quarta-feira, 24 de abril de 2013

O MISTÉRIO NOS OLHOS DA VIRGEM DE GUADALUPE





Apareceu a Virgem Maria[1] ao índio Juan Diego na colina do Tepeyac, ao norte da Cidade do México em dezembro de 1531 e lhe pediu para que ali fosse construído um templo. Dirigiu-se o índio ao Bispo, Juan de Zumárraga, que cético solicitou uma prova efetiva de tal aparição. A Virgem Maria apareceu novamente ao índio e solicitou que colhesse as rosas e outras flores que estavam na colina, insólitas para o inverno e o solo árido, e as colocasse em seu tilma – o avental típico dos camponeses astecas, pedindo para que somente o abrisse diante do Bispo, como prova da aparição. Quando Juan Diego abriu o tilma, as rosas e as outras flores caíram e nele apareceu estampado a fulgurante imagem de Nossa Senhora, conservado intacto até hoje. O Bispo se ajoelhou maravilhado e arrependido, pediu perdão à Virgem Maria pela desconfiança e colocou-a na capela.





Dr. Adolfo Orozco [2]  , físico e pesquisador, assegura que não há explicações científicas para quase cinco séculos de alta qualidade de preservação da tilma ou para os milagres que ocorrerão garantindo a sua preservação.  Segundo ele: “Todos os tecidos semelhantes com a Tilma que foram submetidos a ambientes salinos e à umidade em torno da Basílica não duraram mais do que 10 anos”. Uma pintura da imagem miraculosa, criada em 1789, estava em exposição em uma igreja próxima da basilica onde a Tilma foi colocada. “Esta pintura foi feita com as melhores técnicas daquele tempo, a cópia é linda e feita com uma tela muito parecida com aquela da Tilma. A imagem também foi protegida com vidro desde a primeira vez que foi colocada lá.”. No entanto, oito anos depois, a cópia da imagem de Nossa Senhora de Guadalupe foi descartada porque as cores estavam desbotando e os fios se rompendo. Em contraste, Dr. Orozco diz,“a Tilma original foi exposta por aproximadamente 116 anos sem nenhum tipo de proteção, recebendo todas as radiações infravermelhas e ultravioletas das dezenas de milhares de velas próximas dela e exposta à umidade e salinidade do ar ao redor do templo.” 

Em 1936, um professor alemão que vivia no México, Fritz Hahn, foi convidado pelo governo a assistir aos jogos olímpicos daquele ano em Berlin. Pouco antes de partir para a Europa, recebeu do Dr. Ernesto Pallanes duas fibras da imagem sagrada, uma vermelha e outra amarela. Ele havia recebidos as mesmas do Bispo de Saltillo, que por sua vez foi presenteado com elas pelo padre da Basilica, Don Feliciano Echavarria, diretamente do relicário dos bispos. Juntamente com as duas fibras, o Professor Hahn levou uma carta de recomendação de Marcelino Junco, professor aposentado de química orgânica na Universidade Nacional do México, para o alemão vencedor do Prêmio Nobel em Química, Richard Kuhn, diretor do departamento de química na Intituição de Kaiser Wilhelm, em Heidelberg.

Kuhn examinou as fibras com a sua meticulosidade de costume e então fez um anúncio inacreditável. Não havia nenhum tipo de corante nas fibras. Os materiais utilizados para produzir o que se parecia com as cores eram desconhecidos pela ciência, não sendo de origem vegetal ou animal, nem corantes minerais. A utilização de corantes sintéticos foi descartada, visto que foram desenvolvidos três séculos após a criação da imagem sagrada.

A hipótese de que a imagem sagrada é uma pintura foi posteriormente desacreditada em 1946 quando uma análise microscópica revelou não haverem traços de pincel. Também não havia qualquer sinal da assinatura do artista no canto inferior da imagem. Em 1954 e novamente em 1966, o professor mexicano Francisco Camps Ribera realizou um estudo exaustivo da Imagem Sagrada e chegou à mesma conclusão. Se, então, a imagem não foi uma pintura, o que é? Sua composição material tinha que ser algo definível, uma vez que foi observado e, na verdade tangível. Mas se ele era de origem sobrenatural, como isso poderia ser equiparado com o mundo material, em termos de ciência física? [3]

Não é uma imagem produzida por mãos humanas, demonstraram os cientistas Jody Brant Smith e Philip Serna Callahan que a analisaram com raios infravermelhos e afirmaram: “A origem da imagem de Guadalupe é inexplicável.”

