
Embora eu conhecesse o tribunal como um observador externo, o volume e a diversidade do trabalho ainda assim me surpreenderam, assim como a quantidade de coisas que eu acho que não deveriam estar lá. Há no Supremo um varejo de miudezas maior do que o que eu imaginava e que consome muito o tempo dos ministros. Parte do meu trabalho e da minha equipe é identificar, num oceano de processos, o que justifica uma atuação do Supremo. Em três meses de tribunal, confirmei o meu sentimento de que é preciso fazer uma revolução no modo como o Supremo atua, sobretudo no modo como escolhe sua agenda.
PONGUE – CONVERSA MOLETodos os que se propõem a fazer “revolução” acabam cometendo injustiças novas sob o pretexto de combater as velhas. Por isso, leitor, acredite apenas em “reforma”. A melhor maneira de você manter sempre novo um poste, já observou Chesterton (perdoem-me por não citar Taiguara ou Caetano Veloso), é pintá-lo. Um poste novo, sem manutenção, envelhece. Quem ler a entrevista vai constatar que o ministro propõe apenas uma nova forma de exercer o foro por prerrogativa de função — logo, não é “revolução”. É que a palavra é atraente e lhe confere um ar “moderno”. De resto, ele poderia ter rechaçado a demagogia — na imprensa, jornalistas são contra o foro especial sem se dar conta das implicações da sua eventual extinção — e lembrado que os réus do mensalão julgados na primeira instância permanecerão impunes por anos a fio. Só existe a possibilidade de punição de alguns porque o processo correu no Supremo.
(…)
PINGUE-PINGUE – QUANDO O SUPREMO LEGISLA?
Há temas que o Supremo deveria tratar? Que mereceriam ainda uma definição mais clara?
Nem tudo que hoje é premente no Brasil comporta uma solução judicial. Acho que há muitas questões importantes no país que dependem de decisões políticas, e o Supremo não é o espaço mais adequado para as decisões políticas, salvo por exceções.

Mas quando o Congresso não legisla…O Supremo deve tomar decisões que têm impacto político basicamente em três situações. A primeira, quando o legislativo não tenha podido ou conseguido legislar sobre uma questão importante. Em segundo lugar, quando esteja em jogo um direito fundamental de uma minoria. Em terceiro lugar, para a proteção das regras do jogo democrático. São esses os três grandes papéis políticos de uma corte constitucional. (Em relação à) proteção das minorias, o Supremo fez, e bem, na questão das uniões homoafetivas. Em toda parte do mundo, direitos das minorias, homossexuais, negros, mulheres, dependem frequentemente do poder judiciário. As minorias, por serem minorias, não conseguem prevalecer no processo político majoritário. Então, para avançar uma agenda de direitos fundamentais das minorias muitas vezes só é possível fazer isso via judiciário. De certa forma, foi o que aconteceu nos Estados Unidos na questão do aborto em 1973. Transportando para o Brasil, acho que foi o que aconteceu nas uniões homoafetivas, na questão das interrupções das gestações de fetos anencefálicos.
PONGUE – A FARSA
É impressionante que um ministro do Supremo cite como exemplo virtuoso, quando  debate é aborto, o que se deu nos EUA em 1973. Pesquise a respeito. Trata-se de uma das maiores farsas da história recente do país. Instruída e manipulada por advogados, como ela mesma confessou, e financiada por uma revista, Norma L. McCorvey (“Jane Roe”) alegou ter sido estuprada para obter o direito ao aborto legal. Estudem sobre os desdobramentos. Seu filho nasceu antes do término do processo. Foi dado para a adoção. Era tudo guerra de propaganda. Mais tarde, afirmando ter cometido o maior erro de sua vida, ela confessou: não tinha sido estuprada coisa nenhuma; era só a personagem de uma causa.
Quando um ministro do Supremo diz que, para fazer avançar os direitos das minorias, é preciso que se recorra ao Judiciário e cita aquele exemplo, eu sou obrigado a constatar que as palavras fazem sentido. E acho que ele está obrigado a responder uma questão: MESMO UMA FARSA SERVE PARA FAZER AVANÇAR OS TAIS DIREITOS, MINISTRO? Se a sua resposta for “não”, então mude de exemplo. Se a resposta for “sim”, estamos ferrados.
Há mais: quando se fala em “direitos de minoria”, entende-se que se está a falar de DIREITOS FUNDAMENTAIS. O aborto serve como exemplo de um direito fundamental que se nega a uma minoria só por ela integrar essa minoria??? Desenvolva a tese, ministro Barroso. Peguemos outro exemplo eloquente: cotas raciais. Que direito fundamental estariam alguns brasileiros impedidos de exercer em razão da cor da pele? A resposta é óbvia: nenhum! “Ah, mas, na prática, não é o que acontece…” Então que se pensem medidas suplementares. O que uma democracia não pode tolerar é que se solapem direitos de uns para que possa tratar desigualmente os desiguais.

