DESTAQUE
A história da perseguição e do
martírio romeno não encontra similares no século vinte ou em nenhum outro.
Enquanto os ataques anticatólicos se fortaleciam, o
mesmo se dava com a defesa dos leigos. Quando agentes da polícia secreta
romena, a securitate, pretendiam prender o monastério inteiro em bixad, a
população local forçou o destacamento a abortar a missão. Entretanto, poucos
dias depois, quinze caminhões cheios de agentes retornaram e levaram os monges
remanescentes enquanto cercavam as pessoas com suas armas. Os monges apanharam
e eram obrigados a renunciar ao papa. Eles se recusaram. Um membro do grupo
securitate gritou: “esses monges idiotas se importam mais com o papa do que com
deus e a igreja. Vamos ver se depois de calarmos suas bocas o papa virá
salvá-los” 10. Padres, monges e freiras ortodoxos foram instalados à força
nesse e em outros monastérios, conventos e igrejas. Onde houvesse resistência,
eram presos e mandados à cadeia. Mas o povo freqüentemente boicotava o novo
regime religioso.
As catedrais de blaj, oradea, cluj e lugoj foram
“reconsagradas” como ortodoxas por bispos ortodoxos colaboradores. Em lugoj, os
fiéis tiveram de ser expulsos. Um deles, observando que a polícia estava
lacrando as portas, gritou: “lacrem quantas quiserem, senhores; os judeus
também lacraram a tumba de cristo, mas ele ressuscitou no terceiro dia”
*** * ***
Queridos irmãos em Cristo, estou postando um artigo de muita importância, referindo-se a perseguição sofrida pela Igreja Católica pelos comunistas, uma parte da história não divulgada pela mídia, não contada nas escolas e universidades, e omissa pela maioria dos Padres que deveriam divulgar, para que os fiéis católicos saibam o que ocorreu e ainda ocorre pelo mundo vitimando milhóes de cristãos, católicos, ortodoxos e protestantes por todo o mundo. Nós, católicos, nunca ficamos sabendo sobre as perseguições que sofremos, como salientou o professor Alexandre del Valle, professor de Relações Internacionais na Universidade de Metz, França, e consultor de Geopolítica em diversas importantes instituições europeias, “as notícias divulgadas pela mídia são apenas a ponta do iceberg da perseguição que os cristão sofrem”. Por esse motivo, cabe a nós divulgarmos todas as atrocidades cometidas contra nós que professamos a fé em Jesus Cristo.
O Calvário da Romênia
O Cristianismo chegou primeiramente na Romênia em
106 a.C., quando os exércitos do imperador romano Trajano conquistaram a região
conhecida como Dacia, levando com eles a nova fé.
Embora a Romênia, situada na Europa oriental, sofresse naturalmente influência eslávica há muitos séculos — principalmente pelas invasões búlgaras nos séculos seis e sete — ela conservou uma profunda conexão com a civilização latina. E mesmo hoje, quase dois mil anos após a conquista romana, o Romeno é classificado por lingüistas como uma língua basicamente latina. No decurso da longa história do Cristianismo romeno, a população dividia-se entre os Ortodoxos, de longe a maior denominação, abrangendo cerca de 87 por cento da população, os Católicos somando 6 por cento, e os Protestantes com 5 por cento. Embora as cifras do censo não sejam inteiramente confiáveis, isso significa que, em termos concretos, havia cerca de 1.560.000 católicos na Romênia antes do advento do Comunismo em 1948. (Em contraste, o Partido Comunista na Romênia não possuía mais do que mil membros quando o regime Marxista foi imposto à Nação através de tramas internas e pressão soviética.) Porém, após cinqüenta anos de uma das piores perseguições do século, ainda existiam mais de meio milhão de católicos na Romênia1.
Os católicos romenos dividiam-se principalmente em
dois grandes grupos. A Igreja Católica Romana de rito latino situava-se
primeiramente em Timisoara (uma grande cidade de uma região cujos católicos
eram predominantemente de ascendência alemã) e na Transilvânia (uma área de
concentrações relativamente grandes de católicos húngaros). Essa Igreja Latina,
embora fortemente pressionada, provou-se surpreendentemente resistente às
perseguições do comunismo romeno, devido talvez à sua particular composição
étnica. Infelizmente isso não ocorreu com a Igreja Católica Grega romena.
Conforme ocorrido na Ucrânia liderada pelos soviéticos, as autoridades
comunistas romenas organizaram um conselho ilegítimo de padres dessa igreja, o
qual nenhum bispo católico romeno, mesmo sob tortura e outras pressões,
concordou em participar. O conselho foi forçado a declarar que era desejo dos
fiéis tornarem-se ortodoxos, embora a Ortodoxia romena estivesse disponível
como opção para qualquer um que desejasse se converter há muitos séculos. Em
outubro de 1948, a Igreja Católica Grega foi liquidada, suas milhares de
igrejas confiscadas e convertidas para o uso ortodoxo. A data foi escolhida
para entrar em atrito, visto ser o 250º. Aniversário da Declaração de
Unificação da Igreja com o Vaticano em 1698. A justificativa pelo ato foi
propaganda pura: a de que os bispos católicos gregos “haviam se distanciado das
pessoas para servir a interesses imperialistas, obedecendo ao Papa de
Roma” 2. Havia seis bispos católicos
gregos na Romênia nessa época. Todos foram presos no fim de 1948. Cinco
morreram na prisão (IonSuciu, Valeriu Traian Frentiu, AlexandruRusu, Vasile
Aftenie e IonBalan). O único sobrevivente, o bispo de Cluj-Gherla, IuliuHossu,
ficou os próximos vinte dois anos na prisão e em prisão domiciliar antes de sua
morte, ainda sob detenção3.
