quarta-feira, 5 de junho de 2013

O povo venezuelano não é burro







Em Caracas, falta comida até nos hotéis de luxo, a insegurança é cada vez maior, a eletricidade é duvidosa e até água falta nas torneiras.


FonteBlog do Lampeia - O Globo
Luiz Felipe Lampeia



Nicolás Maduro, o atual presidente venezuelano, já tentou todos os truques para ser visto como um novo Hugo Chavez. Já se disse filho do falecido, já se fantasiou de tudo, mas as mágicas cada vez convencem menos sua plateia.

De acordo com pesquisa do Instituto Venezuelano de Análise de Dados (IVAD), se houvesse nova eleição 45,8% das pessoas votariam por Henrique Capriles e apenas 40.8% por Maduro, que venceu de forma duvidosa por 1 ponto percentual de diferença nas eleições de 14 de abril. A mesma pesquisa indicou que 47,2% dos entrevistados considera o resultado incorreto, enquanto 44,3 o aprovam. 

Em Caracas, falta comida até nos hotéis de luxo, a insegurança é cada vez maior, a eletricidade é duvidosa e até água falta nas torneiras. Quem poderia estar feliz nessas condições? Com Chavez, tudo se perdoava por efeito de sua mística. Maduro não a possui e em torno dele rondam cada vez mais próximos os seus inimigos. O Exército aguarda em silêncio. É muito difícil imaginar que o status quo político possa se manter por muito tempo, porém não por um golpe militar, que me parece improvável. Talvez o melhor cenário tenha como paralelo histórico o golpe de 18 de Brumário, que marcou o início do Consulado napoleônico em novembro de 1799, quando a burguesia, como meio de terminar a revolução francesa, que já durava dez anos (de 1789 a 1799) instalou uma ditadura que viria a se transformar em império e durar até 1815. Quem sabe venha a repetir-se a história? 


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