quinta-feira, 9 de maio de 2013

JMJ: Festa de Rua e Estações da Cruz





Tomado em: A Grande Guerra
Original: Tradition in Action


Margaret C. Galitzin
Traduzido por Andrea Patrícia



Jovens homens e mulheres descansam juntos,
esperando pelas Estações na Praça Cibele [Madri]



Uma grande atmosfera de carnaval prevaleceu durante as festividades da Jornada Mundial da Juventude [JMJ] 2011 em Madri. “Parecia uma festa de rua universal promovida pela Igreja Católica”, disse uma repórter da JMJ.

Na sexta-feira à noite, 18 de agosto, entretanto, a festa teve uma pausa para a encenação da Via Sacra na Praça de Cibele, presidida pelo Papa. Magníficas e solenes estátuas da Semana Santa de cidades de toda a Espanha foram colocadas ao longo da rua para ilustrar cada estação, algumas guardadas por membros de confraternidades em roupas cerimoniais. A orquestra e o coro da JMJ forneceram um pano de fundo musical.

Era uma oportunidade para introduzir milhares de jovens a linda tradição da Igreja que muitos não conhecem. Infelizmente, o esforço falhou seriamente em dois aspectos.

Primeiro: o número e a ordem tradicionais das estações foram modificados. Não apenas as 14 estações foram reordenadas, mas algumas foram deixadas de fora e novas cenas foram introduzidas, como a Última Ceia, o Beijo de Judas e a Negação de São Pedro (estações 1 a 3). Em vez das três quedas de Cristo, houve apenas uma. Durante o comentário daquela única queda, foi dito aos jovens que aquela cena não era “bíblica” e nós poderíamos apenas imaginar o que “provavelmente” aconteceu.

A segunda e mais grave falha foi o conteúdo revolucionário das estações. Essa não foi uma apresentação tradicional da Paixão de Cristo, que sofreu e morreu para redimir o homem da punição devida ao pecado. Foi uma Via Sacra filantrópica-progressista, retratando Cristo sofrendo pelos “pecados contra a humanidade”Ele foi transformado num modelo que alivia os homens da injustiça social ou das consequências dos desastres naturais. Vídeos explicando o significado da Via Sacra exibiram documentários sobre vítimas do terrorismo, a ruína do Haiti, e, claro, Auschwitz.

Esse Caminho da Cruz “incorporou as provações e experiências da Igreja universal”, afirmou o boletim com o programa. Enquanto as estações se desenrolavam, guerra, desemprego, racismo, alcoolismo e vício em drogas foram apresentados como os maiores “pecados sociais” dos nossos dias, e a comiseração foi estendida aos imigrantes e aos párias religiosos e sociais. Representando esses grupos “marginalizados” da sociedade, grupos de jovens se revezavam em turnos carregando a grande cruz da JMJ. Nenhum código de vestuário foi imposto para participantes na cerimônia e muitas garotas que carregaram a cruz estavam usando shorts, minissaias ou calças coladas.

A primeira estação, A Última Ceia, foi uma eficaz negação da Fé Católica como a única e verdadeira fé. Nela, foi feito um chamado ecumênico para todos os homens viverem juntos em paz, sem perseguição religiosa ou discriminação. Um apelo foi adicionado a todos aqueles que acreditam em um Deus para viverem em justiça e fraternidade (Os textos da Cruz para a JMJ Madri 2011). 



Acima, A Negação de Pedro, uma nova estação da JMJ.

Abaixo na primeira fileira, representando os ‘pecados sociais' jovens carregam a cruz; segunda fileira, uma foto durante a cerimônia.



O pecado pessoal nem mesmo foi mencionado. Nem uma palavra sobre a torrente de pecados veniais e mortais cometidos em nossos dias que causaram o sofrimento de Nosso Senhor. Nem um único apelo pelos infinitos méritos da Paixão de Nosso Senhor para aplicar aos nossos pecados para nos levar a contrição e ao arrependimento. Não, a juventude foi chamada a considerar apenas os “pecados sociais.” 


Enquanto as Estações continuavam, o comentário focava mais agudamente na “dignidade do homem”. Na Morte de Cristo, a 11ª estação (ápice dessa nova forma de Via Crucis) era dito aos jovens para perguntarem-se: “Eu estou trabalhando para espalhar e proclamar a dignidade da pessoa e o evangelho da vida?”.