Os secretários de dois bispos também foram
aprisionados: os padres Alexander Rusu e Foisor. Mas a limpeza foi ainda maior:
forças de segurança apreenderam o Vigário Geral de Blaj Victor Macavei, cônegos
Victor e Nicholae Pop, IonMoldovan, DumitruNeda e IonFolea, juntamente com os
professores de Teologia SeptimiusTodoran e Eugen Popa. A Côrte de Bucareste
inteira foi presa: os padres LiviuChinezu, IonChertes e Mare Vasile, e muitos
outros. Em todos os lugares os detidos eram claramente escolhidos para
enfraquecer a liderança católica: na cidade de Cluj, o padre Joseph Bal e o cônego
Dumitru Manu; em Oradea, o cônego JuliuHirtea; e em Lugoj, o padre Vasile
Teglasiu4. IonPloscaru, consagrado
bispo em 1948, foi também aprisionado no ano seguinte.
No início, todos os bispos eram mantidos em
Dragoslavele, a residência de verão do patriarcado ortodoxo. O patriarca
Justinian visitava-os freqüentemente, insistindo para que se tornassem
ortodoxos. O Governo criara propaganda informando que os bispos estariam fora
devido a um “retiro espiritual” 5. O regime necessitava que
pelo menos um bispo cometesse apostasia para alegar a unificação da Igreja
Católica com a Ortodoxa como lícita. Nenhum bispo os favoreceu. Quando falhou a
persuasão por meios não violentos, os bispos foram então separados e mandados
para diferentes localidades. Em 10 de maio de 1950, Vasile Aftenie, após sofrer
terríveis torturas na prisão de Vacaresti, enlouqueceu e morreu, embora fosse
ainda relativamente jovem e gozasse de boa saúde6. Os destinos dos outros
bispos logo seguiram passos similares. Seiscentos membros do clero foram
presos, cerca de um terço deles na União Soviética; apenas a metade sobreviveu7. O papa Pio XII reagiu à esse
massacre com um tocante manifesto, na carta apostólica Veritatem Facientes, de
27 de março de 1952: “Desejamos beijar as correntes daqueles que, aprisionados
injustamente, choram e se afligem pelos ataques contra a Religião, a ruína das
instituições sagradas, pela salvação eterna de seu povo, agora correndo perigo,
mais do que pelos seus próprios sofrimentos e liberdade perdida”.
Infelizmente, mais ou menos um quarto do clero
católico grego romeno desistiu e se tornou formalmente ortodoxo durante a
perseguição, temendo as repercussões para si mesmos e suas famílias. Como,
antes do início do regime comunista, houvesse diversas oportunidades para que
esses homens se tornassem parte da majoritária Igreja Ortodoxa Romena caso o
desejassem, não há razão para acreditarmos que nenhuma dessas conversões
“voluntárias” fosse sincera. (Muitos se retrataram mais tarde8). Os meios necessários para
convencê-los são a prova: um padre foi atirado num esgoto cheio de ratos por
dois dias. Acabou cedendo. Outro foi lançado num pântano, com resultados
similares. Na cidade de Oradea, o padre Damian foi submetido à tortura por fogo
e eletricidade até que cedesse. Em Sibiu, padre Onofreiu sobreviveu
miraculosamente após ser pendurado, quando a corda arrebentou. Ele ainda se
recusava a aceitar a Ortodoxia, e foi então declarado como louco e liberado —
temporariamente. É fácil compreender porque um quarto do clero, sujeitado a
tratamento desse quilate em tantos lugares diferentes, não foi forte o suficiente
para opor-se a tudo isso.
O povo católico grego, porém, não se sujeitou
facilmente a essa mudança forçada. O bispo de Oradea, IonSuciu, antes de sua
prisão, apelou ao seu povo por apoio financeiro após a suspensão do pagamento
dos professores católicos pelo Governo. Os paroquianos responderam
fervorosamente: o bispo recebeu mais do que o necessário para manter as escolas
funcionando9. Enquanto os ataques
anticatólicos se fortaleciam, o mesmo se dava com a defesa dos leigos. Quando
agentes da polícia secreta romena, a Securitate, pretendiam prender o
monastério inteiro em Bixad, a população local forçou o destacamento a abortar
a missão. Entretanto, poucos dias depois, quinze caminhões cheios de agentes
retornaram e levaram os monges remanescentes enquanto cercavam as pessoas com
suas armas. Os monges apanharam e eram obrigados a renunciar ao Papa. Eles se
recusaram. Um membro do grupo Securitate gritou: “Esses monges idiotas se
importam mais com o papa do que com Deus e a Igreja. Vamos ver se depois de
calarmos suas bocas o Papa virá salvá-los” 10. Padres, monges e freiras
ortodoxos foram instalados à força nesse e em outros monastérios, conventos e
igrejas. Onde houvesse resistência, eram presos e mandados à cadeia. Mas o povo
freqüentemente boicotava o novo regime religioso.
