Por Roy L Hales
Os
descrentes têm frequentemente ressalvado a exclusividade dos ensinamentos
transmitidos pelo Povo Eleito e pelo Cristianismo, mas as Sagradas Escrituras
indicam que, no princípio, toda a humanidade conhecia o Criador. Quando Noé
levou a cabo o sacrifício em Génesis 8:20-9:17 (imediatamente após o Dilúvio),
toda a sua família – os antecessores de toda a humanidade – foi abençoada. Mais
tarde, a humanidade fixou-se na Suméria, onde construiu a Torre de Babel.
A tradição dos hebreus sustenta que
Deus ordenou que as pessoas se dispersassem e colonizassem toda a Terra, mas a
humanidade recusou-se. Como consequência, Deus dispersou-os. (1) Gerações
posteriores do homem passaram a estar cada vez mais indiferentes ao Criador,
tal como Romanos 1:21-24 descreve:
Porquanto,
tendo conhecido a Deus, não O glorificaram como Deus, nem Lhe deram graças,
antes em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se
obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos, e mudaram a glória do Deus
incorruptível, em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de
quadrúpedes, e de répteis. Pelo que, também, Deus os entregou às concupiscências
dos seus corações, à imundícia, para desonrarem seus corpos entre si.
O Criador escolheu uma só família
para preservar a Sua adoração, mas mesmo quando esta família, mais tarde uma
nação, veio a existir, ainda existiam profetas ao servio do monoteísmo
original:
§ Quando Abraão se encontrava em Canaã, cruzou-se com
Melquisedeque, o Sacerdote do Deus Altíssimo (Génesis 14:18-20);
§ Começando no capítulo 22 até ao capítulo 24, o
Livro de Números descreve a forma como o profeta Balaão (da Síria ou do Irão (2))
foi consultado para amaldiçoar a descendência de Abraão pouco antes de estes
conquistarem Canaã.
Um estudo das numerosas tradições
mundiais ecoa a ideia Escritural mencionada em cima de que, originalmente, toda
a humanidade seguia o Senhor antes de enveredarem por outros caminhos. Existem
muitas evidências que demonstram a perda do monoteísmo original, e a queda para
o paganismo. As primordiais e principais civilizações letradas da Suméria,
Egito, Índia, China e México todas revelam sinais de haverem sido, no passado,
monoteístas.
Algumas civilizações mais antigas de
África, América do Norte e Japão exibiram a ideia dum Deus Criador Único, mas
para todo o propósito prático, abandonaram a sua adoração em favor dos
espíritos [entenda-se: demônios]. No caso
da Suméria, do Egito, da Índia e do México, esta viagem do monoteísmo para a
adoração dos espíritos levou à adoração de muitos deuses.
MONOTEÍSMO
NA SUMÉRIA, EGIPTO E ÍNDIA
As evidências em favor do monoteísmo
original na Suméria, no Egipto e na Índia há já muito tempo que são conhecidas.
Os arqueólogos já apuraram que, quanto mais eles recuam na história da Suméria,
mais proeminente o deus do céu An se torna: devido a isto, muitos são levados a
acreditar que ele era o deus único da Suméria.
Evidências em favor da adoração do
“Deus Único” no Egipto são mais abundantes mas, ao mesmo tempo, mais confusas.
Os hinos, tais como aquele que se segue, são abundantes na literatura Egípcia:
Um,
o criador de todas as coisas, o Espírito, o Espírito oculto, o criador dos
Espíritos. Ele existia no princípio, quando nada mais existia. Tudo o que foi
criado, Ele criou depois de começar a existir. Ninguém sabe como O encontrar; o
Seu nome é um mistério e é oculto. Os seus nomes são inumeráveis. Ele é a
verdade, Ele vive na verdade, Ele é o rei da verdade. Ele é vida; através dele
o homem vive; Ele dá a vida ao homem, Ele assoprou vida para as suas narinas. .
. Ele mesmo é a existência; Ele não aumenta nem diminui. Ele criou o universo,
o mundo. o que era, o que é, e o que ainda será … Ele ouve todos os que clamam
a Ele, ele recompensa os seus servos; todos os que o reconhecem são conhecidos
por Ele. Ele protege os seus seguidores.(4)
Perante uma tal abundância de deuses
egípcios, muitos peritos colocaram a hipótese deles todos serem aspectos
distintos “Do Tal”, ou se as variadas divindades se encontravam em competição
para serem “O Tal”. (5) Do ponto de vista Bíblico, o conceito da Unidade Divina
muito provavelmente permaneceu na cultura mesmo depois de estarem passados
vários séculos após o abandono da adoração ao Deus verdadeiro.
