quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Votem em mim e depois a gente vê o que faz


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Dono de fina autoironia, capaz de rir dele mesmo e não se levar tão a sério como os seus concorrentes, o imortal Carlos Heitor Cony foi direto ao ponto.
"Para falar a verdade: estou ficando cheio das declarações dos principais candidatos à presidência da República. São mais ou menos óbvias, e todos constituem um Frankenstein de promessas, pedaços otimistas, mas na maior parte inviáveis, eleitoreiras e até mesmo contraditórias".
Em comum, Dilma, Marina e Aécio assumem "compromissos" variados, que aumentam as despesas e diminuem as receitas, num país que já administra uma dívida enorme e as contas nunca fecham.
Repórteres que acompanham os candidatos até já deixaram de perguntar a eles "de onde virá o dinheiro?", cada vez que enfieiram uma lista de benesses por onde passam, como se fossem animadores de auditório, no melhor estilo Silvio Santos ou Chacrinha.
"Vocês querem mais saúde, mais escolas, mais bolsas, mais salários, mais carros e mais mobilidade urbana (a expressão da moda nesta campanha), mais segurança, menos serviço e mais refresco, aposentadorias alemãs, casa, comida e roupa lavada, tudo sem aumentar os impostos?  É fácil: votem em mim no dia 5 de outubro".
As promessas variam de acordo com a plateia, mas são sempre as mesmas nos horários da propaganda eleitoral "gratuita" no rádio e na televisão. Fica até difícil saber de que partido são e que diferença faz votar num ou noutro candidato. Se marqueteiro decidisse eleição, terminariam todas empatadas.
Seria tudo até muito engraçado, se não estivessem em jogo os destinos do país nos próximos quatro anos.


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O título acima poderia servir bem não só aos três presidenciáveis, mas a qualquer candidato a qualquer cargo ou mandato, em qualquer região do país. É o popular "a solução sou eu".
Para fazer o que nossos candidatos já prometeram, se somar tudo, o orçamento nacional teria que ser maior do que o dos Estados Unidos e a população brasileira menor do que a do Uruguai.
Até pensei em dar uma folga aos leitores neste primeiro domingo de primavera, a exatamente duas semanas das eleições gerais, mas mudei de ideia depois de ler a coluna do Cony, na Folha, sob o  apropriado título "Saco de gatos", que exprime o que também sinto nesta reta final da campanha.
Dono de fina autoironia, capaz de rir dele mesmo e não se levar tão a sério como os seus concorrentes, o imortal Carlos Heitor Cony foi direto ao ponto.
"Para falar a verdade: estou ficando cheio das declarações dos principais candidatos à presidência da República. São mais ou menos óbvias, e todos constituem um Frankenstein de promessas, pedaços otimistas, mas na maior parte inviáveis, eleitoreiras e até mesmo contraditórias".
Em comum, Dilma, Marina e Aécio assumem "compromissos" variados, que aumentam as despesas e diminuem as receitas, num país que já administra uma dívida enorme e as contas nunca fecham.
Repórteres que acompanham os candidatos até já deixaram de perguntar a eles "de onde virá o dinheiro?", cada vez que enfieiram uma lista de benesses por onde passam, como se fossem animadores de auditório, no melhor estilo Silvio Santos ou Chacrinha.
"Vocês querem mais saúde, mais escolas, mais bolsas, mais salários, mais carros e mais mobilidade urbana (a expressão da moda nesta campanha), mais segurança, menos serviço e mais refresco, aposentadorias alemãs, casa, comida e roupa lavada, tudo sem aumentar os impostos?  É fácil: votem em mim no dia 5 de outubro".
As promessas variam de acordo com a plateia, mas são sempre as mesmas nos horários da propaganda eleitoral "gratuita" no rádio e na televisão. Fica até difícil saber de que partido são e que diferença faz votar num ou noutro candidato. Se marqueteiro decidisse eleição, terminariam todas empatadas.
Fiquem tranquilos: qualquer que seja o candidato vencedor, vamos ter mais de tudo e do melhor, a partir de 1º de janeiro de 2015. A vida dos brasileiros será uma beleza, um passeio no bosque.
A presidente Dilma Rousseff, prestes a completar 12 anos de poder como ministra e depois presidente nos governos petistas, agora até já admite que nem tudo está uma maravilha e ainda há muito a fazer para melhorar a vida e diminuir as desigualdades no país, mas isso só vai acontecer se ela for reeleita.
Única a apresentar um programa de governo até agora, Marina Silva se vê obrigada a ir modificando seus planos de acordo com a freguesia por onde passa. Como já constatou o filósofo político José Simão, a candidata é ambientalista porque fala de acordo com o ambiente em que está no momento, e defende as mudanças da "nova política" porque está sempre mudando de ideia.
Em busca de uma boia de salvação, Aécio Neves virou um verdadeiro candidato atleta, sempre tentando pegar uma boa onda para surfar e sair chutando para qualquer lado as bolas levantadas pela imprensa e por plateias ensaiadas, nem que seja para prometer aos aposentados o fim do fator previdenciário criado por seu mestre e mentor Fernando Henrique Cardoso.
Seria tudo até muito engraçado, se não estivessem em jogo os destinos do país nos próximos quatro anos.

Fonte: R7

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