As catedrais de Blaj, Oradea, Cluj e Lugoj foram
“reconsagradas” como ortodoxas por bispos ortodoxos colaboradores. Em Lugoj, os
fiéis tiveram de ser expulsos. Um deles, observando que a polícia estava
lacrando as portas, gritou: “Lacrem quantas quiserem, senhores; os judeus
também lacraram a tumba de Cristo, mas ele ressuscitou no terceiro dia” 11. Desnecessário dizer que a doutrina ortodoxa não permite
conversão forçada ou o confisco de igrejas de seita diferenciada. Setenta e
seis corajosos padres ortodoxos recusaram-se a se responsabilizar por igrejas
confiscadas e participar desse abuso de poder político e religioso. Foram,
então, encarcerados12. E pelo menos um bispo
ortodoxo que se recusou a colaborar com os outros, Nicolas Popovici, foi preso
e morreu — talvez por envenenamento — em 195813. Mas no geral a liderança
ortodoxa foi responsável por grande injustiça contra os católicos.
Entretanto, os próprios ortodoxos também sofreram.
Os antigos metropolitanos ortodoxos, Mihalcescu e Criveanu, não sendo
simpáticos ao Comunismo, foram trocados pelo Governo por “abades do povo”. Para
atingir esse objetivo, os abades e o regime difamaram os antigos líderes e
pressionaram as instituições religiosas a removê-los de seus cargos. O próprio
Mihalcescu teve provavelmente uma morte digna de um mártir. Após sua
substituição e exílio em um monastério, onde gozava somente de liberdade
limitada, é provável que tenha sido envenenado14.
Ironicamente, algumas das personalidades católicas
marcadas pelo sofrimento foram generosas com os ortodoxos quando a situação se
reverteu. De 1940 a 1944, a Hungria ocupou parte da Romênia, e o bispo
IuliuHossu defendeu os direitos dos judeus15 e também dos ortodoxos,
particularmente o bispo de Cluj, NicolaeColan. Porém, quando o regime comunista
ganhou poder, o mesmo bispo Colan confiscou e reconsagrou a catedral do bispo
que havia sido seu benfeitor16. Compreensivelmente, eventos
como esse e outros supracitados criaram um profundo racha entre ortodoxos e
católicos durante todo os anos de governo comunista e nos anos pós-comunismo.
Em Paris, o superior de mosteiro Stefan Lucaciu
escreveu ao Papa pedindo que rezasse para que fosse dada graça abundante aos
católicos perseguidos. Em outra carta, ele lamentou o tratamento dado aos
católicos gregos e romanos na Romênia, advertindo: “O oportunismo religioso que
o regime comunista exibe hoje, amanhã se voltará furiosamente contra a Igreja
Ortodoxa, pretendendo-se transformar lentamente numa plataforma política para
alcançar objetivos políticos” 17. De fato, o governo romeno
logo estaria perseguindo todos os grupos religiosos: Judeus, Ortodoxos,
Católicos e Protestantes. Um dos mais emocionantes e aclamados relatos da
perseguição nesse período é do pastor protestante Richard Wurmbrand, em seu
Torturado por Cristo18. O rabino chefe da Romênia,
Alexandru Safran foi sumariamente deposto e exilado. A campanha anti-católica,
em razão da colocação religiosa e social especial dos católicos na Romênia, foi
particularmente virulenta.
Ainda assim a cruel campanha não foi completamente
bem sucedida. Em 1949, o ministro de cultos Stoian Stanciu, reclamou num
discurso público dos sentimentos pró-catolicismo de alguns intelectuais19. “Pró-catolicismo” aqui pode
significar tanto um apoio real à Igreja quanto uma simpatia generalizada pelos
cristãos injustiçados. Em ambos os casos, porém, havia claramente uma séria
oposição secular à política religiosa. Havia um precedente histórico para as
inclinações pró-católicas entre os intelectuais romenos. I. C. Bratianu, figura
de liderança político democrata no século dezenove, converteu-se ao Catolicismo
em seu leito de morte. E IuliuManiu, líder do Partido Camponês Nacional, o mais
importante político anti-fascista e democrata da nação, era um devotado católico
grego (morreu nos anos 50 numa prisão comunista). Dentre a liderança ortodoxa,
entretanto, a pressão governamental e a longa crença de que o catolicismo grego
era ilegítimo na Romênia acabaram causando atos vergonhosos. O ilustre
catedrático de religião Mircea Eliade externou a simpatia dos romenos pelos
irmãos e irmãs católicos da época e lamentou que “não soubesse de um único
bispo ortodoxo que tenha declarado publicamente seu desagravo à
violência” 20.