A herança monoteísta da Índia está
claramente manifesta na sua escritura mais antiga, o Rig Veda:
No
princípio, quem nasceu? O Senhor, o Senhor Único de todas as coisas que
existem, Aquele que criou a Terra, formou o céu, que dá vida e força, a quem os
deuses de petição reverenciam como o DEUS ÚNICO. (6)
MONOTEÍSMO
CHINÊS
Originalmente, os Chineses adoravam
uma divindade cujo nome, Shang Ti, traduzido para português significa “O Senhor
Supremo” ou “O Senhor do Céu”. (7) Todas as coisas foram feitas por Ele, todos
os castigos e recompensas eram, invariavelmente, rastreáveis até Ele. (6) Uma
análise das tradições daqueles dias, quando Ele era adorado, revela uma mistura
de adoração aos espíritos e um reconhecimento do Criador não muito diferente
daquele encontrado nos reinos de Israel e Judá.
A história de um homem, o imperador
Ch’eng Tang (~ 1760 B.C.), destaca-se como algo muito parecido com as histórias
Bíblicas. Ch’eng Tang viveu durante os últimos dias do último imperador da
dinastia Hsia. Tang encontrava-se visivelmente perturbado pelos actos do seu
rei, mas não tentou corrigi-lo sem antes receber um comando expresso proveniente
do Céu. Foi então que uma voz veio até ele num sonho:
Ataca.
Dar-te-ei toda a força que precisas; porque eu recebi do céu um mandato para
ti. (9)
Foi então que Ch’eng Tang destruiu a dinastia Hsia e instalou-se como imperador.
No entanto, a sua consciência não se
encontrava totalmente descansada, e por muitos anos Tang questionou-se se ele
havia agido da forma correcta. Finalmente, uma seca grave veio sobre a sua
terra, e Tang vestiu-se como se fosse se sacrificar, ao mesmo tempo que clamava
a Deus para que “não destruas o meu povo por causa dos meus pecadosl” (10)
Segundo se sabe, chuva caiu do céu nesse momento.
Ch’eng Tang pode ter seguido a Deus,
da forma como ele O entendia, mas o seu exemplo é único nas crónicas Chinesas.
As gerações que se seguiram deram uma atenção crescente às leis de Deus, ao
mesmo tempo que se esqueciam da Sua Personalidade.
Confúcio (511-479 BC) ressalvou que,
quer Deus exista ou não, a Sua adoração é benéfica para as pessoas. Foi durante
o seu tempo que o título mais pessoal “Shang Ti” foi abandonado pelo mais
impessoal “Tien” (Céu). (11)
MONOTEÍSMO
NO MÉXICO ANTIGO
Os povos originais do México podem
ter tido Um só Deus Criador. (“Peritos” variados questionam-se se Ele e a sua
esposa eram entidades diferentes ou aspectos distintos do mesmo ser). Uma lenda
conta a forma como Ele fez um jardim (ou uma cidade) com um Verão perpétuo e
rios que fluíam. Posteriormente, Deus instalou uma árvore bonita bem no meio do
jardim e ordenou aos deuses menores para não a tocarem.
Estes deuses menores desobedeceram-No
e rasgaram tiras enormes da árvore, em seu zelo de desflorá-la. Como resultado,
Deus lançou estes “deuses” para fora do jardim e deu-lhes várias tarefas para
eles levarem a cabo. O primeiro casal de humanos também vivia no jardim, e
foram também expulsos juntamente com estes “deuses” menores. (12)
O
DEUS CRIADOR E OS VARIADOS ESPÍRITOS
A transição da sociedade monoteísta
para uma que adora espíritos é ilustrada pelos variados povos antigos, que
ainda existem actualmente. O Povo Japonês de pele branca com o nome de Ainu,
por exemplo, ainda adora o Deus Criador Único mas pensa que Ele está demasiado
afastado para se interessar no ser humano; devido a isso, o povo Ainu lida com
espíritos. (13)
Muitas tribos Índias Norte-Americanas
acreditam que o Criador designou espíritos como intermediários entre o homem e
Deus (14). As tribos Algonquin no Este do Canadá foram mais longe ao declarar
que o Próprio Deus disse aos Índios para buscarem os espíritos. Esta alienação
é provavelmente melhor expressa por um nativo da África Ocidental que descreve
o Deus Criador da sua cultura:
Sim,
Ele criou-nos, mas depois de nos ter criado, Ele abandonou-nos e não Se
preocupa connosco. Porque é que nós nos preocuparíamos com Ele? Ele não nos
ajuda nem nos prejudica. São os espíritos que nos podem prejudicar, e são eles
quem nós tememos e com quem nós nos preocupamos.(15)
A
ASCENSÃO DO PANTEÍSMO
Desde a adoração de muitos espíritos
até a adoração de muitos deuses é um pequeno passo. Os Cananeus parece que
estavam a meio deste processo com a sua adoração ao deus supremo El, ao lado de
inúmeros deuses menores. O Egipto, a Suméria e a Índia, todas se tornaram
culturas com muitos deuses. Os deuses do México são, aparentemente, incontáveis
e são encontrados sob muitas formas e em muitas culturas. Os Chineses retiveram
a ideia do Céu Único mas a vida da sua espiritualidade encontra-se no seu
espiritismo e no seu ocultismo.
CONCLUSÃO:
Antigamente, todos os povos da Terra
conheciam o Verdadeiro Deus, mas não O adoravam nos seus corações porque não O
obedeciam. Tudo o que sobrou da sua crença ancestral são lendas. A verdadeira
adoração foi transmitida até aos tempos modernos pelos descendentes de Abraão.
