terça-feira, 1 de outubro de 2013

ONDE ESTÁ A FÉ DO PAPA?

   
“Será que o papa é católico?” eis o sarcasmo que a maioria dos fiéis católicos nunca iria perguntar; pelo menos não seriamente.


Mas com uma série de recentes pronunciamentos e decisões que atacam a tradição papal, o Papa Francisco deixou muitos católicos se perguntando se a Igreja Católica irá sobreviver a este papado. 


Tais são as contundentes palavras do jornalista Jerome R. Corsi, em matéria de Nova Yorque, intitulada “Obama em Washington e Francisco em Roma – O Papa é Católico? - O bispo de Roma resolve balançar a Igreja”. 

(Ler a matéria na íntegra no final da página)




*** * ***
Para os menos instruídos em matéria religiosa, imprescindível recordar, a esta altura dos acontecimentos, quem é o Papa. “Doce Cristo na Terra”, segundo a magnífica expressão de Santa Catarina de Siena.
O que nos ensina a Igreja e a história sobre a fundação da Igreja Católica? 
“E eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela; e eu te darei as chaves do reino dos Céus: e tudo o que desatares sobre a terra, será desatado também nos céus.” (Mt. 16, 18).
Todos os sucessores dos Apóstolos atestam o primado de Pedro e dos seus sucessores, como, por exemplo: 1) Tertuliano: “A Igreja foi construída sobre Pedro“; 2) S. Cipriano: “Sobre um só foi construída a Igreja: Pedro“; Santo Ambrósio: “Onde há Pedro, aí há a Igreja de Jesus Cristo“.
São Mateus, enumerando os apóstolos, confirma o primado de S. Pedro: “O primeiro, Simão, que se chama Pedro“ (Mt 10, 2).
No século I, o Bispo de Roma, Clemente, escrevendo aos Coríntios, para chamar à ordem os que injustamente tinham demitido os presbíteros, declara-lhes que serão réus de falta grave se não lhe obedecerem. O procedimento de Clemente de Roma tem maior importância, se considerarmos que nessa época ainda vivia o apóstolo São João, o qual não deixaria de intervir se o Bispo de Roma estivesse no mesmo plano dos outros bispos.
No princípio do século II, Santo Inácio escreve aos romanos que a Igreja de Roma preside a todas as demais.
Santo Irineu diz ser a Igreja Romana a “maior, a mais antiga e a mais famosa”, e fundada pelos apóstolos Pedro e Paulo (Heres. 3. 3. 2). Traz mais a lista dos dirigentes da Igreja Romana desde São Pedro até o Papa reinante no tempo dele, que era S. Eleuterio. Ao todo eram doze. Eis a lista, numa sequência ascensional: Eleuterio; Sotero; Aniceto; Pio; Higino; Telésforo; Xisto; Alexandre; Evaristo; Clemente; Anacleto; Lino; Pedro. (observe-se que Santo Irineu deve ter vivido no entre o ano 100 e 200 DC).
São Jerônimo, escrevendo a S. Dâmaso, Papa, diz: “Eu me estreito a Vossa Santidade, que equivale à Cátedra de Pedro. É esta a pedra sobre a qual Jesus Cristo fundou a sua Igreja. Seguro em vossa cátedra eu sigo a Jesus Cristo“. Aludem a isso, direta ou indiretamente, diversos santos e cristãos dos primeiros séculos, formando a mais universal das tradições, a mais firme convicção histórica. Citemos alguns: Santo Epifânio, Osório Pedro de Alexandria, Dionísio de Corinto, São João Crisóstomo, Papias, etc..
Nosso Senhor Jesus Cristo disse: “Simão, Simão, eis que Satanás vos pediu com instância para vos joeirar como trigo; mas eu roguei por ti, para que não desfaleça a tua fé; e tu, uma vez convertido, confirma os teus irmãos” (Luc. 22, 31-32). Noutras palavras, é São Pedro quem tem a missão, dada pelo próprio Messias, de ‘confirmar‘ seus irmãos. Essa missão supõe, evidentemente, o primado de jurisdição.
São Pedro é nomeado pastor das ovelhas de Cristo. Após a Ressurreição, Nosso Senhor confia a Pedro a guarda de seu rebanho, isto é, confia-lhe o cuidado de toda a Cristandade, isto é, dos cordeiros e das ovelhas: “Apascenta os meus cordeiros“, repete-lhe duas vezes; e à terceira: “apascenta as minhas ovelhas” (Jo. 21, 15-17). Ora, conforme o uso corrente das línguas orientais, a palavra apascentar significa “governar“. Apascentar os cordeiros e as ovelhas é, portanto, governar com autoridade soberana a Igreja de Cristo; é ser o chefe supremo; é ter o primado. Noutros termos, o Papa tem jurisdição sobre os Bispos e sobre os fieis (ou seja, cordeiros e ovelhas). Ademais, a imagem do “pastor”, nas Sagradas Escrituras, designa o Messias e sua obra (cf. Mq 2,13; 4,6s; Sf 3,18s, Jr 23,3; 31,19; Is 30,11; 49,9s). Ora, confiando a São Pedro a missão de pastor, Nosso Senhor o constituiu seu representante visível na Terra.
Na relação dos apóstolos (Mt 10, 2-4; Mc 3, 16-19; Lc 6, 13-16; At 1, 13), São Pedro sempre é nomeado em primeiro lugar. Em Mt. 10, 2, lê-se explicitamente que Pedro é o primeiro (“Protos“). Ora, “protos” tanto quer dizer o primeiro numericamente como o primeiro em dignidade e honra (v. Mt 20, 27; Mc 12, 28,31; At 13, 50; 28,17).
Em Mt. 17, 24-27, curiosamente, Nosso Senhor mandou pagar o tributo ao templo em nome Dele e de S. Pedro, demonstrando a importância daquele que seria o Seu representante visível na terra. Ele não manda que se pague em nome dos outros apóstolos, apenas em nome de São Pedro.