O patriarca romeno Justinian teve um papel
particularmente ruim nesse processo. Após a queda do Comunismo, seu nome foi
lembrado com muita afeição pelos ortodoxos romenos pelos seus enérgicos
esforços em favor da Igreja Ortodoxa21. Eliade, porém, pontificou
que o patriarca brincava com fogo: “Hoje, em todo o mundo, o Cristianismo está
sendo inteiramente atacado sem piedade, é atacado por aqueles que tempos atrás
o condenaram à morte, e essas mesmas pessoas são as mesmas que acolheram
Justinian... Hoje ou amanhã os bispos ortodoxos poderão estar junto aos seus
irmãos na prisão e no exílio. Eles também serão mártires, mas após terem sido
expostos e degradados sob os olhos dos fiéis”. Reconhecendo que ninguém tem o
direito de exigir que outro se torne um mártir, Eliade apelou aos bispos que
aceitassem que, sem o desejo de se tornar mártir pela verdade, os assessores do
bispo tornam-se apenas madeira e metal.
Quaisquer que fossem as racionalizações históricas
dos líderes ortodoxos contra a legitimidade da Igreja Católica Grega romena,
elas não poderiam ser usadas também contra a Igreja católica Romana de rito
latino. As igrejas romanas estavam, em sua maioria, localizadas na Transilvânia
e na Moldavia e eram ligadas por etnias minoritárias historicamente conectadas
à Roma desde os séculos XII e XIII. Essas igrejas estavam florescendo, e
contavam com cerca de 1.200.000 adeptos antes do advento do Comunismo. Ainda
assim, seus direitos plenos não poderiam ser reconhecidos sem o risco de
reivindicações do reconhecimento do Estado das igrejas católicas gregas também.
O reconhecimento de qualquer uma dessas igrejas nunca foi uma real
possibilidade. Gheorghiu-Dej, Secretário do Partido Comunista, anunciou
peremptoriamente em fevereiro de 1948 que o único obstáculo à “democracia” na
Romênia era a Igreja Católica22. E continuou: “A nova
Constituição romena não permitirá que os cidadãos católicos submetam-se às
diretrizes de um mandante estrangeiro; não será permitido aos romenos serem
tentados pelo filhote de ouro americano, em cujos pés o Vaticano deseja levar
seus fiéis.” 23.
Quando as igrejas católicas romanas insistiram no
reconhecimento oficial, o Regime Comunista romeno adotou a dupla estratégia de
tentar silenciá-los com uma mão enquanto, com a outra, encorajava uma Igreja
Católica Romana dividida e subserviente ao Estado — tudo isso sob a cobertura
legal de impedimento dos “agentes do imperialismo” e proteção da “segurança do
Estado”. Dois bispos foram acusados em nome de atitudes anti-democráticas: Aron
Marton de Alba Julia na Transilvânia e Anton Durcovici de Jassy na Moldavia.
Atos secretos começaram a ser usados para extirpar o clero recalcitrante. Em
junho de 1949, Anton Bisoc, o Superior franciscano, recebeu um telegrama,
provavelmente do bispo Durcovici, pedindo que fosse vê-lo imediatamente. Bisoc
partiu e nunca mais foi visto novamente. Seu assistente, padre Herciu, foi
procurá-lo. Ele também desapareceu sem deixar vestígios24. A mensagem era clara: a
insistência da Igreja Romana seria tratada da mesma forma que com os católicos
gregos.
Os bispos Marton e Durcovici logo foram presos. As
outras quatro dioceses, sem os seus bispos, já haviam sido impedidas sob um
caráter técnico legal: o Governo exigia que uma diocese tivesse pelo menos
750.000 fiéis para ser reconhecida — o que não seria problema para os
ortodoxos, mas um impedimento virtual para quase todos os centros católicos.
Durcovici foi tão maltratado na prisão que, ao ser atirado nu na cela, estava
irreconhecível. Logo depois desapareceu e nunca mais ouviu-se falar dele. Padre
Rafael Friedrich, um outro prisioneiro que passava por sua cela, ouviu seus
gemidos. Dizendo “Laudetur Jesus Christus” [“Louvado seja Jesus Cristo”] para
que o bispo soubesse que era católico, o padre ouviu a resposta: “Hic
Antonius moribundus” [“Antônio está morrendo aqui”]. Por volta de 1949 não havia
mais bispos católicos romanos na ativa na Romênia. Quase todas as igrejas
estavam fechadas. Os católicos romanos eram marcados em suas carteiras de
identidade. Na diocese de Jassy, 106 paróquias foram ocupadas por milícias.
Durante uma das ocupações em Faraoani, os militares e o povo entraram em
guerra. Foram ouvidos tiros. Uma pessoa caiu morta e quatro foram seriamente
feridas nos degraus da igreja25. Cenas semelhantes ocorreram em vários lugares.
Em 1950, todas as nações comunistas estavam usando
suas igrejas como apoio ao movimento anti-nuclear centralizado no Apelo de
Estocolmo. Em termos restritos, qualquer cristão poderia apoiar uma oposição à
guerra nuclear. Mas na verdade o apelo transformou-se numa arma ideológica
contra o Ocidente e um apoio internacional para a União Soviética. A Igreja
Católica Romana da Romênia teve especial importância nessa campanha
promocional. Se seus líderes apoiassem o Governo, poder-se-ia argumentar
plausivelmente que repudiavam o Vaticano e a política supostamente pró-Ocidente
da Santa Sé.
