quinta-feira, 4 de junho de 2015

‘A ESCOLA DOS BÁRBAROS’


DESTAQUE

MANTENDO SEMPRE OS OLHOS FIXOS NO HORIZONTE DA IGUALDADE UTÓPICA, A NOVA PEDAGOGIA, INSPIRADA NUMA LÓGICA SOCIALISTA, DESQUALIFICOU O INDIVÍDUO POR CONSIDERÁ-LO SUPORTE DA DESIGUALDADE. O GRUPO, NO ENTANTO, INSTRUMENTO DE NIVELAÇÃO, PASSOU A SER EXALTADO A TAL PONTO, QUE SE TORNOU O PRINCÍPIO DA REVOLUÇÃO PEDAGÓGICA. O QUE IMPORTA, NÃO É MAIS O ATO INTELIGENTE DE APRENDER, SEM O QUAL NUNCA SE PODERÁ, REALMENTE, CRIAR, MAS TÃO-SOMENTE O DE PARTICIPAR, COMO TODO O GRUPO.

Reza a lenda que, em outubro de 1919, Lênin fez uma visita secreta ao laboratório do grande fisiologista Pavlov, querendo saber se era possível controlar o comportamento humano. Seu desejo era que as massas seguissem um padrão grupal de pensamento e ação. "Há individualismo demais, na Rússia. Precisamos aboli-las." Pavlov mostrou-se chocado. "O senhor gostaria que eu nivelasse a população da Rússia?" perguntou. "Exatamente", respondeu Lenin. "O homem pode ser corrigido, fazendo-se dele o que se quiser." Lênin morreu em 1924, e logo depois, a nova pedagogia tornaria seu sonho realidade. O pedagogo moderno é o engenheiro de almas, como o qual sonhava Lênin, e a nova pedagogia, um crime contra o espírito.


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Nota do blog:

O COMENTÁRIO ABAIXO PROCEDE.
LI A OBRA ABAIXO, QUANDO VEIO A LUME, E POSSO ATESTAR QUE AS OBSERVAÇÕES COLHEM.
FAÇO UM ADENDO: ESSA PEDAGOGIA ENCONTROU INSPIRAÇÃO E SUPORTE NO PROCESSO AUTODEMOLIDOR DA IGREJA, QUE TEVE, NO CONCÍLIO VATICANO II, O SEU PONTO ÁPICE.

Raphael de la Trinité
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O texto abaixo fui retirado do Blog "Encontrando alegria" e é de autoria de Daniel Fernandes, professor de filosofia e história.

Atentas a todos os passos do desenvolvimento da moderna pedagogia, Isabelle Stal e Françoise Thom, mostram, de maneira contundente, no livro A ESCOLA DOS BÁRBAROS, que uma explosão de inovações esquerdizantes, seguida de uma entronização crescente de falsas ciências e de geringonças pedagógicas no processo de “renovação dos colégios” afastou a escola de seus objetivos tradicionais, transformando-a num campo de experimentação aberto a todas as utopias coletivistas empenhadas na criação de um “homem novo”. Essencialmente niveladora, porque não exige nenhum esforço real, a escola, transformada numa máquina de desaprender, tornou-se um lugar “mediocrizante” e “barbarizante”. MANTENDO SEMPRE OS OLHOS FIXOS NO HORIZONTE DA IGUALDADE UTÓPICA, A NOVA PEDAGOGIA, INSPIRADA NUMA LÓGICA SOCIALISTA, DESQUALIFICOU O INDIVÍDUO POR CONSIDERÁ-LO SUPORTE DA DESIGUALDADE. O GRUPO, NO ENTANTO, INSTRUMENTO DE NIVELAÇÃO, PASSOU A SER EXALTADO A TAL PONTO, QUE SE TORNOU O PRINCÍPIO DA REVOLUÇÃO PEDAGÓGICA. O QUE IMPORTA, NÃO É MAIS O ATO INTELIGENTE DE APRENDER, SEM O QUAL NUNCA SE PODERÁ, REALMENTE, CRIAR, MAS TÃO-SOMENTE O DE PARTICIPAR, COMO TODO O GRUPO.