No entanto, mesmo quando Deus preservou a Sua
adoração numa única família, em vias de se tornar numa nação, Ele não se
esqueceu do resto da humanidade. Ele mesmo disse a Abraão, “na tua semente
serão benditas todas as nações da Terra, porque obedeceste à Minha Voz”
(Génesis 22:18). Dois mil anos mais tarde, o Próprio Deus andou
na Terra sob a Forma dum Homem. Um dos seus mandamentos finais
dados aos Seus discípulos centra-se nos descendentes daqueles que se desviaram
Dele há imensas gerações atrás, “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a
toda a criatura.” (Marcos 16:15)
NOTAS DE RODAPÉ.
1 Josephus, Antiquities of
the Jews I. iv. 1.
2 The Companion Bible (KJV), (London: Samuel Bagster & Sons 1970) fn p. 212 re the whereabouts of Balaam’s hometown Pethor.
3 Rev. Wilhelm Schmitt, Primitive Revelation (St. Louis, Missouri, & London, England: Herder Book Co., 1939) pp.236-237.
4 E.A. Wallis Budge, Osiris (New Hyde Park, N.Y: University Books, 1961) p. 357.
5 Dr. Brugsch & Maspero as cited by Budge, p.140.
6 Rig Veda excerpt from Selwyn Gurney Champion & Dorothy Short, Readings from World Religions (Greenwhich, Conn., Fawcett Publ., 1951) pp. 26-27.
7 E. Allie and M. Frazer, Chinese and Japanese Religion (Philadelphia, Westminster Press, 1969) p.268.
8 Wing Tsit Chan, A Source Book in Chinese Philosophy (Princeton University Press, 1970) p.16.
S Joseph Campbell, The Masks of God: Oriental Mythology (Viking/Compass, N.Y., 1974) p.396.
10 Li Ung Be ng, Outlines of Chinese history (Peking, 1914) p.15.
11 Wing Tsit Chan, p.16.
12 Irene Nicholson, Mexican and Central American mythology (London, N.Y., Sydney, Toronto: Hamlynn Publications, 1967) pp.20,21 & Burr Cartwright Brundage, The Fifth Sun (Austin, Texas & London: University of Texas, 1979) pp.47, 48.
13 Rev. John Batchelor, The Ainu of Japan (London: The Religious Tract Society) p.252.
14 Schmitt pp.171-174 & Cottie Burland, North American Indian Anthology (London, N.Y., Sydney, Toronto: Hamlvnn Publ., 1965) pp.73, 103-106 & Diamond Jenness, The Faith of a Coast Salish Indian (B.C. Provincial Museum: Anthropology in B.C., Memoir 131 pp.35, 36.
15 Schmitt pp.171-174.
16 Nassau, Fetishism in West Africa pp. 36-37 as cited Budge p.369.
2 The Companion Bible (KJV), (London: Samuel Bagster & Sons 1970) fn p. 212 re the whereabouts of Balaam’s hometown Pethor.
3 Rev. Wilhelm Schmitt, Primitive Revelation (St. Louis, Missouri, & London, England: Herder Book Co., 1939) pp.236-237.
4 E.A. Wallis Budge, Osiris (New Hyde Park, N.Y: University Books, 1961) p. 357.
5 Dr. Brugsch & Maspero as cited by Budge, p.140.
6 Rig Veda excerpt from Selwyn Gurney Champion & Dorothy Short, Readings from World Religions (Greenwhich, Conn., Fawcett Publ., 1951) pp. 26-27.
7 E. Allie and M. Frazer, Chinese and Japanese Religion (Philadelphia, Westminster Press, 1969) p.268.
8 Wing Tsit Chan, A Source Book in Chinese Philosophy (Princeton University Press, 1970) p.16.
S Joseph Campbell, The Masks of God: Oriental Mythology (Viking/Compass, N.Y., 1974) p.396.
10 Li Ung Be ng, Outlines of Chinese history (Peking, 1914) p.15.
11 Wing Tsit Chan, p.16.
12 Irene Nicholson, Mexican and Central American mythology (London, N.Y., Sydney, Toronto: Hamlynn Publications, 1967) pp.20,21 & Burr Cartwright Brundage, The Fifth Sun (Austin, Texas & London: University of Texas, 1979) pp.47, 48.
13 Rev. John Batchelor, The Ainu of Japan (London: The Religious Tract Society) p.252.
14 Schmitt pp.171-174 & Cottie Burland, North American Indian Anthology (London, N.Y., Sydney, Toronto: Hamlvnn Publ., 1965) pp.73, 103-106 & Diamond Jenness, The Faith of a Coast Salish Indian (B.C. Provincial Museum: Anthropology in B.C., Memoir 131 pp.35, 36.
15 Schmitt pp.171-174.
16 Nassau, Fetishism in West Africa pp. 36-37 as cited Budge p.369.
Fonte: Creationism
Tirado de: Darwinismo
Tirado de: Darwinismo
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