O Governo romeno levou cerca de cem padres, leigos
e líderes de paróquias de rito latino para um congresso em Targu-Mures para
induzi-los a assinar uma petição e aceitar a posição que desejava que ocupassem
dentro da sociedade do país. Eles se recusaram, porém acabaram cedendo após
extremas ameaças. Foram ordenados então a conseguirem aprovação dos vigários
que haviam substituído os bispos na posição de líderes de diversas dioceses — o
que não conseguiram realizar. Mas no estado de fraqueza no qual se encontrava a
Igreja, o Governo tentou outra trama, preparando um Estatuto da Igreja, na
verdade uma espécie de concordata, que parecia dar à Igreja Católica Romana
tudo que desejava: o Papa como líder moral e dogmático supremo, os bispos como
soberanos em suas dioceses, assim como concessões em outros pontos contestados.
O último artigo do estatuto, porém, estipulava que o exercício desses direitos
seria dado apenas com a aprovação do Governo, o que efetivamente anulava tudo
que havia antes. Mais além, o contato com a Santa Sé somente poderia
realizar-se através dos Ministros do Culto e de Assuntos Exteriores. Ficava
claro, até mesmo para os líderes católicos restantes, que era impossível
assinar tal documento. Em maio de 1950 o Governo realizou sua última cartada. O
vigário geral de Alba Iuliua, Louis Boga, foi preso, e Marcu Glasser, vigário de
Jassy, preso, torturado e morto em 25 de maio26.
Os comunistas romenos também aboliram qualquer
contato com o Vaticano. (Até mesmo nos anos 60, aos bispos católicos romenos
não era permitida a presença no Segundo Concílio do Vaticano, e padres ainda
eram presos27). O Governo começou a cisão com o Vaticano ao
expulsar o Embaixador Papal, Monsenhor Gerald O’Hara, americano de nascimento,
marcado como espião da CIA e agente do Imperialismo americano. Sob ordens de
Pio XII, O’Hara consagrou em segredo diversos bispos e administradores
apostólicos. Esses homens — Ion Ploscaru, Ion Dragomir, Ion Chertes, Iuliu Hirtea e
Alexandru Todea (mais tarde feito Cardeal) enfrentaram tremendas dificuldades;
quase todos sobreviveram às perseguições, mostrando que a estratégia de Pio XII
havia tido sucesso. Eles providenciaram uma certa continuidade à Igreja no
momento de sua reerguida após a queda do Comunismo em 1989. Mais além, antes da
expulsão de O’Hara, bispos católicos de rito grego e latino editaram uma
declaração conjunta ao Governo protestando que “três milhões de cidadãos estão
sendo tratados como inimigos do povo”. Duas centenas de padres foram presos por
conta disso. Muito embora o governo tramasse lentamente contra os católicos de
rito latino por medo de provocar uma reação por parte das Nações — Hungria,
Alemanha, Croácia, Eslováquia e Bulgária — de cujos lugares provinham essas
minorias étnicas católicas, ele se movia firmemente buscando a eliminação do
Catolicismo. Todos os leais padres católicos listados na Embaixada acabaram na
prisão28.
Podemos ter uma vaga idéia do notadamente terrível
tratamento que os prisioneiros católicos receberam na Romênia através dos
relatos dos que sobreviveram para contar suas próprias histórias e as dos
outros internos. Um dos mais proeminentes dentre estes, padre Tertullian,
antigo vigário-geral da diocese de Cluj, foi preso durante as primeiras ondas
de repressão em 1947. Seu crime, de acordo com o juiz que deu-lhe a sentença:
“Não há evidências contra você, mas desde o momento que está preso, deve ser
culpado. Culpado por ter sido preso” 29. Com essa compreensão de
Justiça por parte do Regime, não é surpresa para nós que tenha sido solto
somente dezessete anos depois, após acumular diversas experiências na prisão.
Como muitos que sobreviveram às injustiças, padre
Langa retomou a liberdade acreditando que “fui preso como parte de um plano
para realizar a santificação de minha vida”. Ele confortou e acabou por
converter muitos prisioneiros, aprendendo algo sobre os sofrimentos necessários
à vida cristã: “A prisão para mim foi como um seminário nunca freqüentado
antes”. E os dezessete anos foram “os mais belos e produtivos de minha
existência” 30. É claro que somente um homem
especial poderia dizer essas palavras, e os fatos terríveis que testemunhou
para tirar essas conclusões fazem sua declaração ainda mais notável.
Uma das punições mais brutais era a que os presos
chamavam de “maratona”. Ela consistia em fazê-los correr ou marchar enquanto um
cachorro, treinado especialmente para saltar neles se parassem de se mover,
seguia-os passo a passo. A ordem durava tanto que, às vezes, padre Langa
começava a ter alucinações. Num episódio, “eu parecia estar andando sobre
diamantes, mas na verdade as solas de meus pés tinham ficado completamente
inchadas. Então comecei a ver, como se olhando através das paredes da cela, um
belo jardim, um pomar cheio de maçãs...Então caí, inconsciente, batendo a
cabeça na parede”. Naturalmente o cachorro o atacou e a dor o trouxe de volta.