A crítica das autoras é impiedosa, mas justa: a pedagogia moderna tornou-se um pesadelo a serviço da demolição da escola. A obra inteira pode ser considerada como um 'livro-denúncia' que enfeixa um sem-número de importantes e oportunas reflexões críticas sobre a devastação cultural e psicológica, sem precedentes promovida pelos cérebros pedagógicos, desde a primeira metade do século XX. A moderna pedagogia – que se intitulava científica – não mediu esforços para impor seu niilismo pedagógico, afastar os alunos das matérias e dos exercícios verdadeiramente formadores, em proveito de manipulações sem conceito, como a tecnologia, ou tagarelices sócio-críticas a serviço de ideologias.

Enquanto a educação tradicional pretendia controlar elementos tangíveis como a conduta, conhecimentos e resultados, a nova se arrogava plenos poderes sobre o espírito e os sentimentos dos alunos. Os pedagogos progressistas, sob o pretexto de instaurar na escola uma igualdade real, chegaram, inexoravelmente, a banir noções gramaticais de base. A própria linguagem foi colocada sob suspeita. Todas as práticas, todos os métodos distribuídos pela pedagogia, passaram a suspeitar da norma culta considerada infame por revelar disparidades culturais e socioeconômicas entre as famílias. Assim, sob o pretexto de instaurar na escola a igualdade, o ensino é nivelado por baixo.

Não por acaso, os resultados da pedagogia progressista, ainda em andamento, tem sido catastróficos. A MAIORIA DOS ALUNOS DOS ÚLTIMOS ANOS É INCAPAZ DE FALAR, ISTO É, DE FORMULAR UM PENSAMENTO, POR MAIS SIMPLES QUE SEJA; LOGO QUE OS ESTUDANTES TÊM DE SAIR DOS TEMAS DA VIDA CORRENTE E DAS FRASES USADAS PELOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO, ELES SE MOSTRAM PRATICAMENTE AFÁSICOS, ABORDANDO O DOMÍNIO DO PENSAMENTO ABSTRATO COMO O AUXÍLIO DE UM LAMENTÁVEL ARSENAL DE ONOMATOPEIAS E CACOETES GRUPAIS.

Ainda assim, longe de tirar lições de seus fracassos, os modernos pedagogos obstinam-se, pensando poder remediar as consequências de uma tolice pedagógica por outra. Existe aí uma lógica infernal: os entusiasmos dos pedagogos modernos provocam, nesse campo, desastres que lançam a máquina pedagógica num ciclo desenfreado, numa voragem de inovações, precipitando os infelizes alunos num abismo de ignorância e de perplexidade.

Reza a lenda que, em outubro de 1919, Lênin fez uma visita secreta ao laboratório do grande fisiologista Pavlov, querendo saber se era possível controlar o comportamento humano. Seu desejo era que as massas seguissem um padrão grupal de pensamento e ação. "Há individualismo demais, na Rússia. Precisamos aboli-las." Pavlov mostrou-se chocado. "O senhor gostaria que eu nivelasse a população da Rússia?" perguntou. "Exatamente", respondeu Lenin. "O homem pode ser corrigido, fazendo-se dele o que se quiser." Lênin morreu em 1924, e logo depois, a nova pedagogia tornaria seu sonho, realidade. O pedagogo moderno é o engenheiro de almas, como o qual sonhava Lênin, e a nova pedagogia, um crime contra o espírito.

Por isso mesmo, A escola dos bárbaros é leitura obrigatória para educadores e, também, para pais que desejam, para seus filhos, uma escola sadia e eficiente, a salvo de ideologias perversas e desastrosas revoluções pedagógicas.


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