São Pedro foi o primeiro Bispo de Roma:

A esse respeito, poderíamos mencionar longas passagens de São Irineu, Caio, São Cipriano, Santo Agostinho, São Optato, São Jerônimo, Sulpício Severo, que atestam “unânimes” o múnus episcopal do príncipe dos apóstolos sobre a Cidade Eterna.

Limitemo-nos a umas curtas citações:

Caio: falando de S. Vitor, Papa. diz: “Desde Pedro ele foi o décimo terceiro Bispo de Roma”(ad Euseb. 128).

São Jerônimo: “Simão Pedro foi a Roma e aí ocupou a cátedra sacerdotal durante 25 anos” (De Viris Ill. 1, 1).

Santo Agostinho: “S. Lino sucedeu a S. Pedro” (Epist. 53)

Sulpício Severo, falando dos tempos de Nero, afirma: “Neste tempo, Pedro exercia em Roma a função de Bispo” (His. Sacr., n. 28).

S. Ireneu: “Os apóstolos Pedro e Paulo fundaram a Igreja, e o primeiro remeteu o episcopado a Lino, a quem sucedeu Anacleto e depois Clemente”.

Convém novamente acentuar que, quando é feita a enumeração dos Bispos de Roma, desde os documentos primitivos, o nome de Pedro aparece à frente de todos.


A Sucessão Apostólica

Nos textos das Sagradas Escrituras, não só a investidura de São Pedro como Chefe visível da Igreja é que consta, mas também a investidura perpétua dos apóstolos, como “enviados” de Cristo (Mt. 28, 18 – 20): “É-me dado todo o poder no céu e na terra; ide, pois, e ensinai a todos os povos, e eis que estou convosco todos os dias até a consumação do mundo”.

Que significam tais palavras?

1 –  Jesus Cristo possui tem todo poder — a primeira parte;

2 – Jesus Cristo transmite esse poder — a segunda parte (Lembremo-nos, no mesmo sentido, da frase: “tudo que ligares na terra será ligado no céu e tudo o que desligares na terra será desligado no céu”).

3 – A quem Ele transmite? Aos apóstolos.

4 – Até quando? Até a consumação dos séculos, ou seja, até o fim do mundo.

Ora, Cristo poderia ter transmitido esse poder unicamente aos apóstolos ali presentes? Inconcebível, pois os apóstolos deviam morrer um dia, como todos os homens morrem. Ele diz: “estarei convosco até à consumação do mundo”.