Começou então a correr novamente sem saber o que fazia. “Mais tarde, o guarda
contou-me que continuei correndo por 59 horas sem parar. Parece inacreditável,
mas por que o guarda iria mentir?” 31
Em outro exercício sádico, os presos descobriram
que as autoridades haviam ordenados que fossem mortos por exposição ao frio. A
única forma de se defenderem contra o congelamento mortal era caminharem
fortemente sem parar. O preso da cela ao lado de Langa parou num dia. Ele
levantou-o e fez com que se movesse novamente. O homem ressentiu ter sido
acordado de um sonho belo: “Eu rezei ajoelhado para que Deus trouxesse a lua em
minha cela e Ele ouviu minhas preces. Ele mandou-me a lua e estava me
preparando para comê-la quando você me acordou”. Na manhã seguinte o corpo do
homem foi levado embora. Seus colegas acreditaram que talvez seu sonho tivesse
sido uma espécie de consolo, um símbolo Eucarístico, antes que ele deixasse
este mundo32.
Vários outros também sucumbiram. Padre Langa
atribui parcialmente sua sobrevivência aos “mestres espirituais” que teve a
sorte de encontrar quando jovem, incluindo padre Iosif Pop, Ion Miclea (um
filósofo amigo de Jacques Maritain) e Monsenhor Vladimir Ghika, todos que
acabaram se tornando mártires ou confessores. Langa também fornece informações
sobre alguns dos líderes religiosos que desapareceram cedo com as perseguições.
Vasile Aftenie, o vigário geral de Bucareste, foi o primeiro bispo mártir na
Romênia. Como sempre, as autoridades comunistas tentaram cooptá-lo, oferecendo
imediatamente a ele a Sé Episcopal Ortodoxa da Moldavia, com a promessa de
fazê-lo mais tarde um patriarca ortodoxo em Bucareste, se ele rompesse com
Roma. Aftenie recusou-se, dizendo: “Minha Nação e tampouco minha fé estão à
venda”. O resultado foi predestinado: “Ele foi subseqüentemente torturado até a
morte. Seu corpo foi desfigurado, e os braços deslocados não se conectavam mais
ao tronco” 33.
Igualmente corajoso foi o bispo Ion Suciu, um jovem
cheio de energia que, antes de sua prisão, proclamara publicamente num discurso
na Catedral de rito latino de São José em Bucareste: “Devemos ter a coragem e a
dignidade de sermos cristãos mesmo nesse período de Comunismo e ateísmo”.
Quando o procurador soviético Vychinski ouviu seu pronunciamento, disse: “Essa
boca deve ser calada” — o que logo foi feito pelas autoridades romenas. Um
outro bispo, LiviuChinezu, consagrado secretamente, morreu em 195534 na prisão Sighet, uma instituição
notoriamente terrível que era o lugar preferido para a detenção de líderes
romenos religiosos e políticos. O diretor da prisão, Vasile Ciolpan,
aparentemente desejou fingir que o bispo morrera de causas naturais. Ele
ordenara que a janela de sua cela permanecesse aberta, apesar do tempo gelado
do meio de janeiro. Chinezu então congelou até a morte35. Num período de cinco anos,
sabe-se que pelo menos 52 presos de Sighet morreram, e provavelmente muitos
desconhecidos morreram também36.
Essas primeiras mortes foram o prenúncio de maiores
atrocidades. No início dos anos 50, aproximadamente 180.000 foram mandados aos
campos de concentração, freqüentemente os mesmos campos usados pelos nazistas37. Os comunistas romenos foram os pioneiros no uso
de técnicas de lavagem cerebral na Europa Oriental, muitas vezes dando a elas
uma aparência satânica. O prisioneiro era forçado a denunciar todos aqueles que
mais amava: “amigos e família, sua esposa ou namorada, e seu Deus se fosse um
fiel” 38. O carcereiro romeno Eugen Turcanu criou um
tratamento especial para seminaristas: “Alguns tiveram suas cabeças
repetidamente enfiadas num balde com urina e fezes enquanto os guardas entoavam
uma paródia do rito batismal. Uma vítima que havia sido sistematicamente
torturada dessa maneira desenvolveu uma resposta automática que perdurou por
dois meses: todas as manhãs, para grande deleite de seus re-educadores, ele
mesmo enfiava sua cabeça no balde” 39.
Até mesmo uma degradação da religião como essa não
foi suficiente:
Turcanu também obrigou os seminaristas a tomarem
parte em missas negras regidas por ele mesmo, especialmente durante a Semana
Santa ou na Sexta Feira da paixão. Alguns re-educadores participavam como coro;
outros vestiam-se como padres. A liturgia de Tuscanu era extremamente
pornográfica, e ele repaginava a original de maneira demoníaca.
[...]
Turcanu eventualmente foi preso e executado por
“crimes contra a Humanidade, que desacreditaram o regime comunista aos olhos
das pessoas e da opinião mundial” 40. De fato, ele estava
cumprindo ordens de cima, provavelmente do General Nikolski, para conduzir a
experiência de lavagem cerebral. Mil jovens, todos crentes, foram colocados em
roda e sujeitados ao sistema “Pitesti”. De acordo com um relato: “Eram
torturados de tal maneira que todos – absolutamente todos – tornaram-se
delatores, porque foram privados de sua natureza humana, tornando-se meros
robôs nas mãos dos oficiais políticos. Foram despersonalizados” 41. Na forma talvez mais brutal
de técnicas de controle da mente do século, os meninos foram torturados, física
e moralmente, até abandonarem suas antigas crenças. E, ainda pior, uma vez que
estivessem dentro do processo, eram obrigados a exercer a mesma lavagem
cerebral em outro grupo de estudantes, temendo todo o tempo que o mínimo esgar
de fraqueza iria colocá-los novamente dentre os torturados. É fácil imaginar as
dores de consciência produzidas por essa tática.