O Terceiro Segredo refere-se à...




‘APOSTASIA NA IGREJA’
por Lucio Brunelli




Com respeito ao Terceiro Segredo de Fátima, o Cardeal Silvio Oddi diz: "Não tem nada a ver com Gorbachev. A Santíssima Virgem estava a avisar-nos contra a apostasia na Igreja".

Este texto é tirado do artigo que foi publicado pela primeira vez em Roma em 17 de Março de 1990, na revista Il Sabato
O Cardeal Oddi no seu escritório, em Maio de 1990, fala abertamente sobre o Terceiro Segredo e a Consagração da Rússia. Ao lado do Cardeal está Arthur Skinner, Director Internacional da Sociedade para a Consagração da Rússia. (Cf."Boletim Especial de Roma")


Já toda a gente reconhece que o Cardeal Silvio Oddi tem uma virtude que é extremamente rara nos meios eclesiásticos actuais: a franqueza e a liberdade com que expõe os seus pontos de vista. A entrevista que se segue é mais uma prova disto. Tem por tema um dos enigmas que, durante este século, mais tocaram a imaginação religiosa colectiva: o Terceiro Segredo de Fátima. É um assunto que mais uma vez ganhou relevância actual no mês passado, a seguir à publicação em 30 DIAS de uma carta da Irmã Lúcia, uma dos três videntes a quem a Mãe de Deus apareceu em 13 de Maio de 1917. Referindo-se aos acontecimentos na Europa de Leste, a freira portuguesa escreveu: "Creio que é um acto de Deus para afastar o mundo do perigo de uma guerra atómica que o podia destruir." Muitos viram nestas palavras a confirmação de que o Terceiro Segredo terá algo a ver com os últimos acontecimentos na URSS, como se a Virgem Maria tivesse profetizado e guiado misteriosamente o plano de Gorbachev para a perestroika. Esta teoria acabou por atribuir a estes acontecimentos políticos o carácter miraculoso de um renascimento espiritual e religioso.

Também é desta opinião?

CARDEAL SILVIO ODDI: Não; pelo contrário, continuo a ser muito céptico. Creio ter conhecido João XXIII muito bem, por ter passado vários anos ao seu lado, quando ele estava na nunciatura em Paris. Se o Segredo fosse sobre realidades consoladoras para a Igreja, como a conversão da Rússia ou o renascimento religioso da Europa de Leste, parece-me que ele teria feito pressão para que o Segredo fosse feito público.
Por temperamento, ele não hesitava em comunicar coisas agradáveis (foi revelado que o Cardeal Roncalli, em várias cartas para amigos, praticamente anunciava a sua eleição para o Papado). Mas quando lhe perguntei, numa audiência, por que razão é que ele não tinha divulgado a última parte da Mensagem de Fátima em 1960, quando tinha chegado ao fim a obrigação de manter o Segredo, ele respondeu com um suspiro de cansaço. E depois disse: "Não me fale desse assunto, por favor ..."

