No mês passado, a polícia da Venezuela apreendeu 2.500 rolos de papel higiênico em uma invasão a um armazém clandestino que guardava bens escassos. Os policiais que invadiram uma garagem em Caracas também apreenderam cerca de 400 fraldas e 7.000 litros de suco de frutas. Tem sido difícil encontrar papel higiênico nos supermercados venezuelanos, assim como outros alimentos básicos e produtos de higiene pessoal.
Fonte: O
Globo
Consumidores aguardam na fila para comprar papel higiênico em um supermercado em Caracas JORGE SILVA / REUTERS/ 17-05-2013 |
CARACAS - A partir
do dia 10 de junho, venezuelanos do estado de Zulia não poderão comprar um
produto duas vezes no mesmo dia. O governo local implementará um sistema
automatizado nos supermercados para limitar o consumo de 20 produtos como
leite, papel higiênico, açúcar e pasta de dente. Os municípios de Maracaibo e
São Francisco serão os primeiros a aderirem ao programa, que tem o objetivo de
evitar o contrabando de mercadorias de primeira necessidade.
“Trata-se
de um sistema desenhado pelo governo, integrado a um servidor de Cantv que será
dirigido pelo Executivo regional, para monitorar a compra dos 20 produtos
regulados. Isto é, o sistema vai registrar a aquisição do produto em um
estabelecimento e evitará que o cliente adquira o mesmo produto, no mesmo dia,
em outro local de venda de alimentos”, explicou o secretário-geral do governo
de Zulia, Blagdimir Labrador, ao jornal venezuelano “El Universal”.
O secretário acrescentou que alguns
produtos poderão ser comprados no dia seguinte, mas que o programa determinará
o período para que se possa adquirir novamente. Entre os alimentos monitorados
estão leite, arroz, azeite, farinha, açúcar, papel higiênico e pasta de dente.
Hoje começam os testes. O programa
piloto deverá ser aplicado a 65 supermercados de Maracaibo e San Francisco.
No mês passado, a polícia da Venezuela
apreendeu 2.500 rolos de papel higiênico em uma invasão a um armazém clandestino
que guardava bens escassos. Os policiais que invadiram uma garagem em Caracas
também apreenderam cerca de 400 fraldas e 7.000 litros de suco de frutas. Tem
sido difícil encontrar papel higiênico nos supermercados venezuelanos, assim
como outros alimentos básicos e produtos de higiene pessoal.
A economia venezuelana é afetada pela
escassez e pelos cortes de energia. A inflação do país chegou a 20% no ano
passado e a dívida atingiu US$ 150 bilhões. O governo de Nicolás Maduro, que
assumiu a Presidência há pouco mais de um mês, responsabiliza os empresários
pelo crônico desabastecimento na Venezuela. Economistas culpam os preços
estabelecidos pelo governo e o controle cambial.
Em maio, foi aprovada na Assembleia
Nacional venezuelana uma proposta para a importação de produtos de higiene
pessoal, sob o custo de cerca de R$ 160 milhões. Diante da verba, o governo
anunciou a compra de 39 milhões de rolos de papel higiênico, 50 milhões de
absorventes, 10 milhões de sabonetes, 17 milhões de fraldas e três milhões de
tubos de pasta de dente.
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