A lavagem cerebral seguia os passos do método
Pavloviano. Primeiramente pedia-se aos alunos que abjurassem suas antigas
crenças ou seriam torturados. Quando se recusavam, o que a maioria inicialmente
fazia, apanhavam, eram obrigados a limpar o chão com um farrapo entre os
dentes, e tinham de comer feito animais em tigelas nas quais também defecavam.
À noite, um aluno já “re-educado” sentava-se na cabeceira da cama de outro
ainda em processo. No momento que o novo aluno adormecia, o outro batia em seus
pés com um tubo de borracha. A dor funcionava para condicionar o jovem a ter
uma reação inconsciente negativa a tudo que anteriormente era tido como bom42.
Após esses reflexos terem sido estabelecidos, a
lavagem cerebral atacava as crenças religiosas. Cometiam-se sacrilégios como os
descritos acima. Os sujeitos eram forçados a realizar crimes monstruosos e
desvios sexuais tão freqüentes que, confusos pelas pancadas e a falta de sono,
começavam a acreditar nos opressores e perder o contato com a verdade. Nesse
ponto, eram induzidos a uma nova lealdade ao regime comunista, aos seus
próprios torturadores. Eles mesmos tornavam-se torturadores, tendo de
demonstrar sua sinceridade sob a constante ameaça de retorno à tortura: “O
grande obstáculo... era o medo apavorante, debaixo de cada poro da vítima, de
que um dia o terror pudesse recomeçar” 43. Temos a impressão que a
experiência somente era interrompida para dar a eles um intervalo para
computarem sua efetividade. Um dos jovens que sobreviveram para contar, Roman
Braga, eventualmente tornou-se padre ortodoxo. Ele descreve a experiência de
forma rigorosa: “Acredito que não haveria outra mente além de Lúcifer capaz de
imaginar o sistema Pitesti, que mantém homens perdidos entre ser ou não ser, no
limite entre a loucura e a realidade, torturados pela idéia de que possam
desaparecer — não como entidade física, mas como um ser espiritual” 44. Embora as torturas fossem calculadas
cuidadosamente para não matar os jovens, cerca de quinze deles morreram durante
sua re-educação45.
Dentre tanto sofrimento e blasfêmia nas prisões,
notavelmente podemos notar também pontos de grande luz. Um deles referia-se à
grande figura de Monsenhor Vladimir Ghika, cujo processo de beatificação está
em andamento. Ghika era neto do último Príncipe da Moldavia e também obtivera o
título de mártir. Sua dedicação à causa católica era inabalável. Ele havia se
convertido ao catolicismo anteriormente porque acreditava que ser católico era
ser “ainda mais ortodoxo”46. Um homem de imensa cultura e
inteligência e de muitos contatos internacionais, ele escolhera permanecer na
Romênia após a Segunda Guerra Mundial, mesmo sabendo dos riscos dessa decisão
para alguém com seu passado familiar e religioso. Muitas pessoas nos anos 90
ainda atestavam o fato, na Romênia, de que “deviam tudo a ele”, incluindo a
resistência ao Comunismo, suas vocações, e sua própria fé47. Nas prisões, ele fora responsável pelo retorno à
crença de muitos fiéis, e também por descrentes que desenvolveram ardentes
vocações. Tragicamente terminou sua vida durante esse trabalho, ainda preso48.
Outro heróico líder religioso foi Aron Marton, bispo
de Alba Iulia. Conforme já havíamos visto, foi logo preso e ficou de 1949 a
1955 na prisão. Foi gravemente ferido num “acidente de automóvel” criado por
agentes do Governo, porém também sobreviveu. Os protestos de seu povo
conseguiram soltá-lo e deixá-lo sob carceragem domiciliar. Sua coragem e seu
ativismo, porém, a despeito de todas as ameaças, faziam dele uma figura muito
adorada. Marton assistia ao culto da igreja grega tanto quanto podia, o que era
incomum para um bispo de rito latino. Por décadas, antes de sua morte em 1980,
ele precisou fazer seu caminho cuidadosamente por entre restrições impostas
pelo Governo, censura, a presença de prováveis padres-espiões, e inúmeras
outras dificuldades.
Padre Alexandru Ratiu, um sobrevivente de dezesseis
anos no sistema prisional romeno (de 1948 até a anistia geral aos prisioneiros
políticos ocorrida em 1964, quando Nicolae Ceaucescu tomou a liderança do país),
comenta que a prisão teve efeito inesperado em padres e outros crentes, assim
como em antigos ateus: “Na prisão, ou a pessoa enlouquece ou se torna um
santo” 49. Para muitos que sofreram
encarcerados, com freqüência este era o primeiro momento em suas vidas que eram
obrigados a confiar somente na oração e no apoio de Deus: “Nunca fomos tão
felizes. Nunca sentimos tão intimamente a presença de Deus; e nunca rezamos tão
seriamente, confidencialmente e com tanto sucesso quanto dentro dos alojamentos
da prisão” 50. Após os relatos angustiados das torturas, mortes
e do sádico tratamento experimentado por todos os presos, essas palavras não devem
ser ditas com leveza. Este foi, claro, um caminho terrível em direção à piedade
e à virtude. Mas tantas pessoas de países diferentes, mesmo sob regimes
divergentes como o Nazismo e o Comunismo, deram relatos similares, que podemos
acreditar que talvez essas experiências tenham mesmo um efeito estimulante à
espiritualidade, agora que em várias partes do mundo está novamente assegurada
a liberdade religiosa.