Falou alguma vez com a Irmã Lúcia?

CARDEAL ODDI: Sim, em 1985. Tinha ido a Portugal para celebrar solenemente o aniversário das aparições, e não resisti ao desejo de trocar algumas palavras com ela. Evidentemente, não lhe pedi para me revelar o Segredo, mas perguntei-lhe se sabia por que razão a Igreja tinha decidido não o tornar público.

E a Irmã Lúcia, o que disse?

CARDEAL ODDI: Disse que em Maio de 1982 tinha falado disso a João Paulo II, que tinha feito uma peregrinação a Fátima para dar graças a Nossa Senhora, um ano depois da tentativa de assassínio na Praça de S. Pedro. Ambos decidiram juntos que seria mais oportuno não revelar o Segredo. Com receio, explicou-me ela, de que fosse "mal interpretado". Segundo me disseram, o Santo Padre deu a mesma explicação durante a sua visita à Alemanha. Esta atitude da Igreja reforçou em mim uma teoria que tenho há alguns anos ...

E qual é?

CARDEAL ODDI: O que é que aconteceu em 1960 que podia ser relacionado com o Segredo de Fátima? O acontecimento mais importante é, sem dúvida, o início da fase preparatória do Concílio Vaticano II. Por isso, não me surpreenderia se o Segredo tivesse alguma coisa a ver com a convocação do Vaticano II...

Porque diz isso?

CARDEAL ODDI: A partir da atitude que o Papa João exteriorizou durante a nossa conversa, deduzi – mas isto é só uma hipótese – que o Segredo devia conter uma parte que tivesse algo de bastante desagradável. João XXIII tinha convocado o Concílio com a intenção precisa de dirigir as forças da Igreja no sentido da solução dos problemas que dizem respeito a toda a humanidade, começando do seu interior. Ou seja, queria que o trabalho começasse com a perfeição evangélica seguida pelas pessoas consagradas ... Mas, como todos nós sabemos, apesar dos grandes méritos do Concílio, aconteceram muitas coisas tristes. Estas coisas não se devem ao Concílio, mas tiveram lugar em conjunção com o Concílio. Estou a pensar, por exemplo, no número de padres que deixaram o sacerdócio: dizem que que chegaram a 80.000. Mas basta recordar a angústia com que o Santo Padre Paulo VI se referiu em 1968 à "autodemolição" que tinha lugar na Igreja ... Ou a sua homilia dramática de 29 de Junho de 1972: "Pensávamos que depois do Concílio viria um dia de sol na história da Igreja. Mas em vez disso veio um dia de nuvens e tempestades, e de escuridão ... E como aconteceu isto? Confiar-vos-emos o pensamento que pode ser, admitimo-lo nós próprios em discussão livre, que pode ser infundado, e é que houve um poder, um poder adverso. Chamemo-lo pelo seu nome: o demónio." E em seguida: "Foi como se, por alguma fresta misteriosa, não, não é misteriosa, por alguma fresta o fumo de satanás tivesse entrado no templo de Deus."

E como é que interpreta isto?

CARDEAL ODDI: Assim: que não me surpreenderia se o Terceiro Segredo aludisse a tempos difíceis para a Igreja: graves confusões e apostasias preocupantes dentro do próprio Catolicismo ... Se considerarmos a grave crise que temos vivido desde o Concílio, não parecem faltar sinais de que esta profecia se cumpriu ...

Mas há quem diga que o Papa vê realmente uma ligação entre o mistério de Fátima e as mudanças que estão a ocorrer na Rússia ...

CARDEAL ODDI: Sabemos que essa pergunta foi feita, em particular, a João Paulo II. Num caso, limitou-se a sorrir; no outro, deu uma resposta que não permite chegar-se a uma conclusão clara.


Fonte: Fátima
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...