Dr. Callahan, no fim de seu detalhado estudo, chega a seguinte conclusão:

"A pintura original – incluindo a túnica rosa, o manto azul, as mãos e a face é inexplicável. Em termos deste estudo por infravermelho, não há como explicar, seja o tipo de pigmentos de cor utilizados, seja a preservação da luminosidade da cor e o brilho dos pigmentos através dos séculos. Além disso, quando se considera o fato de que não existe esboço e dimensionamento (...), e que a própria trama do tecido é utilizada para dar profundidade ao retrato, nenhuma explicação do retrato é possível por meio de técnicas de infravermelho. É notável que depois de mais de quatro séculos não haja desbotamento ou rachaduras da pintura original em nenhuma porção do tilma, o qual - sendo de tamanho menor - deveria ter se deteriorado séculos atrás." [4]

Há um Mistério nos Olhos da Virgem Maria.  Seus olhos, na imagem, apresentam uma córnea curva, além de apresentar o fenômeno de Sanson-Purkinje[5], tal qual olho humano, fato este corroborado por uma série de renomados cientistas e oftalmologistas que estudaram o tilma, entre eles: Dr. Javier Torroela-Bueno, Dr. Rafael Torija-Lavoignet, Dr. Enrique Graue, Dr. Jorge A. Escalante Padilla e Dr. Aste-Tonsmann.

Em 1975, após analisar a imagem, afirmou Dr. Enrique Graue: “A sensação é de estar vendo um ‘olho vivo’ e realmente não pode ser pensado em algo menos do que sobrenatural.” [6]

Dr. Jorge A. Escalante Padilla também relatou a descoberta de pequenas veias em ambas as pálpebras da Imagem. Na década de 1970, um oftalmologista japonês que estava examinando os olhos desmaiou. Quando se recuperou,  afirmou que os olhos estavam vivos e olhando para ele! [7]

Em 1979, Dr. Jose Aste TonsmannPhD, graduado em engenharia pela Universidade de Cornell (EUA), enquanto trabalhava no Centro Científico da IBM, no processamento por computador de imagens transmitidas por satélites artificiais passou a estudar o manto de Guadalupe, usando uma fotografia de alta resolução do original – após filtrar e digitalizar a imagem, publicou seus magníficos resultados em 1981[8]. Os olhos da Imagem medem de 2 a 5mm de altura por 3 a 7mm de comprimento. Em seu computador, dividiu nas fotografias, cada milímetro quadrado em 1.600 até 27.770 micro-quadrados, e amplicou, de 30 a cerca de 2.000 vezes cada micro-quadrado, confirmando não só a existência do fenômeno de Sanson-Purkinje mas percebeu que haviam várias figuras humanas refletidas em ambos os olhos. E no centro da pupila da Virgem de Guadalupe uma família indígena, uma jovem índia carregando um bebê amarrado nas costas e duas crianças. Mero acaso?

 



A família, dizia o grande escritor inglês G.K. Chesterton, é uma célula de resistência à opressão. Ela é a célula-mater da sociedade e como afirmou Bento XVI é um dos tesouros mais importantes da sociedade humana.

Por que no centro dos olhos da Virgem de Guadalupe se encontra uma família? Por que Deus, em seus desígnios, permitiu que esta descoberta fosse feita diante da loucura insana hedonista hodierna? Seria mais uma coincidência ou tem a Virgem algo a nos dizer perante tantas leis iníquas que visam perverter princípios morais básicos, destruir os lares e sucumbir o ordenamento jurídico?

Quando o ser humano perde a sensibilidade diante da vida e trata os seus como um amontoado de células, mero lixo descartável e chega ao ponto de defender o assassinato de um inocente, a Virgem Maria tem algo a nos dizer. Nos seus olhos, há um grito de desespero e de dor.

Já dizia São Luiz Maria Grignion de Montfort, que foi pela Santíssima Virgem Maria que Jesus Cristo veio ao mundo, e é também por ela que deve reinar no mundo. Que Nossa Senhora de Guadalupe, Imperatriz da América, triunfe e proteja os lares do Brasil e livre esta nação da maldição do aborto!




Rafael Volpato

 “Minha certeza de que houve milagres na História humana não é em absoluto uma crença mística. Acredito neles pela evidência humana, do mesmo modo que faço com respeito à descoberta da América (...). De algum modo surgiu a peregrina idéia de que aqueles que acreditam nos milagres aceitam-nos unicamente por força de um dogma. A verdade é totalmente o contrário: os que acreditam em milagres, reconhecem-nos (...) unicamente por que apresentam alguma evidência. Aqueles que não acreditam em milagres, rejeitam-nos (...) inspirados por alguma doutrina contrária."
G.K.Chesterton, Orthodoxy, 1959


[1] A história aqui apresentada compacta encontra-se detalhada nos livros A Handbook On Guadalupe e The Wonder of Guadalupe, cuja leitura recomendo.
[2] Entrevista concedida à CNA: http://www.catholicnewsagency.com/news/our_lady_of_guadalupe_completely_beyond_scientific_explanation_says_researcher/
[3] Francis Johnston, The Wonder of Guadalupe, 1981, pg. 121
[4] Philip Serna Callahan, The Tilma Under Infra-Red Radiation: An infrared and artistic analysis of the image of the Virgin Mary in the Basilica of Guadalupe, 1981, pg.18
[5] Jody Brant Smith, The Image of Guadalupe, 1994, pg. 54
[6] Jody Brant Smith, The Image of Guadalupe, 1994, pg. 55
[7] A Handbook on Guadalupe, Franciscan Friars of the Immaculate,1996, pg. 90
[8] Dr. José Aste Tonsmann, Los ojos de la Virgen de Guadalupe - Un estudio por computadora electrónica, Editorial Diana, 1981

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