[...]
A história da perseguição e do martírio romeno não
encontra similares no século vinte ou em nenhum outro. Como foi escrito no
Osservatore Romano em 1948, quando as perseguições ainda iniciavam: “Nenhum
caso similar de violência moral, de perseguições, de Via Crucis pela liberdade,
pela personalidade e pela dignidade humana pode ser encontrado em todas as
páginas da História” 51. Pelo fato de que a Igreja já
existe há dois milênios, essas são palavras fortes, porém verdadeiras. Talvez
esse terrível exemplo da Romênia encoraje os povos de boa vontade a tentarem se
certificar de que as páginas da história futura nunca mais tolerem tamanha
infâmia.
(Robert Royal, “The CatholicMartyrsoftheTwentiethCentury”, CrossroadPublishingCompany,
New York, 2000)
1. Didier
Rance, Roumanie: Courage et Fidelité, L’eglisegréco-catholiqueunie ( Paris:
Bibliothèque AED, 1994 ), 22.
2. Abbé
Pierre Gherman, L’âmeroumaineécartelée: Faits et documents ( Paris:
LesEditionsduCèdre, 1955 ), 135.
3. R.G.Roberson,
“The Church in Romania”, New CatholicEncyclopedia, supplemental vol. 14, 335.
4. Gherman,
L’âmeroumaineécartelée, 135-36.
5. Alexander
Ratiu e William Virtue, StolenChurch: Martyrdom in CommunistRomania, (
Huntington, Ind.: OurSunday Visitor Press, 1979 ), 27.
6. Gherman,
L’âmeroumaineécartelée, 136.
7. Alexander
F. C. Webster, The PriceofProphecy: OrthodoxChurcheson Peace, Freedom, and
Security ( Washington, D.C.: EthicsandPublicPolicy Center, 1993 ), 119.
8. IonPloscaru lista esses
que se retrataram posteriormente em Lanturi si teroare (Timisoara: Signata,
1993).
9. Rance, Roumanie, 39.
10. Gherman, L’âmeroumaineécartelée,
136.
11. Ibid.,142.
12. Webster,
thePriceofProphecy, 119.
13. Ratiu e Virtue,
StolenChurch, 17.
14. Ibid., 119.
15. S. A. Prundus, O.S.B.M.,
e C. Plaianu, CardinaluIuliuHossu (Cluj: Unitas, 1995), 131-32.
16. Ratiu e Virtue, StolenChurch,
17.
17. Citado em sua carta de
12 de outubro de 1948 ao Cardeal Tisserant na Alemanha, L’âmeroumaineécartelée,
148.
18. Richard
Wurmbrand, Tortured for Christ: Today’sMartyrChurch (London:
Hodder&Staughton, 1967).
19. Gherman, L’âmeroumaineécartelée,
147.
20. Ibid., 153.
21. Webster, The
PriceofProphecy, 91.
22. Janice
Broun, “The Latin-Rite Roman CatholicChurch in Romania”, Religion in
CommunistLands 12, no. 2 ( Summer 1984 ): 168.
23. Ratiu e Virtue,
StolenChurch, 126.
24. Gherman,
L’âmeroumaineécartelée, 162.
25. Ibid., 163.
26. Ibid., 172.
27. Broun,
“The Latin-Rite Roman CatholicChurch in Romania”, 1970.
28. Ibid., 169.
29. Rance, Roumanie, 167.
30. Ibid., 167-68.
31. Ibid., 170.
32. Ibid., 172.
33. Ibid., 166.
34. Ibid.
35. Ratiu e Virtue,
StolenChurch, 158.
36. StéphaneCortois,
Nicolas Werth, Jean-Louis Panné, AndrzejPaczkowski, KarelBartosek e Jean-Louis
Margolin, The Black Book ofCommunism: Crimes, Terror, Repression, trans. Jonathan
Murphy e Mark Kramer ( Cambridge, Mass.: Harvard University Press, 1999 ), 400.
37. Ibid., 419.
38. Ibid., 420.
39. Ibid., 421.
40. Ratiu e Virtue,
StolenChurch, 111.
41. Extraído do relato de D.
Bacu, The Anti-Humans, em Ratiu e Virtue, StolenChurch, 92.
42. Ratiu e Virtue,
StolenChurch, 100-101.
43. De Bacu, citado em
ibid., 108.
44. Ibid., 110.
45. Ibid., 98.
46. Rance, Roumanie, 186.
47. Ibid., 187.
48. Em Ghika, veja Hélène
Danubia, Prince et Martyr: Monseigneur Vladimir Ghika, l’apôtreduDanube (Paris:
Pierre Téqui, 1993).
49. Ratiu e Virtue,
StolenChurch, 26.
50. Ibid., 73.
51. Citado em Ratiu e
Virtue, StolenChurch, 175.
Fonte: Veni Creator Spiritus
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