segunda-feira, 16 de junho de 2014

DOM FELLAY COLOCA OS PINGOS NOS “IS” - ALGUNS TRECHOS DA CONFERÊNCIA*





TRECHOS DECISIVOS

Segundo me consta -- afirma Dom Fellay --, certo grupo de cardeais está preparando algo; um deles disse “se, durante o sínodo de outubro, eles aprovarem a comunhão aos divorciados, então haverá um cisma na Igreja”.

Não podemos fazer nada além de continuar, só isso. Então continuemos. Acho que esse não é o momento de dizer que ele não é mais papa ou não sei o que mais. 

Eis uma anedota que ouvi: há padres em Roma que rezam no cânon “pro pontifice nostro Benedicto et pro antistite nostro Francisco“, por nosso papa Bento e nosso bispo Francisco. Esse sempre diz que ele é o bispo de Roma, ele não quer ser o papa, mas o bispo de Roma. Bem, isso é uma anedota. Mas agora o que é verdade, é que há padres em Roma que rezam ao mesmo tempo pelos dois, por Bento e Francisco: eles estão de tal modo confusos, que eles não sabem mais quem é o verdadeiro papa. Não são pessoas do nosso meio, mas modernos. Eis a que ponto a perturbação chegou. Isso se torna insensato!

Quando nos apresentarmos diante do Bom Deus no fim de nossa vida, Ele não nos perguntará: “então, ele era papa ou não?“, mas “o que fizestes de teus dias? O que fizestes das graças que te dei?“. É isso que deveremos responder, e não querer se intrometer para resolver todos os problemas da humanidade. Estes que estão ao nosso alcance, sim, certamente, e isso é o suficiente. [SIC!]

O que quero insistir uma última vez é sobre todas as bobagens que circulam na internet, sobre um pretendido acordo entre a Fraternidade e Roma, superem tudo, ao passo que na realidade não há acordo. Não há. 


*** * ***






DESTAQUE

Posso estar errado, espero que esteja errado, mas acho que é calculado: dá-se um golpe, logo depois um cardeal tenta desviar as questões, em seguida dá-se novamente um golpe e tenta-se novamente desviar as questões, e no fim mais ninguém sabe no que se deve crer ou não. Sobre essa questão da recusa da comunhão aos divorciados “recasados”, isso é de tal modo forte: um falso casamento assim é um estado de fornicação, um estado de pecado e é absolutamente impossível dar a comunhão a alguém em estado de pecado. Esse é o ensino da Igreja e nenhuma variação é possível. Não obstante, ele busca! Durante o último consistório em preparação ao sínodo deste outono, sobre essa questão, o papa pediu ao cardeal Kasper para fazer uma conferência que durou 2 horas, em seguida os demais cardeais falaram: em torno de ¾ dos cardeais foram contrários à tese apresentada pelo cardeal Kasper, que é (a favor) da abertura; esse disse uma frase que corresponde ao que dissemos de seus métodos: “é preciso fazer com esta questão exatamente o que fez o concílio”, e o que fez o concílio? Ele reafirmou a doutrina católica e, em seguida, abriu as portas, em outras palavras, ele negou o que ele acabara de afirmar. O cardeal Kasper não o diz assim, mas esta é a realidade. Ele diz “é isso o que precisamos fazer agora”.

É o papa que corta o ramo sobre o qual ele está sentado. [Sobre o Vaticano II]

Isso é inaudito, seria interessante fazer uma investigação histórica para ver se nunca na história dos homens – não falo da Igreja, mas dos homens – viu-se tal coisa. Durante 2 anos, vocês têm a instância legislativa – não ouso dizer uma constitucional, mas é quase isso – que preparou textos. Esses textos são os textos da lei sobre as quais se deve discutir e votar. Pois bem, todos eles vão ser jogados na lixeira, salvo um. 72 textos, 2 anos de trabalho, 2000 pessoas, na lixeira! Um único texto permanece: aquele sobre a liturgia. E todos os demais serão elaborados não pelas autoridades estabelecidas, mas pelas conferências episcopais, pelos pequenos grupos, por aqui, por acolá. E certamente depois vão oferecer isso por trás daquelas que se apresentam agora como as comissões oficiais.


Perdeu-se depois do concílio, e por causa de toda essa atmosfera, na ordem de 100.000 padres e de 200.000 a 300.000 irmãs. Isso provocou mais danos que todas as perseguições juntas! Isso é absurdo, absurdo! Danos tais que o próprio papa Paulo VI vai dizer “é um desastre“. Ele vai até dizer “isso é uma força estranha, é o diabo“. Ele vai dizê-lo, mas foi ele quem gerou tudo isso! Vejam, toca-se aí com o dedo em algo muito misterioso. Esses papas produzem a desgraça e em seguida se lamentam sobre essa desgraça. Foi Paulo VI quem criou a missa nova. Logo em seguida ele se queixa. E este é o estado da Igreja há 50 anos.

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*Conferência realizada por Dom Fellay em Fabrègues, no dia 11 de maio passado, sobre a situação da Igreja e da Fraternidade. A tradução é do blogue Dominus Est (Católicos de Ribeirão Preto).

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