quarta-feira, 5 de junho de 2013

Venezuelanos não poderão comprar o mesmo produto 2 vezes em um só dia



No mês passado, a polícia da Venezuela apreendeu 2.500 rolos de papel higiênico em uma invasão a um armazém clandestino que guardava bens escassos. Os policiais que invadiram uma garagem em Caracas também apreenderam cerca de 400 fraldas e 7.000 litros de suco de frutas. Tem sido difícil encontrar papel higiênico nos supermercados venezuelanos, assim como outros alimentos básicos e produtos de higiene pessoal.

Fonte: O Globo


Consumidores aguardam na fila para comprar papel higiênico em um supermercado em Caracas JORGE SILVA / REUTERS/ 17-05-2013 





CARACAS - A partir do dia 10 de junho, venezuelanos do estado de Zulia não poderão comprar um produto duas vezes no mesmo dia. O governo local implementará um sistema automatizado nos supermercados para limitar o consumo de 20 produtos como leite, papel higiênico, açúcar e pasta de dente. Os municípios de Maracaibo e São Francisco serão os primeiros a aderirem ao programa, que tem o objetivo de evitar o contrabando de mercadorias de primeira necessidade.


 “Trata-se de um sistema desenhado pelo governo, integrado a um servidor de Cantv que será dirigido pelo Executivo regional, para monitorar a compra dos 20 produtos regulados. Isto é, o sistema vai registrar a aquisição do produto em um estabelecimento e evitará que o cliente adquira o mesmo produto, no mesmo dia, em outro local de venda de alimentos”, explicou o secretário-geral do governo de Zulia, Blagdimir Labrador, ao jornal venezuelano “El Universal”.

O secretário acrescentou que alguns produtos poderão ser comprados no dia seguinte, mas que o programa determinará o período para que se possa adquirir novamente. Entre os alimentos monitorados estão leite, arroz, azeite, farinha, açúcar, papel higiênico e pasta de dente.

Hoje começam os testes. O programa piloto deverá ser aplicado a 65 supermercados de Maracaibo e San Francisco.

No mês passado, a polícia da Venezuela apreendeu 2.500 rolos de papel higiênico em uma invasão a um armazém clandestino que guardava bens escassos. Os policiais que invadiram uma garagem em Caracas também apreenderam cerca de 400 fraldas e 7.000 litros de suco de frutas. Tem sido difícil encontrar papel higiênico nos supermercados venezuelanos, assim como outros alimentos básicos e produtos de higiene pessoal.

A economia venezuelana é afetada pela escassez e pelos cortes de energia. A inflação do país chegou a 20% no ano passado e a dívida atingiu US$ 150 bilhões. O governo de Nicolás Maduro, que assumiu a Presidência há pouco mais de um mês, responsabiliza os empresários pelo crônico desabastecimento na Venezuela. Economistas culpam os preços estabelecidos pelo governo e o controle cambial.

Em maio, foi aprovada na Assembleia Nacional venezuelana uma proposta para a importação de produtos de higiene pessoal, sob o custo de cerca de R$ 160 milhões. Diante da verba, o governo anunciou a compra de 39 milhões de rolos de papel higiênico, 50 milhões de absorventes, 10 milhões de sabonetes, 17 milhões de fraldas e três milhões de tubos de pasta de dente.




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