Se Ele promete estar com os apóstolos até o fim do mundo, é claro que não está se dirige aos apóstolos enquanto pessoas físicas, mas como uma “linhagem  moral“, que deve perpetuar-se nos seus sucessores, e que há de perdurar até o fim dos tempos.

Prova evidente de que o bispo de Roma, o Papa, é o sucessor de S. Pedro e de sua “jurisdição”.

A sucessão também é observada nos primeiros cristãos, que nomeavam diáconos e bispos, transmitindo-lhes as obrigações de seus antecessores.

Fundando uma sociedade religiosa visível, para durar até o fim do mundo, Jesus Cristo necessariamente nomearia um chefe, com sucessão, para perpetuar a mesma autoridade: “Quem vos escuta, escuta a mim” (Mt 28, 18). Se assim não fosse, Nosso Senhor não teria podido dizer: “Eis que estou convosco todos os dias até o fim do mundo“. Ao contrário, deveria ter dito que estaria apenas com S. Pedro até o fim de sua vida...

Cumpre-se assim o que claramente se lê: “Um só senhor, uma só fé, um só batismo” (Ef. 4, 5).

*** * ***

Verifica-se à saciedade, pelos testemunhos e comprovações acima, que a Igreja foi instituída sobre a Rocha inabalável de Pedro, Primeiro Papa.
Como, então, se pode conceber que, quase dois mil anos depois da fundação da Igreja por Cristo, um Sucessor de São Pedro venha a público afirmar que “não crê no Deus dos católicos”?
A indagação resulta imediata: qual a “fé” que professa o Papa Francisco?  Pode-se considerá-lo o representante supremo na terra de uma Religião em cujo Deus afirma “não crer”?
Não surpreende, pois, que, à vista disso, haja quem se pergunte se o Papa Francisco, por via dessas declarações, não se demite de sua condição de Soberano Pontífice.
Raphael de la Trinité

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Obama em Washington e Francisco em Roma – O Papa é Católico?

O bispo de Roma resolve balançar a Igreja
Jerome R. Corsi


NOVA YORK, EUA — “Será que o papa é católico?” eis o sarcasmo que a maioria dos fiéis católicos nunca iria perguntar; pelo menos não seriamente.

Mas com uma série de recentes pronunciamentos e decisões que atacam a tradição papal, o Papa Francisco deixou muitos católicos se perguntando se a Igreja Católica irá sobreviver a este papado.

Nos últimos dias, a mídia se ateve a uma declaração que parece sugerir que os descrentes (ou mesmo os não católicos, ou até ateístas) podem ganhar a salvação e ser admitidos no céu, enquanto seu recém-nomeado secretário de estado, a segunda posição mais importante no Vaticano, sugeriu que eles estão prontos para repensar o celibato e o clero, sugerindo que padres e freiras poderão ter permissão de se casar.

Agora, o fiel católico se pergunta, “Será que a Igreja Católica irá sobreviver ao papado de Francisco?”

O homossexualismo é pecado?

O choque ao pensamento tradicional católico começou quando o Papa Francisco decidiu voltar ao avião e conceder uma entrevista aos repórteres no voo de volta do Brasil para casa em sua primeira viagem internacional como papa.

Em vez de dizer que o homossexualismo é um “mal moral intrínseco”, conforme disse seu predecessor Bento XVI, o Papa Francisco respondeu à pergunta de um repórter, “Se alguém é gay e procura o Senhor de boa vontade, quem seu ou para julgar?”

Ateus podem ser salvos?

Então, em 11 de setembro, em uma carta publicada na primeira página de um jornal de Roma, o La Repubblica, o Papa Francisco respondeu à pergunta do fundador do jornal e editor de longa data, Eugenio Scalfari, de 89 anos, que perguntou se Deus iria perdoar uma pessoa sem fé por um pecado cometido.

Sua resposta saiu nas manchetes de todo o mundo, concluindo que o Papa abriu as portas para a salvação para os que não acreditam em Deus.