Aqui, a juventude não era lembrada sobre o triunfo de Cristo sobre a morte ou que Cristo por Seu Sacrifício na Cruz nos resgatou e reconciliou com Deus. Eles não ouviram que Cristo, o segundo Adão, ofereceu Sua vida na Cruz para redimir a culpa do primeiro Adão. Ou que a escravidão da qual Cristo adquiriu a humanidade através da Sua morte é a escravidão do pecado.

Em vez disso, na Tirada de Cristo da Cruz, foi falado à juventude que Cristo compartilha o destino das vítimas da AIDS que precisam de compaixão e ajuda. Nem uma única palavra de censura à homossexualidade, a causa principal da AIDS. Nem uma menção de que a AIDS é uma punição por esse pecado que clama aos Céus pela vingança de Deus.

Essa Via Sacra progressista não estaria completa sem um ataque indireto ao Capitalismo e a riqueza. Isso veio na 13ª Estação, quando o Cristo Crucificado está deitado no colo de Sua Mãe. Então, os jovens foram convidados a lamentar com os pais que perdem seus filhos por causa da fome, enquanto “sociedades abastadas, engolidas pelo dragão do consumismo e perversão materialista, afundam no niilismo de suas vidas vazias”

Enquanto Cristo jazia em Sua Tumba, os jovens eram lembrados sobre aqueles que sofrem de catástrofes como tsunamis, terremotos, furacões. Mais uma vez, nenhuma menção de que tais atos foram dirigidos por Deus e poderiam muito bem ser punições pelos pecados dos homens.

Mensagem Papal




A multidão saúda o papamóvel quando as Estações terminam.

A mensagem de Bento aos jovens no fim das Estações não foi um conselho para que eles deixem de pecar, para serem castos, para mudarem de vida, para professarem a Fé Católica e seguirem as leis Morais. Em vez disso, ele pregou o evangelho do homem, afirmando: “A Paixão de Cristo nos impele a tomar sobre os nossos ombros o sofrimento do mundo.”

A mensagem foi que a boa pessoa, não importa de qual credo, é aquela que serve a humanidade. Ele não fez nenhuma menção a necessidade de estar em estado de graça, mas enfatizou a necessidade de aliviar o sofrimento da humanidade. Esse é o caminho de salvação na nova religião centrada no homem da Igreja do Vaticano II pregada na Via Sacra da JMJ.

As estações terminaram, e o tom mudou rapidamente. Enquanto Bento se dirigia ao papamóvel, a multidão o saudava, uma massa de braços nus acenando no ar. Então, às saudações de “Bento! Bento!” o Papa deixou a Praça Cibele e os jovens se moveram do vasto espaço de Quatro Ventos para a vigília e a grande festa do pijama. A festa de rua continuou.

  
As 15 Estações de Madri: 


   1. Última Ceia
   2. Beijo de Judas
   3. Negação de São Pedro
   4. Jesus é condenado à morte
   5. Jesus carrega a Cruz
   6. Jesus cai sob o peso da Cruz
   7. Simão Cireneu ajuda Jesus a carregar a Cruz
   8. Verônica enxuga a Face de Jesus

   9. Jesus é despido de Seus trajes
   10. Jesus é pregado na Cruz
   11. Jesus morre na Cruz
   12. Jesus é descido da Cruz
   13. Jesus nos braços de Sua Mãe
   14. Enterro de Jesus
   15. Nossa Senhora das Dores

As 14 Estações Tradicionais:


1 - Jesus é condenado à morte
2 - Jesus toma a Sua Cruz 
3 - Jesus cai pela 1ª vez 
4 - Jesus encontra Sua Mãe 
5 - Jesus é ajudado por Simão
6 - Verônica enxuga a Face de Jesus
7 - Jesus cai pela 2ª vez
8 - Jesus fala às mulheres de Jerusalém 
9 - Jesus cai pela 3ª vez
10 - Jesus é despido de Seus trajes
11 - Jesus é pregado na Cruz
12 - Jesus morre na Cruz
13 - Jesus é descido da Cruz
14 - Jesus é deitado na tumba

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