Escreveu o papa: “E assim chego às três perguntas que me coloca no artigo de 7 de agosto. Parece-me que, nas duas primeiras, aquilo que lhe está no coração é entender a atitude da Igreja com quem não partilha a fé em Jesus. Antes de mais nada, pergunta-me se o Deus dos cristãos perdoa a quem não acredita nem procura acreditar. Admitido como dado fundamental que a misericórdia de Deus não tem limites quando alguém se dirige a Ele com coração sincero e contrito, para quem não crê em Deus a questão está em obedecer à própria consciência: acontece o pecado, mesmo para aqueles que não têm fé, quando se vai contra a consciência. De fato, ouvir e obedecer a esta significa decidir-se diante do que é percebido como bem ou como mal; e é sobre esta decisão que se joga a bondade ou a maldade das nossas acções.”

Devem os judeus aceitar Jesus?

Na mesma carta, o Papa Francisco se dirigiu aos judeus, continuando um tema que o tornou famoso na Argentina desde o ataque a bomba a um centro judeu em Buenos Aires em 1994, matando 85 pessoas e deixando centenas feridas.

O Papa destaca que o povo judeu é a “raiz” de onde germinou Jesus.

“Na amizade que cultivei durante todos esses anos com os irmãos judeus, na Argentina, também eu muitas vezes questionei a Deus na oração, especialmente quando a mente se detinha na recordação da experiência terrível do Holocausto.” “O que lhe posso dizer — com palavras do apóstolo Paulo — é que nunca esmoreceu a fidelidade de Deus à aliança estabelecida com Israel e que, através das terríveis provações destes séculos, os judeus conservaram a sua fé em Deus.”

Na ocasião do Rosh Hashaná (ano novo judaico), o papa desejou aos judeus um feliz ano novo e encorajou um diálogo aberto em questões de fé.

Ainda assim, Giulio Meotti, um jornalista italiano, ao escrever um editorial ao Israeli National News, não ficou satisfeito.

“Mas conforme mostra essa nova carta, um dos graves perigos no diálogo do Vaticano com o judaísmo é a tentativa da Igreja de dividir os judeus ‘bons’ e dóceis da Diáspora e os judeus ‘maus’ e arrogantes de Israel”, escreve Meotti. “O Papa Francisco nunca se dirigiu aos israelenses nas suas mensagens, nem defendeu abertamente o Estado Judeu desde que foi eleito pelo Colégio dos Cardeais. Parece que não há espaço para os sionistas fiéis e obstinados no sorriso leniente do Papa. Em seus discursos, as aspirações nacionais judaicas são ignoradas, e até mesmo não denegridas”.

Meotti fez referência a uma carta que a Conferência de Bispos Católicos dos EUA distribuiu recentemente junto com a Universidade Católica da América, que condenava a expansão dos assentamentos israelenses. A carta argumentava que a expansão dos assentamentos é “uma forte primária de violações dos direitos humanos dos palestinos”, sugerindo que os palestinos que vivem em Israel sofrem “uma ocupação militar prolongada” por judeus israelenses.
Padres e freiras podem se casar?

Enquanto o Papa Bento XVI proibiu um diálogo aberto sobre se padres e freiras deveriam ter permissão de se casar, o Papa Francisco, que notoriamente disse que o celibato clerical poderia mudar, pode estar prestes a colocar o assunto na pauta para um debate sério.

Assim afirma Clelia Luro, uma mulher de 87 anos cujo romance e eventual casamento com um bispo se tornou um enorme escândalo na década de 60. Sua história não impediu o Papa Francisco de ser seu amigo muito próximo, que lhe telefonava todos os domingos quando era cardeal chefe da Argentina, segundo reportagem da Fox News.

Aquela previsão pareceu estar se concretizando depois que o arcebispo italiano Pietro Parolin, núncio da Venezuela que foi recentemente indicado para ser Secretário de Estado do Papa, segundo no comando do vaticano, disse ao jornal venezuelano El Universal que o celibato do clero não é um dogma.

Traduzindo para fora da terminologia formal da Igreja Católica, com esse pronunciamento o arcebispo Parolin está sinalizando que o celibato para o clero não é um artigo obrigatório para a fé na qual todos os católicos praticantes devem acreditar, mas uma prática ou tradição que deveria ser aberta ao debate.

Traduzido por Luis Gustavo Gentil do original do WND: NO JOKE THIS TIME: IS THE POPE CATHOLIC?

Trechos da carta do Papa Francisco ao jornal italiano retirados de News.va.


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